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André Uchôa
UNIDADE I - DIREITO
NOÇÃO DE DIREITO
Bipolaridade do Homem
Ser Existencial Ser Coexistencial
autonomia companhia
individualismo relacionamentos
egoísmo vida em grupo
independência instituições
atividades humanas
cooperação concorrência
convergência de interesses paralelismo de interesses
(compra e venda, (direito de propriedade,
aluguel, etc.) exercício do comércio, etc.)
1
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Ordenamento Social
Ordenamento Social
Métodos e preceitos que vão sendo criados pelo grupo para
padronizar a conduta individual, adequando-a ao convívio.
(Orlando de Almeida Secco)
2
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Instituições
Instituições
São vigas estabelecidas pelo costume, pela razão e pelos
sentimentos, que alicerçam a sociedade, estruturando-a. (Orlando
de Almeida Secco)
Família
Propriedade
Constituição
Parlamento
Instituições Secundárias Tribunal
Igreja
Escola
Sindicatos
Ordenamento Jurídico
Organização e disciplinamento da sociedade realizados por
intermédio do Direito, ou seja, concretizados através de normas
exclusivamente jurídicas – (Orlando de Almeida Secco)
3
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
a) Norma físico-matemática:
Tradução dos acontecimentos sucessivos, regulares e gerais,
retratando os fatos ocorrentes na natureza
Ex.: Lei da Gravidade, Lei da Dilatação dos Gases,
etc.
b) Norma cultural
(resultado da relação Ética, moral, política, religiosa,
entre os homens) jurídica, etc.
(juízo de valor + obrigatoriedade de
comportamento na busca da preservação de
valores)
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
a) Técnicas
Indicam determinado modo de agir para atingir determinado
fim. Estabelecem como se deve fazer algo, sendo infalível que,
tanto a observância delas como sua inobservância, conduzem a
conseqüências sempre previstas.
Ex.: Regras de proteção contra incêndio, regras
para utilização de um explosivo, etc.
b) Éticas
Normas Éticas
São aquelas que estabelecem um comportamento individual
uniforme, adequado ao bem-estar da comunidade. Visam à
integração do homem no grupo social, impondo a ele
deveres e obrigações para garantirem certos valores,
impondo-lhe sanção no caso de violação.
5
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
6
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
CONCEITOS DE DIREITO
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Romanos
jus jus
sânscrito (língua mais antiga da Índia) védico (textos sagrados da Índia)
yu = vínculo, liame, ligação yós = bom, santo, divino
justum = o que é justo,
conforme a justiça
8
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
A atuação do Direito
Antes do nascimento:
9
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
10
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Numa visão mais prática, San Tiago e Dantas conclui que são
finalidades do Direto a composição de conflitos, a prevenção de
conflitos e a segurança nas relações entre os indivíduos.
a) Composição de conflito
Obs.:
• Critérios de composição dos conflitos
b) Prevenção do conflito
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Justiça
É a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu.
(Ulpiano)
A justiça é absoluta?
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Critérios da Justiça
Igualdade
(tratamento igual para situações iguais
- art.5o.CF)
1. Critérios formais
Proporcionalidade
(aquinhoar desigualmente aos
desiguais, na medida que se
desigualam)
Mérito
(atribuir/retribuir o mérito e o
demérito)
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Necessidade
(dar a cada um segundo suas
necessidades => justiça social)
Classificação da Justiça
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Bem Comum
Conjunto organizado das condições sociais, graças às quais a
pessoa humana pode cumprir seu destino natural e espiritual.
(Alípio Silveira)
Segurança Jurídica
15
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16
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• previsibilidade da sentença
• respeito à coisa julgada
• uniformidade e continuidade jurisprudencial
Direito
É um conjunto de normas de conduta social, imposto
coercitivamente pelo Estado, para a realização da
segurança, segundo os critérios da justiça – (Paulo Nader)
Conclusão
Por tudo o que se disse, o Direito visa à ordem da sociedade na
medida em que busca padronizar a conduta humana, para possibilitar
o convívio entre os homens. Visa também à certeza, pois, sabendo o
que o Direito espera dele, o homem pode pautar sua conduta. Com a
certeza advém a segurança, já que através das regras de Direito, o
homem sabe que, violado o seu direito, o Estado poderá ser acionado
para reparar a lesão havida. A paz seria a quarta finalidade. Sendo a
guerra e a desarmonia os meios de destruição do próprio homem, o
Direito se utiliza da promoção da paz para a perpetuação da espécie.
