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Apresentação
Disciplina: Evolução Histórica do Direito Série: 1º semestre
Docente: Prof.a. Ms. Jane Bueno de Camargo
Carga horária semanal: 02 horas/aula
Carga horária semestral: 40 horas/aula
Por volta de 100 mil anos atrás novas atividades humanas são encetadas. A
característica fundamental desse período pode ser atribuída às transformações
acelaradas nas relações entre o homem e o ambiente. A prática da agricultura e a
domesticação dos animais permitiu às sociedades primitivas o controle da
produção de alimentos , a sedentarização e, assim, o aumento da população.
Essas modificações são conhecidas como revolução neolítica ou revolução
agrícola e marcaram o domínio do homem sobre a natureza.
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A Idade dos Metais ocorreu ao mesmo tempo que a revolução urbana, com a
transformação das aldeias agrícolas auto-suficientes em aglomerados urbanos. Os
instrumentos de pedra foram substituídos pelos de metal: primeiro cobre (6.000 a .
C), depois bronze e, finalmente, ferro. Com o uso do metal, o homem transformou-
se em artesão, além de coletor, agricultor e pastor. Essa nova atividade ocasionou
uma divisão de trabalho entre os membros das aldeias e a organização social
tornou-se mais complexa. Outra conseqüência do uso do metal foi o
aprimoramento das táticas de guerra, possibilitando a maior dominação de um
povo sobre o outro, já que as guerras e aprisionamento de outro ser humano foi
praticada ainda mesmo no estado tribal
3. Mesopotâmia
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Direito sumério
O sistema de lei sumeriano foi produto de uma evolução gradual dos usos locais,
tendo sido compilados pelo rei Dungi, depois dos meados do terceiro milênio.
Sobreviveram em sua forma original somente alguns fragmentos. Hamurabi,
agregou parte desse sistema de leis ao código que recebeu o seu nome, que se
tornou base do direito de quase todos os povos semitas: babilônios, assírios,
caldeus e hebreus.
a) A lei do talião – “olho por olho, dente por dente, braço por braço e etc.”
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Direito babilônio
Quanto ao Direito:
a) Aumentou a lista de crimes contra o estado.
b) Os funcionários do rei desempenharam um papel mais ativo na apreensão e
punição dos infratores, ainda que fosse impossível ser qualquer criminosos
perdoado sem o consentimento da vítima ou de sua família.
c) Aumentou a severidade das penas, em especial contra crimes que
envolvessem sinais de traição ou sedução.
d) Infrações aparentemente triviais como “vadiagem” e “desordem numa taberna”
tornavam-se puníveis de morte, sem dúvida pela crença de que poderiam
alimentar atividades desleais ao rei.
e) Enquanto sob a lei suméria o açoitamento de escravos fugitivos era punível
somente com uma multa, a lei babilônia transformou-o em crime capital.
f) De acordo com a lei suméria, o escravo que contestasse os direitos do amo
sobre sua pessoa devia ser vendido. ; o código de Hamurabi prescrevia que
fosse cortada a orelha.
g) O adultério também foi transformado em infração grave, ao passo que na lei
sumperia não levava necessariamente ao divórcio.
h) Apresentaram progresso às leis sumérias ao não mais permitir que mulheres e
crianças vendidas por dívida não podiam ser conservadas sob escravidão por
mais de quatro anos.
i) A escrava que tivesse um filho com o amo não mais podia ser vendida.
j) Comprador que se acautele.
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a) Quem negociasse sem contrato escrito ou testemunha podia ser punido com a
morte.
b) Penas severas a quem não cultivo das terras que possuía e negligência na
manutenção de diques e canais.
c) Era permitido tanto a propriedade pública como a privada, mas o rendeiro tinha
a obrigação de pagar, como aluguel, dois terços de tudo que produzisse.
Para que ninguém alegasse desconhecimento das leis, Hamurabi mandou gravar
seu código em uma enorme pedra de basalto azul, que ficava no centro da cidade.
3.3 Os assírios
O período de supremacia assíria deu-se por volta de 1.300 a 612 a . C.. Esses
povos destacaram-se pelo caráter militar e ficaram famosos pelas crueldades
praticadas.
