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RESUMO DE CONTEÚDO: OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA E INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Três Poderes
Os três poderes, independentes e coesos entre si, são categorias dos
poderes políticos presentes na democracia de um país.
Assim, quando pensamos na Política de um Estado, em sua estrutura e
organização, existem três poderes políticos que norteiam suas ações, são eles:

 Poder Executivo
 Poder Legislativo
 Poder Judiciário

Respectivamente, esses poderes são destinados a: executar as resoluções


públicas, produzir as leis e julgar os cidadãos.

História
Desde a antiguidade muitos estudiosos, pensadores e filósofos discutiam
questões sobre a Política e sua organização.

Entretanto, foi o filósofo, político e escritor francês Charles-Louis de


Secondat (1689-1755), mas conhecido por Montesquieu, quem desenvolveu, no
século XVIII, a “Teoria da Separação dos Poderes”. Essa Teoria relatada em sua
obra “O Espírito das Leis”, apresentava a divisão dos poderes políticos e seus
respectivos campos de atuação.

Vale lembrar que, antes de Montesquieu outros grandes filósofos já


haviam feito referência sobre a importância desse modelo de Estado. Como
exemplo notório, temos o filósofo grego Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) e sua
obra intitulada “Política”. Desde aquela época, o objetivo central da divisão dos
poderes no campo político era o de descentralizar o poder. Isso porque ele
estava concentrados nas mãos de um pequeno grupo. A ideia central era de
favorecer um Estado mais justo, democrático e igualitário para todos os
cidadãos.
Os Três Poderes e Suas Funções
Cada categoria de poder político possui seu campo de atuação, a saber:

Poder Executivo

O Poder Executivo, como o próprio nome já pressupõe, é o poder destinado a


executar, fiscalizar e gerir as leis de um país.

No âmbito deste poder está a Presidência da República, Ministérios, Secretarias


da Presidência, Órgãos da Administração Pública e os Conselhos de Políticas
Públicas.

Sendo assim, essa escala do poder decide e propõe planos de ação de


administração e de fiscalização de diversos Programas (social, educação, cultura,
saúde, infraestrutura) a fim de garantir qualidade e a eficácia dos mesmos.

É válido destacar que no município, o Poder Executivo é representado pelo


Prefeito enquanto a nível estatal é representado pelo Governador.

Poder Legislativo

O Poder Legislativo é o poder que estabelece as Leis de um país. Ele é


composto pelo Congresso Nacional, ou seja, a Câmara de Deputados, o Senado,
Parlamentos, Assembleias, cuja atribuição central é de propor leis destinadas a
conduzir a vida do país e de seus cidadãos. O Poder Legislativo, além de
desempenhar o papel de elaboração das leis que regerão a sociedade, também
fiscaliza o Poder Executivo.

Poder Judiciário

O Poder Judiciário atua no campo do cumprimento das Leis. É o Poder


responsável por julgar as causas conforme a constituição do Estado. É composto
por juízes, promotores de justiça, desembargadores, ministros, representado
por Tribunais, com destaque para o Supremo Tribunal Federal – STF.

Essencialmente, o Poder Judiciário tem a função de aplicar a lei, julgar e


interpretar os fatos e conflitos, cumprindo desta forma, a Constituição do
Estado.
Curiosidades
 A “Teoria dos Três Poderes” do Filósofo Montesquieu, influenciou na criação
da Constituição dos Estados Unidos. Com isso, a divisão dos três poderes da
esfera política, tornou-se a base de qualquer Estado Democrático
Contemporâneo.
 O mais antigos dos três poderes é o Poder Judiciário, uma vez que na cidade
Grega de Atenas existiam tribunais formados pelo povo. Além de possuírem
suas funções legislativas, tinham como principal intuito julgar as causas dos
cidadãos atenienses.
 A Constituição Brasileira adotou a Tripartição de Poderes — Legislativo,
Executivo e Judiciário — na Constituição de 1891.
 No Brasil, o Poder Executivo e o Poder Legislativo são definidos a partir de
votação direta, enquanto o Poder Judiciário é direcionado por ministros
indicados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado.

Intolerância religiosa
A intolerância religiosa é uma forma de preconceito por conta da religião. Geralmente, a
intolerância religiosa manifesta-se por meio de discriminação, profanação e agressões.