Por fim, o Direito objetiva a justiça, dando, como disse Ulpiano, a
17
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Ciência
Conjunto organizado de conhecimentos relativos a um
determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a
observação, a experiência dos fatos e um método próprio.
Os que o afirmam, defendem a idéia de que “no lugar onde ele atua,
tem validade universal” - Hans Kelsen
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A TRIDIMENSIONALIDADE DO DIREITO
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Direito
Ordenação heterônoma das relações sociais baseada
numa integração normativa de fatos e valores. Maria
Helena Diniz
20
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O DIREITO E A MORAL
Moral
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b) Heteronomia
Regras jurídicas são impostas. Valem independente de nossa
adesão ou opinião. (Heteronomia)
Regras morais são aceitas unanimemente. Brotam de uma
consciência coletiva. (Autonomia)
c) Bilateralidade Atributiva
É uma proporção intersubjetiva em função da qual os sujeitos
de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir, ou a
fazer, garantidamente, algo. Miguel Reale
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Direito
É a ordenação heterônoma, coercível e bilateral
atributiva das relações de convivência, segundo uma
integração normativa de fatos conforme valores. –
(Miguel Reale)
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• Círculo de Benthan
Moral
Direito 24
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Direito Moral
Direito Moral
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Direito Moral
Direito
Ex: O dever do pai de velar pelo filho => art. 226, § 4º e art.
227, da CF
Ex: A indenização por acidente de trabalho => Lei 8.213
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27
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NOÇÕES PRELIMINARES
“Eu não creio que os teus editos valham mais do que as leis não-
escritas e imutáveis dos Deuses, que não são de hoje e nem de
ontem e ninguém sabe quando nasceram”.
Boa-fé, preservação da
família, a integridade dos
menores, respeito a
Deus, etc.
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Direito Natural
Direito Natural
É o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça
superior e suprema.
• Platão e Aristóteles
Leis Divinas
Platão
Leis Humanas
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• Hugo Grócio
• Le Fur
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• Stammler
Direito Natural
É o Direito justo de conteúdo variável. (Stammler)
• Georges Rennard
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1. Normas primárias
Imutáveis - resumidas na máxima
“É preciso fazer o bem”
Direito Natural
2. Normas secundárias
Conteúdo variável – em face do
processo histórico-humano (progres-
sivo)
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Direito Positivo
• Ordenamento Jurídico
Direito Positivo
É o ordenamento jurídico em vigor num determinado
país e numa determinada época – (Washington de Barros
Monteiro)
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DIREITO POSITIVO
“É o Direito efetivamente observado em uma comunidade (...)
o direito efetivamente aplicado pelas Autoridades do Estado,
ou pelas organizações internacionais (...) o direito histórica e
objetivamente estabelecido e efetivamente observado nas leis,
nos códigos, tratados internacionais, costumes, regulamentos,
decretos, etc.” (Paulo D. de Gusmão)
Temporal Atemporal
Existe em determinada época
Vigência Independe de vigência
Observância pela sociedade e
aplicação pelo Estado
Formal Informal
Depende de formalidades para
sua existência
Hierárquico Não hierárquico
Ordem de importância
estabelecida entre as regras
Dimensão espacial Independe de local
Vigência em local definido
Criado pelo homem Emerge espontaneamente da
Fruto da vontade do homem sociedade
Escrito Não escrito
Códigos, leis, jurisprudência
Mutável Imutável
Altera-se mediante a vontade do
homem
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
Ao nosso modo de ver, de fato, não pode ser negada, ainda nos
dias atuais, a existência do Direito Natural, ao menos como
sendo um complemento do Direito Positivo, constituindo ambos
uma só unidade para integração do direito vigente. Embora
reconheçamos ter havido um declínio do jusnaturalismo no
passado, há nesta época um sensível florescimento.
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
37
Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
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Apostila de Introdução ao Direito I – Prof. André Uchôa
1 Teorias Monistas
Observações:
Liberalismo => Prevalência do Direito Privado sobre o
Público. O Direito Público é uma forma de proteção ao Direito
Privado, especialmente ao direito de propriedade.
