Você está na página 1de 46

CLIFFORD

GUERRA INVISIVEL ANDRADE

A BATALHA DOS ANJOS


BIBLIOGRAFIA.

A bíblia vida nova. São Paulo, spp. edição vida nova, 1976.

Teologia sistemática. (Franklin Ferreira e Alan myatt)

Bittencourt, b. Nop. O testamento são Paulo, SP. : aste, 1965.

Tenne y, merril c. O novo testamento sua origem e analise. São Paulo, SP: edições
vida nova.

O Conhecimento de Deus (J. I. Packer).

A Obra do Espírito Santo (Abraham Kuyper)

Ateísmo humanismo bob kowalsk

.
TEOLOGIA BIBLIA E SANTIDADE

CLIFFORD F. ANDRADE

Guerra Invisível
A batalha dos Anjos

SÃO PAULO-SSP

2023
DEDICATORIA

Dedico esta obra literária primeiramente a minha mãe, Sônia Fabricio por ter criado um
alicerce em minha vida. E exemplo de coragem e simplicidades em suas metas, e com
muito carinho me ensinou o caminho da justiça.
Dedico também a minha esposa, nina e filhos Aline e brenam. Sem eles jamais
conseguiria alcançar o topo da vida.
Dedico também aos meus amigos que fizeram parte da historia da minha vida Nenezao,
P.A, Diego, Cristiano, Jairzinho, Lauremir, PastorTiago,GilsaMarciaSavioli, Betânia,
Topete, Priscila, Toninho, Dinei, Teco, Adilsinho Cantor, Josi ,Vinício.
1. Guerra Invisível

1.1. O Que Significa “Nossa Luta Não é Contra Carne e


Sangue”?

A declaração ―nossa luta não é contra carne e sangue‖ significa


que não lutamos contra meros seres humanos. Nossa verdadeira batalha é contra
um exército de seres malignos que fazem oposição à obra de Deus. Por isso o
mesmo versículo explica que guerreamos ―contra os principados e potestades;
contra os dominadores deste mundo tenebroso; contra as forças espirituais do mal,
nas regiões celestes‖ (Efésios 6:12).

Foi o apóstolo Paulo quem fez essa exortação acerca da


batalha espiritual que os crentes enfrentam. Escrevendo aos crentes efésios, ele
exorta sobre a realidade do conflito que todo redimido está envolvido e ensina como
o crente deve encarar essa guerra (Efésios 6:10-20). Essa luta, que não é contra a
carne e o sangue, perdurará até o final da presente era; até o dia do glorioso retorno
de nosso Senhor Jesus Cristo.

1.2. Nossa luta não é contra carne e sangue

A palavra ―carne‖ aparece na Bíblia em diferentes contextos e por


isso assume diferentes significados. Há um sentido muito usual no Novo Testamento
em que a palavra ―carne‖ significa a natureza humana corrompida pelo pecado.

Mas quando o apóstolo Paulo diz ―nossa luta não é contra carne e
sangue‖ ele aplica a palavra ―carne‖ como significando a própria constituição
humana, com suas limitações e fragilidades. O apóstolo faz uso da combinação
―carne e sangue‖ outras vezes em suas epístolas.
Escrevendo aos crentes da Galácia, ele diz que seu ministério não
estava fundamentado no conselho de ―carne e sangue‖; ou seja, não estava
fundamentado numa limitada e frágil aprovação humana, mas na escolha do próprio
Deus (Gálatas 1:16). Ele também explicou aos coríntios que a carne e o sangue não
podem herdar o reino de Deus. Com isso ele faz uma indicação da importância da
doutrinada ressurreição (1 Coríntios 15:50).

Em certa ocasião Jesus também usou a expressão ―carne e sangue‖


nesse mesmo sentido; sua intenção era apontar as debilidades humanas, não
apenas físicas, mas também mentais (Mateus 16:17). Portanto, o ensino de que
―nossa luta não é contra carne e sangue‖ enfatiza que de fato

Somos participantes de uma batalha que não é fácil. Não estamos lutando
simplesmente contra a fraqueza da existência humana, mas contra inimigos muito
mais perigosos.

1.3. Nossa luta é contra os principados e potestades

Após dizer que ―nossa luta não é contra carne e sangue‖, Paulo
imediatamente identifica quem são os nossos verdadeiros inimigos. Ele diz que
lutamos contra os principados e potestades. Com isso ele apresenta muito
claramente a realidade das hostes espirituais de seres malignos que governam este
mundo tenebroso.

Isso significa que o reino das trevas não é composto por forças
desorganizadas e sem propósitos; mas por seres que se organizam numa hierarquia
bem definida e se empenham em fazer oposição à obra de Deus e ao seu povo. Em
outras palavras, o texto bíblico está dizendo que ―nossa luta não é contra carne e
sangue‖ porque na realidade lutamos mesmo é contra o diabo e os demônios que
estão sob seu controle.

Esses anjos caídos são autoridades que dominam este mundo de


trevas. Aqui, porém, é necessário fazer uma observação acerca da soberania divina.
O fato de esses principados e potestades serem governantes deste mundo
tenebroso, não significa que eles agem à parte do poder e do controle de Deus.

Os principados e potestades das trevas não são autônomos;


eles não são seres soberanos que fazem tudo o que desejam fazer. Satanás e seus
anjos só podem atuar dentro dos limites estabelecidos por Deus. Como diz Lutero,
Satanás é um cachorro na coleira de Deus. Ele só pode ir até onde Deus lhe permite
ir. W. Hendriksen explica o governo desses seres malignos neste mundo dizendo
que sob a providência permissiva de Deus, esses seres controlam tiranicamente o
mundo da ignorância, do pecado e da tristeza.

Os principados e potestades contra os quais lutamos, são forças


espirituais do mal nas regiões celestes. A expressão ―regiões celestes‖ aqui deve ser
entendida como sendo o reino extraterreno; isto é, a esfera acima da terra e abaixo
do céu que é morada de Deus. Então não se pode confundir o significado de
―regiões celestes‖ neste texto com outras aplicações de expressões semelhantes
que falam do lar dos redimidos com Deus (cf. Efésios 1:3, 20; 2:6; 3:10).

2. TRES FORTALEZAS ESPIRITUAIS


PARA SEREM DESTRUIDAS

Uma manifestação de intercessão é normalmente chamada de ―guerra


espiritual‖. Há diferentes opiniões sobre esse tipo de oração. Na maioria dos casos,
a batalha espiritual não deve ser realizada confrontando-se diretamente os
principados e potestades sobre cidades e nações. Esses espíritos malignos são
chamados nas Escrituras de principados, potestades, príncipes das trevas deste
século e hostes espirituais da maldade (Ef 6.12). São seres demoníacos de alto
escalão que habitam nos lugares celestiais e não em seres humanos. Esses
―espíritos demoníacos desincorporados‖ têm uma função diferente da função dos
demônios que habitam em seres humanos.

―Porquanto, nossa luta não é contra seres humanos, e sim contra principados e
potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais‖ Efésios 6.12.

O modelo do Novo Testamento para a guerra espiritual é dirigir as nossas


orações a Deus, proclamar seu nome e suas promessas, e fazer as suas obras
como a principal forma de lutarmos contra os espíritos malignos ―desincorporados‖
nos lugares celestiais. Assim sendo, como regra geral, falamos diretamente a Deus
em vez de nos dirigirmos diretamente a eles. Em minha opinião, há exceções a essa
regra geral, e, nesse caso, dirigimos as nossas declarações diretamente a um
principado demoníaco. No entanto, esse não é o principal modelo de oração
apresentado pelos apóstolos do Novo Testamento.

Jesus e os apóstolos falavam diretamente aos demônios que habitavam


numa pessoa endemoninhada, ou, em outras palavras, aos espíritos demoníacos
―incorporados‖. Mas o que faziam não é a mesma coisa que nos dirigirmos à
principados demoníacos ―desincorporados‖ que habitam nos lugares celestiais. De
fato, lutamos contra principados demoníacos ―desincorporados‖ (Ef 6.12) mas,
geralmente, orando ao Pai, e não falando com eles diretamente. O profeta Daniel
prevaleceu sobre o poderoso principado demoníaco da Pérsia (Dn 10.12,13) à
medida que jejuava e orava, concentrando-se no Deus de Israel (Dn 9.4-23) e não
no próprio ser demoníaco.
Percebo três componentes envolvidos nas orações de batalha espiritual.
Em primeiro lugar, proclamamos a vitória de Deus, concordando com a supremacia
de Jesus, o seu poder, as suas promessas e a sua vontade. Fazemos as orações da
Bíblia, relembramos a Deus das suas promessas e proclamamos decretos proféticos
relacionados à supremacia de Deus e aos propósitos do seu Reino. Em segundo
lugar, confessamos o pecado e renunciamos as obras das trevas, rompendo, assim,
o nosso acordo com o inimigo. À medida que resistimos a Satanás e nos
submetemos a Deus e à sua Palavra, o diabo foge de nós (Tiago 4.7). Em terceiro
lugar, realizamos as obras do Reino, agindo no espírito oposto ao das características
malignas que permeiam uma determinada cidade ou região. Por exemplo, num lugar
em que a opressão é identificada como uma fortaleza espiritual, o corpo de Cristo
deveria focar a sua atenção agindo com generosidade, servindo e assim por diante.