A intolerância religiosa é o ato de discriminar, ofender e rechaçar religiões,


liturgias e cultos, ou ofender, discriminar, agredir pessoas por conta de suas
práticas religiosas e crenças. A intolerância religiosa está marcada na história da
humanidade, principalmente porque, no passado, era comum o estabelecimento de
pactos entre as religiões, em especial as institucionalizadas, como o cristianismo, e
os governos.

A religião foi um meio de demarcar o poder político e controlar a


população. Houve, inclusive, um período em que os cristãos foram perseguidos e
criminalizados no Império Romano. Hoje, o pensamento republicano e, em especial,
a democracia impedem que, ao menos teoricamente, exista um vínculo direto entre
Estado e religião, formando o que chamamos de Estado laico.

Infelizmente, a intolerância religiosa ainda é uma realidade que assola comunidades


em todo o mundo. No Brasil, esse problema está relacionado majoritariamente
ao racismo, pois a intolerância religiosa é praticada, em maior escala, contra os
adeptos das religiões de matriz africana. Nesse caso, a intolerância religiosa carrega
uma vontade de anular a crença associada aos povos originários da África.
O islamismo é uma religião que sofre preconceito, pois tem a sua imagem
associada ao terrorismo.

Lei sobre a intolerância religiosa


O Brasil é, ao menos teoricamente e do ponto de vista jurídico, um país
laico. Nós respeitamos, enquanto Estado Nacional, as predisposições estabelecidas
na Declaração Universal dos Direitos Humanos. O artigo 5º da Constituição Federal
de 1988 também assegura a igualdade religiosa e reforça a laicidade do Estado
brasileiro. Para além da garantia constitucional e do pacto estabelecido
pela ONU por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos, existe a Lei nº
9.459, de 13 de maio de 1997, que em seu primeiro artigo prevê a punição para
crimes motivados por discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional. Quem praticar, induzir ou incitar a discriminação por conta dos motivos
citados pode ser punido com um a três anos de reclusão e aplicação de multa.
Apesar da clara ofensiva de punição garantida pela lei 9.459/97, não há uma lei
específica para tratar somente dos casos de intolerância religiosa.
Intolerância religiosa e xenofobia
Assim como o racismo, a xenofobia também está intimamente relacionada à
intolerância religiosa. Como a religião é uma característica muito marcante na
cultura de um povo, pode-se usar o ataque à religião como o ataque àquele
povo. Um exemplo disso está no problema da xenofobia enfrentado por povos, em
geral muçulmanos provenientes do Oriente Médio, na Europa e nos Estados
Unidos.

A partir de experiências isoladas com islâmicos radicais provenientes da


tradição xiita, setores conservadores ligados a um pensamento cristão fanático
criaram uma aversão ao islamismo e espalham essa aversão para demarcar a sua
aversão aos povos que entram em seu território nacional. Isso significa que, após as
ondas migratórias de palestinos, sírios e africanos para várias partes do mundo, as
alas mais conservadoras de alguns países estão buscando subterfúgios na religião
para manter os estrangeiros longe.

Intolerância religiosa no Brasil

Líder religioso candomblecista usando as vestes comuns de sua religião.

Dados levantados pelo antigo Ministério dos Direitos Humanos apontam


que, entre 2015 e 2017, houve uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15
horas no Brasil. O disque 100, número destinado à denúncia gratuita de
intolerância religiosa, inclusive quando praticada por parte de agentes públicos e
órgãos estatais, tem maioria de registros em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais, respectivamente|1|.

Segundo as estatísticas, 25% de todos os agressores são identificados como


brancos e 9% das ocorrências dizem respeito a atos praticados dentro de casa. A
maior parte das vítimas de intolerância é composta por adeptos de religiões de
matriz africana. Os católicos (64,4% dos brasileiros) registram 1,8% das denúncias
de intolerância, e os protestantes (22,2% da população) registram 3,8% das
denúncias. Ao mesmo tempo, os adeptos de religiões de matriz africana
(candomblé, umbanda e outras denominações), que, juntos, representam 1,6% da
população brasileira, também representam cerca de 25% das denunciantes de
crimes de ódio e intolerância religiosa|2|.

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