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ESTADO LAICO: OS DESAFIOS PARA SUA APLICAÇÃO NA SOCIEDADE

BRASILEIRA ATUAL.

SECULAR STATE: THE CHALLENGES FOR ITS APPLICATION IN CURRENT


BRAZILIAN SOCIETY.

EDUARDO N. S. MAURICIO 1
MATHEUS LEITÃO BARRETO 2
GERCINA A. M. CAVALCANTE 3

RESUMO O presente trabalho tem como objetivo principal desenvolver um estudo


histórico e social abrangente sobre o Estado Laico no Brasil, visando analisar sua
aplicabilidade na sociedade brasileira contemporânea. Para alcançar esse fito, serão realizadas
pesquisas teóricas aprofundadas, utilizando diversas fontes de informações, como
monografias e artigos acadêmicos. O Estado Laico, enquanto princípio fundamental do Estado
brasileiro, estabelece a neutralidade do governo em relação a questões religiosas, garantindo a
liberdade religiosa e a separação entre as esferas religiosa e política. Nessa perspectiva, este
estudo pretende averiguar como o Estado Laico tem sido implementado no Brasil ao longo da
história, até chegar aos dias hodiernos, identificando desafios e avanços nessa longa trajetória.
Além disso, serão analisadas as discussões e controvérsias atuais em torno desse princípio,
ponderando seu impacto na construção de uma sociedade mais inclusiva e polida com relação
a diversidade religiosa.
Palavras-chave: Estado Laico; Brasil; Aplicabilidade.

ABSTRACT The main objective of this work is to develop a comprehensive historical and
social study on the Secular State in Brazil, aiming to analyze its applicability in contemporary
Brazilian society. To achieve this goal, in-depth theoretical research will be carried out, using
various sources of information, such as monographs and academic articles. The Secular State,
as a fundamental principle of the Brazilian State, establishes the neutrality of the government
in relation to religious issues, guaranteeing religious freedom and the separation between the

1 EDUARDO NORONHA SOUSA MAURICIO Graduando em Direito pela Universidade Potiguar – E-mail:
edusousa726@hotmail.com
2 MATHEUS LEITÃO BARRETO Graduando em Direito pela Universidade Potiguar – E-mail:
matheuslimo13@hotmail.com
3GERCINA A. M. CAVALCANTE Especialista em Direito Constitucional; Especialista em Direito Penal e
Processo Penal; Mestranda em Direito; Docente na Universidade Potiguar.

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religious and political spheres. In this perspective, this study intends to find out how the
Secular State has been implemented in Brazil throughout history, until today, identifying
challenges and advances in this long trajectory. In addition, current discussions and
controversies around this principle will be analyzed, pondering its impact on building a more
inclusive and polished society with regard to religious diversity.
Keywords: Secular State; Brazil; Applicability.

1. INTRODUÇÃO
A história e eventos históricos da sociedade fizeram surgir questões
sobres os direitos que o ser humano possui, em específico na temática dos direitos
fundamentais. As ideias primordiais de Direitos Fundamentais se deram durante a
Revolução Francesa.

Essas ideias tinham como base a defesa de liberdade do indivíduo,


passando de um Estado Absolutista para um Estado de Direito, isto é, um Estado
não intervencionista, onde todos teriam de ser iguais perante a lei.

Nesse ponto de vista no dia 7 de Janeiro de 1890, foi vetado no Brasil,


pelo decreto Nº 119-A, qualquer intervenção do Estado ou de autoridades estatais
em matéria religiosa, tornando assim o Brasil um Estado Laico, a partir deste
marco o Brasil começaria a produzir leis e regulamentos não mais como base os
ideais religiosos, mas sim, com o intuito de promover um ambiente social em que
todos os cidadãos teriam total liberdade para praticar e expor sua fé.

Em suma, mesmo com o Brasil tendo um Estado Laico, é evidente que


ainda existe uma problemática sobre essa temática, tendo em vista que muitas
religiões são discriminadas e muitas vezes taxadas de forma negativa,
contrariando assim a liberdade religiosa que existe em nosso país.

