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ESCOLA DE REFERÊNCIA EM ENSINO

FUNDAMENTAL DOM MALAN


ENSINO FUNDAMENTAL
PEDRO NICOLAS, DAVID SANTOS, HENZO ALVES.

  POLÍCIA RACISTA? DE ONDE TIRARAM ISSO?


SALGUEIRO 2021
INTRODUÇÃO
• O racismo se enquadra em forma de preconceito e discriminação que é direcionado á alguém levando em
conta sua origem étnico- racial. Referindo-se á ideologia de que existe uma raça melhor que outra, como
define o dicionário.O racismo é uma atitude que afeta de maneira maléfica a vida de diversas pessoas, na qual
á um entendimento arcaico, que se deve ser superada.
• No Brasil o preconceito racial tem sua origem enraizada na período da escravidão, tal qual anulava os direitos,
valores da cultura negra. No país essa dominação percorreu durante 3 séculos, entre XVI e XIX. Mesmo assim
após o fim da escravidão não houve uma igualdade racial, houve varias dificuldades, onde o preconceito
persiste sendo ele estrutural ou explicito caracterizando o preconceito expresso, verbal ou pela violência física.
• Apesar da população negra demograficamente seja a maioria, chegam em menor proporção na trajetória
escolar, apresentando a idade certa. Mostra uma desigualdade, que muitos vezes pode ocultar o
conhecimento e direitos que os mesmos possuem. Dessa forma o debate e conivente para por em prática
ações que possam reverter essa desigualdade histórica enraizada na sociedade brasileira. Desse modo
enfatizar sobre os direitos que cabe a cada individuo, afirmando que todos possuem os mesmos direitos como
prevê a lei.
• Mormente, os capítulos a seguir promovem uma conscientização sobre à reflexiva sobre uma cultura existente
no país desde o século XVI, na qual se faz presente nos dias atuais. E dentro da policia, como se refere o texto,
tem se tornado uma pratica recorrente, onde negros são vitimas da discriminação racial.
1.UMA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA SOBRE O
RACISMO ESTRUTURAL NO BRASIL

• O racismo no Brasil é conformado por mais de três séculos de escravidão e por teorias racialistas que
fizeram parte da construção da identidade nacional. Após a abolição, a ausência do Estado na integração
da população negra por meio do fornecimento de condições materiais e políticas para sua participação em
uma sociedade livre garantiu a sobrevivência e ressignificação da mentalidade e prática escravocrata nas
estruturas da república.Segundo  Joaquim Nabuco:
• "O nosso caráter, temperamento, a nossa moral acham-se terrivelmente afetados
pelas influências com que a escravidão passou 300 anos a permear a sociedade brasileira (...) enquanto
essa obra não estiver concluída, o abolicionismo terá sempre razão de ser".
• O racismo é o ato de discriminar, isto é, fazer distinção de uma pessoa ou grupo por associar suas
características físicas e étnicas a estigmas, estereótipos, preconceitos. Essa distinção implica um
tratamento diferenciado, que resulta em exclusão, segregação, opressão, acontecendo em diversos níveis,
como o espacial, cultural, social. Conforme definição do Artigo 1º do Estatuto da Igualdade Racial:
• “Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou
preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular
ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da
vida pública ou privada”.
Entre 1501 e 1870, mais de 12,5 milhões de
africanos foram raptados, vendidos como
escravos e transportados para o continente
americano. Desses, 1 em cada 4 eram
enviados para o Brasil, cerca de 4,8 milhões
até a segunda metade do século XIX. Cerca
de 20%, 1,8 milhão de pessoas, não
chegaram ao destino – morreram de
escorbuto, varíola, sarampo, sífilis,
disenteria ou mesmo pela brutalidade dos
traficantes.
Alguns africanos suicidavam-
se pulando em alto-mar, e os
que sobreviviam à travessia,
que podia durar meses,
chegavam às novas terras
debilitados, subnutridos,
doentes, machucados e, por
vezes, cegos devido a
infecções oculares.
O registro de desembarque oficial de
escravizados no Brasil data de 1530,
quando a produção de cana-de-açúcar
começava a despontar. O auge do 
tráfico negreiro no Brasil ocorreu entre
1800 e 1850. A maior parte dos negros
que aqui desembarcavam era
proveniente de Angola, Congo,
Moçambique e Golfo do Benim.
As condições precárias de
higiene, alimentação e descanso,
as jornadas exaustivas e os cruéis
castigos físicos a que eram
submetidos restringiam
a expectativa de vida dos
escravizados a uma média
de 25 anos.
1.2 Racismo estrutural no Brasil