Direito assírio
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4. Egito
Como o cargo era hereditário, o príncipe herdeiro fazia o aprendizado com o pai e
como superintendente de obras públicas, o que tornava familiar o conhecimento
das ocorrências e das necessidades das províncias.
Ao faraó cabia a administração do Egito, inspecionando as obras públicas
de mineração, construção de obras públicas e irrigação e etc. Apesar da aura de
divindade, o faraó estava repleto de trabalho em prol do bem público, mesmo
porque, havia a identificação do Egito com o próprio faraó.
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Afirmações:
Eu sou puro! Eu sou puro!
Minha pureza é a pureza da Divindade do Templo Sagrado.
Portanto, não me acontecerá mal nesse mundo, porque eu, mesmo eu, conheço
as leis de Deus, que são o próprio Deus.
Cro-Maat!
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5. Índia
Reza a lenda que Sarasvati foi a primeira mulher criada por Brahma, advinda
de sua própria substância. O próprio Brahma se casou com Sarasvati e com ela
teve um filho, o pai da humanidade, a quem deu o nome de Manu, a quem se
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6. Os hebreus
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7. Grécia clássica
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7.1.1 Período arcaico: século VIII a . C a 480 a . C.: nesse período ocorre as
invasões persas, o qual termina com a batalha de Salaminas, com a vitória
dos gregos (principalmente atenienses) sobre aqueles. O primeiro
enfrentamento entre gregos e persas (juntamente com os medas) em solo
grego se dá em Termópilas, famosa pela lenda dos 300 de Esparta e seu
grande general Leônidas
7.1.2 Período clássico: de 480 a . C. até 338 a . C., quando os gregos são
vencidos pelos macedônios, primeiramente na figura de Felipe I e, logo em
seguida, seu filho Alexandre, o Grande.
A população ateniense, por volta do 480 a . C era constituída de
(aproximadamente):
. 30.000 cidadãos (homens adultos livres)
. 90.000 mulheres e crianças
. 30.000 estrangeiros e escravos
150.000 no total
7.1.3 Período helenístico: a Grécia cai nas mãos dos romanos e, se morrendo
para os gregos, nasce para o mundo, pois nesse período se tanto a
helenização tanto do ocidente como do oriente próximo, sendo que, porém,
as influências orientais sobre os gregos também se torna maior.
Em 321 a . C., a população ateniense decai para:
. 21.000 cidadãos
. 60.000 mulheres e crianças
. 10.000 estrangeiros
. ? escravos
+/- 100.000 no total
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Isso acabou por ocasionar a primeira revolta social da História, com os escravos
se rebelando contra seus donos, dando origem, assim, a uma guerra civil dentro
da Grécia.
A revolta dos escravos foi aliciada, em grande parte, pela classe dos
armadores, que haviam enriquecido com as Guerras Greco-Persas, sem, contudo,
alcançar o poder através desse enriquecimento.
A fase sangrenta foi superada e cada cidade-estado grega assumiu
uma postura diante de tal situação: Esparta, por exemplo, firmou-se em uma
tirania militar; Mégara e Corinto procuraram uma conciliação com os armadores,
oferecendo-lhes parte do poder através da oligarquia, onde os mais ricos,
aristocratas ou não, tinham poder de voto; Atenas, por sua vez, criou a
democracia, onde todo cidadão ateniense tinha poder de voto na assembléia.
Contudo, a democracia não surgiu de uma hora para outra: em um
primeiro momento, Atenas ficou submetida às leis severíssimas de Drácon. O
poder foi tomado por Psístrato que, apesar de tirano, fez um bom governo.
Posteriormente, Sólon edificou um Código de Leis baseado, sob muitos aspectos,
no código de Hamurabi, porém de uma forma muito mais branda. Tais leis
permitiram que Clístenes assumisse o poder, mas este passou a assembléia para
as mãos do povo, dando origem, assim à democracia, com o espírito das leis de
Sólon.
Coube a Sólon, eleito arconte em 594 a . C., redigir novas leis para Atenas
onde:
- Determinou a libertação dos escravos por dívida e proibia empréstimos
sujeitos à escravização do devedor e de sua família.
- Procurou estabelecer uma relação entre a fortuna do cidadão e seus
direitos de acordo com o rendimento anual e individual, privando, dessa
maneira, o monopólio dos cargos públicos à aristocracia.
