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PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-
argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre os
temas “1-: O ensino religioso em questão no Brasil” e “2-: Os caminhos para
a legitimação da laicidade do Estado brasileiro”, apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione,
de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.

TEXTO I

Ensino religioso na escola pública - Ele deve existir? Em que condições?

Em junho de 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) promoveu uma audiência pública
para discutir o ensino religioso em escolas públicas. O debate foi provocado por uma ação
da Procuradoria-Geral da República (PGR), no qual o órgão defende o ensino religioso sem
objetivo doutrinário e sem caráter confessional nestas escolas. Mas o que levantou essa
questão?
O acordo diplomático assinado em 2008 entre Brasil e Vaticano prevendo o ensino
confessional. O texto é uma garantia jurídica para a Santa Sé e prevê “o ensino religioso,
católico e de outras confissões religiosas” como disciplina facultativa das escolas públicas
de ensino fundamental.
Soma-se a discussão desse acordo a apresentação de duas propostas no Congresso
Nacional que retiram autonomia dos colégios sobre o ensino religioso. Um torna a disciplina
obrigatória nas instituições públicas e o outro inclui o criacionismo na grade curricular.
Ambas são de autoria do deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP).
No Brasil o ensino religioso é permitido tanto nas escolas particulares e públicas. Nas
primeiras, pode existir um pouco mais de liberdade por parte da instituição, mas no caso da
segunda, há regras a seguir.
De acordo com a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB),
o ensino religioso deve ser facultativo, precisa assegurar o respeito à diversidade de credos
e não tentar impor um dogma ou converter alguém. O artigo 33 da LDB ainda coloca nas
mãos das escolas a definição o conteúdo a ser ensinado e a escolha dos professores, o
que antes era atribuição do Estado.

Disponível em: https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/ensino-religioso-na-escola-publica-ele-deve-


existir-em-que-condicoes.htm
TEXTO II
'Um Brasil evangélico pode ser menos conservador', diz pesquisador

A transição do catolicismo para o chamado cristianismo evangélico em menos de 50


anos é um movimento religioso inédito no mundo e tem impactos profundos na
política, nas instituições e na vida das pessoas.
Mas o fenômeno ainda é muito pouco compreendido pela elite e pelos políticos,
sobretudo de centro-esquerda, segundo o antropólogo Juliano Spyer, autor do livro
Povo de Deus: Quem são os evangélicos e por que eles importam, que chega às
livrarias nesta semana pela Geração Editorial, com apresentação de Caetano
Veloso.
Em entrevista ao Estadão, Spyer diz que a classe média brasileira é
"preconceituosa" e tem uma visão estereotipada e negativa dos evangélicos. Na
análise do antropólogo, um Brasil de maioria evangélica não será necessariamente
um País mais conservador.
"A classe média é preconceituosa. Os cristãos evangélicos são 65 milhões de
pessoas. Será que todas elas são picaretas, manipuladoras e fundamentalistas?",
questionou o antropólogo. "Existem mais nuances do que a gente geralmente
conhece. Tenho a impressão de que, por meio do cristianismo evangélico, o Brasil
poderia ser um país mais próspero, menos radicalmente religioso."
Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/um-brasil-evangelico-pode-ser-menos-
conservador-diz-pesquisador,c1619e562db8f1a0b689b7fc69d11670ja7bg40v.html.

TEXTO III

Disponível em: Disponível em: https://veja.abril.com.br/brasil/evangelicos-devem-ultrapassar-catolicos-no-brasil-a-partir-de-2032/.


TEXTO IV

Símbolos religiosos podem ser ostentados em prédios


públicos?

Em breve, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se a exibição de aparatos religiosos


- como crucifixos - em locais de ampla visibilidade e de atendimento ao público colide com
a laicidade do Estado brasileiro.
A controvérsia jurídica, que possuiu repercussão jurídica reconhecida pelos ministros da
Suprema Corte no mês de abril, decorre de recurso que ataca acórdão proferido pelo
Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que afirmou que a presença de símbolos religiosos
em prédios públicos não colide com a laicidade do Estado brasileiro, mas, apenas, reafirma
a liberdade religiosa e o respeito a aspectos culturais da sociedade brasileira.
Para o Ministério Público Federal, autor da ação que deu origem à demanda, a liberdade
religiosa garantida pela Constituição Federal é pessoal, de modo que ao se defender a
liberdade de autoridades em expor em locais públicos símbolos religiosos ofenderia o
princípio da impessoalidade.
Essa discussão é antiga no Brasil. Em 2016 o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tornou
sem efeito ato administrativo do Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça
do Estado do Rio Grande do Sul que houvera determinado a remoção de crucifixos das
salas do Poder Judiciário. Na sua decisão, o CNJ afirmou que a presença de Crucifixo ou
símbolos religiosos em um tribunal não exclui ou diminui a garantia dos que praticam outras
crenças, também não afeta o Estado laico, porque não induz nenhum indivíduo a adotar
qualquer tipo de religião, como também não fere o direito de quem quer seja.
Por outro lado, o STF discutiu a influência da religião no Direito mediante ADI 2076, ADPF
54 e, mais recentemente, ADI 4439. Na ADI 2076, o STF afirmou que a referência a “sob a
proteção de Deus” do preâmbulo da Constituição Republicana não é norma jurídica nem
princípio constitucional, e, portanto, não é de reprodução obrigatória. Na ADPF 54, que
discutia a interrupção da gravidez de feto anencéfalo, julgou que o Brasil é uma república
laica, surgindo absolutamente neutro quanto às religiões. E, finalmente, na ADI 4439, o STF
assentou que o poder público deve autorizar na rede pública, em igualdade de condições,
o oferecimento de ensino confessional das diversas crenças.
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