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Ética Geral e Profissional:

Sumário para Revisão:


1. Postura do advogado
2. Campo e Abrangência do Direito
3. Teocracia (confessional/laico)
4. Dignidade da Pessoa Humana
5. Valores Constitucionais
6. Positivismo Jurídico
7. (Artigo 1°, CF) Pluralismo Político
8. Tripartição (Atividades típicas e atípicas)
9. As 3 ondas de acesso ao Direito- Mauro Cappelletti
10. Julgado do STF+ Mutação

1.CIDADANIA, MORALIDADE, JUSTIÇA E PAZ SOCIAL formam a base da


deontologia do advogado. Deontologia: teoria moral criada pelo filósofo e
jurisconsulto inglês Jeremy Bentham 1748-1832 que, rejeitando a importância de
qualquer apelo ao dever e à consciência, compreende na tendência humana de
perseguir o prazer e fugir da dor o fundamento da ação eticamente correta;
deontologismo. Conjunto de deveres profissionais do médico estabelecidos em um
código específico.
Os advogados têm Munus Público, e a Constituição o reconhece como
indispensável à administração da justiça. A inviolabilidade que a Constituição
confere ao advogado está ligada ao exercício da profissão. É importante contudo
que a sociedade não confunda as figuras do patrono e do patrocinado ainda que
esse último seja reconhecidamente facínora. Salvo se o advogado estiver
formalmente investigado por aliança ao cliente, perderá a imunidade, nos demais
casos seguirá resguardado.
Começando pelo Estatuto e Código de Ética e de disciplina, Regulamento Geral,
provimentos exarados pelo Conselho Nacional da OAB e fechando com os
princípios temos o arco completo da deontologia do advogado brasileiro. (Artigos:
94, 104, 133, II, CF)

Estatuto- LEI 8.906/1994- Lei Ordinária que traz normas gerais sobre o Exercício da
Advocacia.
REGULAMENTO GERAL OAB- Ato Normativo infralegal exarado pelo Conselho
Federal da OAB que aprofunda os temas do estatuto.
CÓDIGO DE ÉTICA- Direitos e deveres do advogado , processo disciplinar e
publicidade. Exarado pelo Conselho Federal da OAB.

2. Campo e Abrangência do Direito: O Direito deve sempre buscar o Mínimo Ético.


Um alcance menor e mais efetivo.
3. Teocracia (Confessional/Laico): Diferenciar os conceitos.
ESTADO LAICO: O laicismo é uma doutrina que defende que a religião não deve
ter influência nos assuntos de Estado. Essa ideia foi responsável pela separação
moderna entre a Igreja e o Estado e ganhou força com a Revolução Francesa
(1789-1799). Portanto, podemos dizer que o Estado laico nasce com a Revolução
Francesa e que a França é a mãe do laicismo. Um Estado é considerado laico
quando promove oficialmente a separação entre Estado e religião. A partir dessa
ideia, o Estado não permitiria a interferência de correntes religiosas em assuntos
estatais, nem privilegiaria uma ou algumas religiões sobre as demais. O Estado
laico trata todos os seus cidadãos igualmente, independentemente de sua escolha
religiosa, e não deve dar preferência a indivíduos de certa religião. Também deve
garantir e proteger a liberdade religiosa de cada cidadão, evitando que grupos
religiosos exercem interferência em questões políticas. Isso não significa dizer que o
Estado é ateu, ou agnóstico.
ESTADO CONFESSIONAL: O Estado confessional é aquele que adota oficialmente
uma ou mais religiões. Existe influência religiosa nas decisões do Estado, mas o
poder secular predomina. Exemplos: Reino Unido, Dinamarca, Butão, Arábia.
ESTADO TEOCRÁTICO: Nas teocracias, as decisões políticas e jurídicas passam
pelas regras da religião oficial adotada. Nesses países a religião pode exercer o
poder político de forma direta, quando membros do próprio clero têm cargos
públicos, ou de forma indireta, quando as decisões dos governantes e juízes (não
religiosos) são controladas pelo clero. Ex. Irã e Vaticano. ESTADO ATEU É
caracterizado pela proibição ou perseguição a práticas religiosas. O Estado não
apenas se separa da religião, mas a combate. Foram Estados ateus: URSS, Cuba,
China, Coreia do Norte, Camboja. Hoje em dia, parte desses países adota a
liberdade religiosa e o secularismo: a Rússia é um país laico; a China garante a
liberdade de crença, apesar de permitir apenas um conjunto de religiões registradas;
e a Coreia do Norte permite oficialmente a liberdade religiosa, mas cerca de 64% da
população norte-coreana não professa nenhuma religião.
E O BRASIL? O Brasil é o maior país católico do mundo, com uma estimativa de
105 milhões de fiéis, o que equivale a 50% da população do país. Mesmo com
maioria católica, o país é oficialmente um Estado laico, ou seja, adota uma posição
neutra no campo religioso, busca a imparcialidade nesses assuntos e não apoiando,
nem discrimina nenhuma religião. Apesar de citar Deus no preâmbulo, a
Constituição Federal afirma no artigo 19, inciso I:
INCISO VI – LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E CRENÇA O artigo 5º, inciso VI da
nossa atual constituição garante que todos os brasileiros e estrangeiros que moram
no Brasil são livres para escolher sua religião, praticar ou professar sua crença e fé,
seja num ambiente doméstico ou em um lugar público. Por isso, as pessoas têm
liberdade de exercício de qualquer tipo de culto religioso, mas essa liberdade não é
absoluta, não pode ser usada pelo argumento das pessoas estar exercendo e
professando sua fé, prejudicar o direito das outras pessoas e nem de outras
crenças. Os governos também não podem agir no sentido de obrigar as pessoas a
adotarem uma ou outra religião ou de proibir os cidadãos de seguirem uma crença e
participarem de cultos, por exemplo. Assim todas as pessoas que residem em
território brasileiro devem ter a liberdade de escolher sua religião ou optar por não
seguir nenhuma religião. Portanto, que o Estado brasileiro não pode se manifestar
religiosamente. E a liberdade religiosa na vida privada está completamente mantida,
desde que separada do Estado.