- Aos de primeira e Segunda classe, era permitido p acesso às
magistraturas mais altas. Aos de terceira, o acesso às magistraturas
mais baixas e à Quarta um voto na Assembléia Popular, ou Eclésia
(órgão de representação dos cidadãos)
- Criou também a Boulé, composto de cidadãos maiores de 30 anos, à
razão de 100 para cada uma das quatro tribos jônicas tradicionais de
Atenas.
As reformas de Sólon diziam respeito somente aos cidadãos nascidos
em Atenas. Além disso, não rompeu com o poder exercido pela aristocracia,
visto que não houve uma melhor distribuição das terras. Por outro lado, já
que a escravização de atenienses era proibida, intensificou a utilização do
escravo-mercadoria obtido no comércio com os bárbaros e nas guerras
entre as cidade ou através de pirataria.
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Leis de Drácon
Após a revolução dos escravos, cada pólis assumiu uma diretriz para
impedir outras revoluções. Algumas pólis adotaram um istema de leis que
abarcavam a oligarquia, ou seja, todas os homens por uma posição social
elevada, poderiam fazer parte da assembleia. Esparta continua com seu sistema
militarista e Atenas adotou as lei de Drácon, que puniam com a morte qualquer
tentativa de oposição ou mesmo inúmeros tipos de delitos. Daí o termo que ainda
usamos “leis draconianas”. Com o passar do tempo e o abrandamento dos
costumes, Sólon promulga um novo código de leis.
Leis de Sólon
.
As leis de Sólon permitiram com que Clístenes, algum tempo depois, pudesse
criar um sistema político que revolucionária o mundo: a democracia.
Sua obra como legislador ou "árbitro da constituição", como o define Aristóteles,
se articula em três pontos principais:
1. abolição da escravidão por dívidas;
2. reforma timocrática ou censitária: a participação não era mais por nascimento,
mas censitária, através do Conselho de 400 (Bulé).
3. reforma do sistema ático de pesos e medidas
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8 Direito Romano
Foi sob o Principado, no entanto, que o direito romano atingiu seu mais alto
desenvolvimento. Este último progresso deveu-se, em parte, à expansão do direito
num campo mais amplo de jurisdição, abrangendo as vidas e propriedades dos
estrangeiros, bem como dos cidadãos da Itália. Mas a razão primordial foi o fato
de Augusto e seus sucessores terem dado a certos juristas eminentes o direito de
opinar ou responsa, como eram chamadas, nos processos em julgamento nos
tribunais.
Os mais ilustres desse homens nomeados periodicamente foram Gaio,
Ulpiano, Papiniano e Paulo. Embora muitos deles ocupassem altos postos da
magistratura, tinham originalmente ganho reputação como advogados e autores
de obras jurídicas.
As responsa desses juristas vieram a formar uma ciência e uma filosofia do
direito e foram aceitas como bases da jurisprudência romana. Exemplo típico do
respeito do romano pela autoridade foi o serem as idéias desses homens
adotadas prontamente, mesmo quando destruíam crenças consagradas pela
tradição, como ás vezes acontecia,
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- Jus Civile: era essencialmente a lei de Roma e de seus cidadãos. Como tal existia
tanto na forma escrita como na não escrita. Incluía estatutos do senado, os
decretos do Príncipes, os editos dos pretores e também alguns costumes antigos
que tinham força de lei.
- Jus Gentium: era a lei considerada comum a todos os homens, sem levar
em conta a sua nacionalidade. Era ele que autorizava as instituições da
escravidão, da propriedade privada e definia os princípios da compra e venda, das
sociedades e do contrato. Não era superior ao direito civil, mas completava,
aplicando-se especialmente aos habitantes estrangeiros do impérios.
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A moral dos romanos, nesse período como nos posteriores, não tinha
nenhuma relação com a religião. Os romanos não pediam a seus deuses que os
fizessem bons, mas que concedessem favores materiais à comunidade e à
família. A moral era um assunto de patriotismo e de respeito à autoridade e à
tradição. temperança, coragem, sabedoria, justiça, honra e lealdade para com os
deus, Roma e a família eram as virtudes cardiais dos romanos.
A lealdade para com o estado precedia tudo mais. Para o bem do estado,
os cidadãos deviam estar prontos a sacrificar não somente sua própria vida mas,
se necessário, as vidas das pessoas de sua família e as de seus amigos. Era
motivo de profunda admiração a coragem com que certos cônsules
obedientemente mandavam matar os próprios filhos, por infringirem estes a
disciplina militar.