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2 Teorias Dualistas:
2.1 Substancialistas
b) Teoria do Fim
40
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2. 2 Formalistas
41
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3 Teorias Trialistas:
Comercial
Direito Profissional do Trabalho
Legislação Social
• Paul Roubier
Direito Misto
Direito Regulador Penal
Processual
Direito de Família
• Paulo Dourado de Gusmão Direito do Trabalho
Direito Misto Direito Profissional
Direito do Trabalho
de Previdência e Assistência Social
de Minas
• Orlando Secco Marítimo
DIREITO SOCIAL AERONÁUTICO OU AÉREO
Agrário ou Rural
Atômico ou Nuclear
A
A
A
42
Orlando Secco
1ª Dimensão - DIREITO PÚBLICO Paulo D. de Gusmão
I. DIREITO PÚBLICO
a) Constitucional
b) Administrativo a) Direito Público Interno
c) Penal b) Constitucional
d) Processual ou Judiciário c) Administrativo
e) Financeiro (Tributário-Fiscal) d) Penal
f) Canônico e) Judiciário
g) Internacional Público f) Eleitoral
h) do Menor g) Processual
i) Eleitoral h) Financeiro
j) Político i) Político
j) Penal Interestatal
2ª Dimensão - DIREITO PRIVADO k) Penitenciário
l) Internacional Privado
a) Civil m) Direito Público Externo
b) Comercial n) Internacional Público
c) Industrial o) Espacial
d) Internacional Privado p) Penal Internacional
q) Diplomático
3ª Dimensão - DIREITO SOCIAL
II. DIREITO PRIVADO
a) do Trabalho
b) de Previdência e Assistência Social a) Civil
c) de Minas b) Comercial
d) Marítimo c) Privado Disciplinar
e) Aeronáutico ou Aéreo d) Comum
f) Agrário ou Rural
g) Atômico ou Nuclear III. DIREITO MISTO
1
6. Direito Canônico (apontado como sendo um ramo do
Direito Público por Jellinek) - o que regula as relações da
Igreja. Consiste em um conjunto de normas disciplinares que
regulam a vida de uma comunidade religiosa ou as decisões dos
seus concílios.
2
13. Direito Industrial - regula a propriedade industrial,
envolvendo principalmente os aspectos relacionados à
concessão de privilégios e de registros, assim como os
concernentes à repressão a falsas indicações de procedência e a
concorrência desleal.
14. Direito Internacional Privado (DIP) – dedica-se à
solução dos conflitos de leis no espaço.
bem-estar deles.
IED
i
lcant
Cava
17. Direito de Minas - regula precipuamente as questões ôa
3
21. Direito Atômico ou Nuclear - regula principalmente a
limitações e a utilização das armas atômicas e disciplina as
questões concernentes à energia nuclear.
Interno
• Direito Público 99.1
Internacional
1
IED
i
• Direito Privado lcant
Cava
ôa
Uch
é
DIREITO INTERNACIONAL
É o conjunto de regras consuetudinárias e convencionais
que rege as relações dos Estado soberanos, protege os
direitos humanos e cuida do meio ambiente.(Paulo
Dourado de Gusmão)
4
Os Estados não são auto-suficientes => Desenvolvimento
dependente do comércio externo e de investimentos de
organizações estrangeiras => Conveniência à submissão e
às convenções internacionais
5
Além da fundamental divisão entre Direito Público e
Direito Privado, outras existem:
6
Direito Regular e Direito Singular
99.1
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
7
UNIDADE III – FONTES DO DIREITO
Noção
Questões:
1. Quando, onde e por que surgem estes mandamentos
jurídicos?
2. Como eles nascem e o que os fazem surgir no cenário
social?
99.1
O nascimento das normas jurídicas pode ser visto por duas
óticas distintas:
1
IED
1. Sociologia Jurídica - surgimento da norma como i
lcant
fenômeno social. Cava
VALOR
É tudo aquilo que é desejável . (Dicionário de Filosofia)
8
Chamamos de valores morais tudo aquilo
que é desejável na busca natural do
homem pela realização do bem.
