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ESCOLA DA MAGISTRATURA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO


“O MÉTODO DO CASO EM CURSOS PARTICIPATIVOS”

Jaqueline Vitória Arão Xavier Soares

Rio de Janeiro
2023
JAQUELINE VITÓRIA ARÃO XAVIER SOARES

RESENHA CRÍTICA DO ARTIGO


“O MÉTODO DO CASO EM CURSOS PARTICIPATIVOS”

Resenha crítica apresentada como exigênci


parcial para provação no XVIII Processo de
Seleção e Formação de Monitores da
Magistratura do Estado do Rio de Janeiro.
Professores Orientadores:
Mônica C. F. Areal
Nelson C. Tavares Junior

Rio de Janeiro
2023
O MÉTODO DO CASO EM CURSOS PARTICIPATIVOS

COSTA, Esdras Borges. O método do caso em cursos participativos. Experiências e


materiais sobre os métodos de ensino - aprendizado da Direito GV, São Paulo, Caderno
18, Julho, 2002.
Esdras Borges Costa nasceu em 18/07/1929, na cidade de Araraquara no Estado de
São Paulo. Foi um grande expoente das Ciências Sociais no Brasil e uma figura importante no
processo de consolidação da metodologia de ensino participativo na FGV Direito
SP. Sociólogo graduado pela Escola Livre de Sociologia e Política em 1951, participou do
Projeto do Vale do São Francisco em 1950. Doutorou-se em sociologia pela Universidade da
Califórnia em 1979, com “Protestantismo, Modernização e Mudança Cultural no Brasil”. Fez
carreira como professor universitário na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e foi um dos
fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira.
Esdras faleceu em 2013 e como forma de reconhecer suas práticas de ensino jurídico
participativo em todo o país, a FGV Direito SP criou o Prêmio Esdras Borges Costa de Ensino
do Direito. O Prêmio tem por objetivo fortalecer a metodologia de ensino de cursos jurídicos
que adotam o protagonismo do aluno como base de todo o processo de aprendizagem.
O artigo fora estrutura em quatro seções. Na primeira, o autor trata da origem do
método do caso explicando que sua aplicação deu-se a partir da década de 70 em
universidades de países ricos. Outrossim, apresenta uma característica do método que entende
ser marcante, qual seja, sua pertinência a qualquer área de conhecimento que necessite
diagnosticar e decidir adequadamente em situações-problema bem localizadas no tempo e no
espaço. Ato contínuo, o autor exemplifica a aplicação do método no campo da administração
pública e de negócios.
Já na segunda seção, o autor aborda a metodologia negativa do método do caso.
Nessa oportunidade, explicou o que o método do caso não se presta a fazer quando utilizado
no campo da administração pública e de negócios. Para tanto, apresentou como a lógica do
método do caso se distirngue da lógica da consultoria, do exemplo e do exercício. Igualmente,
ressaltou que o uso de casos de sucessos pode ser ferramenta no aprendizado participativo,
mas que trazem uma solução já escolhida na vida real e não são orientados para uma ação
estratégica no futuro próximo. E, por isso, também diferem do método do caso.
A terceira seção avalia a metodologia afirmativa do método do caso. O autor incia
definido o caso como um argumento problematizante e ressalta que sua forma reflete tal
qualidade. Do mesmo modo, trata da finalidade do método, qual seja, o aprendizado e
caracteriza-o como essencialmente didático por provocar no aluno à assunção do lugar de
decisor real de uma situação-problema real. Apresenta como aspectos indispensáveis ao
método do caso a autenticidade e o enquadramento temporal.
Ato contínuo, o autor expõe duas modalidades de casos: ficcional e elaborado a partir
de informações de domínio público. Nessa ocasião, aponta que a primeira não possui a
colaboração direta e concentrada dos atores reais das situações-problema e, assim, exige mais
imaginação literária e síntese teórica do docente. Igualmente, explica que a segunda
modalidade é influenciada pelo viés das pessoas ou organizações que produziram e
publicaram as informações. Desta feita, ambas se distanciam do método do caso.
Na quarta seção, o autor conclui explicando que as noções de caso e método do caso
são variadas e flexíveis. Tais aspectos estão relacionados às características, à índole e à
didática de cada campo do conhecimento, sendo certo que o campo do Direito fora pioneiro
no uso do método do caso para fins de aprendizado participativo com abordagem indutiva.
Verifica-se que o autor busca dialogar com o indivíduo que pretende usar o método
do caso como uma ferramenta didática. Para tanto, defende que pode ser usado em diversas
áreas do conhecimento e apresenta de forma clara suas características e os possíveis
resultados que o método do caso pode produzir se usado de forma correta. Por isso, a fim
evitar desvios, o autor acertadamente preocupou-se em dizer o que não corresponde ao
método do caso apontando algumas distinções ao longo de seu texto.
Insta dizer que dada à exposição realizada pelo autor, observa-se que o método do
caso se coaduna com a metodologia de ensino da Escola de Magistratura do Estado do Rio de
Janeiro, considerando que a instituição busca de fato que o aluno ponha-se no lugar de decisor
real de situações-problemas reais, uma vez que este é essencialmente o papel do magistrado.
Logo, o uso do método do caso antecipa a forma de raciocínio que deverá ser feito pelo aluno
quando este assumir o papel de juiz de direito, que é, majoritariamente, a principal ambição
dos que cursam a EMERJ.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

COSTA, Esdras Borges. O método do caso em cursos participativos. Experiências e


materiais sobre os métodos de ensino - aprendizado da Direito GV, São Paulo, Caderno
18, Julho, 2002.

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