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absolvido.
13. Mesmo que o ladrão esteja roubando a pleno dia, não terá o direito de se
defender com armas.
14. O ladrão confesso (preso em flagrante) sendo homem livre, será vergastado
por aquele a quem roubou; se é um escravo, será vergastado e precipitado da
Rocha Tapéia; mas sendo impúbere, será apenas vergastado ao critério do
magistrado e condenado a reparar o dano.
15. Inciso não recuperado
16. No caso de um furto manifesto, que a pena contra o ladrão seja do duplo do
objeto furtado.
17. É proibido o uso capião sobre as coisas roubadas, não valendo, no caso, o
uso ou a posse do detentor.
18. O juro de empréstimo de dinheiro não poderá exceder de uma onça, isto é,
de um por cento ao mês.
19. Aquele que for infiel num contrato de depósito, deverá pagar uma pena
dupla.
20. Que o patrono que enganar o seu cliente seja devotado aos deuses.
21. Serão afastados da tutela os cidadãos suspeitos, que a exercerem.
22. Se o porta-balança ou alguém foi testemunha de um ato e recusa dar seu
testemunho, seja considerado infame, incapacitado para testemunhar e indigno de
que testemunhem para ele.
23. Seja precipitado da Rocha Tarpéia aquele que prestou falso juramento.
24. Pena de morte para o homicídio
25. Aquele que prendeu alguém por palavras de encantamento ou lhe deu
veneno, seja punido de morte.
26. Punia com a morte os ajuntamentos noturnos, de caráter sedicioso.
27. Os membros de um colégio ou de uma associação poderão estabelecer os
seus regimentos, desde que os mesmos não sejam contrários à lei geral.
Tábua IX (....)
Tábua X (De jure sacro - Do direito sagrado)
1. Que nenhum morto seja inumado ou queimado na cidade.
2. Que não seja polida a lenha da fogueira funerária.
3. O morto não poderá ser amortalhado nem cremado em mais de três togas,
nem três faixas de púrpura e nem poderá ser acompanhado por mais de dez
tocadores de flauta.
4. Que as mulheres não arranhem o rosto e nem soltem gritos imoderados.
5. Que não se recolham os ossos dos mortos para se fazerem mais tarde
outros funerais (exceto em relação aos mortos em combate, no estrangeiro).
Tábua XI (...) - Perdida no maremoto romano.
Tábua XII (De pignoris capio - Da apreensão do penhor)
1. (...)
2. Se um escravo comete um roubo ou um outro delito prejudicial, será movida
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contra o seu dono uma ação indireta, isto é, uma ação noxal.
3. Se alguém simular posse provisória em seu favor, que o magistrado nomeie
três árbitros para a causa e que, em face da evidência, condene o simulador a
restituir os frutos em duplo.
4. É proibido consagrar-se a coisa litigiosa
Depois da [época dos grandes juristas (séculos II e III), decaiu o gênio criador
dos jurisconsultos romanos e nada de novo foi acrescentado à filosofia e à ciência
do direito. Continuou, no entanto, a crescer o volume dos decretos.
No séc. VI, as leis romanas já continham numerosas disposições
contraditórias e obsoletas. Além disso, as condições tinham mudado tão
radicalmente, que muitos dos antigos princípios legais não tinham aplicação,
principalmente devido ao regime de despotismo oriental e à adoção do
cristianismo como religião oficial.
Quando Justiniano subiu ao trono, em 527, resolveu, imediatamente, fazer
uma revisão e uma codificação do direito existente para harmonizá-lo com as
novas condições, adotando-o como base legal do seu governo.
A fim de realizar trabalho de tal porte, nomeou uma comissão de juristas sob
supervisão de seu ministro Triboniano. Dentro de dois anos a comissão publicou
os primeiros resultados de seus trabalhos – o Código, um revisão sistemática de
todas as leis que tinham sido promulgadas desde o reinado de Adriano té o de
Justiniano.
O Código foi, depois, completado pela Novelas, que continham a legislação de
Justiniano e de seus sucessores imediatos.
