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PAUTA: INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Editoria: Sociedade

Tema/Assunto: Segundo dados apresentados pelo Ministério de Direitos Humanos, em 2022


foram registrados mais de 1.000 casos referentes à intolerância religiosa, com um aumento de
45% quando comparado a 2020. No começo de 2023 o atual presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sancionou a Lei 7.716/1989 que equipara os crimes de injúria racial e protege a liberdade
religiosa de cada indivíduo. O decreto, agora, apresenta uma pena de 2 a 5 anos para quem
impedir qualquer manifestação religiosa ou ofensa discriminatória.

Resumo do fato

Com a recente mudança na lei que pune a intolerância religiosa no Brasil, os crescentes casos
de preconceito a religiões de matriz africana em 2022 e o caso de racismo religioso
presenciado no Big Brother Brasil, da TV Globo, muito se discute sobre a ocorrência desses
casos no Brasil e sua ligação com o racismo. A reportagem especial abordará os efeitos deste
crime na vida dos afetados entre variadas religiões presentes no Brasil, como candomblé,
umbanda, espiritismo, islamismo e judaísmo, ao apoio às vítimas (por meio da lei e pela
sociedade) e as propostas atuais que visam combater tais práticas intolerantes e racistas no
território nacional.

Enfoque / angulação

- Quais as implicâncias do crime de intolerância religiosa na vida social e profissional de


praticantes de religiões não-cristãs, em especial as de matriz africana, alvos mais
frequentes para os atos?
- Como as leis atuam contra os crimes de intolerância religiosa? Desde que leis mais
rigorosas foram sancionadas, os casos diminuiram?
- Como fica a expressão da fé para aqueles que foram vítimas de ataques e depredações
por parte de criminosos? Como a história das religiões de matriz africana no Brasil,
principais alvos, foi moldada para sobreviver aos ataques desde a chegada dos
escravizados no território nacional?
- A partir da apuração com fontes vítimas deste crime, entender a ligação entre
intolerância religiosa e crime de racismo;
- Como funcionam os grupos que apoiam as comunidades muçulmanas, judaicas e de
matriz africana no Brasil?

Sugestões de fontes e entrevistados


Beth Aguiar: Vítima de intolerância religiosa por ser candomblecista; após o caso fez um post
sobre o ocorrido no LinkedIn desabafando sobre como seu chefe a queria fora do equipe por
conta de sua religião.

Omar Saleh: advogado da Comissão especial de Liberdade Religiosa da OAB/SP, vice-


presidente da Associação Nacional de Juristas Islâmicos desde jul/2021; realiza palestras para
a comunidade islâmico-brasileira sobre liberdade religiosa no viés jurídico.

Vereador Danilo Cortez de Souza, conhecido como “Danilo do Posto de Saúde”: veredor da
cidade de São Paulo responsável pela proposta da Semana da Diversidade Religiosa.
- Contato: danilodoposto@saopaulo.sp.leg.br ou instagram.com/danilodopostosaude/
Ivanir dos Santos: professor e orientador no Programa de Pós-graduação em História
Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coordenador da Coordenadoria de
Religiões Tradicionais Africanas, Afro-brasileiras, Racismo e Intolerância Religiosa
(ERARIR/LHER/UFRJ), Interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR),
ex-subsecretário de direitos humanos do Rio de Janeiro.
- Lattes: http://lattes.cnpq.br/3572775890089604 .

Francirosy Campos Barbosa: Pós Doc pela Universidade de Oxford em Teologia Islâmica;
coordenadora do GRACIAS - Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes,
orientadora do primeiro Relatório de Islamofobia no Brasil.
- Lattes: http://lattes.cnpq.br/4600661822879971

Perguntas-chaves a serem feitas a cada entrevistado

Beth Aguiar:

- Antes desse caso você passou por alguma situação parecida dentro da empresa? E fora
dela?
- Na publicação você diz ter sofrido essa agressão de alguém que você gostava e era próxima
dentro da empresa. Após ouvir as falas do indivíduo sobre sua religião e o pedido demissão,
como você se sentiu?
- O ambiente de trabalho era inclusivo ou aparentava ser?
- Quando tocava no assunto de religião com outros colegas você sentia algum tipo de
resistência da parte deles?

Informações complementares
● Leis contra a intolerância religiosa:
1. O Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/1940), em seu artigo 208,
estabelece que é crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de
crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto
religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”;
2. Já o Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010) tem, em seu capítulo III,
quatro artigos que tratam do direito à liberdade de consciência e de crença e ao
livre exercício dos cultos religiosos. O primeiro deles, o artigo 23, assegura que “é
inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais
de culto e a suas liturgias”; já o artigo 26 da Lei determina que “o poder público
adotará as medidas necessárias para o combate à intolerância com as religiões
de matrizes africanas e à discriminação de seus seguidores”;
3. Por fim, podemos citar a Lei 7.716/1989, que define os crimes resultantes de
preconceito de raça ou de cor. De acordo com seu artigo primeiro “serão punidos,
na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. FONTE: Defensoria Pública do
Estado do Paraná
● Relatório sobre a islamofobia no Brasil, divulgado em 2022 por pesquisadores da USP:
https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/pesquisadores-da-usp-lancam-o-primeiro-
relatorio-sobre-islamofobia-no-brasil/
Projeção Fotográfica e Gráfica

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