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MANUAL DE BOAS VINDAS ACOUCAI

TRABALHANDO PELA UNIÃO!


ASSOCIAÇÃO DAS COMUNIDADES TRADICIONAIS E DE CULTURA POPULAR BRASILEIRA
CNPJ: 24.302.053/0001-25

Bem vindos (as) a ACOUCAI – Associação das Comunidades Tradicionais e de Cultura


Popular Brasileira!

Nosso objetivo maior é a união de nosso povo das religiões de matriz afro-brasileira e
brasileira, a fim de podermos nos colocar perante a sociedade em que estamos inseridos, na
busca de nossos direitos, bem como no cumprimento de nossos deveres, escrevendo assim
nossa história contemporânea de forma plena e efetiva.

Fazendo parte de nossa associação, vocês estão fazendo parte de um movimento


revolucionário em prol de nossa religiosidade, que envolve não só a construção do maior
santuário ecológico inter-religioso da América Latina, como também:
- a conquista de novos santuários ecológicos em todos os estados de nossa federação;
- a luta política engajada pelos direitos de nossos povos, através de leis e ações jurídicas,
pelos meios e com profissionais competentes;
- a criação de um colegiado de Umbanda, que sirva como base de estudo, discussão pró ativa
e orientação a todos os dirigentes e membros dos terreiros;
- a facilitação para a adequação estrutural e jurídica dos terreiros, dentro das exigências
governamentais, quer sejam municipais, estaduais ou federais;
e muitas outras conquistas.

Bem vindos (as) e muito axé!

____________________
Leandro Barbieiri
Presidente Nacional ACOUCAI

Rua Victoria Zoppi, nº 54 – Vila Costa e Silva | CEP 13.344-200 | Indaiatuba / SP


Tel.: (19) 3816-2636 (19) 99258-8655 | e-mail: contato@acoucai.com.br
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Conhecendo seus Direitos

Com o objetivo de informar à comunidade das religiões de matriz afro-brasileiras e


brasileiras sobre seus direitos perante a lei, a ACOUCAI organizou um resumo dos direitos
que são garantidos pela Constituição Federal e pelo Código Penal e que asseguram a
Liberdade de Culto e de Locais de Culto:

1. LEGISLAÇÃO E RELIGIÕES DE MATRIZ AFRO

Por se tratar de religião e cultura, o Candomblé e a Umbanda são duplamente protegidos na


forma da lei pela Constituição da República Federativa do Brasil.
O artigo 208 do Código Penal Brasileiro prevê, para o crime de ultraje a culto e
impedimento ou perturbação de ato a ele relativo, pena de detenção de um mês a um ano
ou multa. Para que todas as pessoas que professam estas religiões fiquem cientes dos seus
direitos, é bom observar com atenção os artigos constitucionais que podem e devem ser
evocados quando qualquer cidadão se sentir aviltado no que diz respeito à liberdade de
crença religiosa.

“Artigo 208: Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função


religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar
publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, a pena é aumentada de um terço, sem
prejuízo da correspondente a violência.”

O artigo 5º da Constituição Federal:

“Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.”

Portanto, como a Constituição assegura que não deve haver distinção religiosa de qualquer
natureza, católicos, protestantes, evangélicos, umbandistas, espíritas, budistas,
muçulmanos, candomblecistas, etc. são iguais em direitos e obrigações, estando, pois,
submetidos às mesmas leis.

O inciso VI do artigo 5º da Carta Política de 1988, que diz:

“É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre


exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e a suas liturgias.”

Ainda na Constituição Federal, o parágrafo 1º do artigo 215 deixa muito claro que o
Candomblé e a Umbanda são, também, evidente manifestação da cultura popular brasileira
e contam com a proteção do Estado:

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“Artigo 215: O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e
acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e difusão
das manifestações culturais.
Parágrafo 1º: O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas
e afro-brasileiras, e dos outros grupos participantes do processo civilizatório
Nacional.”