Cerca de 532, a comissão completou o Digesto – um sumário de todos os
escritos dos grandes juristas. O produto final do trabalho de revisão foram as
Instituitas, um compêndio dos princípios legais que se refletiam tanto no Digesto
como no Código.
A combinação desses quatro produtos do plano de consolidação constitui o
Corpus Juris Civilis, isto é, Corpo do Direito Civil
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9 Idade Média
9.3 A patrística
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9.3.1.2 Ética
- A Lei Eterna
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GILSON, E. .Introduction à l’ étude de saint Augistin, em Revue des Études Augustiniennes. Paris, 1955
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- O Direito
- A liberdade
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Para se ter uma idéia da extensão desse direito, citamos o caso do celibato:
anteriormente, os senhores feudais (seculares) estavam acostumados a brindar
seus fiéis vassalos ou com cargos eclesiásticos, ou com direitos sobre terras da
igreja (paróquia, mosteiros). Indicar alguém para um benefício, era fazê-lo parte de
sua esfera de poder. Se o benefício era eclesiástico, se o indicado era um clérigo
ou sendo leigo fosse indicado para uma função clerical, o comprometimento da
Igreja era inevitável. Se os clérigos então se casassem e tivessem filhos, a
hereditariedade do cargo poderia ser firmada e afirmada. Podendo casar-se, os
clérigos também se uniam às famílias senhoriais, contraindo matrimônio com filhas
de príncipes e proprietários, etc. A imposição do celibato como regra geral era
uma tentativa de impedir o compromisso com os poderes seculares. Mesmo que,
de fato, os clérigos constituíssem família, o não reconhecimento oficial dos filhos e
das relações matrimoniais pelo menos dificultaria a hereditariedade.
A imposição de que o bispo deveria ser nomeada e confirmada pelo papa e
não pelo monarca era outra tentativa de romper com as relações de compadrio
estabelecida.
Aqui vale lembrar duas coisas:
a) Que a jurisdição no período medieval era mais do que a função do
judiciário, tal como concebida hoje em dia. A justiça não era apenas uma
das atividades do poder. Ela era a primeira, senão a única atividade do
poder. A justiça limitava o poder por cima (pela doutrina do direito natural e
pela tradição) e por baixo (direitos particulares e pela autonomia das
corporações de ofício, assim como pelos costumes), de modo que toda
decisão (administrativa, judicial ou legislativa, nos termos atuais) deveria
ser uma distribuição de justiça (dar o devido a cada um). Por isso, a
atividade legislativa não se separava totalmente da atividade judicial ou da
administrativa. A interpretação, a legalização e a aplicação do direito no
caso concreto se misturavam, de tal modo que um breve, um rescrito ou
uma resposta, em geral ligados a um caso concreto, tornavam-se
precedentes vinculados e normativos gerais.
b) O problema da hermenêutica demonstrava, nestas situações, sua primazia
sobre a vida do direito. sendo o cristianismo uma religião do livro central de
decidir de acordo com um texto normativo objetivo (as Escrituras) e uma
tradição anterior. O intérprete deveria vencer a distância temporal que o
separava dos fundadores da religião até o contexto em que o redator e
leitor se incluía.
9.4.1 Os canonistas
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9.4.2 A Inquisição
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10 O Direito Inglês
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No século XIII, o rei inglês, João 1º, considerado teimoso e descontrolado, era
ridicularizado pelo fato de seu pai tê-lo ignorado na partilha da herança. Assim,
ganhou o cognome de "João Sem Terra" (John Lackland).
Desde o início, sofrera por ser o sucessor de seu popular irmão Ricardo Coração
de Leão. Além disso, envolveu-se numa rixa constante com a Igreja. Porém a
rápida perda de prestígio do soberano deveu-se aos longos anos de disputas
com a França em torno das posses continentais da coroa inglesa no norte
francês.
Algumas das exigências mais importantes eram o direito a que nenhum imposto
fosse mais criado sem a aprovação da nobreza, bem como que nenhum cidadão
livre poderia ser preso por funcionários reais sem que as razões de sua prisão
fossem investigadas. Além disso, os nobres estabeleceram para si privilégios
inalienáveis, os quais nem o rei nem o papa poderia revogar. A partir daí, pela
primeira vez, um rei inglês não reinaria mais pela "graça divina", com poderes
ilimitados.