9
Fontes Materiais e Formais - Fontes Diretas e Indiretas
Diretas
1. Fontes Materiais
Indiretas
3. Fontes Históricas
10
1. Fontes Materiais (de produção ou substanciais) - A
palavra material vem de matéria, significando
substância, essência, para indicar justamente aquelas
fontes que têm substância.
Subdividem-se em:
♦ Fontes Materiais Diretas ou Imediatas - São
aquelas fontes que criam diretamente as normas
jurídicas, representadas pelos órgãos legiferantes: 99.1
a) o Poder Legislativo - quando elabora e faz entrar
em vigor as leis;
b) o Poder Executivo - quando excepcionalmente
1
IED
elabora leis; i
lcant
c) o Poder Judiciário - quando elabora Cava
legisla;
é
Andr
d) os doutrinadores - quando, desenvolvendo Prof.
11
2. Fontes Formais (ou de conhecimento) - são as formas
de expressão do Direito. As maneiras pelas quais ele se
faz conhecer.
Observações:
certeza legal
é
Andr
Prof.
12
3. Fontes Históricas - são as que indicam a origem das
instituições do Direito. Representam todas as legislações
passadas, assim como os fundamentos jurídicos expostos
na criação da norma jurídica.
Materiais
1
IED
Estatais Leis, Decretos, Regulamentos i
lcant
Cava
ôa
Uch
JURISPRUDÊNCIA
é
Andr
Fontes do Infra-Estatais Costumes Prof.
Costumes
Internacionais
Supra-Estatais
Tratados e
Convenções
Internacionais
13
Obs.: A jurisprudência poderia ser vista como fonte estatal,
uma vez que os tribunais são órgãos do Estado.
99.1
2 . Fontes Formais - “São as formas pelas quais o Direito
Positivo se manifesta na história.”
1
IED
Dividem-se em: i
lcant
♦ Fontes Formais Estatais - São formas de expressão do Cava
b) Etimologia:
15
Legere => Ler => Antigos tinham o hábito de se reunir
em praças públicas, local onde afixavam as leis, para leitura
e comentário dos novos atos
99.1
c) Conceitos:
1
IED
Lei em sentido amplo ou em sentido lato: indica o jus i
lcant
scriptum. Referência genérica que inclui a lei propriamente Cava
16
Lei em sentido formal e em sentido formal-material: em
sentido formal é a que atende apenas aos requisitos de
forma (processo regular de formação), faltando-lhe
caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância
jurídica.
Ex.: A aprovação, pela assembléia da
Revolução Francesa, da lei que declarava a
existência de Deus e a imortalidade da
alma.
17
comando estatal imprime-lhes profunda analogia ao Direito
Público. Assim são reconhecidas por serem inderrogáveis
pela vontade das partes e por elas irrenunciáveis.
Ex.: Prescrição e decadência, normas sobre o
casamento, etc.
99.1
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
Costume
Sua noção é bem antiga, uma vez que era já conhecida por
gregos e por romanos. Tem grande força no Direito Inglês,
traduzindo-se a common law pela coletânea de decisões
judiciais que passa a constituir modelo obrigatório para
decisão dos demais casos idênticos. Tem nos precedentes
judiciais do direito anglo-saxão a força de uma lei.
Costumes
Procedimentos constantes e uniformes adotados por um
grupo social e, por este mesmo grupo, tidos como
18
obrigatórios. É a prática reiterada e constante de
determinados atos que acaba por gerar a mentalização
de que tais atos sejam essenciais para o bem da
coletividade. (Orlando de Almeida Secco)
Dentre as leis que caem pelo desuso, vale lembrar a problemática da validade das leis injustas.
Há quatro posições distintas a respeito:
a) Positivista
Considera as leis injustas válidas e obrigatórias desde que
estejam em vigor. O não reconhecimento de sua validade
20
ameaçaria a segurança jurídica, anseio primordial da
sociedade.
b) Jusnaturalista
Nega a validade das leis injustas. O Direito, sendo criado
pelos homens, deve por estes ser dominado e não erigir-
se em dominador do próprio homem.
c) Posição eclética
Apesar de considerar as leis injustas ilegítimas,
reconhece a validade daquelas cujo mal provocado não
chega a ser insuportável. A não observância de uma lei
injusta pode às vezes gerar mal maior, daí porque sua
tolerância em alguns casos.
