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Portaria Interministerial nº 4.

226, de 31 de dezembro de 2010 Estabelece Diretrizes sobre o


Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública.

ANEXO I

DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA


PÚBLICA

2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos princípios da
legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência.

3. Os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo contra pessoas,
exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro contra perigo iminente de morte
ou lesão grave.

4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou
que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato de morte ou de
lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros.

5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em
via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos
agentes de segurança pública ou terceiros.

6. Os chamados "disparos de advertência" não são considerados prática aceitável, por não
atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da imprevisibilidade de seus
efeitos.

Princípio da Conveniência:

A força não poderá ser empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar danos
de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos.

Princípio da Legalidade:

Os agentes de segurança pública só poderão utilizar a força para a consecução de um


objetivo legal e nos estritos limites da lei.

Princípio da Moderação:

O emprego da força pelos agentes de segurança pública deve sempre que possível, além de
proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força.

Princípio da Necessidade:

Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade não
forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos.

Princípio da Proporcionalidade:

O nível da força utilizado deve sempre ser compatível com a gravidade da ameaça
representada pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente de segurança
pública.
1- A Mulher Vítima

ü Na África e Ásia, trabalham 13 horas por semana a mais do que os homens e, na maioria das
vezes, não são pagas.

ü As mulheres, em todo mundo, ocupam 10% a 20% dos cargos de gerência e menos que 20%
dos empregos na indústria e administração, com menos que 20% dos empregos na indústria.

ü Menos 5% dos chefes de estado são mulheres.

A ONU denuncia, ainda, que mais de um milhão de mulheres, de diferentes idades, morrem a
cada ano, especificamente, por serem do sexo feminino.

São alarmantes os casos concretos de violência contra mulheres no Brasil. Hoje, em nosso país
são assassinadas dez mulheres por dia.

Por dados do Comitê Internacional da Cruz Vermelha a violência contra as mulheres se


sucedem, em todo mundo:

ü As mulheres constituem a maioria da população pobre do mundo e em zonas rurais os


números são aumentados em 50%.

ü As mulheres formam a maioria dos analfabetos mundiais.

ü As mulheres em todo mundo recebem 30% a 40% menos que os homens pelo mesmo
trabalho.

ü Constituição da República Federativa do Brasil de 1988:

Art. 5º inciso I – Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta
constituição.

Art. 226 §8º - O Estado assegurará a assistência à família, criando mecanismos para coibir a
violência no âmbito de suas relações.

O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) definiu a violência contra a mulher como:

"[...] violência que é dirigida à mulher pelo fato dela ser mulher ou que atinge a mulher
desproporcionalmente... Sofrimento ou dano físico, mental ou sexual, ameaça de tais atos e
outras privações da liberdade [...]”.

O Comitê afirma, ainda, que a violência contra a mulher constitui uma violação de seus direitos
humanos reconhecidos, internacionalmente, e considera irrelevante a figura do autor. O Estado
pode ser responsabilizado, independentemente, de o agressor ter sido representante do
mesmo, ou não.

Se o Estado deixa de agir de forma efetiva, para prevenir a violação de direitos praticada por
parentes ou não, deixa de investigar e punir os violadores, o caso pode ser encaminhado à
Comissão Interamericana ou Corte Internacional de Direitos Humanos.

Na chamada violência doméstica, a mulher, em grande maioria, passa por situações idênticas,
divulgadas por estudiosos na questão, como o chamado: “Ciclo da violência de Gênero”.

1- Ocorrem desentendimentos, acirramentos de ânimos e agressões.

2- Pedido de desculpas; promessas de que tais atos não mais irão ocorrer.
3- Aparenta-se ambiência de normalidade, até que as agressões se sucedem; e se inicia um
novo ciclo.

Atuação Policial Militar

Na maioria dos casos, quando uma mulher solicita a presença policial por ter sido agredida ou
ameaçada por seu próprio marido, a questão é grave e merece ser apurada em conformidade
com a luz do direito.

Desta feita, o policial militar deve conhecer o “Ciclo da Violência de Gênero” e entender que é
possível que aquela solicitante manifeste mudança de ideia e não queira que seu marido,
agressor, seja encaminhado para a delegacia policial. Tal mudança de comportamento pode ter
origem no pavor por represálias, pensar que haveria de ser a última vez, ou qualquer outro
motivo. Ocorre que o policial deve manter a tranquilidade e cumprir a lei Maria da Penha, por
entendimento do Supremo Tribunal Federal.

No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº. 4.424/DF, em conformidade com os


artigos. 12, I, 16 e 41 da Lei nº 11.340 /2006, estabeleceu que nos casos de lesão corporal no
âmbito doméstico, seja leve, grave ou gravíssimo, doloso ou culposo, a ação penal é sempre
pública incondicionada.

Assim, se houver crime, da forma acima explicitada, independe de representação da vítima. A


ocorrência deverá ser encaminhada à autoridade Policial, ainda que a vítima mude de ideia.

A natureza da ocorrência e suas possíveis consequências graves demandam das autoridades


que, venham a criar condições especiais de recepção às vítimas e, se for o caso, medidas
efetivas de atendimentos médico, psicológico e outros, envidando esforços para evitar
reincidência dos fatos e preservação da família e de vidas humanas.