4. Dignidade da Pessoa Humana: conceito abstrato, aberto, é mais fácil identificar a


indignidade que a própria dignidade. Ou o homem tem dignidade ou tem preço.

5. Valores Constitucionais: Não há hierarquia entre os princípios. Valores


constitucionais são normas abertas, do tipo princípio. Trazem carga axiológica
aberta. Sobrepesadas através de razoabilidade e proporcionalidade.

6. Positivismo Jurídico: Não reconhece o Direito Natural. O positivismo jurídico se


apoia no método descritivo e é uma derivação do positivismo filosófico, aquele que
iguala ciências humanas e ciências exatas. Avançando para o século XX, a filosofia
positivista chegou ao campo do direito avançando por meio da teoria pura do direito
de Hans Kelsen, por essa teoria, moral e direito não se tocam, ou seja, um direito
livre de valores como religião, moral e justiça. O positivismo máximo e total ajudou
por exemplo na construção do Estado Nacional Socialista (nazismo). É importante
situar Kelsen em seu tempo, e a hierarquia das normas permanece como pilar da
ordem jurídica ocidental. Na atualidade, tratamos de positivismo crítico ou pós
positivismo.
O Positivismo jurídico praticamente desconsidera a moral, acha que a norma é um
fim em si mesmo. É possível cumprir uma série de injustiças cumprindo a lei.
Dura lex sed lex.

7. (Artigo 1°, CF) Pluralismo Político: Estudar o conceito!

8.Tripartição (Atividades típicas e atípicas): Atividades típicas e atípicas do Poder


Judiciário A divisão dos poderes no Brasil é realizada através da atribuição das
funções governamentais (legislativa, executiva e jurisdicional) a órgãos específicos.
Desta maneira são compostos os três poderes: O Poder Executivo, que tem a
função executiva, ou administrativa. O poder Legislativo, que, por sua vez,
desempenha a função Legislativa, e o Poder Judiciário, que desempenha a
atividade jurisdicional do Estado. Cada um destes poderes tem suas funções típicas
e atípicas; a que é exercida com preponderância é a típica e a função exercida
secundariamente é a atípica. Uma função típica a um órgão é atípica aos outros,
sendo que o aspecto da tipicidade se dá com a preponderância. Por exemplo, o
Poder Legislativo tem a principal função de organizar e atualizar o ordenamento
jurídico do Estado, sendo esta a sua função típica, preponderante, mas ainda
administra seus órgãos, momento em que exerce uma atividade típica do Executivo,
podendo, também, julgar seus membros. Da mesma forma, a edição de medidas
provisórias pelo Presidente da República é uma função atípica do Poder Executivo.
9. As chamadas 3 Ondas de acesso ao direito por Mauro Cappelletti são:
Assistência aos pobres (hipossuficientes); Representação dos Direitos Difusos (não
têm titular individual) e Duração razoável do processo(maior eficiência).
A primeira onda diz respeito ao obstáculo econômico do acesso à justiça o artigo
5º, inciso LXXIV da Constituição da República, a existência da Defensoria Pública e
o disposto nos artigos 98 a 102 do Código de Processo Civil, são expressões de
materialização desta primeira onda renovatória do acesso à justiça;
A segunda onda refere-se à representação dos interesses difusos (transindividuais)
em juízo com enfoque em defender interesses difusos de forma mais eficaz,
econômica e mais célere. O direito ao meio ambiente saudável, à vida, a proteção
aos idosos, às crianças e adolescentes e a relação de consumo são exemplos de
direitos a serem defendidos como interesses supraindividuais e de forma difusa,
buscando-se um acesso à justiça para esses direitos de forma mais ampla e eficaz.
O próprio sistema microprocessual, composto pela lei de ação civil pública, o código
de defesa do consumidor, ação popular, mandado de segurança coletivo, mandado
de injunção coletivo, dentre outros, é base para dar materialidade a esta onda.
Já a terceira onda está relacionada com a busca de meios para dar mais eficácia,
celeridade e desburocratização ao processo. A Lei 9.099/95, referente aos Juizados
Especiais, prevê um processo que busca a satisfação o direito de forma mais célere
e eficaz, regulamentando mecanismos para tanto. Temos ainda a mediação,
conciliação e arbitragem como exemplos claros desta terceira onda renovatória de
acesso à justiça, trazida com mais detalhes no novo sistema processual cível.
Alguns juristas criticam esta onda sob a justificativa de que direitos processuais
básicos como o contraditório, ampla defesa e o devido processo legal podem restar
ameaçados.

10.Neoconstitucionalismo+Mutação Constitucional: Neoconstitucionalismo- “O


constitucionalismo levado a sério”, nas palavras de Ronald Dworkin. O termo
‘neoconstitucionalismo’ é ibero-americano e traz um conteúdo crítico para a
concretização dos direitos fundamentais. O neoconstitucionalismo se apoia no
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. Ao controlar o
conteúdo da lei, interfere na elaboração de políticas públicas. Trata-se de uma
evolução do constitucionalismo clássico do século XXVIII para o estado
constitucional no pós segunda guerra.

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