Doutrina
21
DOUTRINA
São estudos e teorias desenvolvidos pelos juristas, com o
objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes
e de conceber novos institutos jurídicos reclamados pelo
momento histórico (Paulo Nader)
Funções da Doutrina:
22
Jurisprudência
1
IED
i
a lei)
ôa
Uch
é
Andr
Jurisprudência praeter legem (além da lei) Prof.
23
A jurisprudência cria Direito?
25
UNIDADE IV – INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
DO DIREITO
EQÜIDADE
que estabelece:
1
26
ANALOGIA
Analogia
99.1
27
O art. 230 do CPC admite que o oficial de
justiça promova a citação em comarca
contígua, disposição que pode ser
estendida, por analogia, à hipótese de
intimação.
Observações:
28
que o defina, nem pena sem prévia cominação legal - art.
5o XXXIX da CF. Ex.: furto de uso não é crime -
É vedada a analogia em malam partem.
99.1
30
UNIDADE V - NORMA JURÍDICA
INTRODUÇÃO
1
IED
Não basta que os homens de uma sociedade queiram i
31
NORMA JURÍDICA
CONCEITOS
INSTITUTO JURÍDICO
CONCEITO 99.1
• harmonia
• coerência lógica
• unidade de fim.
Tipos de comandos
32
1- Imperativo categórico - fórmula simples, "deve ser A"
=> Mais comuns na religião, na moral e nos costumes,
embora também existam normas jurídicas com este tipo
de comando => Constituída por um único elemento
(enunciado, dispositivo ou conseqüência) => Caráter
taxativo
1
IED
2 - Imperativo hipotético - fórmula composta, "se for B, i
lcant
então deve ser A" => Se for B (hipótese, suposto ou Cava
34
ESTRUTURA LÓGICA DA NORMA JURÍDICA
99.1
NORMA ESQUEMA INTERPRETAÇÃO
Moral "Deve ser A" Impõe-se por si própria (A)
Jurídica "Se A é, B deve ser, Sob determinada condição (A),
1
IED
sob pena de S" deve-se agir de acordo com o que
i
lcant
for previsto (B), sob pena de Cava
ôa
sofrer uma sanção (S) Uch
CARACTERÍSTICAS
36
de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser
seguida de maneira objetiva e obrigatória. (Miguel Reale)
37
sua casuística, os códigos seriam muito mais extensos e
o legislador não lograria seu objetivo, já que a vida em
sociedade é mais rica que a imaginação do homem.
Psicológico (intimidação)
1
IED
Elementos i
lcant
Material (força) Cava
ôa
Uch
é
Andr
Já que a norma jurídica pode ser cumprida Prof.
Para Ihering, sim, pois sem ela o Direito seria como o fogo
que não queima.
38
Regra de direito comum
Pelo âmbito espacial de Regra de direito particular
sua validade Regra de direito interno e
de direito internacional
Norma constitucional
Da força de seu conteúdo Lei complementar
Norma ordinária
99.1
1
IED
i
lcant
No campo doutrinário da classificação das normas Cava
ôa
jurídicas, os autores não são unânimes. Cada um utiliza Uch
39
Outros autores => Destinatário da norma jurídica seria o
Poder Judiciário => Aplicador dos mandamentos jurídicos
40
A normas implícita é aquela subentendida a partir da
norma explícita.
99.1
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
41
território de um Estado acha-se sob a proteção e garantia e
um sistema de Direito.
Constitucional.”
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
42
distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza
da relação jurídica:
Imperativas - ordenam,
impõem.
Ex.: Art. 964 do CC
43
Normas impositivas
(ou cogentes) Proibitivas - vedam, proibem.
Ex.: Art. 1650 do CC
Interpretativas -
esclarecem a vontade do
indivíduo manifestada de
forma duvidosa.
Ex.: Art. 1666 do CC
Normas dispositivas
(ou permissivas) Integrativas - preenchem lacunas
deixadas por ocasião da manifestação da vontade.
Ex.: Art. 1348 do CC
99.1
44
Normas mais que perfeitas - estabelecem sanções em
proporções maiores do que os atos praticados mediante
transgressão de normas jurídicas. A sanção é mais
intensa do que a transgressão.
EX.: ART. 1538 DO CC
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
45
Ex.: Lei de Direito Processual Civil, Direito
Processual Penal, etc.