• O racismo estrutural permeia todas as esferas da vida social, na cultura, nas instituições,
na política, no mercado de trabalho, na formação educacional. É o resultado secular de
um país assentado em bases escravocratas, influenciado por dogmas racialistas e que
não buscou integrar a população de ex-escravizados em seu sistema formal, relegando-os
à marginalidade e culpabilizando-os pelas consequências nefastas desse abandono
proposital. Pode parecer algo longínquo, mas a escravidão foi abolida há apenas 131
anos, e a desigualdade racial provocada por ela e pela transição incompleta para a
liberdade, posto que não proporcionou meios para a autonomia, são perceptíveis no
Brasil de hoje.O Estatuto da Igualdade Racial define desigualdade racial como :
• “toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens,
serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica”.

1.3 Lei antirracismo no Brasil
• Desde a Proclamação da República, uma das primeiras medidas legais cuja
aplicabilidade poderia em tese enquadrar situações de racismo consta do
Código Penal Brasileiro, cujo Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940, no artigo 140, tipifica a injúria como crime.
• Nas modificações que sofreu posteriormente, ela passou a tipificar a injúria
racial. Em 3 de julho de 1951, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 1.390,
que ficou conhecida como Lei Afonso Arinos, a qual criminalizava a
discriminação por raça ou cor.
• A Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956, em seu artigo 1º, tipifica como
“homicídio qualificado os casos em que haja intenção de matar grupo
nacional, étnico, racial ou religioso”, com pena de 12 a 30 anos de reclusão.
A incitação pública ao crime contra esses grupos também é criminalizada
no artigo 3º. Em 1990, na Lei nº 8.072, que dispõe sobre crimes hediondos,
o crime de genocídio previsto na Lei nº 2.889 é qualificado como tal.
O Estatuto da Igualdade Racial, além de atualizar e ampliar o alcance das leis antirracistas anteriores, tem uma
dimensão propositiva de embasar juridicamente políticas públicas direcionadas a diminuir as desigualdades raciais
no acesso a bens, serviços e oportunidades. Nesse escopo estão as ações afirmativas, como a Lei de Cotas, Lei nº
12.711/2012, que reserva vagas nos cursos de graduação das universidades federais para estudantes de escolas
públicas, negros, indígenas e quilombolas, e a Lei nº 12.990/14, que estabelece cotas para negros e pardos em
concursos federais. É importante ressaltar que, além da promulgação da legislação antirracista, é primordial que
haja a promoção de sua efetividade.
 
2.1 Racismo e o Preconceito dentro da Sociedade

Preconceito, segundo o Dicionário Aurélio, é o “conceito


ou opinião formados antecipadamente, sem maior
ponderação ou conhecimento dos fatos; ideia
preconcebida; julgamento ou opinião formada sem se levar
em conta o fato que os conteste; suspeita, intolerância, ódio
irracional ou aversão a outras raças, credos, religiões, etc” .
Como os negros eram tratados na Sociedade
Brasileira ?

No Brasil, a população negra morre mais de morte violenta e sofre mais


violência policial do que os brancos e representa a maior parte da
população carcerária. As políticas de segurança pública (mas não só elas)
têm um viés discriminatório ligado à cor da pele e reforçam um racismo
estrutural que vem desde os tempos da escravidão e nunca foi
efetivamente combatido pelo Estado e pela sociedade brasileira.
Taxas de homicídios cometidos no Brasil
• Segundo o Atlas da Violência 2020, entre 2008 e 2018, as taxas de
homicídio apresentaram um aumento de 11,5% para os negros,
enquanto para os não negros houve uma redução de 12,9%. Apenas em
2018, os negros (soma de pretos e pardos, segundo classificação do
IBGE) representaram 75,7% das vítimas de homicídios, com uma taxa de
homicídios por 100 mil habitantes de 37,8. Entre os não negros (soma de
brancos, amarelos e indígenas) a taxa foi de 13,9, o que significa que, a
cada três indivíduos não negros mortos em 2018, dois eram negros. As
mulheres negras representaram 68% do total das mulheres assassinadas
no Brasil, com uma taxa de mortalidade por 100 mil habitantes de 5,2%,
quase o dobro quando comparada à das mulheres não negras.
CASOS DE RACISMO NO BRASIL

