Considerando Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º,
inciso VI, dispõe que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias [1]. Considerando LEI MUNICIPAL Nº 8.488, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2020 Considerando LEI MUNICIPAL Nº 8.413, DE 21 DE AGOSTO DE 2019. Considerando Lei nº 9.459/97; Considerando Lei Federal 12288; Considerando Decreto Federal 6040; Considerando ainda que estas atitudes racistas, preconceituosas, discriminatórias e vexaminosas tão recentes em nosso país são a grande falta de conhecimento dos nossos costumes e tradições, e não toleraremos crimes nem falta de respeito. Por duas vezes a Comunidade de Terreiro Santa Sara Kali, localizada no Cassino após 12 anos de funcionamento no mesmo local sofre agressões a sua estrutura física durante os dias de atividades; uma comunidade ativa diante das comunidades em vulnerabilidade, uma comunidade de terreiro que presta seus serviços sociais mensalmente, paga seus impostos e mantém suas obrigações e deveres em dia, acaba sendo apedrejada e tem seu telhado quebrado. Não se pode permitir tais atos em plena época da democracia e abrigados em uma Nação miscigenada e multiétnica como a brasileira, em um estado que agrega a maior parte dos adeptos das religiões de terreiros, nos deparamos com expressões de ódio, racismo e intolerância. Por todo exposto, em defesa do Estado Democrático de Direito, do Estado Laico e dos princípios constitucionais de dignidade e de liberdade de consciência, de religião e de convicção, perpetuados na Magna Carta Republicana de 1988 (Constituição Federal), em favor da prática da tolerância religiosa e da cultura de paz e em conformidade com seus princípios e missão institucional, o Instituto repudia veemente toda pratica que atente contra a dignidade humana, a prática de qualquer culto ou religião principalmente os cultos de terreiro ou seus adeptos, decorrente de misantropia, segregação racial, ou ódio religioso. Diante de fatos tão tristes, manifestamos nossa solidariedade a Sacerdotisa e dirigente Lucia Bezerra e todos, todas e todes da sua tradição que vítimas desses ataques e ressaltamos o nosso compromisso com a pluralidade das inúmeras fés brasileiras, repudiando, confrontando e combatendo o racismo religioso. Importante salientar que, além do direito constitucionalmente garantido de todos, sem exceção, professarem a sua fé, os atos destacados configuram crime de acordo com o código penal pátrio, extrai-se da letra da lei que dos crimes contra o sentimento religioso, constam o ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, que descreve o ato da seguinte maneira: Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem prejuízo da correspondente à violência. Declaração Universal dos Direitos Humanos Artigo II 1 - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo XVIII Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular. Através do nosso Núcleo De defesa de Direitos estaremos auxiliando para tomar todas as providências judiciais. A direção.