99.1
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
46
UNIDADE VI – A Lei e o Ordenamento Jurídico
INTRODUÇÃO
Elementos do Estado 1
IED
• Povo / território / governo i
lcant
• População (povo e nação) / território / soberania - Paulo
Cava
ôa
Nader Uch
é
Andr
47
1 - Teoria do Contrato Social (Rousseau) - quando os
homens passaram do estado natural para o estado de
sociedade, teria havido um pacto de harmonia em que se
obrigariam a viver pacificamente. Num segundo momento,
todos os homens da sociedade firmaram outro pacto pelo
qual se submeteriam a um governo por eles escolhido
(defendida pelos adeptos da Escola do Direito Natural).
Fins do Estado
48
O fim a ser alcançado pelo Estado, na gestão dos interesses
sociais, pode ser visto por diferentes concepções, assim
sintetizadas por Gustav Radbruch:
49
Teorias sobre a relação entre Direito e Estado
Teoria do Paralelismo:
Cava
ôa
50
• Direito e Estado constituem um meio ou instrumento
a serviço do bem-estar da coletividade.
Pode ser praticada mediante uma ação (ex.: quando o poder 99.1
51
c) O controle da constitucionalidade das leis.
Estado de Direito
52
Estado Federal: forma de Estado brasileiro
1 Monarquia - governo de um só
ôa
Uch
interesse do povo
54
Rui Barbosa: o que discrimina a forma republicana da
monárquica não é apenas a coexistência dos três poderes,
indispensáveis em todos os governos constitucionais, mas a
condição de que os poderes Legislativo e Executivo
derivem de eleições populares (arts. 27, parágrafo 4o, 28,
29, I e II, e 77, todos da CF).
Administrativo.
ôa
Uch
é
Andr
Governo é o conjunto de órgãos mediante os quais a Prof.
56
2 Função executiva – consiste na resolução de
problemas concretos e individualizados de acordo
com as leis, não se limitando à simples execução das
leis. Divide-se em:
• função de governo - com atribuições políticas, co-
legislativas e de decisão
• função administrativa - intervenção, fomento e
serviço público
57
O princípio da separação dos poderes já se encontrava
sugerido em Aristóteles, John Locke e Rousseau, mas foi
com Montesquieu que se definiu e se divulgou. Tal
princípio se tornou um dogma constitucional, a ponto de o
art. 16 das Declarações dos Direitos do Homem e do
Cidadão, de 1789, declarar que não teria constituição a
sociedade que não assegurasse a separação dos poderes.
Harmonia
58
1 Normas de cortesia no trato recíproco;
2 Respeito às prerrogativas e faculdades a que todos
têm direito.
Do Poder Executivo
59
O Poder Executivo é tratado constitucionalmente nos arts.
76 e seguintes e sua função primordial é resolver os
problemas concretos e individualizados em conformidade
com a lei.
Na União, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da
República e pelos Ministros de Estado (art. 76 da CF).
Do Poder Judiciário
1
(função jurisdicional).
Andr
Prof.
60
Atribuição
Ato ou efeito de atribuir, de imputar, de conferir.
Competência ou faculdade conferida por lei ou em razão
de cargo ou função. (Novo Dicionário Jurídico Brasileiro
- José Náufel)
Competência
É o poder de exercer a jurisdição nos limites
estabelecidos pela lei. É o âmbito dentro do qual o juiz
pode exercer a jurisdição. (Moacyr Amaral dos Santos)
61
Diz-se que um juiz é competente quando, no âmbito de suas
atribuições, tem poder de dizer o Direito (poder
jurisdicional) sobre determinada causa).
Obs.: Duplo grau de jurisdição - Julgar é atividade
humana e, como tal, sujeita a erros. Daí a necessidade de
facultar ao interessado o reexame da questão decidida no
chamado primeiro grau de jurisdição. Assim, através de
instrumento próprio e em prazo determinado, pode a parte
que se sentiu prejudicada pedir que a questão seja
reanalisada por um órgão jurisdicional superior, que
manterá ou modificará a decisão proferida anteriormente.
Tribunal de Justiça
Juízes de Direito
Conselhos de Justiça Militar
Juizados Especiais
62
Técnica Jurídica
É o conjunto de meios e de procedimentos que tornam
prática e efetiva a norma jurídica.
