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As limitações do método comparativo da antropologia.

In: Franz Boas: Antropologia


Cultural. Celso Castro (Org.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Pp. 25-39[1896].

Resumo: No texto, Boas faz críticas ao método de investigação utilizado pelos antropólogos
“modernos”, que se baseia na comparação das similaridades culturais como resultado do
funcionamento uniforme da psique humana, isolando e classificando a causa desses eventos
em uma escala evolutiva. A partir disso, propõe um ‘novo método’ de pesquisa, baseado no
estudo detalhado dos costumes, além de mostrar a importância antropológica do método
histórico que era tão criticado pela antropologia chamada de moderna pelo autor.

 Antropologia moderna: funcionamento uniforme da mente humana; o interesse em


pesquisas que buscavam entender as leis do desenvolvimento das sociedades tornam
os trabalhos antropológicos interesse público.
 Método histórico: os trabalhos sobre registro de povos e suas relações eram
considerados pela a escola evolucionista como trabalhos meramente históricos e sem
relação com a antropologia.
 Ideias universais: leis universais que governam a mente humana; os evolucionistas
buscavam traçar, através do isolamento e classificação dos acontecimentos culturais,
uma relação entre os povos e o desenvolvimento da cultura humana.
A generalização, para justificar que a mente humana “é formada de tal modo que as
inventa espontaneamente ou aceita-as em qualquer ocasião em que lhes são
oferecidas” (p.28), não se sustentaria, “caso desenvolvimentos históricos diferentes
pudessem conduzir aos mesmos resultados” (p.29).
O surgimento independente e repetido permite a justificativa de que a natureza
psíquica do homem favorece aquele surgimento, mas não que eles necessariamente
têm a mesma origem.

1. “A ocorrência frequente [...] não prova nem uma origem comum, nem que elas
tenham sempre se desenvolvido de acordo com as mesmas leis psíquicas”.
Desse modo, “o mesmo fenômeno étnico pode se desenvolver a partir de
diferentes fontes. Quanto mais simples o fato observado, mais provável é que
ele possa ter-se desenvolvido de uma fonte aqui e de outra ali” (p.31).
2. “A suposição fundamental [dos antropólogos modernos ][...] não pode ser
aceita como verdade em todos os casos.” (p.32).

Marcela Gomes da Silva Soares, para a disciplina de Antropologia II ofertada no semestre 2018.2
do curso de Ciências Sociais da UFBA.
As limitações do método comparativo da antropologia. In: Franz Boas: Antropologia
Cultural. Celso Castro (Org.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005. Pp. 25-39[1896].

 Novo método: “O estudo detalhado de costumes em sua relação com a cultura total
[da comunidade estudada], em conexão com uma investigação de sua distribuição
geográfica [entre as comunidades vizinhas].
Os resultados das investigações: Influência das condições ambientais, de fatores
psicológicos ou conexões históricas no desenvolvimento da cultura.
 Método histórico: aplicação em um território geográfico pequeno e bem definido, e
suas comparações não são estendidas além dos limites da área cultural que forma a
base de estudo.
“A aplicação desse método é a condição indispensável de um progresso sólido” (p.
37).

Marcela Gomes da Silva Soares, para a disciplina de Antropologia II ofertada no semestre 2018.2
do curso de Ciências Sociais da UFBA.

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