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Eduardo Roma

ESTUDO DIRIGIDO
PRÁTICA CÍVEL II
Prof. Eduardo Roma
TEMA: INTRODUÇÃO ÀS IMPUGNAÇÕES JUDICIAIS

1. EMENTA
Do processo nos Tribunais: Ação Rescisória. Sucedâneos recursais. Teoria Geral dos Recursos: conceito, objeto e
objetivo dos recursos no processo civil. Princípios atinentes ao recurso. Admissibilidade dos recursos: requisitos,
classificação dos requisitos e o conteúdo dos recursos. Efeitos dos recursos. Espécies de recursos: Apelação, Agravo,
Embargos infringentes, de Declaração, de Divergência e demais recursos admitidos em lei processual e nos
regimentos dos Tribunais. Recursos nos Tribunais Superiores: Recurso Ordinário, Especial e Extraordinário.

Obs: o Plano de ensino foi apresentado na primeira


semana de aula e encontra-se disponível para os
alunos através do sistema Blackboard.

1.MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DE DECISÕES


JUDICIAIS

É um gênero, composto de duas espécies:

a)Recursos
b)Sucedâneos recursais
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a) Recurso

É o meio de impugnação dotado de voluntariedade,


que possua expressa previsão em lei federal,
desenvolvimento no próprio processo no qual a
decisão impugnada foi proferida; manejável pelas
partes, terceiros prejudicados e Ministério Público;
com o objetivo de reformar, anular, integrar ou
esclarecer decisão judicial.

a) Voluntariedade;

b) Expressa previsão em lei federal;

c) Desenvolvimento no próprio processo no qual


a decisão impugnada foi proferida;

d) Manejável pelas partes, terceiros


prejudicados e Ministério Público;

e) Com o objetivo de reformar, anular, integrar


ou esclarecer decisão Judicial.
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b) Sucedâneos recursais

Todo meio de impugnação, que não gozar dessas


características, será considerado um sucedâneo
recursal.

b1) sucedâneos recursais internos

- São excepcionais, pois realizados dentro do


próprio processo, mas não são recursos.

i. Reexame necessário

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de


jurisdição, não produzindo efeito senão
depois de confirmada pelo tribunal, a
sentença:

I - proferida contra a União, os Estados, o


Distrito Federal, os Municípios e suas
respectivas autarquias e fundações de
direito público;

II - que julgar procedentes, no todo ou


em parte, os embargos à execução fiscal.
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O reexame necessário, não impede


necessariamente a geração de efeitos da sentença,
mas tão somente seu trânsito em julgado.

- Hipóteses em que não se admite o Reexame


Necessário:

 Limitação pelo valor:

- Não haverá reexame necessário quando a


condenação ou o proveito econômico obtido na
causa for de valor certo e líquido inferior a:

I - 1.000 (mil) salários-mínimos para a União e


as respectivas autarquias e fundações de direito
público;

II - 500 (quinhentos) salários-mínimos para os


Estados, o Distrito Federal, as respectivas
autarquias e fundações de direito público e os
Municípios que constituam capitais dos Estados;

III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os


demais Municípios e respectivas autarquias e
fundações de direito público.

 Limitação por existir precedente judicial:

- Não haverá o reexame necessário quando a


sentença estiver fundada em:

I - súmula de tribunal superior;


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II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal


Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
julgamento de recursos repetitivos;

III - entendimento firmado em incidente de


resolução de demandas repetitivas ou de assunção
de competência;

IV - entendimento coincidente com orientação


vinculante firmada no âmbito administrativo do
próprio ente público, consolidada em manifestação,
parecer ou súmula administrativa.

Obs: Proibição da Reformatio in pejus

ii. Correição parcial

- É instrumento cabível diante da inversão da ordem


na prática dos atos procedimentais, gerando como
consequência uma confusão procedimental.

- Sua utilização foi diminuída pois nesses casos


pode ser impetrado o agravo de instrumento.

- pode ser utilizada ainda quando o juiz deixar de


proferir decisão que lhe cabia. Como não houve
decisão, não caberia agravo, dai se utilizaria a
correição.

- As decisões interlocutórias não recorríveis por


agravo de instrumento também poderão ser
impugnadas por correição parcial, desde que gerem
confusão processual.
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iii. Pedido de reconsideração

É decorrente de construção jurisprudencial. Não


possui previsão legal.

Deve ser interposto no prazo recursal, contudo, não


interrompe nem suspende o prazo recursal

b1) sucedâneos recursais externos

São as chamadas: Ações Autônomas de


Impugnação

- São desenvolvidos por um processo diferente


daquele no qual a decisão impugnada foi proferida.

- são elas:

Ação rescisória,
Ação anulatória;
Ação de querela nullitatis,
Reclamação constitucional,
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Mandado de segurança contra decisão judicial;


Embargos de terceiro.

II. EFEITOS RECURSAIS

a) Efeito obstativo

- Diz respeito à preclusão temporal e sua relação


com a interposição do recurso.

- impede o trânsito em julgado;

- Impede a execução definitiva.

b) Efeito devolutivo

É a transferência ao órgão ad quem do


conhecimento de matérias que já tenham sido
objeto de decisão no juízo a quo.

- crítica ao nome do efeito.

- todo recurso gera efeito devolutivo, variando-se


somente sua extensão e profundidade.

b1) - quanto à extensão – dimensão horizontal


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É a matéria impugnada pelo recorrente, podendo o


recurso ser total ou parcial.

Ex: Art. 1.013. A apelação devolverá ao


tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.

Na prática: condenação por danos materiais


(emergentes e cessantes) e danos morais. Ação
procedente em parte!

b2) quanto à profundida – dimensão vertical

Uma vez fixada a extensão do efeito devolutivo, a


profundidade será uma consequência de tal efeito,
de forma que independe de qualquer manifestação
pelo recorrente.

Contudo, é adstrita ao capítulo impugnado


(dimensão horizontal).

Art. 1.013. A apelação devolverá ao


tribunal o conhecimento da matéria
impugnada.

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação


e julgamento pelo tribunal todas as
questões suscitadas e discutidas no
processo, ainda que não tenham sido
solucionadas, desde que relativas ao
capítulo impugnado.
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§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver


mais de um fundamento e o juiz acolher
apenas um deles, a apelação devolverá
ao tribunal o conhecimento dos demais.

Ex. defesa de mérito alegando prescrição e


subsidiariamente compensação.

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