63
O Poder Legislativo
64
PROCESSO DE ELABORAÇÃO LEGISLATIVO
Processo Legislativo
É o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos
visando à formação das leis constitucionais,
complementares e ordinárias, resoluções e decretos
legislativos. (José Afonso da Silva)
veto. Andr
Prof.
65
Atos do Processo Legislativo
a) Iniciativa legislativa
b)Emendas
c) Votação
d)Sanção e veto
e) Promulgação e publicação
maioria de votos:
ôa
Uch
66
Veto é o modo pelo qual o Chefe do Poder Executivo
exprime sua discordância com o projeto aprovado, por
entendê-lo inconstitucional ou contrário ao interesse
público (art. 66, parágrafo 1º). O veto pode ser total,
recaindo sobre todo o projeto, ou parcial, quando atingir
somente parte dele.
67
TÉCNICA LEGISLATIVA
Técnica Legislativa
É a arte de dar às normas jurídicas expressão exata; de
vestir com palavras mais precisas os pensamentos que
encerram a matéria de um Direito positivo. (Rudolf
Stammler)
referenda.
68
a) epígrafe - é a primeira parte do ato legislativo e contém
a indicação de sua espécie ou natureza (lei, medida
provisória, decreto), o seu número de ordem e a data
em que foi assinado.
Ex.: Lei 6.624, de 23 de março de 1979.
69
c) autoria e fundamento legal da autoridade - a autoria se
define na parte que se segue à rubrica.
70
• exposição de motivos - modalidade de
justificação privativa das codificações. Nela
são indicadas as inovações incorporadas ao
texto e suas fontes inspiradoras. Trata-se
de peça mais ampla e analítica, que acaba
por mencionar as teorias que foram
contempladas na nova Lei, fazendo
referências eventuais ao Direito Comparado.
f) valor do preâmbulo -
1 na verificação da hierarquia, para dirimir conflito
de leis no tempo.
2 na verificação da data de edição, também para
dirimir conflito de leis no tempo.
3 eventualmente, na interpretação da lei (rubrica e
causas justificativas), para verificar seu alcance.
71
aplicação do novo texto. Dividem-se em preliminares,
gerais ou finais e transitórias.
promulga.
ôa
Uch
é
Andr
7 Referenda - No plano federal, a referenda consiste no Prof.
73
O eixo principal em torno do qual se desenvolve a
apresentação material dos atos legislativos é formado pelos
artigos. Os demais elementos são divisões deles, como os
parágrafos e itens, ou representam seu agrupamento, como
as seções, capítulos e títulos.
1 Artigo - significa parte ou trecho. É a unidade básica
para a apresentação, divisão ou agrupamento de
assuntos.
Obs. 1: Quando o artigo é dividido em parágrafos ou
itens, a parte que antecede o desdobramento
denomina-se caput.
Agrupamentos de artigos
Nos atos legislativos mais extensos, como os códigos e as
consolidações, a matéria legislada é organizada por
natureza de assuntos. Cada um destes assuntos é arrumado
em um bloco de artigos:
a) os artigos formam a seção;
b) as seções formam o capítulo; 99.1
c) os capítulos formam o título;
d) os títulos formam o livro;
e) os livros formam a parte;
1
IED
f) as partes formam o código. i
lcant
Cava
75
personagens: legislador e súditos => divisão
puramente escolástica
soberano
é
Andr
Prof.
76
Para esta teoria, as normas de um ordenamento jurídico não
estão no mesmo plano, existindo, assim, normas superiores
e inferiores.
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
PIRÂMIDE DE KELSEN
77
. Processo de produção
. Poder
. Dever
. Processo de
execução
78
Os limites impostos pelos poderes superiores aos inferiores
podem ser de duas espécies:
79
Quando se diz que o juiz deve aplicar a lei (Direito
Substantivo), significa que sua atividade está limitada pela
lei, ou seja, o conteúdo da sentença por ele proferida deve
corresponder ao conteúdo de uma lei. Não havendo esta
correspondência, sua sentença pode ser declarada inválida,
tal como a lei não-conforme à Constituição.
A norma fundamental
Poder originário
O poder originário é o ponto de referência último de todas
as normas. É o poder além do qual não existe nenhum
outro pelo qual se possa justificar o ordenamento jurídico.