Dado o exposto, o presente trabalho tem o intuito de explanar como a


Constituição Federal aborda a temática do Estado Laico, bem como identificar os
pontos que precisam ser aprimorados para que esse direito seja exercido de forma
plena e eficaz atualmente.

OBS.: VER MODELO DE COMO FAZER INTRODUÇÃO NA PASTA


ORIENTÇÕES GERAIS. A INTRODUÇÃO ESTÁ INCOMPLETA

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2. SURGIMENTO DO ESTADO LAICO NO ÂMBITO MUNDIAL E BRASILEIRO

O Estado Laico é uma doutrina fundamental que prega a não interferência da religião nas
questões do Estado, e esse movimento adquiriu considerável força e apoio após a Revolução
Francesa, marcando um importante marco na história. A laicidade, em sua essência, está
intrinsicamente ligada à liberdade religiosa, promovendo um discurso mais liberal, devido
especialmente ao acontecimento das devastadoras guerras mundiais e da subsequente
Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Todos esses eventos históricos tiveram influência significativa na elaboração da Constituição


Federal de 1988, que consagrou os princípios de liberdade e laicidade como fundamentais em
nosso ordenamento jurídico. A Constituição de 1988 consolidou o Estado Laico no Brasil,
estabelecendo a neutralidade do Estado em questões religiosas e garantindo a liberdade de
crença e culto. Esses princípios asseguram a igualdade de tratamento a todos os cidadãos,
independentemente de sua fé ou convicções religiosas.

Além disso, a laicidade estabelecida na Constituição brasileira é um reflexo do compromisso


com a construção de uma sociedade plural, respeitando a diversidade de crenças e garantindo
que as decisões políticas sejam baseadas em fundamentos democráticos, sem qualquer
imposição religiosa.

2.1 ESTADO LAICO NO ÂMBITO BRASILEIRO

O Estado brasileiro se tornou, de fato, laico logo após a Proclamação da República, onde o
decreto 119-A, que foi editado por Rui Barbosa, onde era determinado a separação de ambas
as entidades.   

O Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, Chefe do Governo Provisório da Republica dos


Estados Unidos do Brasil, constituído pelo Exército e Armada, em nome da Nação,

DECRETA:

Art. 1º E' prohibido á autoridade federal, assim como á dos Estados federados, expedir leis,
regulamentos, ou actos administrativos, estabelecendo alguma religião, ou vedando-a, e
crear differenças entre os habitantes do paiz, ou nos serviços sustentados á custa do
orçamento, por motivo de crenças, ou opiniões philosophicas ou religiosas.

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A partir da proclamação as constituições seguintes, foram tomadas medidas onde havia cada
vez mais a separação Estado e Igreja, dessa forma, a Constituição de 1891 guiou as demais
em relação a esse processo de divisão, já construindo também uma de forma genérica de
expressar a liberdade religiosa.

Todavia, mesmo com essa divisão tida como radical, a Constituição de 1934, trouxe
disposições relacionadas a parcerias com a esfera religiosa, tendo reconhecimento no âmbito
público.

Art. 17. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II -
estabelecer, subvencionar ou embaraçar o exercício de cultos religiosos; III - ter
relação de aliança ou dependência com qualquer culto, ou igreja sem prejuízo da
colaboração recíproca em prol do interesse coletivo

As iminentes Constituições não sofreram com muitas alterações no decorrer da história, mas
elas sempre contaram com as colaborações do Estado em parceria com a religião, até
chegarmos na atual Constituição de 1988, onde podemos notar uma presença religiosa maior
em questões estatais e políticas, tema que será discorrido ao decorrer deste presente trabalho.
Tomando como exemplo o art.46 da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), onde é dito
que: Art. 46. A Bíblia Sagrada deverá ficar sobre a Mesa da Assembleia Nacional
Constituinte, à disposição de quem dela quiser fazer uso.

3. A LAICIDADE NO BRASIL

Em um primeiro momento, torna-se imprescindível destacar que a Constituição Federal não


explícita de forma inequívoca que o Brasil é um Estado Laico. No entanto, é factível
identificar e compreender a laicidade com base nos princípios constitucionais que apontam
para tal direcionamento. Nesse sentido, ao seguir o raciocínio delineado pelo artigo 5º, §2º da
Constituição, o qual estabelece que os direitos e garantias expressos não excluem outros
decorrentes de princípios, é possível constatar a presença do princípio da laicidade mediante
os princípios constitucionais associados à democracia, igualdade e liberdade.

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No escopo da pesquisa, convém ressaltar que, embora a Constituição Federal não mencione
explicitamente a laicidade, pode-se inferir a sua existência com base em um exame mais
abrangente do texto constitucional. Ao adotar uma abordagem hermenêutica, considerando os
princípios e valores inerentes ao ordenamento jurídico, pode-se depreender a presença latente
da laicidade como fundamento subjacente.

Ao se debruçar sobre o artigo 5º, §2º da Carta Magna, que estabelece o rol de direitos e
garantias fundamentais, revela-se uma abertura interpretativa que permite a inclusão de
princípios decorrentes do arcabouço constitucional. Por conseguinte, ao se analisar os
princípios constitucionais que permeiam a democracia, igualdade e liberdade, observa-se um
entrelaçamento conceitual que converge para a laicidade.

Destarte, sob a perspectiva constitucional, a laicidade emerge como um princípio implícito,


cuja presença se evidencia por meio da análise sistemática dos fundamentos democráticos, da
garantia de igualdade perante a lei e do exercício pleno das liberdades individuais. Tal
interpretação, embasada na hermenêutica jurídica, permite a compreensão da laicidade como
um pilar essencial na estruturação do Estado brasileiro, mesmo que sua enunciação direta não
se encontre no texto constitucional.

Dado o exposto, para dar prosseguimento na construção do presente trabalho, se faz


necessário a explanação do que se trata um princípio constitucional, para um melhor
compreendimento do princípio da laicidade.

3.1. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS

De acordo com o dicionário Michaelis, a palavra princípio pode ser definida como: Conjunto
de proposições fundamentais e diretivas que servem de base e das quais todo desenvolvimento
posterior deve ser subordinado, ou seja, trazendo para o âmbito jurídico, princípios
constitucionais são normas, que colocadas em conjuntos formam um entendimento que
direcionam a Constituição.

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Nesse sentido, o jurista Luís Roberto Barroso argumenta que os princípios são normas que
disseminam a ideologia da Constituição, sendo eleitos pelo legislador constituinte como
fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que estabelecem o fundamento
axiológico do sistema constitucional.

Ao conceber os princípios constitucionais como bases normativas, entende-se que eles


desempenham um papel essencial na interpretação e aplicação do ordenamento jurídico. Essas
normas fundamentais refletem os valores, objetivos e diretrizes presentes na Constituição,
estabelecendo diretrizes para a estruturação e funcionamento do Estado, bem como para a
garantia dos direitos individuais e coletivos.

A natureza dos princípios constitucionais implica que eles transcendem as regras específicas e
abrangem um caráter mais amplo e abstrato, atuando como parâmetros orientadores para o
exercício do poder estatal e a proteção dos direitos fundamentais. Assim, eles fornecem uma
base normativa flexível, capaz de adaptar-se às mudanças sociais e às necessidades
contemporâneas, ao mesmo tempo em que preservam os valores e ideais consagrados na
Constituição.

Portanto, a compreensão dos princípios constitucionais como normas fundamentais e


direcionadoras do ordenamento jurídico permite reconhecer sua importância na construção e
interpretação das leis, estabelecendo os fundamentos e as diretrizes essenciais para a
organização e a preservação do Estado democrático de direito. (BARROSO, Luís Roberto.
Interpretação e aplicação da Constituição: fundamentos de uma dogmática constitucional
transformadora. São Paulo, Saraiva, 1999, pág. 147)

Para Robert Alexy princípios são mandamentos de otimização, isto é, devem ser exercidos na
maior medida possível dentro das possibilidades que lhe são postas, podendo ter sua aplicação
de em graus variados, pois sua satisfação depende das possibilidades fáticas e jurídicas.
(Robert Alexy. Teoria dos Direitos Fundamentais. Trad. Virgílio Afonso da Silva. São Paulo:
Malheiros, 2008. Pág, 90.)