2.1. TRÊS TIPOS DE FORTALEZAS

As Escrituras falam sobre destruirmos “fortalezas” espirituais:

Pois as armas da nossa guerra não são terrenas, mas poderosas em Deus
para destruir fortalezas! Destruímos vãs filosofias e a arrogância que tentam levar as
pessoas para longe do conhecimento de Deus‖ (2 Co 10.4,5).

Uma fortaleza consiste em um conjunto de ideias que estão de acordo com


as mentiras e acusações de Satanás contra a verdade de Deus (versículo 5). São
mentiras sobre Deus, sobre quem Elas é e sobre o que Ele diz que fará, como
também mentiras sobre quem somos em Cristo e como Ele nos vê. E, quando
aceitamos essas mentiras, elas aprisionam os nossos corações em trevas.
Regiões inteiras podem ser afetadas pelas mesmas mentiras e ser atacadas
por essas mesmas trevas demoníacas. Uma maneira pela qual podemos reconhecer
isso é que vemos um grande número de pessoas de uma região adotando os
mesmos padrões de trevas em suas crenças e comportamentos. Destruímos e
derrubamos fortalezas espirituais concordando com Deus e sua Palavra e
derrubando argumentos – renunciando às mentiras – que são contra o
conhecimento de Deus, a sua Palavra e a sua vontade. Dessa maneira, quebramos
qualquer acordo com Satanás.

2.2. Há três tipos de fortalezas espirituais:

1.

Fortalezas pessoais da mente, que prendem as pessoas em maneiras de.

Pensar e estilos de vida pecaminosos.

2.

Fortalezas culturais ou valores da nossa sociedade, que estão de acordo


com as trevas. As fortalezas culturais são acordos com os valores de Satanás na
nossa sociedade de maneira geral. Há muitas formas pelas quais as pessoas
concordam com ele e mantêm esses valores entrincheirados.

3.

Fortalezas cósmicas, que são potestades e principados demoníacos nos


ares, são anjos demoníacos ou hostes demoníacas. Paulo as descreve em sua carta
aos Efésios:
―Porquanto, nossa luta não é contra seres humanos e sim contra principados e
potestades, contra os dominadores deste sistema mundial em trevas, contra as
forças espirituais do mal nas regiões celestiais‖ (Ef 6.12)

Derrubamos cada uma dessas fortalezas concordando com Deus e


renunciando às mentiras do inimigo por meio das nossas orações e ações.Estamos
engajados em ―guerra espiritual‖, lutando contra as forças do maligno, do ―mundo, da
carne e do diabo‖. O campo de batalha dessa guerra está frequentemente em nossa
própria mente e sentimentos.

II Coríntios 10.4-5

―Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.‖

2.3. Fortalezas pessoais da mente.

Observe as palavras ―fortalezas‖ e ―pensamentos‖. As fortalezas são feitas de


pensamentos – pense nisso como um pequeno castelo em sua mente.

Habitando em Nossos Pensamentos

A fonte do bem e do mal está no espírito, pensamentos e emoções


estão na esfera da alma. No entanto, existe um terceiro nível, e esse é o cérebro. O
cérebro está na esfera física. As células do cérebro são os órgãos do corpo que
contêm os pensamentos da mente.
Enquanto escrevo isso, vejo palavras aparecendo na tela do computador.
Para essas letras aparecerem, elas devem ser armazenadas em algum lugar em
chip de silício, no computador ou na nuvem virtual do banco de armazenamento de
computadores. Assim é com nossos pensamentos. Palavras e imagens mentais
precisam ter uma unidade corporal que as ―aloje‖. As unidades do cérebro que
incorporam essas correntes de pensamentos são chamadas de ―sinapses‖. As
sinapses são uma matriz de células cerebrais que contêm nossos pensamentos, da
mesma forma que um computador armazena informações no banco de memória.

Esse conjunto de células cerebrais contendo palavras e imagens são


como um reduto ou uma fortaleza. Tudo o que fazemos ou dizemos cria bancos de
memória físicos em nossas células cerebrais. Podem ser memórias boas ou más,
mas elas estão lá. Quando queremos mudar nosso comportamento, é como se
estivéssemos demolindo as sinapses e reprogramando as células cerebrais com
informações corretas. Tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos forma um bloco
de células no nosso cérebro – um ―tijolo‖ na parede. Cada sinapse contém uma
carga eletromagnética. Este é o poder espiritual do bem e do mal, residente
fisicamente no nosso corpo.

2.4. O PODER DO PENSAMENTO.

Não podemos apenas ter boas intenções flutuando por aí. Precisamos
focar nossas palavras, pensamentos e ações para mudar a composição física
dessas fortalezas da mente. Nós travamos uma guerra contra esses blocos malignos
de células cerebrais. Nós lutamos nessa guerra usando armas espirituais. Nossas
armas são palavras, pensamentos e ações corretos, dirigidos pelo Espírito. Nós nos
submetemos à vontade de Deus; meditamos nas Escrituras, falamos a Verdade (em
voz alta) e agimos em obediência à Yeshua.
O ponto é que a guerra espiritual é REAL. As fortalezas da mente são
muito mais reais do que imaginávamos. Portanto, teremos de mudar nossas
palavras, pensamentos e ações de uma forma mais REAL do que imaginávamos.
Continuamos falando e agindo com amor e retidão até que a composição física das
células em nosso cérebro seja rearranjada de acordo com amor e retidão.
Perseveramos até que cada pensamento esteja corretamente alinhado com a
obediência e pureza de Yeshua.

A mente é um campo de batalha. Estamos em uma guerra espiritual e a mente é um


lugar estratégico: é a porta de entrada de pensamentos que tanto poderão nos levar
para a derrota quanto para a Vitória. Porém, apesar da mente ser tão decisiva na
direção da nossa vida, ela é bastante negligenciado. Já que não vemos e nem
tocamos aquilo que pensamos, corremos o risco de, sem perceber, alimentar
pensamentos altamente destrutivos.

Quando fazemos o exercício de levar nossos pensamentos cativos à


obediência de Cristo, eliminamos as mentiras do inimigo, seus argumentos, suas
teorias, seu raciocínio e todas as artimanhas malignas que têm a intenção de
desmentir ou enfraquecer a Palavra de Deus no nosso coração. É nossa
responsabilidade não permitir que pensamentos errados nos conduzam a
sentimentos também errados, pois eles nos farão tomar decisões contrárias aos
planos de Deus para nossa vida.

Condicione-se a sempre refletir sobre os pensamentos que chegam até


você e confronte-os com a Palavra de Deus. Feito isso, você poderá rejeitá-los ou
aceitá-los.

Parece difícil? Este discernimento é perfeitamente possível se você criar


uma intimidade com a Palavra de Deus. Ela fará um ―efeito higiênico‖ em sua mente
que apenas te beneficiará. Comece hoje mesmo a se disciplinar a não aceitar
pensamentos de forma automática, mas a selecionar apenas os que te edificam!

2.5. Devemos orar Assim!

Querido Espírito Santo, obrigado porque você habita em mim. Eu te peço


que você permaneça no comando de todas as áreas da minha vida, me capacitando
a pensar de forma correta, de acordo com a Palavra de Deus. Sei que, através da
minha mente, os planos de Deus poderão ir adiante ou se frustrar. Por isso, eu
ordeno que todos os meus pensamentos sejam levados cativos à obediência de
Cristo. Quero pensar apenas no que será bom para mim e para as demais pessoas.
Em nome de Jesus, amém.

3. Campo de batalha da mente

3.1. A mente é o campo de batalha

Efésios (6.12)

Estamos em guerra. E essa guerra não é contra outros seres humanos, mas
contra o mal e seus demônios.

3.2. Demolindo fortalezas

2 Coríntios 10.4-5
Satanás estabelece ―fortalezas‖ em nossa mente, mediante uma estratégia
cuidadosa e engano astuto. Uma fortaleza é uma área na qual somos mantidos
escravizados (em prisão) em decorrência de certa forma de pensar.

Temos as armas de que precisamos para dominar as fortalezas de Satanás.


Aprenderemos mais em outras aulas, mas, agora, note que estamos engajados em
uma guerra: a guerra espiritual.E o versículo 5 mostra claramente o local da batalha
na qual essa guerra é travada. O diabo argumenta conosco, oferece-nos teorias,
questionamentos. Toda essa atividade se passa na mente. A mente é o campo de
batalha.

3.3. Estamos engajados em uma guerra

2. Nosso inimigo é Satanás.

3. A mente é o campo de batalha.

4. O diabo trabalha diligentemente para estabelecer fortalezas em nossa mente.

5. Ele não faz isso mediante estratégia e engano (planos bem elaborados e
engano astuto).

6. Ele não está com pressa; desenvolve seu plano com o tempo.

3.4. As armas da Palavra.

João (8.31-32)

Aqui Jesus nos diz como devemos ganhar a vitória sobre as mentiras de
Satanás. Nós devemos ter o conhecimento da verdade de Deus em nós, renovar
nossa mente com sua Palavra e, então usar as armas de 2 Coríntios 10.4-5 para
destruir fortalezas e toda altivez e superioridade que se levantam contra o
conhecimento de Deus.

