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A Declaração Universal dos Direitos Humanos no seu Art. XVIII, diz que Toda pessoa
tem o direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou
coletivamente, em público ou em particular.
Na constituição de 1988 as religiões ganharam a imunidade tributária e a garantia da
proteção do estado. Assim, o estado passou a oferecer uma garantia ao livre exercício
religioso e ainda a proteger o mesmo, mas por ser laico deve conservar total divisão
entre o Estado e as Religiões. Pela laicidade as decisões do Estado não devem ser
dirigidas, influenciadas e nem norteadas por ensinos ou segmentos religiosos e não pode
também existir nenhuma religião ou entidade oficializada pelo Estado. Em seu artigo
19, a Constituição Federal proíbe a todos os entes federativos brasileiros o
estabelecimento de cultos religiosos.
Na Constituição Federal Art. 5º, inciso VI É inviolável a liberdade de consciência e de
crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias. Letivamente, em público ou em
particular.
O inciso VII do Art. 5° afirma ser assegurado, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva e ainda
estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de
convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei.
É bom reconhecer que os brasileiros têm uma receptividade ao novo que não é tão
comum a outros povos. Quem nunca ouviu um estrangeiro dizer o quanto adora o
Brasil, o quanto as pessoas aqui são prestativas, interessadas, sempre dispostas a
ajudar…? Mas infelizmente, para com aquelas pessoas que vivem diuturnamente sob o
mesmo céu, muitos de nossos nacionais não costumam ter as mesmas atitudes que têm
em relação aos “forasteiros” – ainda mais se a pessoa ou grupo em questão tiver
costumes e crenças diferentes dos seus.
Esse tipo de relação pode ser estabelecido com as outras religiões existentes no Brasil.
Porem é necessário ressaltar que este tipo de atitude – de discriminação contra o que é
diferente, o que não se conhece bem – não está fundamenta em nenhum dos escritos
originais das religiões ou expressões religiosas. Pelo contrário, o que se lê nos livros
sagrados é que Deus é um só, e que, portanto todas as pessoas devem amar umas às
outras e respeitar suas convicções. É neste espírito que se faz necessário perguntar se a
tal liberdade religiosa que muitos creem existir no Brasil seria realidade ou mito.
De acordo com o artigo 2° da Declaração das Nações Unidas para Eliminação de Todas
as Formas de Intolerância e Discriminação com Base em Religião ou Crença, diz que:
“a expressão ‘intolerância e discriminação com base em religião ou crença’ significa
qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundada em religião ou crença”
que resultem no não vigoramento ou respeito das liberdades fundamentais e dos direitos
humanos em bases igualitárias. Com isso, deve-se fazer lembrar que a Constituição
Federal garante a laicidade do Estado brasileiro, oferecendo as bases para que pessoas
de qualquer crença ou religião possam usufruir destes direitos e liberdades.
Embora que, estes princípios legais não são difundidos para a sociedade de uma
maneira geral. Os indivíduos, por não terem acesso a informações acerca da existência
destas normas nacionais e internacionais, acabam reproduzindo valores equivocados em
sua relação com o divino. Cada pessoa com sua própria formação religiosa crê que a sua
forma de reverenciar a Deus é a mais correta, tornando-se, portanto, agressor da
discriminação e intolerância. E como as instituições são compostas por indivíduos, os
erros destes passam a ser legitimados pelas igrejas e outros tipos de associações
religiosas, numa clara distorção dos princípios essências de suas crenças.