Apesar disso, nada mais restou ao rei senão assinar a Carta Magna, naquele
histórico 15 de junho de 1215.
Não é demais lembrar que a Carta Magna era a carta de liberdades para os
senhores feudais. A massa principal da população não obteve benefício algum.
Ainda assim o documento é considerado de ímpar importância histórica, um
verdadeiro marco nos estudos de direito constitucional, no que se refere às
limitações do poder do Estado e na origem dos direitos do cidadão.
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(Bill of Rights) de 1791, formou a base de todas as leis dos Estados Unidos da
América. Não é um exagero considerar que tal documento criou as condições
para que liberdades e direitos civis pudessem se estabelecer, primeiramente na
Grã-Bretanha e, mais tarde, no mundo ocidental.
11.1 O Iluminismo
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Voltaire
François Marie Arouet Voltaire destacou-se pelas críticas feitas ao clero católico,
à inflexibilidade religiosa e à prepotência dos poderosos.
Montesquieu
Charles de Secondat Montesquieu em sua obra “O espírito das leis” defendeu a
tripartição de poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
Rousseau
Quesnay
François Quesnay foi o representante oficial da fisiocracia. Os fisiocratas
pregavam um capitalismo agrário sem a interferência do Estado.
Adam Smith
Adam Smith foi o principal representante de um conjunto de idéias denominado
liberalismo econômico, o qual é composto pelo seguinte:
- o Estado é legitimamente poderoso se for rico;
- para enriquecer, o Estado necessita expandir as atividades econômicas
capitalistas;
- para expandir as atividades capitalistas, o Estado deve dar liberdade econômica
e política para os grupos particulares.
A principal obra de Smith foi “A riqueza das nações”, na qual ele defende que a
economia deveria ser conduzida pelo livre jogo da oferta e da procura.
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Pode se dizer que a Revolução Francesa teve relevante papel nas bases da
sociedade de uma época, além de ter sido um marco divisório da história dando
início à idade contemporânea.
Foi um acontecimento tão importante que seus ideais influenciaram vários
movimentos ao redor do mundo, dentre eles, a nossa Inconfidência Mineira.
Esse movimento teve a participação de vários grupos sociais: pobres,
desempregados, pequenos comerciantes, camponeses (estes, tinham que pagar
tributos à nobreza e ao clero).
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Nessa época, Napoleão Bonaparte ganhou prestígio como militar e com o apoio
da burguesia e do exército, provocou um golpe.
Em 10/11/1799, Napoleão dissolveu o diretório e estabeleceu um novo governo
chamado Consulado. Esse episódio ficou conhecido como 18 Brumário.
Com isso ele consolidava as conquistas da burguesia dando um fim para a
revolução.
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Art. 9.º Todo acusado é considerado inocente até ser declarado culpado e, se
julgar indispensável prendê-lo, todo o rigor desnecessário à guarda da sua pessoa
deverá ser severamente reprimido pela lei.
Art. 10.º Ninguém pode ser molestado por suas opiniões , incluindo opiniões
religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública estabelecida
pela lei.
Art. 11.º A livre comunicação das ideias e das opiniões é um dos mais preciosos
direitos do homem; todo cidadão pode, portanto, falar, escrever, imprimir
livremente, respondendo, todavia, pelos abusos desta liberdade nos termos
previstos na lei.
Art. 12.º A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de uma força
pública; esta força é, pois, instituída para fruição por todos, e não para utilidade
particular daqueles a quem é confiada.
Art. 13.º Para a manutenção da força pública e para as despesas de
administração é indispensável uma contribuição comum que deve ser dividida
entre os cidadãos de acordo com suas possibilidades.
Art. 14.º Todos os cidadãos têm direito de verificar, por si ou pelos seus
representantes, da necessidade da contribuição pública, de consenti-la livremente,
de observar o seu emprego e de lhe fixar a repartição, a coleta, a cobrança e a
duração.
Art. 15.º A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua
administração.
Art. 16.º A sociedade em que não esteja assegurada a garantia dos direitos nem
estabelecida a separação dos poderes não tem Constituição.
Art. 17.º Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode
ser privado, a não ser quando a necessidade pública legalmente comprovada o
exigir e sob condição de justa e prévia indenização.
1. Direito Português
1.1. Lei das Sete Partidas
1.2. Ordenações do Reino
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