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Fábio
Anotações de Ania Cavalcante
Art. 1º, Lei 13.260/2016: “Esta Lei regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5º da
Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias
e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista.”
Inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal: “a lei considerará crimes
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.”
Observações:
1) Os países divergem sobre o conceito de terrorismo.
2) O Hamas não é considerado organização terrorista pelo Brasil, país que segue uma
classificação oficial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU), que não coloca o grupo islâmico na lista de organizações terroristas mundiais.
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Para a ONU, o Hamas não é organização terrorista, ao contrário da Al Qaeda e do Estado
Islâmico, por exemplo.
3) A União Européia, Israel, os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão consideram o
Hamas uma organização terrorista.
4) O 08 de Janeiro de 2023 em Brasília não foi terrorismo.
5) MST não é uma organização terrorista.
6) Os atentados do PCC de 2006 não podem ser considerados atos terroristas.
7) As pessoas que praticaram atentados durante a ditadura brasileira, incluindo explosões,
não são considerados como terroristas.
A MOTIVAÇÃO:
1) Xenofobia: A expressão xenofobia é formada por dois termos gregos: xenos
(estrangeiros) + phóbos (medo), significando, portanto, aversão (ódio) ao estrangeiro.
2) Discriminação: Significa promover distinção, exclusão, restrição ou preferência. Para
ser crime, obrigatoriamente, deve ser acompanhada de preconceito.
3) Preconceito: É uma opinião formada antecipadamente, geralmente negativa e
precipitada, sem fundamento na experiência ou em conhecimentos prévios. Na Lei do
Terrorismo, para caracterização da discriminação e preconceito deve haver ligação com
a raça, com a cor, com a etnia ou com a religião. PS: O preconceito contra a orientação
sexual não entra aqui.
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4) Raça: Identificação do indivíduo segundo características físicas visíveis ou biológicas
semelhantes. A doutrina moderna critica o conceito de raça, pois não é possível
estabelecer diferenças entre seres humanos, uma vez que todos são iguais. É mais um
conceito social do que científico, mas o Direito ainda faz uso desse termo.
5) Cor: É a tonalidade da pele.
6) Etnia: do grego ethhis, “povo”, é um grupo de pessoas que têm em comum algumas
características socioculturais, ou seja, vínculos culturais semelhantes, a exemplo da
língua e tradições.
7) Religião: Crença, modo de manifestação da fé.
O Art. 2º, § 1º não traz crimes de terrorismo, mas sim atos que levam à prática
do delito (rol taxativo). Representam, portanto, condutas-meio para que o crime
seja executado.
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Art. 4º (VETADO).
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Terrorismo é crime de perigo concreto, pois é necessária a demonstração que o ato
de terrorismo expôs, efetivamente, a situação de perigo.
Objetividade jurídica: os bens jurídicos tutelados pela norma vida, integridade física,
patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública
Sujeito ativo: trata-se de crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Não se exige qualidade especial do agente.
Sujeito passivo: é o Estado, interessado na preservação de suas instituições, seu
arcabouço constitucional e a convivência pacífica e harmônica da população assentada
em seu espaço territorial, conforme disposto no art. 11 da Lei de Terrorismo: “Para
todos os efeitos legais, considera-se que os crimes previstos nesta Lei são praticados
contra o interesse da União, cabendo à Polícia Federal a investigação criminal, em
sede de inquérito policial, e à Justiça Federal o seu processamento e julgamento, nos
termos do inciso IV do art. 109 da Constituição Federal.”, artigo que também dispõe
sobre a Competência: da Justiça Federal.