Determinantes Sócio Histórico

do Direito
Intolerância Religiosa e
Normas Jurídicas
Combate à Intolerância
Religiosa
Allicya Georgya da Motta de Paula Silva
Ana Pula Silva Valentim
Evellyn Moreira Figueiredo
Mariana Madeiro Salvino de Araújo
Mylena Villas Bôas
Raiara da Silva Oliveira Machado
Tayná da Silva Pereira
 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade falar sobre a intolerância religiosa. Ele está
organizado em 3 etapas. Na etapa 1 foi feita uma pesquisa exploratória onde pesquisamos
instituições, projetos e eventos acadêmicos que combatem a intolerância religiosa. Na
etapa 2 foi realizado um estudo de caso onde realizamos uma entrevista com o Luiz
Felipe de Paula Campos, advogado e frequentador de religiões de matrizes africanas. Na
entrevista ele relatou suas vivencias e projetos para evidenciar as lutas que as pessoas de
matrizes africanas sofrem. Na etapa 3 realizamos uma discussão jurídica onde associamos
a intolerância religiosa as leis. E a importância e aplicação dessas leis na sociedade.
 I- PESQUISA EXPLORATÓRIA
I- Instituições levantadas

Defensoria Pública do Estado do Paraná

Endereço: R. José Bonifácio, 66 - Centro, Curitiba - PR, 80020-130

Reafro – Projeto da UFF Campos

Endereço: Rua José do Patrocínio, 71 - Centro, Campos dos Goytacazes – RJ, 28010
– 385

Aracajú sem racismo

Endereço: Aracajú
 I- PESQUISA EXPLORATÓRIA
2- Eventos acadêmicos pesquisados
Intolerância Religiosa – Mentes em Pauta: Dra. Ana Beatriz Barbosa e Alex Rocha
Neste debate eles dão início a uma breve explicação de seu conceito, que é a não aceitação
da religiosidade alheia, questionando e impondo sua doutrina como a verdade universal. Destacando
que atualmente há muitos conflitos até mesmo dentro da própria família, onde era para ser um
ambiente saudável, se torna hostil, devido a dificuldade de aceitação e de desvincular as tradições por
ela impostas. Não existe religião certa e errada, todas são aceitas se faz bem, não prejudicando o
outro, ou usando-a para explicar a maldade humana.

Racismo permeia a intolerância religiosa no Brasil: João Moura

O teólogo, João Moura, mestre em ciências e religião, integrante do projeto “Usina de Valores”, do
Instituto Vlademir Herzog, que tem como princípio “A desnaturalização da violência e valores que
disseminam a cultura dos Direitos Humanos”. Nessa entrevista realizada na Rádio Brasil Atual, onde é
contado e discutido um tema extremamente importante e atual em nossa sociedade: A intolerância
religiosa. As religiões mais atingidas são aquelas de matriz africana com o agravante do racismo.
Também é apontado pelo teólogo que “a melhor forma de combater essa intolerância é criar uma
cultura de Direitos Humanos onde suas singularidades são respeitadas e sua crença tenha plena
liberdade, que o Estado não seja um aparato para uma doutrina ou outra, que não tenha envolvimento.”
Ser intolerante não diz respeito só no meio teológico, e sim, no social regido pelo estruturalismo.
 II- ESTUDO DE CASO
Entrevista feita com o Advogado Luiz Felipe de Paula
.Campos na OAB 57a Subseção Barra da Tijuca Avenida das Américas n 3959 /
Marapendi shopping

O Advogado quando era estagiário , no final da faculdade fundou um projeto chamado