Essas ―armas‖ consistem na Palavra recebida por meio da pregação,


ensino, livros, gravações, seminários e estudo individual da Bíblia. Mas nós devemos
―habitar‖ (continuar) na Palavra até que ela se torne revelação dada pela inspiração
do Espírito Santo. É importante continuar.

Marcos 4.24

3.5. As duas outras armas a nossa disposição são o louvor e a oração.

Lucas 4.18

Quando estudamos a Palavra de Deus, conhecemos a verdade e,


agindo na verdade, ela nos tornará livres.

A verdade é sempre revelada por meio da Palavra; mas tristemente, as


pessoas nem sempre a aceitam. É um penoso processo de encarar nossas falhas e
lidar com elas. De modo geral as pessoas tendem a justificar os maus
comportamentos, permitindo que o passado e o modo como elas foram criadas lhes
afetem negativamente o resto da vida. Nosso passado pode explicar por que nós
estamos sofrendo, mas não devemos usá-lo como desculpa para permanecermos
escravos dele. Ninguém tem desculpa, porque Jesus está sempre pronto a cumprir
sua promessa de libertar os cativos. Ele nos conduzirá à linha de chegada da vitória
em qualquer área se estivermos prontos para caminhar toda a estrada com ele.
1 Coríntios (10.13)

Satanás toma nossas circunstâncias e constrói fortalezas em nossa vida –


ele trava a guerra na nossa mente. Nossos comportamentos externos são apenas
resultados de nossa vida interior, problemas internos – em nossos pensamentos e
em nossas atitudes. Deus não permitirá que sejamos tentados além do que nós além
do que nós podemos suportar, mas com cada tentação ele providenciará a saída, o
escape.

Você pode ter algumas fortalezas em sua vida que precisam ser quebradas. Mas há
algo para encorajá-lo: ―Deus está do seu lado‖. Há uma guerra se desenrolando, e
sua mente é o campo de batalha. Mas a boa notícia é que Deus está lutando do seu
lado.

4. O sofisma da mente

4.1. O que é sofisma da mente?

Sofismo ou sofisma significa um pensamento ou retórica que procura induzir ao erro,


apresentada com aparente lógica e sentido, mas com fundamentos contraditórios e com a
intenção de enganar.

4.2. Como reconhecer sofismas?

O sofisma é um tipo de falácia, um engano, um argumento inválido, uma ideia equivocada


ou ainda, uma crença falsa. Nos estudos da lógica, a falácia é um erro de raciocínio ou
argumentação, mas que parece estar correto.
4.3. Qual é o significado da palavra sofismo?

1. Argumento capcioso com que se pretende enganar ou fazer calar o adversário. 2.


[Popular] Engano; logro.

4.4. Como não confundir sofismo com silogismo?

O sofismo não deve ser confundido com o paralogismo, que também se baseia em um
raciocínio falso, uma falácia ou pensamento ilógico, mas com a diferença de ser feito de boa
fé. O paralogismo é relacionado com a ignorância, quando o indivíduo não tem a
consciência de sua falsidade.

4.5. O que significa fortalezas na Bíblia?

Uma fortaleza, geralmente, possui dois tipos de estruturações, sendo: ... A bíblia cristã
também menciona Deus sendo como a fortaleza dos crentes, logo, o termo é usado em dois
sentidos: menciona Deus como um lugar de proteção e também como a força encontrada
diante de momentos de crise.

4.6. Qual é o significado da palavra sofisma?

Sofisma significa um argumento que [parece] correto, mas que é enganoso, que
leva ou induz ao erro. Na Bíblia temos uma menção dessa palavra em 2 Coríntios 10. 4:
―Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas, anulando nós sofismas‖.. Os reis dos sofismas são o diabo e os seus enviados.

Qual a origem do sofismo?

Etimologicamente, sofismo deriva do grego sophisma, em que sophia ou sophos significam


respectivamente ―sabedoria‖ e ―sábio‖. Esta palavra passou a denotar todo tido de
conhecimento sobre os assuntos humanos gerais.
4.7. Qual o significado de um discurso sofista?

Atualmente, um discurso sofista é considerado uma argumentação que


supostamente apresenta a verdade, mas sua real intenção reside na ideia do erro, motivado
por um comportamento capcioso, numa tentativa de enganar e ludibriar. Em um sentido
popular, um sofisma pode ser interpretado como uma mentira ou um ato de má fé.

5. Tipos de Mentira

5.1. Engano

2 Coríntios 11.3 ―Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva
com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da
simplicidade e pureza devidas a Cristo‖.

O engano é uma forma de mentira que traz o dolo de mentir


propositalmente (Provérbios 12.5). Seria como ‗fazer de bobo‘ a pessoa para lhe
trapacear. Infelizmente existem pessoas que sentem prazer nisso (Provérbios
26.24). Contudo, não devemos participar de enganações nem de brincadeira
(Provérbios 26.18,19).

Um forte exemplo de engano citado na Bíblia é a chamada ―balança


enganosa‖ (Provérbios 11.1; 20.23), que era uma forma de fazer com que o peso de
um produto pareça mais do que realmente é, o que consiste em desonestidade. O
próprio coração pode ser enganado por si mesmo, pois ―Enganoso é o coração, mais
do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?‖
(Jeremias 17.9). Nos últimos tempos ―muitos enganadores têm saído pelo mundo a
fora‖ (2 João 1.7), pois o engano é uma especialidade do anticristo e seu sistema
(Daniel 8.25). O próprio Satanás usa disfarces para enganar as pessoas (2 Coríntios
11.14).

Não aceite engano em sua vida!

5.2. SOFISMA

2 Coríntios 10.4 ―Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim
poderosas em Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas‖.O sofisma é
uma mentira tão bem contada, que parece até uma verdade. No tempo clássico dos
filósofos gregos, havia uma corrente filosófica chamada de sofistas, que eram
oradores inteligentes contratados para dissertar a respeito de qualquer assunto,
dependendo de quem lhes pagasse mais. Estes filósofos sofistas usavam a arte do
convencimento para argumentar sobre as causas que eram patrocinados.

Um exemplo de sofismas nos dias atuais são as estratégias de


marketing, como o ‗papai Noel‘ e o ‗coelhinho da páscoa‘, que embora todo mundo
saibamos que não existem, mesmo assim são usados por todos.

Como cristãos, precisamos buscar ter a ―mente de Cristo‖ (2 Coríntios


2.16) e ―transformai-vos pela renovação da vossa mente‖ (Romanos 12.2). O
apóstolo Paulo sabia refutar a filosofia, alertou claramente para ter ―cuidado que
ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas‖ (Colossenses 2.8).
Por isso Paulo deixou bem claro que os sofismas devem ser anulados em nossas
vidas desde que fomos libertos pela verdade de Cristo (João 8.32).

Não acredite em sofismas!


5.3. FALSIDADE

Salmos 12.2 ―Falam com falsidade uns aos outros, falam com lábios
bajuladores e coração fingido‖. À falsidade ou fingimento é uma das mentiras que
mais ferem as pessoas, pois os mentirosos usam como máscaras e conseguem
enganar as pessoas (Provérbios 12.20). Como os Gibeonitas que enganaram o povo
de Deus, quando ―usaram de estratagema, e foram, e se fingiram embaixadores, e
levaram sacos velhos sobre os seus jumentos e odres de vinho, velhos, rotos e
consertados‖ (Josué 9.4).

Nos tempos atuais quase tudo pode ser pirateado ou falsificado. As


pessoas estão se acostumando com coisas falsas, o que demonstra uma inversão
dos valores (Levíticos 19.11).Na vida cristã é preciso aprender a ―falai a verdade em
amor‖ (Efésios 4.15), pois não é devemos ofender ninguém, mas também não
podemos ser falsos, e sim ―desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a
perversidade dos lábios‖ (Provérbios 4.24). A sabedoria que vem de Deus não tem
fingimento (Tiago 3.17). O Senhor não se agrada de nenhum tipo de fraude que é
falsidade (Salmos 5.6 e 101.7).

Evite todo tipo de fingimento ou falsidade!

5.4. ILUSÃO

2 Timóteo 4.4 ―e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se


às fábulas‖.As ilusões, fantasias ou fábulas são tipos de mentiras que se tornam
cada vez mais populares. Filme de ficção cientifica que todos sabem não ser
verdade atraem as pessoas. Quanto mais mentirosa e absurda for uma história, mais
tem popularidade. Parece que a realidade da vida está tão difícil, que as pessoas
preferem o que é surreal como entretenimento.
A Palavra de Deus nos diz para não deixar que nossos olhos sejam
levados por fantasias (Salmos 73.7). Mágicas e outros tipos de espetáculos que são
baseados em coisas ilusórias também são formas de mentir ou enganar as pessoas
(Atos 8.9,11).As fábulas são histórias onde seres irracionais se tornam personagens
principais e coisas inanimadas ganham vida, portanto se baseiam em mentiras, que
não são dignas de ser divulgadas, ―mas rejeita as fábulas profanas e de velhas
caducas. Exercita-te, pessoalmente, na piedade‖ (1 Timóteo 4.7). Várias vezes o
apóstolo Paulo fala sobre tomar cuidado e não perder tempo com fábulas (1 Timóteo
1.4 e Tito 1.14).