Esse ponto de referência é necessário para fundar a
unidade do ordenamento jurídico. (Norberto Bobbio)
99.1
1
IED
i
lcant
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
81
A VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
1
IED
i
lcant
Cava
Direito e força
ôa
Uch
é
Andr
Falamos que a norma fundamental estabelece que é preciso Prof.
Poder originário
É o conjunto de forças políticas que, num determinado
momento histórico, tomam o domínio da sociedade e
instauram um novo ordenamento jurídico. (Norberto
Bobbio)
82
O ordenamento só é jurídico se for efetivo. A norma
fundamental que manda a todos obedecerem aos
detentores do poder originário é aquela que os legitima
a exercerem a força. Veja-se que uma das características
do ordenamento jurídico (das normas jurídicas) é a
possibilidade do uso da força (coercibilidade). Assim a
força pode ser vista como um instrumento para a
realização do Direito.
83
SISTEMA E ORDENAMENTO JURÍDICO: COERÊNCIA
84
Antinomia Jurídica
Situação que se verifica entre duas normas incompatíveis,
pertencentes ao mesmo ordenamento e tendo o mesmo
âmbito de validade. (Norberto Bobbio)
Obs.: Lei especial é aquela que anula uma lei mais geral ou
subtrai de uma norma uma parte da sua matéria para
submetê-la a uma regulamentação diferente (contrária ou
contraditória). Corresponde a uma exigência fundamental
de justiça: tratamento igual às pessoas que pertencem à
mesma categoria.
85
Ao deparar-se com uma antinomia, o aplicador do Direito
deverá utilizar as regras mencionadas, resultando três
possibilidades:
1 Eliminar uma das regras, aplicando a outra (antinomia
real) => interpretação ab-rogante => ab-rogação
simples
2 Eliminar as duas, aplicando uma terceira (antinomia
real) => interpretação ab-rogante => dupla ab-rogação
3 Conservar as duas (antinomia aparente)
igualdade).
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
86
SISTEMA E ORDENAMENTO JURÍDICO: COMPLETUDE
Completude
É a propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem
uma norma para regular qualquer caso. Uma vez que a
falta de uma norma se chama geralmente “lacuna”,
“completude significa “falta de lacunas”. (Norberto
Bobbio)
previstos em lei.
é
Andr
Prof.
87
Nos tempos modernos, o dogma da completude tornou-se
parte integrante da concepção que faz da produção jurídica
um monopólio do Estado.
Por esta concepção, admitir que o ordenamento jurídico
estatal não era completo significava introduzir um Direito
concorrente, quebrando o monopólio do Estado.
gerais do Direito.
Cava
ôa
Uch
é
Andr
Prof.
89
Hierarquia das Leis
da própria Constituição)
ôa
Uch
é
Andr
III - Leis ordinárias (têm, praticamente, o Prof.
mesmo
IV - Leis delegadas valor jurídico)
V - Medidas provisórias
VI - Decretos legislativos
VII - Resoluções
90
Abaixo destes atos legislativos, temos os decretos
executivos, emanados pelo Presidente da República, para
execução das leis provenientes do congresso ou não.
91
2 Eficácia (validade social):
Eficaz é o direito efetivamente observado pela
sociedade e aplicado pelo Poder Judiciário e que atinge
a sua finalidade.
Obs.: Há quem faça distinção entre eficácia e efetividade.
92
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS
1
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DAS LEIS IED
i
lcant
93
CESSAÇÃO DA EFICÁCIA DAS LEIS
99.1
REPRISTINAÇÃO
94
A lei posterior revoga a anterior quando trata da mesma
matéria de forma contrária.
95
UNIDADE VII - CONFLITO DE LEIS NO TEMPO DE NO
ESPAÇO
DIREITO INTERTEMPORAL
96
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS
97
obter o benefício, uma vez que o direito já estava adquirido
à época da mudança da lei.
98
Ato Jurídico Perfeito - É aquele que se realizou
inteiramente sob a vigência de determinada lei. Assim, se
alguém comprou alguma coisa, pagando na hora o
respectivo preço total, o direito daquela pessoa sobre tal
coisa está consumado, não podendo ser atingido por lei
nova.