Judicializando o Axé , que foi um projeto que ele começou a ver que o povo dos
terreiros, roças tem uma certa debilidade e deficiência em relação à informação. Nesse
percurso ele começou a frequentar os terreiros dos centros de umbanda e viu que a
maioria são distantes por conta das perseguições policiais. Havia um contexto histórico
não muito favorável da polícia perseguir terreiros e apreender os artefatos usados nos
cultos . Existe um movimento muito importante que foi a retirada do museu da polícia
civil dos artefatos que foram apreendidos e levados a um outro museu histórico ou seja
retiraram o que era essencial para a prática e colocaram para a história do museu de arte
descumprindo o que diz na Constituição de 1988 que protege formalmente o exercício
religioso, local onde é praticado e até mesmo quem não tem nenhuma crença. Um fator de
importância que foi citado na entrevista foi que não dá para falar de intolerância religiosa
sem falar do racismo, que existe há mais de quinhentos anos desde o período colonial ate
 II- ESTUDO DE CASO
até os dias atuais, por exemplo atualmente no nosso sistema judiciário possuímos cento e
oitenta e nove desembargadores brancos e somente um negro. O mesmo citou o ocorrido
recente de um motorista de aplicativo que se recusou a levar três passageiras porque
estavam vestidas de trajes típicos da religião afro-brasileira , neste caso os vestidos
brancos e os Ojás (pano da cabeça). Outro fato exposto foi um caso que ele trabalhou em
que seu cliente que era tradutor e intérprete de libras da igreja católica foi expulso do
trabalho por ser umbandista , o mesmo era homossexual , porém quando descobriram a
sua religião ele foi expulso na frente de todos e infelizmente o caso foi arquivado por
conta de um depoimento eclesiástico.
Atualmente já existe instituições que lidam com essas questões , aqui no Rio de Janeiro
temos a DECRADI, Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância , que foi
fundada no dia 13 de dezembro de 2018 e é um órgão público criado para o combate aos
crimes de racismo e homofobia , preconceito , e intolerância , sobretudo religiosa contra
as religiões de matriz africana , a exemplo do Candomblé e Umbanda. A DECRADI é um
projeto antigo (2003) que demorou a ser fundado porque necessitava de uma série de
coisas, como por exemplo questão de verbas , manutenção sanitária, funcionários ,
maquinário.
III- ANÁLISE JURÍDICA
Apresentação da lei

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer

natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade [.. .] VI - é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantido, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e suas liturgias (…) (BRASIL, 1988, pág.2)
 III-ANÁLISE JURÍDICA
Argumentação
Como fonte do direito, o Artigo 5º, Inciso VI da Constituição orienta a atuação do
legislador na elaboração de leis que garantam o pleno exercício da liberdade de
consciência, crença e culto. Além disso, esse dispositivo serve de referência para a
atuação do Poder Judiciário na interpretação e aplicação das leis relacionadas a esses
direitos. A jurisprudência também pode ser influenciada pelo Artigo 5º, Inciso VI,
pois os tribunais têm o papel de proteger e garantir o exercício desses direitos
fundamentais. As decisões judiciais podem se basear nesse dispositivo
constitucional para interpretar casos concretos relacionados à liberdade de expressão
e liberdade religiosa. A doutrina jurídica também se utiliza do mesmo como
referência em suas análises e estudos. Os juristas podem discutir e desenvolver
teorias jurídicas sobre a liberdade de expressão e religiosa, considerando as
diretrizes nesse dispositivo constitucional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Relevância do tema
O estudo sobre a intolerância religiosa é imprescindível no campo do Direito. Pois é
importante desconstruir séculos de preconceito e racismo, sabendo-se que o grupo
que mais sofre são os praticantes de religiões de matriz africana. Também visando
na criação de leis para ressalvar as vítimas deste crime, que muitas vezes sofrem
agressões verbais e até mesmo físicas, tendo templos destruídos consequentemente
impedidos de praticarem sua religião.
Ao decorrer do projeto , alguns pontos não foram abordados por várias questões,
como por exemplo uma entrevista com um líder religioso evangélico, que apesar de
não serem a maioria das vítimas desse tipo de preconceito, também são alvos. Seria
interessante colher depoimentos de mulçumanos que vivem em mesquitas
localizadas no Rio de Janeiro e em muitos outros estados do país.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.
Defensoria Pública do Estado do Paraná. Luta contra a Intolerância Religiosa também é
trabalho da Defensoria Pública. Disponível em:
https://www.defensoriapublica.pr.def.br/Noticia/Luta-contra-Intolerancia-Religiosa-tambe
me-trabalho-da-Defensoria-Publica
.
Reafro - Projeto da UFF Campos. Disponível em: https://www.uff.br/?q=noticias/20-06-
2017/reafro-projeto-da-uff-campos-debate-liber.
Prefeitura de Aracajú. Prefeitura atua contra a intolerância e pela promoção da igualdade
religiosa. Disponível em:
https://www.aracaju.se.gov.br/noticias/98686/prefeitura_atua_contra_a_intolerancia_e_pe
la_. Intolerância …
Obrigado!