Não perca tempo com fábulas e ilusões!

5.5. OMISSÃO

Marcos 4.22 ―Pois nada está oculto, senão para ser manifesto; e nada se
faz escondido, senão para ser revelado‖. A omissão acontece quando a pessoa não
conta a verdade, portanto é uma forma de engano, falsidade e ilusão, o que não
pode ter outro nome senão ‗mentira‘. As atitudes omissas são mais mentirosas do
que muitas palavras, ―portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz
nisso está pecando‖ (Tiago 4.17). Omitir a verdade é o mesmo que mentir em
silêncio.

Desde o início a humanidade aprendeu a se omitir, quando aconteceu o


primeiro pecado, a reação do homem e da mulher foram se esconder de Deus
(Gênesis 3.8). Foi neste momento que o ser humano começou a trilhar o caminho
do pecado sendo iludido pelas mentiras do diabo.
Jesus repreendeu os fariseus, que viviam de aparência religiosa
sendo detalhistas, mas omitiam a verdade (Lucas 11.42). Muitas pessoas vivem
enganadas pela religiosidade e ―porque o que eles fazem em oculto, o só referir é
vergonha‖ (Efésios 5.12).Quem pensa que pode omitir algo de errado para sempre
está enganando a si mesmo. Deus sabe tudo o que acontece conosco e não se
agrada quando pensamos que podemos omitir algo de alguém, mas nunca
conseguiremos omitir nada de Deus (Isaías 29.15).

Quanto antes a verdade aparece é melhor, pois ―o que encobre as


suas transgressões jamais prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará
misericórdia‖ (Provérbios 28.13). Por isso o cristão confessa seus pecados a Deus
buscando sua misericórdia e busca viver na verdade (I João 1.7-9 e 4.20).

Não omita a verdade!

Mateus 5.37 ―Seja, porém, a tua palavra: sim, sim; não, não. O que
disto passar vem do maligno‖. À mentira é algo que aborrece profundamente a Deus
(Provérbios 12.22). Por isso a Palavra de Deus deixa claro que ―todos os mentirosos,
a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre‖ (Apocalipse 21.8).
Então devemos voltar para a verdade e combater todo tipo de mentira com a
verdade da Palavra de Deus (João 17.17).

Ninguém gosta de ser enganado. Precisamos fazer a oração do salmista (Salmos


120.2), pedindo a proteção para nossas vidas e também para não cometermos este
tipo de erro. Deus é a verdade e não aceita nenhum tipo de mentira (Romanos 3.4).

Seja verdadeiro em tudo!


6. As Armas Espirituais

As armas com as quais Deus equipa os Seus santos são poderosas para
que eles lutem nas Suas batalhas.

6.1. O apóstolo afirma isto em seu próprio testemunho

―Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne”.

Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em


Deus, para destruir fortalezas, anulando nós sofismas.

Toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo
pensamento à obediência de Cristo,

e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa
submissão.‖ (2Cor10.36)

O armamento usado pelo apóstolo é o mesmo que deve ser usado por todo crente
em sua luta contra os poderes das trevas.

Embora sejamos também carne e sangue neste mundo, todavia as batalhas que
empenhamos em nome de Cristo não são travadas com nossos poderes naturais,
inerentes à nossa natureza terrena, mas com os espirituais e sobrenaturais que
recebemos do Alto por meio do Espírito Santo.

Assim, Paulo afirmou que a obediência à qual ele vinha conduzindo os


crentes não era à sua própria vontade por meio de argumentos persuasivos
humanos, mas ao próprio Cristo, ao verdadeiro conhecimento de Deus, uma vez
tendo sido vencida toda a oposição espiritual baseada em engano, sofisma, orgulho
etc., que se levantam contra este conhecimento e obediência.
A Palavra da verdade aplicada aos corações pelo Espírito Santo é poderosa e
suficiente para destruir todas as fortalezas de Satanás, com as quais traz os homens
cativos à sua vontade.

A fé genuína em Cristo e em Sua Palavra será por Ele honrada com a


conversão e edificação de almas; quando esta fé se expressa em verdadeira
santidade de vida, que é indicada pelo apóstolo no texto de Ef 6.14 como sendo o
fato de se estar cingido com a verdade e vestido com a justiça.

A verdade aqui nomeada é a da Palavra do Evangelho, e a justiça é a de Cristo com


a qual devemos estar vestidos.

Quem assim está vestido dificilmente cairá nas armadilhas e doutrinas enganosas de
homens e de demônios.

Esta armadura divina é inigualável, e quando usada faz um grande


contraste com todas as armaduras que são o fruto da engenhosidade humana ou
diabólica. O falso não pode se sustentar diante do verdadeiro porque a graça
verdadeira é infinitamente mais forte do que o somatório de todas as graças falsas.

É pelo uso da armadura verdadeira que recebemos a plena convicção do


Espírito Santo de todo o conjunto de realidades espirituais, promessas e bênçãos
que temos recebido em Cristo, de modo que não ficaremos jamais entregues à
perplexidade e à dúvida, especialmente em relação ao futuro glorioso que aguarda
por todos aqueles que amam sinceramente a Jesus Cristo.

Esta certeza… esta plena esperança da segurança da nossa salvação é o


capacete nomeado pelo apóstolo na armadura de Deus (Ef 6.17), que protege a
nossa mente quanto a todas as insinuações do diabo de que não há galardão para a
nossa fidelidade, ou que há a possibilidade de sermos separados para sempre do
amor de Deus, ou até mesmo de irmos para o inferno depois da morte, mas este
capacete protege a nossa cabeça e com ela a nossa mente, de modo que podemos
estar plenamente seguros quanto à fé que temos depositado em Cristo para ser o
nosso Salvador. O material que compõe este capacete espiritual é á justificação pela
fé, e não o mérito das nossas obras ou justiça própria.

7. Derrubando as fortalezas culturais.

7.1. AS FORTALEZAS

7.2. Testemunho: C. Peter Wagner

Dizem que, durante a Guerra do Golfo Pérsico, Saddam Hussein lançava os


seus foguetes Scud, e então, ficava ouvindo o programa da Televisão CNN para
descobrir se eles haviam acertado o alvo. Os aliados, por sua vez, atacavam com
bombas dotadas de pontaria infalível, que apontavam exatamente para as chaminés
ou janelas que deveriam atingir. Acredito que é tempo dos crentes começarem a orar
com uma pontaria infalível.

Deus revela astúcias do diabo, e desvenda os alvos de oração que forçarão o


inimigo a liberar milhões de almas perdidas, atualmente mantidas em cativeiro.
Sinto-me vibrante porque Deus nos deu uma maravilhosa arma nova para entrarmos
em uma guerra espiritual eficaz.

Esta é uma daquelas revelações que faria bem em ouvir, antes de continuar
lendo o resto deste volume! O mapeamento espiritual é uma questão tão recente,
que poucos que tomarem este livro para lê-lo terão muito pano-de-fundo em sua
mente que lhes prepare o caminho. Mas para aqueles que já estiverem bem
informados sobre a guerra espiritual em nível estratégico, isso não será tão difícil,
visto que já terá sido estabelecido um paradigma mental. Para outras pessoas, no
entanto, este livro servirá de ponto de sintonia, quanto àquilo que considero uma das
coisas mais importantes que deus está dizendo às igrejas, neste século ouça oque o
espirito diz: as igrejas.

7.3. APARECIMENTO DO MAPEAMENTO ESPIRITUAL

A expressão "mapeamento espiritual" nas décadas de 1970 ou


1980. Mas tão recentemente quanto o ano de 1990, em uma reunião de uma
pequena organização chamada de Spiritual Warfare Network, ouviram um pastor
dizer como os líderes e intercessores de sua igreja tinham tentado identificar os
principados espirituais das diferentes cidades e da região em torno da área da baía
de São Francisco. Outros participantes da reunião questionaram a sabedoria de
fazer-se tal coisa, resultando daí uma vívida discussão. Suponho que alguém já
estivesse usando o termo, antes daquela ocasião, mas, aquela foi a primeira vez que
ouviram falar em tal conceito.Não é nenhum segredo que a intercessão, a guerra
espiritual, o manuseio das forças demoníacas e, ultimamente, o mapeamento
espiritual tendem por atrair uma quantidade além do normal do espírito de divisão.

7.4. QUÃO ÚTIL É O MAPEAMENTO ESPIRITUAL?

Conforme têm salientado, não consideramos o mapeamento


espiritual como uma finalidade em si mesma No entanto, cremos que é desejo de
Deus que oremos: "Venha o teu reino; seja feita a tua vontade" (MT 6.10). Também
podemos ver uma relação de causa e efeito entre a fidelidade do povo de Deus à
oração e a vinda do seu Reino. Quando a vontade de Deus está sendo feita na terra,
vemos pessoas perdidas serem salvas; pessoas enfermas serem curadas; pessoas
empobrecidas receberem o essencial para a vida secular; o fim de guerras,
contendas e derramamento de sangue; pessoas oprimidas que são libertadas;
governos justos serem levantados; práticas justas e equitativas no mundo dos
negócios; harmonia entre as raças — para mencionarmos apenas alguns desses
benefícios.
Muitos líderes evangélicos sentem que, até agora, o ministério de oração em nossas
igrejas não tem sido da variedade mais poderosa.