Dado o exposto, tem-se o entendimento de que princípios constitucionais são normas


jurídicas, que quando colocadas em conjuntos norteiam a Constituição Federal e devem ser
aplicados, sempre que possível, na sua totalidade, podendo ser limitado por outros princípios.

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3.2. LAICIDADE COMO UM PRINCÍPIO

No presente escrito, é delineado o conceito de princípio constitucional como ponto de partida


para uma investigação aprofundada acerca do Estado Laico. Nesse contexto, faz-se
imprescindível a explanação do conceito de laicidade enquanto princípio constitucional.
Conforme mencionado, no âmbito do Brasil, o princípio da laicidade encontra-se implícito,
tendo sua origem fundamentada nos princípios da igualdade, democracia e liberdade,
conforme estabelecido no artigo 5º, parágrafo 2º da Constituição Federal.

A compreensão do termo "princípio constitucional" envolve a noção fundamental de preceito


normativo, inerente ao ordenamento jurídico de um Estado, com status de primazia e validade
suprema. Dessa forma, os princípios constitucionais servem como alicerce estrutural e diretriz
interpretativa para todo o sistema jurídico, conferindo coerência e unidade às normas
vigentes.

Prosseguindo com a análise, a laicidade é apresentada como um dos princípios fundamentais


que regem o Estado brasileiro. Tal princípio, embora não expressamente mencionado na Carta
Magna, encontra-se de forma implícita, estando indissociavelmente ligado aos princípios da
igualdade, democracia e liberdade.

Como princípio fundamental a laicidade deve ser priorizada e respeitada, buscando sempre a
melhor maneira para que a mesma possa ser preservada, porém, ela pode ser restringida se
entrar em conflito com outro princípio constitucional, como já foi dito por Joana Zylbersz:

Observa-se, portanto, que a classificação da laicidade como um mandamento de


otimização, que defendo nesse trabalho, torna explícito o caráter restringível deste
princípio, mas isso pode ocorrer apenas em caso de colisão com outro princípio
constitucional.

3.3. APLICAÇÃO DE FATO DA LAICIDADE

Nesse âmbito, Joana Zylbersz defende que “o Estado deve ser imparcial em relação a religião,
porém deve garantir a o livre exercício da fé de maneira igualitária entre as diversas

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confissões”, ou seja, através da laicidade o Estado deve estar separado da religião, não tendo
qualquer tipo de fé como guia de suas decisões, mas deve usar de seu poder para proteger o
direito de qualquer cidadão escolher o seu tipo de crença, seja ela existente ou não.

OBS.: O TRABALHO PRECISA MELHORAR, SER AJUSTADO EM VÁRIOS


ASPECTOS. ESTÁ INCOMPLETO EM TODOS OS TRECHOS, SEJA EM
RELAÇÃO À FORMATAÇÃO, REFERENCIAS, MAS O PRINCIPAL É SOBRE O
CONTEÚDO. FALTA MUITA INFORMAÇÃO PARA QUE O ARTIGO FIQUE
COMPLETO.
LEMBRO A VOCES QUE O PRAZO PARA ENTREGA (ARTIGO FINALIZADO,
SEM CORREÇÕES) SE ENCERRA DIA 28/05, SEM PRORROGAÇÃO.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apresente aqui as conclusões do seu trabalho, verifique se o objetivo foi cumprido,
apresenta respostas para o problema da pesquisa, relate as limitações e as recomendações do
estudo. Por fim, coloque sugestões para trabalhos futuros.

7. REFERÊNCIAS (as referencias devem estar alinhadas à esquerda e não justificadas)


Número de referências: até 25 no total. Dê preferência a leitura de livros e artigos científicos
publicados em períodos nacionais e internacionais.

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