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2 Atividade do período de quarentena / 23/04/2020

Nome: Sara Rayanne dos Santos Renildo.


Semestre: 5° Semestre.
Matéria: Direito Processual Civil II
Enunciado
Pedro, brasileiro, solteiro, jogador de futebol profissional, residente no Rio de Janeiro/RJ, legítimo proprietário de um imóvel
situado em Juiz de Fora/MG, celebrou, em 1o de outubro de 2012, contrato por escrito de locação com João, brasileiro,
solteiro, professor, pelo prazo de 48 (quarenta e oito) meses, ficando acordado que o valor do aluguel seria de R$
3.000,00 (três mil reais) e que, dentre outras obrigações, João não poderia lhe dar destinação diversa da residencial.
Ofertou fiador idôneo. Após um ano de regular cumprimento da avença, o locatário passou a enfrentar dificuldades
financeiras. Pedro, depois de quatro meses sem receber o que lhe era devido, ajuizou ação de despejo cumulada com
cobrança de aluguéis perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Juiz de Fora/MG, requerendo, ainda, antecipação de tutela
para que o réu/locatário fosse despejado liminarmente, uma vez que desejava alugar o mesmo imóvel para Francisco. O
magistrado recebe a petição inicial de AÇÃO DE DESPEJO, regularmente instruída e distribuída, e defere a medida liminar
pleiteada, concedendo o prazo de 72 (setenta e duas) horas para João desocupar o imóvel, sob pena de multa diária de R$
2.000,00 (dois mil reais). E ao final da demanda profere a sentença procedente. Você advogado do réu toma conhecimento
da presente decisão, sendo assim, apresente o recurso cabível diferente de embargos de declaração.

a) Qual recurso a ser interposto?


- Como define o Art. 203°; do CPC, os atos do juiz é dividido em, despacho, decisão interlocutória e sentença, assim
após uma leitura minuciosa e estudo do caso, estamos diante de uma sentença, onde o juiz pois fim a fase cognitiva
do procedimento comum , portanto como define o enunciado, diferente de embargos de declaração caberá
APELAÇÃO (Art. 1009; CPC), que devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada para que haja o
reexame da decisão judicial.
- Caso a apelação seja interposta em juízo de primeiro grau(Art. 1.010°; CPC), deverá conter (os nomes e a qualificação
das partes; a exposição do fato e do direito; as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade e o pedido
de nova decisão), caso o recurso seja recebido no tribunal observará o Art. 1011°. CPC.
- O magistrado sentenciou procedente a ação de despejo e defere a medida liminar pleiteada, concedendo o prazo de
72 horas para João desocupar o imóvel , sob pena de multa diária de R$ 2.000,00. Contudo de acordo com o Art.
1.012°; CPC, a apelação terá efeito suspensivo, exceto pelas hipóteses do §1°.
- Como já estudamos os recursos não impedem a eficácia e os efeitos naturais da sentença e decisão do juiz (Art.995°;
CPC), salvo disposição legal ou decisão judicial em sentido diverso, contudo dentro dos efeitos possíveis do recurso,
encontramos o efeito suspensivo, que diz respeito a impossibilidade de a decisão impugnada gerar seus efeitos
naturais enquanto não for julgado o recurso interposto. De acordo com Daniel Amorim diz o recurso não suspender a
eficácia da decisão, mas sim sua recorribilidade, ou seja, se o recurso interposto não tiver previsão legal quanto ao
efeito suspensivo, não existe razão para suspender tais efeitos.
- A apelação como leciona o Art. 1012°; tem efeito suspensivo.
- Lembrando que o efeito suspensivo vem nas hipóteses que o relator e a lei observar risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
- Portanto como a decisão foi negativa para João, o qual deverá desocupar o imóvel em 72 horas, sob pena de pagar
multa diária de R$ 2.000,00, poderá ter efeito suspensivo da decisão.

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Continuação

b) Qual o prazo da interposição o recurso?


- De acordo com o Art. 1.003°; CPC, o prazo para a interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a
sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.
- E o prazo para interpor normalmente os recursos é de 15 (quinze) dias.( Art. 1003°; §5°).

c) Qual natureza jurídica do recurso?


- Quando se fala em natureza jurídica, estamos nos referindo a relevância que determinado assunto tem para o direito
para o direito,
- Portanto a natureza jurídica dos recursos, é porque o mesmo é tratado como uma extensão do direito subjetivo de
ação, pois o mesmo não ficará fora da lide/processo, sendo um prolongamento daquele direito fundamental (o direito
de ação), que é poder de acessar os tribunais e exigir deles um tutela jurisdicional, na qual a parte inconformada com a
decisão proferida, fundamentando os motivos pelos quais a decisão deverá ser modificada seja para reformar,
invalidar, esclarecer a decisão imposta.

d) Discorra sobre o princípio da dialeticidade, conforme a teoria geral dos recursos?


- Os doutrinadores costumam subdividir em dois elementos: o volitivo e o descritivo. O primeiro refere à vontade da
parte em recorrer para que a decisão seja reexaminada, o segundo diz respeito aos fundamentos e pedido constante
no recurso. De maneira objetiva o princípio da dialeticidade corresponde a fundamentação dos recursos, o qual deve
impugnar os pontos especificamente da decisão impugnada, ou seja, permite que a parte interessada no recurso tenha
uma base nas suas intenções, lembrando que este está intimamente ligado ao princípio do contraditório, norteando os
limites da decisão .

e) Cabe recurso adesivo?


Cabe, desde que interposto de maneira adequada e no momento certo, pois o recurso adesivo é aquele que aderi e é
subordinado ao recurso principal ou "independente", ou seja, depende da manifestação da parte contrária.
- Pois o recurso principal é aquele interposto e oferecido dentro do prazo recursal, demonstrando um interesse inicial de
impugnar e contestar, já o recurso adesivo é apresentado no momento de contrarrazões (que também tem prazo de
15 dias).
- O Art. 997°; II: CPC- diz que: será admissível recurso adesivo na apelação; no recurso extraordinário e no recurso
especial.
- Lembrando ainda, que se deve observar se a sentença foi totalmente procedente; parcialmente procedente ou
improcedente, neste caso como Pedro cumulou "ação de despejo com a cobrança dos alugueis atrasados" e teve
apenas um dos pedidos atendidos "AÇÃO DE DESPEJO", poderá aderir ao recurso principal e independente de João,
através de apelação adesiva. Assim como entende o §1° do Art. 997° onde vencidos autor e réu, ao recurso interposto
por qualquer deles poderá aderia ao outro (Sucumbência recíproca).

f) Recurso será de fundamentação livre ou vinculada?


- A fundamentação ou também considerada causa de pedir do recurso é dividida em livre e vinculada, contudo ainda
existem contradições e interpretações doutrinárias acerca de quais recursos são livres e quais são vinculados.
- Os de fundamentação livre significa que o recorrente tem ampla liberdade as matérias a serem alegadas em sua
fundamentação. Não se limitando as determinações expressas em lei.
- Já a de fundamentação vinculada, o recorrente não poderá alegar qualquer matéria, mas sim as matérias expressas
em lei/restrita em lei, devendo mostra uma violação do ordenamento jurídico e aos requisitos constitucionais.
- Portanto a apelação cabe fundamentação livre .

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