Embora a oração seja reconhecida rotineiramente como um


importante componente dos esforços globais de evangelização, tais expressões, no
mais das vezes, são mais um produto de hábitos religiosos adquiridos do que
reflexões com base em convicções genuínas. Tal como outros povos religiosos ao
redor do globo, oramos porque hesitamos em embarcar em empreendimentos
significativos sem primeiro prestar honras à nossa divindade familiar. Se Deus
responderá ou não às nossas petições específicas é algo de menor importância para
nós do que garantir que não o temos ofendido ao deixarmos de informá-lo sobre as
nossas intenções. Nesse sentido, a oração é mais supersticiosa e profilática do que
sobrenatural e procriadora.

Conforme disse Bob Beckett em seu capítulo, grande parte de nossas


orações tem-se parecido com o lançamento dos foguetes Scud, por parte de
Saddam Hussein. Ele fazia bem poucas ideias de quais seriam os seus alvos, pelo
que os efeitos de seus foguetes.

7.5. O MAPEAMENTO ESPIRITUAL É BÍBLICO?

Vários homens de deus questionaram da base bíblica do


mapeamento espiritual. Não é meu propósito reiterar aqui os argumentos deles, mas
apenas dizer que, temos contribuído para esta doutrina, vemo-nos como crentes
bíblicos, e nenhum de nós ao menos consideraria recomendar alguma área do
ministério ao Corpo de Cristo, se não estivesse plenamente convencido de que está
ensinando de acordo com a vontade de Deus, de um modo que não viole qualquer
verdade bíblica. Estamos pessoalmente convencidos de que o mapeamento
espiritual é um procedimento bíblico, pelo que estamos ensinando com base nessa
premissa. Ao mesmo tempo, não ignoramos o fato de que há outros irmãos e irmãs
em Cristo, da mais alta integridade, que discordam de nós. Vários deles têm
publicado recentemente essas noções contrárias em livros e artigos. Agradecemos a
Deus por nossos bem informados críticos e os abençoamos. Em primeiro lugar, eles
têm conseguido perceber alguns erros nossos, sob a forma de declarações
equivocadas ou exageros, e agora estamos no processo de corrigi-los. Ademais,
sentimos que até mesmo os nossos críticos menos informados nos forçam a
permanecer de olhos bem abertos e nos ajudam a aguçar aquilo que temos a dizer e
o que temos a fazer. Mas em caso nenhum temos o desejo de entrar em uma
polêmica e nem tentamos refutar os nossos críticos. Não nos inclinamos a dar a
impressão de que nós somos bons, fazendo os nossos irmãos e irmãs em Cristo
parecerem maus, razão pela qual o leitor não encontrará tal atitude neste livro.

Estamos plenamente cônscios do fato de que o mapeamento espiritual, juntamente


com a guerra espiritual em nível estratégico, são inovações relativamente recentes
que estão sendo introduzidas no Corpo de Cristo. Mas sucede que sentimos que
estamos sendo impelidos pelo Espírito Santo. Mesmo assim, contudo, leis científicas
sociais do conhecimento de todos, que cercam as questões da difusão e da
inovação, inexoravelmente estão entrando em efeito. Qualquer inovação, mui
tipicamente, atrai alguns primeiros seguidores, depois seguidores secundários e,
finalmente, seguidores tardios. Em muitos casos, alguns se recusam a adotar a
inovação, conforme fica demonstrado pela existência da Sociedade Internacional da
Terra Chata. O mapeamento espiritual, no momento, acha-se no estágio dos
primeiros seguidores, sendo esse o estágio, conforme já seria de esperar, que
estimula a controvérsia mais acesa. A reação nervosa dos crentes, quando se
opõem a qualquer inovação, consiste em dizer: "Isso não é bíblico", conforme
sucedeu quando surgiu a Escola Dominical, e conforme fizeram alguns, quando se
começou a falar sobre a abolição da escravatura.

7.6. Exemplos Bíblicos e Arqueológicos

Um exemplo de mapeamento espiritual pode ser visto em Ezequiel 4.1-


3, onde Deus instruiu Ezequiel a preparar um mapa tosco da cidade de Jerusalém,
em uma tabuleta de argila, e, então, lhe disse: "a cercarás". Como é óbvio, isso se
refere à guerra espiritual, e não à guerra convencional.
Menciono isso porque algumas pesquisas têm trazido à tona o que é
considerado pelos arqueólogos como o primeiro mapa conhecido de uma cidade, a
cidade de Nipur, o antigo centro cultural da Suméria. Acha-se em uma tabuleta de
argila admiravelmente conservada, sem dúvida similar àquela que foi usada por
Ezequiel. Os traços do mapa, desenhados por volta de 1500 A.C., constituem o que
hoje chamaríamos de mapeamento espiritual. No centro da cidade está escrito "o
lugar de Enlil. E também está escrito que na cidade "reside o deus do ar, Enlil, a
principal divindade de panteão da Suméria".3 Poderíamos identificá-lo como o
espírito territorial que dominava a Suméria.

Outros edifícios que aparecem nesse antigo mapa incluem Ekur, o


mais renomado templo sumeriano; o Kagal Nanna, ou seja, o portão de Nanna, o
deus-lua da Suméria; o Kagal Nergal, ou portão de Nergal, que era considerado rei
do submundo e marido da deusa Ereshkigal; o Eshmah, ou "Santuário Sublime", que
ficava nas periferias da cidade, além de muitos outros.

Mais um fato interessante. No capítulo escrito por Víctor Lorenzo, o


leitor verá que parte do desígnio maligno e oculto da cidade argentina de La Plata
envolvia quebrar, intencionalmente, o usual padrão latino-americano, em que as
ruas apontam nas direções dos pontos cardeais: norte, sul, leste e oeste. A mesma
coisa acontecia em Nipur! O assiriologista Samuel Kramer observou: ―O mapa não
estava orientado nas direções norte e sul, porém, mais ou menos em ângulos de
quarenta e cinco graus‖.

Ao que tudo indica, há alguns precedentes históricos quanto ao mapeamento


espiritual.

7.7. Isso Glorifica a Satanás?

Desmascarar as astúcias de Satanás pode tornar-se algo tão fascinante


que podemos começar a enfocar a nossa atenção sobre o inimigo, e não sobre
Deus. Isso deve ser evitado a todo custo. Se não evitarmos essa armadilha,
cairemos nas mãos do inimigo. O principal propósito da existência de Satanás é
impedir que Deus seja glorificado, e o motivo do diabo para tanto é que ele quer que
a glória reverta para ele. Se ele puder, haverá de querer enganar os servos de Deus,
fazendo-os desviarem-se para atividades que terminam por exaltar a criatura, e não
o Criador.

Cada ser-humano que existe nesta terra não é um capaz de entender


e ver a guerra travada na esfera espiritual e suficientemente maduro no terreno da
guerra espiritual prática, ao ponto de reconhecer plenamente os desejos de Satanás,
não lhe satisfazendo os desejos. Eles concordam que a reação diante de tal perigo
não deve ser retroceder e deixar o campo de batalha nas mãos de Satanás. A
reação deve ser avançar tão agressivamente quanto for possível, a fim de descobrir
os desejos, as estratégias, as técnicas e as armas de Satanás. As pesquisas que
nos estão ajudando a fazer isso não visam glorificar a Satanás, tal como as
pesquisas acerca do câncer não visam glorificar o câncer. Mas quanto mais ficamos
sabendo sobre a natureza, as causas, as características e os efeitos do câncer, mais
preparados estarão para erradicá-lo. Anos atrás, para exemplificar, as pesquisas
sobre a varíola desmascararam muito de nossa ignorância acerca dessa doença, e,
como resultados disso, milhões e milhões de vidas humanas foram salvas. E a
varíola não foi glorificada; antes, foi derrotada.

Ainda há o perigo maior do que o de glorificar o inimigo, que é o perigo


de ser ignorante sobre o inimigo. Gosto da maneira como William Kumasi, o
coordenador africano do A.D. 2000 Movement, e um dos líderes do Spiritual Warfare
Network coloca a questão: "Por muitas vezes o Adversário tira vantagem de nossa
ignorância. Se estivermos combatendo contra um inimigo invisível que está resolvido
a destruir-nos e não nos mostrarmos vigilantes, ou nem ao menos nos dermos conta
de que está havendo um conflito, então o Adversário tirará proveito dessas nossa
ignorância e nos derrotará ainda no meio da batalha

C. S. Lewis não escreveu Cartas do Coisa-Ruim a fim de glorificar a


Satanás ou aos demônios, como aquele de nome Absinto, mas antes, para fornecer-
nos instrumentos que nos capacitem a combater melhor os demônios, em nome de
Jesus. Livros como este, que versa sobre o mapeamento espiritual, têm por desígnio
o mesmo propósito.
8. NEM TODOS SAO CHAMADOS A
LINHA DE FRENTE

É apenas natural que alguém, ao ler um livro como este, venha a


observar: "Quero ser como Haroldo Caballeros", ou então: "Quero ser como Bob
Beckett". Nada há de errado em desejar fazer as coisas que esses crentes fazem,
contanto que Deus nos chame para isso. A verdade, porém, é que Deus não chama
todos os crentes para a linha de frente da guerra espiritual, tal como ele não chama
todos os crentes para serem evangelistas públicos ou missionários transculturais.
Para exemplificar, somente uma minúscula porcentagem daqueles que se alistam na
Força Aérea realmente voam nos aviões de combate ou mesmo fazem parte de sua
tripulação. Outro tanto se aplica no caso da guerra espiritual.