2 - Pessoas com “deficiências físicas e sofrimento mental”

A terminologia usada é polêmica, até os nossos dias, até mesmo entre estudiosos na questão.
“Inválidos”, “Deficientes”, “Indivíduos com capacidade residual”, “Os incapazes”, “Os
excepcionais”, “Pessoas deficientes” etc. São provas inequívocas de que estão sendo
procuradas palavras que não marginalizem tais pessoas, todavia, ainda não atingimos o ideal.

Cita, ainda: “Na Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade
das Pessoas com Deficiência, ficou decidido que o termo correto utilizado seria “pessoas com
deficiência”. O movimento quer aprovar o parecer pela Assembleia Geral da ONU, a ser
promulgada posteriormente por meio de Lei Nacional de todos os países-membros, incluindo o
Brasil.

Ao Policial Militar cabe:

Atenção pertinente, em razão dos beneficiários apresentarem dificuldades de movimentação,


defesa física e psicológica, prevenindo furtos, roubos, agressões e outros tipos de delitos
contra pessoas do citado grupo.

A proximidade do policial com abordagem adequada, verificando as necessidades especiais


momentâneas, poderá dar ao beneficiário a sensação de segurança e conquista de que está
sendo respeitado como sujeito de direitos.
Atenção aos direitos dos deficientes físicos faz parte do trabalho do policial militar, como Ação
de Apoio Social, oferecendo ajuda, caso o beneficiário queira; nos estacionamentos com
respeito às vagas privativas, aos deficientes visuais ao atravessar as ruas etc.

Em se tratando de cadeirante:

A proximidade continua sendo fundamental, ofereça ajuda e assim proceda desde que seja
aceita.

3 - Condição Social / População em situação de rua

A população de rua, em nosso estado, como em todo país, é heterogênea, com origens e
motivos distintos para vivenciarem tal situação.

O “papel da polícia militar” é ter sensibilidade para a questão e agir em conformidade com o
Estado Democrático de Direito. O policial, ao deparar com casos de “incômodo social”, por
reclamações de pessoas do povo, em se tratando de adultos, deverá solicitar a Fundação Leão
XIII para conhecer e providenciar o atendimento humano pertinente.

No caso, não cabe prisão.

Art. 5º. LXI - “Ninguém pode ser preso, senão em flagrante delito ou ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente”.

4 - Orientação sexual

O tema requer considerar que sexualidade, vida, saúde e liberdade estão interligadas à
condição humana de todos.

Nas últimas décadas, o mundo civilizado tem proporcionado verdadeiras enciclopédias sobre
diversificadas opiniões sobre o tema.

Sociólogos, médicos, cientistas políticos, pedagogos, psicólogos, religiosos de diversas


correntes, civis e militares apresentam opiniões, estudos, teses, pesquisas, registrando seus
posicionamentos.

Nosso trabalho se prenderá à atividade de polícia ostensiva, como instituto técnico do Estado
Democrático de Direito, isento de ilações, distante de qualquer interesse que venha a produzir
mais preconceitos e marginalizações.

Assim entendido, consideramos a conceituação de “Orientação Sexual”, conforme Kinsey


(1948) “Atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa sente pela outra”.

O que significa Homofobia?

Ações e sentimentos negativos de antipatia, desprezo, preconceito, aversão e medo irracional


em relação a lésbicas, gays, bissexuais e, em alguns casos, contra transgêneros e pessoas
intersexuais (significados.com.br).

A Homofobia é crime punível pelas leis Brasileiras.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, com regulamentação, o casamento de pessoas


de mesmo sexo, com os mesmos valores de casamentos de pessoas de sexos opostos (2013).
O “papel da polícia militar” é de “abordagem adequada”, diante de ocorrências em que
pessoas estejam sendo vítimas de homofobia.

Deve o policial militar levar em consideração a colocação das partes, igualmente, sem fazer
juízo de valor, e encaminhar a ocorrência à autoridade policial.

É comum o policial ser solicitado para coibir, entre homossexuais, o relacionamento afetivo
como abraços, beijos, mãos dadas, em parques, ruas, restaurantes, praças, situações que não
apresentem qualquer especificidade criminosa.

Desta feita, caberá ao policial a explicação de que a relação exibida não constitui crime, ou
seja, não constitui atentado ao pudor público.

Ações aceitas socialmente praticadas por casais de sexos opostos deverão ser em igual medida
aceitas quando os casais forem do mesmo sexo.

Art. 3º - Nos documentos oficiais ou nos casos em que o interesse público, exigir, inclusive para
salvaguardar direitos de terceiros, será considerado o nome civil da pessoa travesti ou
transexual, podendo fazer-se acompanhar do nome social, se querido pelo interessado.

Art. 4º - As denúncias referentes a não utilização do nome social pela Administração Pública
Direta deverão ser encaminhadas para a Comissão Processante criada pela Resolução SEASDH
nº 310, de 29 de dezembro de 2010, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos
Humanos, em razão da Lei 3.406/2000”.

Conclusão

Assim, por ocasião de identificação em ocorrências policiais as pessoas travestis e transexuais


poderão manifestar-se pelo “nome social”, ou seja, o modo em que são reconhecidas,
identificadas e denominadas na sua comunidade e no seu meio social.

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