Como fica a situação quanto a intervenções policiais?

Considerando que a proteção aos locais de culto e a suas liturgias é garantida na forma da
lei, é dever da polícia, quando solicitada, prestar assistência aos adeptos para que possam
cumprir seus rituais com segurança e não o impedir, por exemplo, de fazer oferendas. Fazer
uma oferenda a Exu numa encruzilhada é um direito, assim como é um direito do crente
pregar em praça pública ou do católico fazer procissões. A polícia também não pode invadir
um terreiro de Candomblé ou de Umbanda, a menos que dentro dos trâmites legais.

Todos têm direito à liberdade religiosa, que não atinge um grau absoluto, pois não são
permitidos a nenhuma religião ou culto atos atentatórios à lei, sob pena de
responsabilidade civil e criminal. Adepto de nenhuma religião, por exemplo, pode evocar o
inciso VI do artigo 5º da Constituição, ou seja, de suas convicções religiosas, para livrar-se
dos crimes estipulados no artigo 208 do Código Penal. Há que se observar o inciso VIII do
artigo 5º da Constituição Federal, que diz:

“Ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou convicção


filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.”

O Brasil, por meio do Pacto de São José da Costa Rica, se comprometeu a respeitar o
sentimento religioso, avalizando o documento que no artigo 12.1 da Convenção diz:

“Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica
a liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de
crenças, bem como a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças,
individual ou coletivamente, tanto em público como em privado.”

Os templos de Candomblé e Umbanda e seus sacerdotes devem começar a reivindicar os


privilégios e isenções que a lei assegura aos ministros de confissão religiosa e às suas igrejas,
como o direito a prisão especial, a contribuição à Previdência Social na qualidade de
sacerdote e a desobrigação de recolher alguns impostos, como o IPTU. É importante
também difundir a Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, não só entre as pessoas das
religiões de matriz africana, mas para toda a sociedade, especialmente entre os negros que
sofrem muito mais com o preconceito que, mesmo camuflado pelo mito da democracia
racial, existe no Brasil.

Isso serve para ratificar que o caminho para viver plenamente a cidadania é o da consciência,
que passa, necessariamente, pelo reconhecimento das leis que asseguram os direitos de

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todos os cidadãos, brancos ou negros, crentes, de Umbanda ou de Candomblé, ricos ou


pobres.

2. COMO LEGALIZAR SEU TERREIRO

O primeiro passo para a legalização de seu terreiro é procurar a ACOUCAI, indo em nossa
sede ou pelo whatsapp: (19) 99110-8289.

Você receberá um certificado associativo para o terreiro e outro para o sacerdote, bem
como a carteira de identificação como Sacerdote. As demais pessoas do templo poderão ter
também uma carteira de identificação como adeptos da religião e usufruir dos benefícios da
associação.

O segundo passo é informar a associação sobre seu interesse em regularizar o terreiro, daí
irá receber suporte para elaboração do estatuto ou inda contratar os serviços para a
realização deste serviço, bem como assessoria especializada, qual será possível iniciar o
processo no cartório específico para obter sua inscrição como pessoa jurídica (CNPJ).

O terceiro passo é de se informar sobre as leis municipais, tais como “lei do psiu” (lei do
silêncio), lei da ordem e meio ambiente (poluição sonora).

Recomendamos fortemente que se mantenha a política da boa vizinhança e sempre que


houver festividades dentro de sua casa de culto, converse e convide vizinhos, pois estas leis
serão aplicadas quando quaisquer um deles se sentirem incomodados com o barulho
causado por você.

O quarto passo: informados sobre as leis, você será informado sobre as taxas que deverá
pagar para as despesas com cartórios e quaisquer outras necessárias para a liberação de seu
alvará. As taxas poderão ser pagas à vista ou de acordo com a entrada de cada documento.
O valor das taxas varia de acordo com cada órgão. Regularizando seu templo de acordo com
as leis municipais, com o estatuto e documentação em mãos, você poderá ter o
funcionamento amplo de sua casa sem problemas futuros.

3. ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS COMO EMPRESAS

As entidades religiosas estão inseridas no grupo denominado TERCEIRO SETOR, uma vez que
atuam no segmento que não possui finalidade lucrativa, mas compreendem a reunião de
pessoas para um fim comum, em prol de interesses coletivos, ainda que individualmente
alcançados.

Sobre as organizações religiosas como empresas, existe sim a obrigação de apresentação


anual da Declaração de Imposto de Renda e da DCTF semestral a Receita Federal, da RAIS ao
Ministério do Trabalho, recolhimento de INSS e FGTS de funcionários e prestadores de
serviço, recolhimento de PIS sobre a folha de pagamento e retenção de imposto na fonte,

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elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, do Programa de Controle


Médico e de Saúde Ocupacional, do Perfil Profissional, entre outros.

Para os órgãos fiscalizadores as organizações religiosas em geral estão obrigadas ao


cumprimento destas obrigações e muitas outras. Com isto, dirigir uma organização religiosa
requer cuidado e preparo. E hoje os ministros de confissão – Padres, Pais de Santo, Pastores,
Rabinos... – em uma má administração de suas organizações, podem comprometer o seu
patrimônio pessoal, perder sua imunidade tributária e sofrer outras sanções cabíveis.

4. PORQUE SE ASSOCIAR À ACOUCAI

A ACOUCAI é a associação nacional que oferta diversos benefícios para seus associados, dos
quais destacam-se:

- toda orientação e serviços de legalização de sua instituição;


- obtenção descontos com os comércios parceiros;
- assessoria legal e contábil para sua instituição;
- apoio e auxílio em seus eventos solidários;
- representação jurídica em casos de intolerância religiosa;
- divulgação de eventos, festas e dias de atendimento no site da Associação e suas
redes sociais, aumentando assim a sua visibilidade pública;
- possibilidade de utilizar os benefícios da futura sede, o nosso Santuário Nacional,
que será construída em terreno concedido de uso, já entregue pela Administração
Pública Municipal de Indaiatuba ou de nossos outros Santuários Regionais,
distribuídos pelo país.

5. O QUE A ACOUCAI NÃO FAZ

A Associação não interfere, não fiscaliza, não oprime, não restringe e não questiona os
fundamentos, as doutrinas, os trabalhos, o sagrado e a religiosidade de sua casa de culto,
salvo quando isso vem a ferir a ética, moral e bons costumes da sociedade ou quando passa
a ser de cunho criminal.

A Associação não paga nenhum custo para legalização de seu terreiro, pois sendo uma
instituição sem fins lucrativos não possui condições para arcar com tais responsabilidades.

6. DOCUMENTAÇÃO QUE É BOM TER EM SUA CASA DE CULTO

Para que você possa se resguardar de eventuais problemas futuros, bem como tenha maior
facilidade de comprovação perante os órgãos públicos, sobre a existência e o funcionamento
de sua casa de culto, para efeito de regularização, seguem em anexo, como sugestão, alguns
modelos de documentos que são de suma importância.

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Estes documentos podem ser mantidos em alguns livros, em separado e assim vão
compondo também a história de sua casa de culto:

1 – Livro de Presença
2 – Livro de Ficha Cadastral dos Membros da Casa
3 – Livro de Atas das Atividades da Casa
4 – Livro de Controle de Doações ou Mensalidade

Estamos sempre à disposição para auxiliar e contribuir para que nosso povo tenha seus
direitos garantidos por Lei concretizados. Para que todos os direitos sejam concretizados
precisamos fazer nossa parte e a ACOUCAI quer te auxiliar neste processo, maiores
informações entre em contato pelo nosso telefone (19) 3816-2636 ou (19) 99258-8655 ou
ainda pelo e-mail: contato@acoucai.com.br.

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