A Igreja inteira é um exército, e está em meio a uma guerra espiritual.


Todos os crentes deveriam entoar o hino "Avante, Soldados Cristãos". Mas nem
todos os que estão no exército são enviados à linha de combate. Aqueles que estão
na linha de frente precisam daqueles que ficam na retaguarda, e aqueles que ficam
na retaguarda precisam daqueles que avançam para a linha de frente.

8.1. A LEI DA GUERRA

Quando os filhos de Israel estavam se preparando para conquistar a


Terra Prometia, Deus baixou a lei da guerra. Essa lei é muito importante para nós,
hoje em dia, quando percebemos que Deus estava preparando os israelitas para a
guerra espiritual, e não apenas para uma guerra convencional. Qual exército
convencional já conseguiu conquistar e invadir uma cidade marchando ao redor dela
por um determinado número de vezes e tocando trombetas feitas de chifrões?
Acredito que essas leis da guerra, registradas no capítulo vinte de Deuteronômio,
são válidas para os nossos próprios dias.

Várias categorias inteiras de homens adultos e vigorosos, que em tudo o


mais poderiam ter sido considerados guerreiros do exército de Josué, foram
excluídos da linha de frente. Aqueles que tivessem acabado de construir uma casa
podiam voltar para casa. Aqueles que tivessem plantado uma nova vinha também
deveriam retornar. E aqueles que tivessem ficado noivos, embora não se tivessem
ainda casado, também estavam dispensados. Algum raciocínio acha-se por detrás
de cada uma dessas exclusões, no texto sagrado. Mas também ficou escrito que
estaria dispensado todo homem "medroso e de coração tímido" (Dt 20.8).

É deveras significativa, em minha opinião, que não ficou registrada


qualquer nota de repreensão ou de desapontamento quanto a esses homens. Ao
que parece, o lugar que cabia a eles era em casa, e não nos campos de batalha.

Essa mesma lei da guerra foi aplicada posteriormente no caso de


Gideão. Gideão começou com trinta e dois mil guerreiros em potencial. Desses, vinte
e dois mil mostraram ser medrosos, e foram encorajados a voltar para casa. Então,
dentre dez mil que de outro modo teriam sido elegíveis, Deus escolheu trezentos.
Esses trezentos não eram os maiores, os mais fortes, os mais jovens, os corredores
mais velozes, os mais experientes, os melhores espadachins e, nem mesmo, os
mais corajosos. A maneira toda sua, soberanamente, Deus chamou trezentos para
que fossem, e chamou nove mil e setecentos para que não fossem.

É dessa maneira que o Corpo de Cristo deve funcionar. Deus dá dons e


chama somente a alguns para serem evangelistas públicos e para pregarem o
evangelho às multidões, postados em plataformas. Deus chama somente alguns
poucos para deixarem seus lares e famílias, para irem como missionários a algum
país estrangeiro e para alguma cultura diferente. Mas esses precisam dos outros
crentes que não sobem em plataformas e nem vão a outros países, para que lhes
dêem apoio em todos os sentidos. E nós precisamos deles. O olho não pode dizer à
mão: "Não tenho necessidade de ti" (1 Co 12.21).

O coração de cada autor que contribuiu para este livro pulsa para que
o mundo venha a crer; para que multidões de homens e de mulheres perdidos sejam
libertados da negra opressão do inimigo e sejam atraídos pelo Espírito Santo para a
gloriosa luz do evangelho de Cristo. Juntamo-nos a Jesus para orar para que o
Corpo de Cristo seja um só no Espírito.
8.2. ORANDO PELA UNIDADE ESPIRITUAL

Estamos acostumados a ver a atuação dos evangelistas públicos e dos


missionários transculturais. Mas também podemos aplicar os mesmos princípios e
modos de proceder quando nos empenhamos na guerra espiritual? Deus chama
alguns crentes para irem até à linha de frente, ao passo que outros crentes ficam
fazendo outras coisas. Aqueles que vão não deveriam pensar que são mais
espirituais ou mais favorecidos por Deus do que aqueles que não vão. Aqueles que
permanecem em casa não devem criticar aqueles que Deus chama para irem à
frente de guerra. Antes, deve haver afirmação mútua e apoio de todos os tipos.
Disse o rei Davi: "Porque, qual é a parte dos que desceram à peleja, tal será a parte
dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais" (1 Sm 30.24). Quando a
batalha é ganha, todos se beneficiam com a vitória — tanto os que foram até à linha
de combate quantos aqueles que ficaram em casa, tomando conta das bases.

Estou salientando esse particular porque penso que Satanás gostaria


muitíssimo de usar este livro para produzir divisões no seio do Corpo de Jesus.
Jesus orou ao Pai nestes termos: ―... para que todos sejam um... para que o mundo
creia que tu me enviaste" (Jo 17.21).

O espirito santo ainda esta enchendo os corações dos homens para


para que o mundo venha a crer; e que multidões de homens e de mulheres perdidos
sejam libertados da negra opressão do inimigo e sejam atraídos pelo Espírito Santo
para a gloriosa luz do evangelho de Cristo. Para que possamos ver isso suceder,
temos de aliar-nos a Jesus, orando para que o Corpo de Cristo seja um só no
Espírito.

A Igreja está enfrentando, no momento, dois desafios externos


substanciais, que tentam embargar a sua contínua expansão: "o entrincheiramento
demoníaco" e "o adiantado da hora‖. O progresso do evangelismo, desde os
começos da década de 1970 até hoje, tem sido simplesmente espantoso. Em adição
aos grandes movimentos de Deus na Argentina, na Rússia, na Indonésia, na
Guatemala, no Brasil, na Nigéria, na Índia, na China, na Coréia do Sul e nas ilhas
Filipinas, também têm ocorrido desenvolvimentos notáveis em lugares tão
inesperados como o Afeganistão, o Nepal, o Irã, a Mongólia e a Arábia Saudita. A
implantação bem-sucedida de igrejas nas ilhas do oceano Pacífico, na África e na
América Latina tem reduzido o território-alvo do esforço evangelístico mais
concentrado a uma tira de território que vai dos 10 aos 40 graus de latitude norte, e
que percorre o Norte da África e a Ásia, conhecido como "a Janela 10/40".

A Igreja está enfrentando, no momento, dois desafios externos


substanciais, que tentam embargar a sua contínua expansão: "o entrincheiramento
demoníaco" e "o adiantado da hora".

Embora dificilmente seja sem igual o entrincheiramento dos demônios


— pois os hebreus encontraram o fenômeno tanto no Egito quanto na Babilônia, ao
passo que o apóstolo Paulo encontrou-o em Éfeso — precisamos considerar que
agora estamos vários séculos mais avançados na história do que eles. Em alguns
lugares do mundo atual, notavelmente na Ásia, os pactos demoníacos têm sido
servidos continuamente desde os dias pós-diluvianos, e a luz espiritual é ali quase
imperceptível em nossa própria época.

Em adição a isso, também devemos considerar a hora em que


estamos vivendo. No livro de Apocalipse, Deus advertiu como segue os habitantes
da terra e do mar: "Ai dos que habitam na terra e no mar; porque o Diabo desceu a
vós, e tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo" (Ap 12.12). Relatos
reiterados e crescentes de incursões do evangelho em suas fortalezas, erodidas
pela oração, têm feito o inimigo perceber que a hora que ele vinha temendo há muito
está chegando sobre ele. Evidências a esse respeito são providas na crescente
incidência de sinais e prodígios demoníacos, além de contra-ataques cada vez mais
constantes contra aqueles que estão tentando sondar ou escapar de seu covil.

Em suma, os guerreiros evangélicos, no fim do século XX, podem esperar enfrentar


desafios, no campo de batalha espiritual, que não têm iguais quanto ao tipo e à
magnitude. Os métodos comuns de discernimento e de resposta a esses desafios
não conseguirão mais resolver o problema. ―Temos de aprender a ver o mundo
conforme ele realmente é, e não como parece ser‖.
8.3. DEFINIÇÕES E PRESSUPOSTOS

―Mapeamento espiritual‖ — que agora é o tema central deste volume.


Conforme sugeri, isso envolve "superpor a nossa compreensão acerca das forças e
eventos, no domínio espiritual, sobre lugares e circunstâncias deste mundo material.
pressuposto-chave quanto a isso é que aqueles que põem em prática o
mapeamento espiritual já possuem uma fina compreensão sobre o domínio
espiritual. Dada a quantidade de tempo que muitos crentes passam falando,
cantando e lendo sobre essa dimensão sobre a qual a realidade estaria arraigada,
parece que esse deveria ser um pressuposto razoável. Infelizmente, não é isso que
acontece. E isso constitui para nós uma profunda surpresa.

Poder-se-ia pensar que os caminhos da dimensão espiritual são tão


familiares para o crente médio como o mar é familiar para os marinheiros; que a
maioria dos crentes deveria conhecer, na teoria e na prática, aquilo de que Paulo
estava falando no sexto capítulo da epístola aos Efésios, quando ele escreveu sobre
uma batalha que está sendo desfechada contra as hostes espirituais da iniquidade,
nos luga¬res celestiais.

O problema parece ser que muitos crentes — sobretudo em nosso


atarefado hemisfério Ocidental — não têm dedicado o tempo necessário para
aprenderem a linguagem, os princípios e os protocolos da dimensão espiritual.
Alguns crentes preferem ignorar tudo, exceto as suas características macrocósmicas
(o céu, o inferno, Deus e o diabo), ao passo que outros tendem por projetar
características extraídas de sua própria imaginação. Ambas essas tendências
constituem erros sérios. Enquanto que a primeira delas ignora o que está ali, a
segunda fica ofuscada por aquilo que não está ali. Em ambos os casos, as obras do
diabo permanecem disfarçadas, e o reino das trevas vai florescendo.

O mapeamento espiritual é um meio através do qual podemos ver o que


está abaixo da superfície do mundo material; mas não é um meio mágico. Trata-se
de um meio subjetivo, porquanto é uma habilidade nascida de uma correta relação
com Deus e do amor ao mundo que ele criou. E trata-se também de um meio
objetivo, pois pode ser confirmado (ou desacreditado) por meio da história, da
observação sociológica e da Palavra de Deus.
Por igual modo, o mapeamento espiritual não se confina
exclusivamente às obras das trevas. Alguns crentes que praticam a guerra espiritual
têm dado a essa disciplina uma definição mais estrita — que a limita ao
descobrimento das fortalezas demoníacas — embora isso envolva algum perigo.
Mais especificamente, ela pode encorajar uma preocupação com a.

9. O CAMPO DE BATALHA ESPIRITUAL


DE HOJE

A Igreja de Jesus Cristo não deve retroceder diante da necessidade de dar


uma longa e atenta olhada para os obstáculos espirituais que estão entre ela mesma
e o cumprimento da Grande Comissão. O campo de batalha espiritual da década de
1990 está-se tornando cada vez mais um lugar sobrenatural. Existem crentes cuja
teologia pessoal mostra-se resistente a essa noção, mas esses crentes, com
frequência, são teóricos ocidentais que não são pessoas viajadas, que ainda
precisam submeter os seus pressupostos ao teste da realidade. Em contraste com
isso, a vasta maioria dos pastores, missionários, evangelistas e intercessores
internacionais de hoje não têm qualquer necessidade de serem convencidos de que
existe algo em algum lugar, e que esse "algo" se está manifestando em nosso
mundo material.

Mas o que, exatamente, essas pessoas estão podendo observar? Com


base nas respostas obtidas de volta, da parte de crentes interessados ao redor do
mundo, eis três observações primárias:

1. As trevas espirituais estão aumentando e tornando-se mais sofisticadas.

2. Há certo padrão geográfico do mal e da opressão espiritual.

3. Os crentes não entendem a dimensão espiritual tão bem quanto imaginavam.


As igrejas locais estão descobrindo que a demografia do crescimento
eclesiástico não nos diz tudo sobre as nossas comunidades. As agências
missionárias estão percebendo que uma bem informada familiaridade com costumes
transculturais não consegue efetuar irrompimentos evangelísticos. E as instituições
de oração intercessoras estão reconhecendo a necessidade de buscarmos
coordenadas mais precisas para os nossos alvos. Em suma, as pessoas querem
respostas para o dilema do mundo invisível, a fim de que possam ministrar o
evangelho de maneira mais eficiente.

9.1. FORTALEZAS TERRITORIAIS

Aninhado perto do âmago da filosofia do mapeamento espiritual está o


conceito das fortalezas territoriais. Não se trata de alguma ideia nova; muitos
escritores já tinham explorado esse tema. A novidade está na crescente
porcentagem do Corpo místico de Cristo que reconhece a necessidade de atacar
essas fortalezas.

O problema é que a expressão "fortalezas territoriais" tem sido


explorada ultimamente de maneira tão frouxa que precisamos defini-la. Seu uso tem-
se tornado tão elástico que aqueles que se estão aproximando do assunto
dificilmente podem decidir no que devem crer.

Em meio à confusão, alguns autores evangélicos têm sugerido que


qualquer noção de guerra espiritual que envolva a ideia de territorialidade espiritual é
extra bíblica. Outros têm lançado um véu de dúvidas sobre a validade da própria
guerra espiritual. Embora essas vozes estejam claramente na minoria, é evidente
que precisamos definir esses conceitos com maior exatidão.

Aqueles que não estão aceitando a ideia de territorialidade espiritual


através do argumento que se trata de uma noção extra bíblica deveriam lembrar que
há um oceano de diferença entre aquilo que é "extra bíblico" e aquilo que é
"anticíclico". Extra bíblico é uma luz amarelada que encoraja a passagem de um
veículo com uma certa cautela; anticíclico é uma luz vermelha que requer que o
motorista faça alto, em nome da lei e do bom senso. Até o momento, não ouvi ainda
alguém afirmar que a territorialidade espiritual é anticíclica. E a simples razão para
isso é que isso não é verdade.

Peter Wagner e outros têm salientado, em escritos anteriores, que a


Bíblia toca no assunto da territorialidade espiritual em ambos os Testamentos. A
instância mais constantemente citada é a do príncipe da Pérsia, no décimo capítulo
do livro de Daniel. Temos ali um caso bem-definido de um ser espiritual maligno que
governava uma área com fronteiras explicitamente determinadas. Até mesmo
aqueles que não são eruditos devem considerar como significativo que essa criatura
não foi referida como príncipe da China ou príncipe do Egito. Quando essa
passagem é estudada conjuntamente com versículos como os de Ezequiel 28.12-19
e Deuteronômio 32.8 (na Septuaginta, "de acordo com o número dos anjos de
Deus"); e Efésios 6.12 (por exemplo, kosmokrátoras, "governantes mundiais"), então
o caso em favor da territorialidade espiritual torna-se ainda mais compelido.

Conforme atestam aqueles que fizeram uma visita mais do que


casual a lugares como a Índia, as reservas dos ameríndios navajos, os Camarões, o
Haiti, o Japão, o Marrocos, o Peru, o Nepal, a Nova Guiné e a China, são
consideradas coisas corriqueiras as hierarquias elaboradas de divindades e
espíritos. Esses seres incorpóreos são concebidos como espíritos que controlam
lares, aldeias, cidades, vales, províncias e nações, exercendo um poder
extraordinário sobre o comportamento das populações locais. O fato de que o
próprio Deus reconheceu o poder vicário de divindades regionais manifestou-se em
sua urgente chamada de Abraão, e, mais tarde, na chamada da nação hebreia,
dentre os panteões animados dos babilônios e dos cananeus.

9.2. POR QUE AS COISAS SÃO COMO SÃO?

Quase todas as pessoas têm tido a experiência de entrar em alguma


cidade, bairro ou país somente para sentir um desassossego intangível ou opressão
descer sobre os seus espíritos. Em muitos desses casos, o que encontramos em tais
circunstâncias é a atmosfera sufocante de outro reino espiritual. De maneira
imperceptível para nós acabamos de cruzar uma fronteira espiritual, que faz parte do
império de que falou o apóstolo Paulo no sexto capítulo de Efésios.
Outras situações mostram-se ainda mais óbvias. Sem importar a
teologia das pessoas, qualquer crente honesto e moderadamente viajado
reconhecerá que existem certas áreas do mundo de hoje onde as trevas espirituais
mostram-se mais pronunciadas. Sem importar se se trata de cidades coalhadas de
índios, como Varanasi e Catmandu, ou a decadência ostentosa de Pataia ou
Amsterdão, ou as regiões espiritualmente estéreis de Omã ou da parte ocidental do
deserto do Saara, em tais lugares a realidade triunfa sobre a teoria a cada instante.

A questão é: por quê? Por que existem algumas áreas espiritualmente


mais opressivas, mais entregues à idolatria, mais espiritualmente estéreis do que
outras? Por que as trevas parecem medrar onde elas realmente estão?

Uma vez que alguém comece a formular essas questões fundamentais, é


fácil vinculá-las a centenas ou mesmo milhares de situações específicas. Por que,
por exemplo, a Mesopotâmia tolerou uma tão longa lista de governantes tirânicos?
Por que a nação do Haiti é o exemplo mais deplorável de desastre social e
econômico do hemisfério ocidental? Por que as nações andinas da América do Sul
sempre parecem encabeçar as estatísticas da taxa de homicídios anuais per capita?
Por que há tanta atividade claramente demoníaca nas montanhas do Himalaia e em
redor delas? Por que o Japão sempre se mostrou uma noz difícil de quebrar por
meio do evangelho? Por que o continente da Ásia domina de tal maneira a Janela
10/40?

Todas as igrejas locais podem apresentar dúzias de outras


perguntas, acerca de suas próprias comunidades. Não será difícil formulá-las, uma
vez que consideremos que pode ser relevante fazer tais perguntas.

Ao longo do caminho, tenho visitado santuários, templos, mosteiros, bibliotecas e


universidades. Tenho subido por montes sagrados, examinado cemitérios de
ancestrais e tenho remado pelo sagrado rio Ganges, correnteza abaixo. Tenho
ouvido as narrativas de lamas tibetanos budistas, médico-feiticeiros dos ameríndios,
bem como os principais teóricos do movimento da Nova Era. Tenho comparado
notas com missionários e pastores nacionais de proa; entrevistado antropólogos e
estudiosos da pré-história. E tenho sondado as mentes de muitos especialistas que
têm profundos conhecimentos desde o xamanismo até à adoração dos
antepassados japoneses, passando pelo folclore do islamismo, a geomancia e as
peregrinações religiosas.

A súmula desse processo, um livro e uma série de fitas gravadas,


intitulados The Twilight Labyrinth, é a sequência natural do livro The Last of the
Giants, bem como do livro que você está manuseando agora. Quanto àqueles que
são sérios quanto à identificação e o desgaste do poder das fortalezas territoriais,
este volume oferece o mais abrangente discernimento que se tem publicado até esta
data.

9.3. O DESAFIO DAS PESQUISAS

Aqueles que têm lido os nossos livros sabem que Peter Wagner e eu
concordamos inteiramente que a territorialidade espiritual tem muito a ver com as
coisas como elas são, em certas cidades, nações e regiões do mundo atual. E
muitos outros — incluindo pastores, missionários praticantes e professores de
teologia — têm chegado a uma conclusão similar. Porém, ainda que esse crescente
consenso seja encorajador, muitas outras questões e tarefas ainda precisam ser
examinadas.

É útil pensar nesse processo em termos das pesquisas médicas que têm acabado
de identificar certo vírus como o agente causador por detrás de alguma enfermidade
particular. Esta ou aquela pessoa se tem recuperado de forma extraordinária, mas
muito trabalho árduo ainda jaz à frente, se esse conhecimento tiver de ser traduzido
sob a forma de ajuda prática em favor daqueles que estão sofrendo, ou que estão
procurando tratar a enfermidade em foco.

O primeiro passo usualmente consiste em tentar e em conceber algum tipo de


instrumento diagnosticador que possa ajudar médicos e pacientes a saberem que
estão combatendo uma enfermidade no seu estágio mais primário possível. Isso
ajuda a evitar caças ao acaso, em busca de algum tratamento eficaz. Os
diagnósticos errados e as mazelas fantasmas são, ao mesmo tempo, muito caros e
perigosos.
O passo seguinte, para os pesquisadores, consiste em dirigir o
conhecimento deles para as operações internas de uma enfermidade qualquer, com
vistas à sua cura eventual. Conhecer quais as causas de algum problema, e como
detectá-lo pode, em última análise, tornar-se uma car¬ga pesada, se esse
conhecimento não for o precursor da solução.

Reconhecer o papel da territorialidade espiritual, pois, serve


somente de ponto de partida quanto a qualquer pesquisa que se proponha a
compreender as razões e as consequências dos modernos campos de batalha
espirituais. Mas restam ainda certas perguntas perscrutadoras. Como, por exemplo,
são estabelecidas as fortalezas espirituais? Como elas se mantêm diante da
passagem do tempo? E como são reproduzidas essas fortalezas em outras áreas?

Embora não seja possível, neste breve capítulo, responder com


detalhes a cada uma dessas perguntas, pelo menos podemos cobrir os pontos
básicos. Ao assim fazermos, nosso ponto de partida será uma simples, mas crucial
definição. Em que consiste, exatamente, uma fortaleza espiritual? Sem
mergulharmos na aplicação do termo à mente e à imaginação, uma observação
atenta à variedade de fortalezas territoriais revela duas características universais:
elas "repelem a luz" e "exportam as trevas". (Cindy Jacob descreveu vários tipos de
fortaleza, no terceiro capítulo, mas aqui estou tratando acerca do tipo de fortalezas
territoriais.)

As fortalezas territoriais são de natureza inerentemente defensiva e ofensiva. Seus


terraplenos escusos desviam os dardos divinos da verdade, pois os arqueiros
demoníacos mostram-se sempre muito ocupados a lançar dardos inflamados na
direção de alvos desprotegidos, lá fora. Se seus acampamentos de prisioneiros
retêm milhares de cativos encantados, os comandos do mal e os centros de controle
vivem liberando múltiplas formas de ludibrio, através das hostes espirituais da
maldade que eles empregam.

9.4. ESTABELECENDO FORTALEZAS TERRITORIAIS


Se tivermos de entender por que as coisas são da maneira como
são hoje em dia, teremos primeiramente de examinar o que aconteceu ontem, e
também teremos de resolver o dilema da origem delas. De onde elas vieram? Como
essas coisas foram estabelecidas?

O ponto de partida óbvio desse tipo de estudo é a torre de Babel.


Pois, conforme somos informados no capítulo onze do livro de Gênesis, foi da
planície de Sinear, na antiga Mesopotâmia, que um povo geograficamente coerente
foi disperso por Deus para os quatro cantos da terra. Mas o que aconteceu àquelas
populações antigas, ao migrarem de Babel? Artefatos antigos e tradições orais
podem oferecer-nos qualquer indício? E, nesse caso, esses indícios têm alguma
relevância para a nossa inquirição quanto a entendermos as origens das fortalezas
territoriais?

Antes de passarmos adiante, sinto que devo frisar um fato


adicional, que pesa sobre a nossa discussão. Colocando a questão nos termos mais
simples, os demônios podem ser achados onde quer que estejam as pessoas. Não
há motivo algum para eles estarem em outro lugar qualquer. Não encontramos
provas, nem nas Escrituras nem na história, que os demônios estejam interessados
na criação inanimada ou amoral, como os montes, os rios, as árvores, as cavernas,
as estrelas e os animais, a menos que e enquanto as pessoas não se fizerem
presentes. A amarga ordem que receberam foi roubar matar e destruir aquilo que é
precioso para Deus; e, como é claro, os seres humanos, criados segundo a imagem
de Deus, está no alto da lista de seres valiosos para Deus.

Essa seria a explicação subjacente das trevas que parecem engolfar


tantas cidades do mundo. Sempre e onde quer que as pessoas se concentrem, para
ali os demônios serão atraídos pelo odor delas. Não teria sido por esse motivo que a
torre de Babel atraiu tão imediata intervenção divina? É difícil imaginar que aquela
ímpar concentração de seres humanos, na planície de Sanear, não tenha
precipitado um dos mais profundos ajuntamentos de poderes demoníacos da
história?

Embora pouco se conheça sobre os movimentos originais dos


primeiros grupos de pessoas que saíram da Mesopotâmia, aquilo que sabemos
sugere, pelo menos, um denominador comum da experiência
Humana — os traumas. Para alguns, era a incapacidade de transpor barragens
montanhosas intransponíveis, que bloqueavam o caminho deles. Para outros, teria
havido uma súbita falta de alimentos, produzida por severas condições climáticas.
Ainda outros se acharam envolvidos em algum combate mortal.

Quaisquer que tenham sido esses antigos traumas, eles sempre


tiveram por efeito fazer as pessoas se verem face a face com os seus desesperos.
Como é que eles resolveriam tal desafio? Cada caso estava carregado de
implicações morais. Cada circunstância serviu de oportunidade para um povo
específico, em um lugar específico, para voltar-se para Deus com arrependimento,
declarando-o, assim, como seu legítimo governante e único libertador.

Infelizmente, o arrependimento em cilício, que houve em Nínive, tem


mostrado ser uma daquelas raras exceções à regra. A esmagadora maioria dos
povos, através da história, tem preferido trocar as revelações divinas pela mentira.
Dando ouvidos aos apelos dos demônios, em seu desespero, têm preferido entrar
em pactos quid pro quo com o mundo dos espíritos. E como compensação pelo
consentimento particular de alguma divindade resolver seus traumas imediatos, os
homens têm oferecido a sua lealdade singular e contínua. E assim têm vendido,
coletivamente, suas almas proverbiais.

É mediante a colocação desses antigos colchões receptivos, pois, que


são estabelecidas as fortalezas territoriais. A base da transação é inteiramente
moral. As pessoas fazem uma escolha consciente de suprimir a verdade e de
acreditar na falsidade. No fim, os homens são enganados por terem preferido ser
enganados. Peter Wagner elaborou com eloquência esse aspecto da questão, no
próximo capítulo, ao fazer a exegese de Romanos 1.18-25.

Visto que muitos dos mais antigos pactos entre os povos e os poderes
demoníacos foram transacionados na Ásia, e a Ásia agora abriga os maiores centros
populacional do mundo, não nos deveria surpreender que esse continente
atualmente dominasse as grandes fronteiras de povos não alcançados pelo
evangelho, dentro da conhecida Janela 10/40. População densa e longevidade têm
ambas as coisas, muito a ver com o entrincheiramento das trevas espirituais.

Você também pode gostar