• O caso de racismo envolvendo o


IFood em Valinhos, interior de São
Paulo, ocorrido no último 31 de
julho, mas que viralizou nas redes
sociais nesta sexta feira (7), está
longe de ser isolado quando o
assunto é cor da pele.
• Infelizmente o noticiário brasileiro
está recheado de ocorrências do tipo
e envolve situações em Minas Gerais,
Rio de Janeiro e São Paulo, para citar
alguns exemplos, e nos mais diversos
ambientes.
Agressão em shopping

• Agressão em shopping
• Também nesta sexta-feira foi registrado o
caso de agressão contra um jovem,
possivelmente por motivação racial, num
shopping na Ilha do Governador, no Rio de
Janeiro. O também entregador Matheus
Fernandes, de 18 anos, denunciou que foi
agredido e ameaçado por dois homens no
Ilha Plaza Shopping, nessa quinta (6),
quando foi trocar um relógio que havia
comprado para o Dia dos Pais. A mãe do
jovem não escondeu a revolta.
Desacato no Ceresp

• Ainda nesta sexta, um advogado de 46 anos teria


ofendido agentes penitenciários no Ceresp da
Gameleira, em Belo Horizonte, sendo que pelo
menos um deles foi alvo de racismo. De acordo
com o boletim de ocorrência, o problema teria
ocorrido quando um dos agentes impediu que o
cliente do advogado escrevesse uma carta para a
família, o que é proibido.
Socialite na mira

Em maio, o processo envolvendo Titi, filha dos atores Bruno


Gagliasso e Giovanna Ewbank, teve um novo capitulo. A
garotinha foi ofendida nas redes sociais pela socialite
Dayane Alcântara Couto de Andrade, conhecida como Day
McCarthy. O caso ocorreu em 2017, os pais pedem uma
indenização de R$ 180 mil e será julgado à revelia, já que
Day não apresentou defesa e sequer nomeou um
representante.
Na ocasião, a agressora disse nas redes sociais que não
entendia por qual motivo as pessoas “ficavam no Instagram
do Bruno Gagliasso, elogiando aquela macaca” e ainda falou
que “a menina é preta, tem cabelo horrível, de bico de
palha, e tem um nariz de preto, horrível”
Caso George Floyd: morte de homem negro filmado com policial
branco com joelhos em seu pescoço causa indignação nos EUA
3.CAPÍTULO – ENTREVISTAS
• 1.A  Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989, que ficou conhecida como Lei Caó, em homenagem ao
autor Carlos Alberto de Oliveira. A legislação define como crime o ato de praticar, induzir ou incitar
a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Também
regulamentou o trecho da Constituição Federal que torna inafiançável e imprescritível o crime de
racismo, após dizer que todos são iguais sem discriminação de qualquer natureza.Na sua opinião,
essa Lei é realmente cumprida, no Brasil¿ Por quê¿
• 2.O Caso de George Floyd repercutiu em todo o mundo. A partir dessa notícia, o tema sobre
preconceito racial na polícia, ganhou espaço em discussões nas mídias socias. Qual sua opinião
sobre esse caso ¿
• 
• 3.Na sua opinião, enquanto policial por que existe esse estereótipo de que a polícia não gosta de
pessoas negras e geralmente abordam mais e sem motivo?
• 4. você já viu algum colega de trabalho cometer racismo com um cidadão? ( por exemplo: ver uma
pessoa negra na rua e a abordar sem nenhuma fundada suspeita? )
• 5. Qual é a penalidade caso algum policial seja pego cometendo crime
de racismo ¿
• 6.você já sofreu racismo dentro do seu âmbito de trabalho?
• 7. De acordo com a lei, como o senhor (enquanto policial ) deve se
comportar perante a uma situação de racismo?
• 8.Na sua opinião, como podemos diminuir o racismo na polícia¿ E
como fazer para diminuir na sociedade como um todo ¿
Nome: Hidelgard Rocha Bezerra
Idade: 35 anos
Trabalho: Policial Civil
Cor: Pardo

A lei federal nº 7716 segundo


Hidelgard é cumprida, e se aplica a
todos os cidadãos civis ele
discorda da ação do policial que
matou George Floyd, sabendo que
a lei entre os países são diferentes.
Nome: Eugênio Emanuel Bezerra
Idade: 61 anos
Trabalho: Sargento da Reserva
Cor: Pardo

não concorda que a lei federal nº 7.716 sobre o


caso de Jorge Floyd, ele também discorda da
ação policial que matou a George. Ele fala que
o correto são fazer ações que sejam dentro das
leis. Para poder ir ao trabalho na sociedade, a
educação deve vir de casa para aprender que a
discriminação racial com os civis é errado.
Segundo ele pela convivência com parceiros
policiais, nunca presenciou uma discriminação
racial cometida por um polícial.
Nome: Poliana Vital da Silva
Idade: 30 anos
Cargo: policial militar
Cor: branca
“Quando se fala isso parece que todo
individuo da policia militar é branco e Vendas
racista, nós vivemos num país que
acredito que mais da metade da
população brasileira é mestiça e negra,
eu trabalho com diversas pessoas, de
outros estados e etc. Dizer que a polícia
aborda mais negros e são racistas é 1º Tri
irreal. Se eu tô patrulhando 1 hora da 2º Tri
manhã num lugar onde vende drogas, e
3º Tri
vejo uma pessoa, ela vai ser abordada,
sendo negra ou branca, não trabalhamos
4º Tri
com pele, mas sim com pessoas,
independente da cor da pele a
abordagem vai ser feita, quando se fala
que a polícia militar que não gosta de
negros é mentira. Homem, mulher, alto,
magro, não importa. não se pode fazer
essa afirmação.”
GRÁFICOS DA PESQUISA SOBRE O
RACISMO E A POLÍCIA.
• 1. Você sabe o que é racismo?
• 2. Já sofreu racismo pela polícia?
• 3. Nesse tipo de situação, você enquanto
cidadão conhece seus direitos?
• 4. Já viu ou conhece alguém que foi abordado
pela polícia por causa da cor de sua pele?
• 5. Com relação à pergunta anterior, você
considera uma atitude racista?
• 6. Você como cidadão possui direitos, visto
isso, caso sofresse ou visse alguém sofrendo
racismo pela polícia, você denunciaria tal
atitude?
• 7. Você acha que a polícia precisa de mais
preparo?
• 8. Continuando a pergunta anterior, você
acredita que isto diminuiria os casos de
racismo pela polícia?
• Resultados:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Infere-se, que à importância do debate no âmbito escolar, sobre o racismo e
todo o contexto histórico que acerca a problematização entre o racismo e
autoridades. Reafirmando o quanto e insigne o conhecimento e as abordagem
sobre o tema. Discutir esse tipo de desvio na conduta policial em abordagem, e
entre pessoas de convívio em sociedade e um grande avanço para frear a
desigualdade e violências físicas e verbais.
• A liberdade e ir vir, e um livre arbítrio de todo cidadão de bem possui em seu
direitos legais, ou seja, perante a lei dos homens todos possuem os mesmos
direitos. Mas na prática se mostra muito ineficiente, e conhece-los e um avanço.
Já que dados mostram que o racismo se faz presente entre autoridades policiais
e não policiais. Visto que, o racismo pode interiozado na cultura brasileira, como
mostra a historia de 300 anos de escravidão e dominação do branco sobre os
negros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• |1| PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei nº 12.288. Disponível em: Planalto Central.
• |2| NASCIMENTO, Abdias do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1978, pp. 92.
• |3| MARINGONI, Gilberto. O destino dos negros após a Abolição. IPEA: 2011 . Ano 8 . Edição 70. Disponível em: Ipea.
• |4| A pesquisa completa “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil pode ser acessada aqui.
• |5| MACHADO, Carolina de Paula. A designação da palavra preconceito nos dicionários atuais. p. 209.
• FILHO, E. B. R.Policias e minorias: estigmação, desvio e discriminação. Disponível em
https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/view/7427/5970acesso em 25.10.2021
• FREITAS, F. S.Racismo e polícia: uma discussão sobre mandato policial. Disponível em 25.10.2021
• https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/38911/1/2020_FelipedaSilvaFreitas.pdfacesso em
• Kahn. T.Discriminação Racial e Segurança Pública: a questão do racismo institucional (Rascunho).Disponível em
https://www.novo.justica.gov.br/sua-seguranca-2/seguranca-publica/analise-e-pesquisa/download/outras_publicacoes_extern
as/pagina-1/discriminacao_racial/discriminacao_racial_seguranca_publica.pdf
acesso em 25.10.2021
• O que é racismo estrutural (brasildedireitos.org.br)
• Racismo no Brasil: história, dados, consequências - Mundo Educação (uol.com.br)
• Uma breve reflexão sobre o racismo no Brasil e o direito no âmbito da sociedade brasileira -Geledés (geledes.org.br)

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