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Pela graça e para glória de Deus chegamos ao início de um novo ano letivo. E
começamos muito bem! Ao longo destes três primeiros meses de 2019
estaremos estudando sobre assuntos muito práticos e dentro de uma realidade
comum a todos nós, tudo submetido ao grande tema geral batalha espiritual.
Devido a pluralidade religiosa de nosso país, sincretismo pelo qual noções
estranhas sobre o mundo espiritual são disseminadas entre os cristãos,
escassez de conhecimento bíblico e teológico, além da falta de discernimento
espiritual, este tema tem se feito cercar de muitos engôdos, superstições e até
heresias perniciosas. Entretanto, com a “palavra da verdade” (2Tm 2.15) em
nossas mãos e corretamente interpretada, removeremos não só dúvidas, mas
equívocos presentes na mente de muitos irmãos, bem como afastaremos toda
prática contrária a sã doutrina, e instruiremos nosso povo sobre a verdadeira
batalha espiritual e como ser vitorioso nela a cada dia!
I. Batalha espiritual
Deus e o diabo não têm forças iguais
Filosofias e religiões antigas têm proposto um dualismo no universo, uma luta
de forças equiparadas entre o bem e o mal. Religiosos menos instruídos
chegam a supor inclusive que Deus estaria em uma luta equilibrada contra
satanás, sendo este um grande rival daquele. Todavia, não há rival para Deus!
Nem mesmo o líder dos espíritos caídos, o “deus deste século” (2Co 4.4)
ou “príncipe deste mundo” (Jo 12.31) pode apresentar-se como um oponente
de força igual ao El Shadday, o Deus todo poderoso! Em duas sentenças
bíblicas podemos ver a disparidade de força do nosso Deus:
1°. Eu vi Satanás caindo do céu como relâmpago (Lc 10.18, NVI). Neste texto
Jesus fala da derrota de satanás mediante o avanço do reino de Deus e a
pregação do Evangelho de poder, além de dá-nos uma antevisão da derrota
definitiva do nosso adversário (conf. Rm 16.20). Na arena espiritual, satanás
não é páreo para o grande Eu Sou! Tanto é que Jesus nos confere o poder
divino que pode garantir vitória na batalha contra o mal: “Eis que vos dou poder
para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará
dano algum” (Lc 10.19).
2°. “…porque maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1Jo
4.4). O mundo está no maligno e o maligno é o príncipe deste mundo, todavia
maior é o que está conosco! Logo, como poderia haver uma luta de forças
iguais entre Deus e o diabo, entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas? É
bastante conhecida a frase do reformador alemão Martinho Lutero: “Satanás é
um cachorro na coleira de Deus”. Podemos ficar tranquilos e confiantes: nosso
Deus venceu, vence e sempre vencerá! E quem estiver do lado dele em meio
às batalhas espirituais, com certeza também vencerá! Como
cantamos, “Vencerá, vencerá, por seu sangue vencerá; vencerá, vencerá,
sempre vencerá…” [1]
A realidade da batalha espiritual
Agora, feitas essas considerações, devemos dizer que de modo algum
podemos negar a existência de uma batalha espiritual. Ela existe e estamos no
meio dela. Doutro modo não faria sentido as Escrituras nos advertirem:
Maldição hereditária
O pastor pentecostal Walter Brunelli, em sua obra Teologia para Pentecostais,
que é uma obra de teologia sistemática, discorre sobre a nefasta teoria da
maldição hereditária da seguinte forma:
Quando Jesus ordenou ao adversário “Vá embora, satanás” (Mt 4.10, NAA),
nos é dito que o diabo obedeceu e afastou-se de Jesus, mas somente “até
momento oportuno” (Lc 4.13). Logo, não é verdade que sob uma palavra de
ordem o diabo e seus asseclas se afastarão em definitivo. Nas palavras do
apóstolo Pedro, “o diabo, vosso adversário, anda em derredor…” (1Pe 5.8).
Todavia, se a exemplo de Jesus nós hoje resistirmos ao diabo, ele fugirá! (Tg
4.7) E se ele manifestar-se no corpo de alguém, teremos o poder divino ao
nosso favor para pisar sobre toda força do inimigo (Lc 10.18). “Em meu nome
expulsarão demônios”, nos prometeu Jesus (Mc 16.17).
Maldição hereditária é bíblica?
Sobre a maldição no antigo pacto mosaico, o pastor Brunelli destaca que “A
maldição no tempo da lei visava a coibir os crentes contra a possibilidade de se
desviarem para outros deuses, mas: ‘Cristo nos resgatou da maldição da lei,
fazendo-se maldição por nós’” [13]. De fato, como propõe este pastor e
também teólogo, a doutrina da maldição hereditária nada tem a ver com as
doutrinas cristãs ortodoxas e mais “assemelha-se à doutrina dos espiritas, no
que tange ao ‘carma’ e a dos mórmons, que vasculham a história de vida dos
antepassados, a fim de se redimirem por eles, valendo-se do ‘batismo pelos
mortos’” [14]. Maldição hereditária é o “outro evangelho” (Gl 1.8,9)!
Nenhum pecador está obrigado a confessar pecados de seus ancestrais, nem
mesmo facultativamente! Cada um há de prestar contas diante de Deus por
suas obras (Rm 14.12). Paulo não exortou Timóteo a ter cuidado com os
pecados de seus ancestrais, mas a ter cuidado de si mesmo (1Tm 4.16). Uma
verdade axiomática das Escrituras e que é conhecida de todos os crentes é
esta: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas
já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Ou ainda há maldição e o
amaldiçoado não está em Cristo, ou está em Cristo verdadeiramente e agora
vive em novidade de vida! Mas definitivamente não existe um salvo genuíno
vivendo debaixo de maldição! Essa batalha espiritual pela quebra de maldição
hereditária não passa de falácia, falsa doutrina e propaganda gratuita para
satanás.
Possessão demoníaca por parte dos crentes é bíblico?
Creio que posso sintetizar a resposta a esta pergunta nas palavras muito
propícias de Hanegraaff: