Você está na página 1de 9

FACULDADE DOS CARAJÁS

BACHAREL EM PSICOLOGIA

ROSIANE ALVES DOS SANTOS1

TASSIA SILVA RIEGO SANTOS2

RACISMO NO BRASIL

MARABÁ/PA
2020

1
Graduanda do 1º semestre do curso de Psicologia da Faculdade Carajás Educacional.

2
Graduanda do 1º semestre do curso de Psicologia da Faculdade Carajás Educacional.
1. Caso do Goleiro Aranha

2. Casal de Namorados
3. Apresentadora Maju Coutinho

4. Cantora Ludmila
5. Jovem Peterson e Lucas em um restaurante no centro de São Paulo

6. Caso Maisa
7. Fantástico reúne vítimas de preconceito para discutir: que Brasil é esse?

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, casos com acusações de injúrias


raciais e racismo aconteceram em Minas Gerais. Situação vivida por brasileiros também fora
do país.

Três casos com acusações de injúrias raciais e racismo aconteceram esta


semana, em Minas Gerais. Situação vivida por brasileiros também fora do país. Os jogadores
Taison e Dentinho sofreram ofensas racistas durante um jogo, na Ucrânia, no último fim de
semana.
No clássico entre Atlético e Cruzeiro, no Mineirão, um segurança foi xingado
de macaco por dois torcedores. Uma cozinheira diz que foi chamada de crioula durante uma
discussão no restaurante em que trabalha. Já uma cuidadora recebeu uma oferta de trabalho
preconceituosa, por um aplicativo de mensagens.

A mensagem no celular é racista porque impede o acesso dos negros a uma


oportunidade de emprego. O mesmo crime ocorre quando uma pessoa é proibida de entrar em
determinado lugar por causa da cor da pele. Já as agressões verbais direcionadas a cor, a raça
ou a etnia, na lei são consideradas injúria racial.
FONTE:www.g1.globo.com (Acessado em 09/03/2020)

Apesar de 133 anos da libertação dos escravos, os impactos de quase quatro


séculos de escravidão continuam presentes na sociedade brasileira.

Pensar no Brasil como uma sociedade de afro-igualde ainda está aquém do que
deseja a Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros (ABPN). Vejamos a citação a
seguir do seu Estatuto que foi citado por Borges e Borges, em sua obra Mídia e Racismo:

“Congregar e fortalecer pesquisadores(as) negros(as) que


trabalham com a perspectiva de superação do racismo, e com temas
de interesse direto das populações negras no Brasil, na África e na
Diáspora, defendendo e zelando pela manutenção de pesquisas
com financiamento público e dos demais Institutos em geral,
propondo medidas para o fortalecimento institucional da temática
das relações raciais”.1 Doutora em Educação, professora da
Universidade Federal Fluminense (UFF), vice coordenadora e
Pesquisadora do Programa de Educação do Negro na Sociedade
Brasileira (Penesb/FEUFF); coordenadora Geral do Programa de Pós-
Graduação Lato Sensu da FEUFF e membro da Diretoria da
Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN). (BORGES e
BORGES, p. 6)

Diante deste cenário, urge levantar o entendimento da Constituição Federal, no


qual estabelece que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.
Contudo, como se falar em igualdade ou isonomia quando há explícita ou implícita
discriminação ligada à cor e a raça?

A sociedade já teve um significativo avanço quando se refere a respeitar o


outro e suas diferenças raciais, no entanto ainda existe muita discriminação disfarçada, ou
seja, pessoas negras deixando de ocupar cargos e posições ou não sendo selecionados em
entrevistas ou até mesmo recebendo um salário inferior por causa de sua raça.

Apesar de ainda está arraigado no senso comum pensamentos ( representações


sociais) e atitudes discriminatórias, o estado vem buscando adotar medidas coercitivas que
inibam a prática de tais comportamentos, neste sentido vale citar mais uma vez a Constituição
Federal, no artigo Ainda no art. 5° inciso XLII, no qual determina que “a prática do racismo
constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito de reclusão nos termos da lei”. Citamos
ainda o artigo 3º, inciso IV, quando trata dos seus objetivos fundamentais da República
Federativa do Brasil, no qual diz que é: “promover o bem estar de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Vejamos, aqui, que se trata de uma problemática político-social, sendo dever


do estado posicionar-se, quando for o caso para mitigar tais práticas. Vale registrar, baseado
no que foi mencionado acima, que é uma meta do Estado Brasileiro Direito (Governo) a luta
pela igualdade entre todos, cujo desejo é a eliminação da discriminação e do preconceito de
forma geral.

A discriminação é destrutiva e corrosiva, haja vista que é um crime e com


grave punição imposta pelo Poder Judiciário. Para sermos uma nação promotora do bem-
estar, precisamos avançar mais no quesito respeito às diferenças raciais.

8. Os negros são ainda mais vítimas

Se prestarmos atenção nos dados, veremos que não se trata apenas de uma
sensação. O relatório publicado pelo Mapa da Violência 2015 mostra que os negros vivem em
situação de vulnerabilidade social pior que em anos anteriores, o que fortalece a lógica do
preconceito. Eles são, por exemplo, 2,5 vezes mais vítimas de armas de fogo no Brasil.

O mais preocupante é que a piora nos dados sobre os negros vem acompanhada
por uma melhora nos dados sobre os brancos. Enquanto os homicídios de brancos com arma
de fogo caíram de 14,5 para 11,8 mortes para cada 100 mil pessoas, a taxa em relação aos
negros no mesmo período subiu de 24,9 para 28,5 para cada 100 mil habitantes.
FONTE: www.vestibular.com.br (Acessado em
09/03/2020)

Os dados são alarmantes quando se referem ao bem-estar e a segurança do


negro no Brasil. As pesquisas evidenciam o preconceito ligado à raça e os dados apontam
para o pensamento de que ainda existe um horizonte a percorrer no que tange à sociedade
respeitar a cor do outro.

É de conhecimento de todos, que a população brasileira é bastante miscigenada


e isso se deu devido a mistura de diversos grupos, sendo os principais: os povos indígenas,
africanos, imigrantes europeus e asiáticos. Mas em meio a esse cenário rico em diversidades
culturais surge também o Racismo no Brasil.
O racismo surge, portanto, na cena política brasileira, como doutrina científica,
quando se avizinha à abolição da escravatura e, consequentemente, à igualdade política e
formal entre todos os brasileiros, e mesmo entre estes e os africanos escravizados. Mas o que
seria de fato o Racismo? Segundo o dicionário, a definição é “Preconceito e discriminação
direcionados a quem possui uma raça ou etnia diferente, geralmente se refere à segregação
racial; Comportamento hostil dirigido às pessoas ou aos grupos sociais que pertencem a outras
raças e/ou etnias.”
Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade racista, que apresenta
comportamentos e falas preconceituosas. O caso do goleiro Aranha chamou atenção em 2014,
por ter sido chamado de macaco pelos torcedores do Grêmio, após o time sofrer derrota em
um jogo da Copa do Brasil. Agora imagina os casos que acontecem diariamente e a mídia não
mostra?!
A jovem negra D. M, que namora L. F, após publicar uma foto no Facebook,
foi surpreendida por inúmeros comentários racistas. O que é pra ser visto normal, foi visto
com inúmeros deboches criminosos. Mai uma vez, o Racismo aparece como preconceito com
a cor e raça. Pois afinal de contas, qual a relação de cor e raça em relacionamento amoroso? O
que impede um rapaz branco de namorar uma moça negra?
O caso da apresentadora, Maju Coutinho, que foi vítima de comentários
racistas no Facebook , é mais um caso que mostra como a desigualdade racial é uma
realidade. Pessoas praticam racismo em ambientes profissionais, escolas, espaços públicos e
até mesmo em redes sociais.
A cantora Ludmila, no ano de 2017, foi chamada de “macaca” e de “pobre” ao
vivo, pelo apresentador de uma emissora brasileira. A emissora que é pra ser vista como uma
ferramenta de informações e até mesmo conscientização para as pessoas, foi o próprio canal
de propagação de racismo.
Recentemente, os jovens Lucas Matheus dos Santos, 24, e Peterson Damião
dos Santos, 35, foram ao restaurante Esquina da Praça, na República, centro de São Paulo,
onde puderam vivenciar a discriminação racial na hora do atendimento, tentando se proteger
contra o racismo e questionando a forma de tratamento aos clientes negros, foram expulsos do
restaurante e agredidos pelos funcionários do restaurante que arremessam cadeiras e outros
objetos contra eles. Isso tudo em pleno fevereiro de 2020!
Notícias como essas, só nos mostram como nosso país ainda é racista,
infelizmente muitas pessoas são vítimas diárias. Independentemente de ser homem ou mulher,
rico ou pobre, famoso ou não, branco ou negro essa luta é de todos nós.

CONCLUSÃO:

A fim de promover uma democracia racial, é necessário mais do que medidas


jurídicas e coercitivas, pois não se trata somente de leis, na prática, trata-se de pessoas, de
pensamentos e de cultura. É necessário um acompanhamento de perto frente as instituições de
ensino, sim, isso também é importante; promovendo palestras e campanhas educativas, bem
como o incentivo das mídias sociais na busca da igualdade racial, e um olhar empático da
sociedade brasileira, mas é necessário mais que isso. É fundamental uma reciclagem no que se
refere a pensamentos e posturas a fim de aprender a respeitar as diferenças.
REFERÊNCIAS

BORGES, Roberto Carlos da Silva; BORGES, Roseane. Mídia e Racismo. Petrópolis, RJ: DP
et Alii ; Brasília, DF : ABPN, 2012.
Disponível em: <https://catracalivre.com.br/cidadania/jovens-sao-vitimas-de-racismo-em-
restaurante-no-centro-de-sao-paulo/?fbclid=IwAR0n
5RoR7g449rkFo8XzhQumbvCZARStYcEG_-8bn1P1T4KH-cR08P_X0M>. Acesso: 04 de
março de 2020
Jornal O Norte de Minas- Disponível em: <https://onorte.net/esporte/retrocesso-1.756291 –>.
Acesso: 04 de março de 2020
Disponível em: <http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/07/maria-julia-coutinho-maju-e-
vitima-de-racismo-no-facebook.html>. Acesso: 04 de março de 2020
Disponível em: <https://pragmatismo.jusbrasil.com.br/noticias/135831402/casal-sofre-
racismo-apos-publicar-foto-no-facebook>. Acesso: 04 de março de 2020
Revista Isto É - Disponível em: <https://istoe.com.br/nao-vai-ter-acordo-diz-ludmilla-sobre-
acao-de-racismo-contra-marcao-do-sbt/>. Acesso: 04 de março de 2020
Disponível em: <https://catracalivre.com.br/entretenimento/maisa-desabafa-sobre-racismo-
sofrido-pelo-pai/>. Acesso: 04 de março de 2020
Disponível em: <https://g1.globo.com/fantastico/noticia/2019/11/17/fantastico-reune-vitimas-
de-preconceito-para-discutir-que-brasil-e-esse.ghtml>. Acesso: 09 de março de 2020

Disponível em:<https://www.vestibular.com.br/dica/casos-recentes-de-racismo-mostram-que-
problema-esta-longe-de-acabar/>. Acesso: 09 de março de 2020

Você também pode gostar