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Isack Alves

Equiparação Salarial:
É uma aplicação do Princípio da Igualdade e da Isonomia no Direito do Trabalhista. Se há no ambiente de
trabalho, dois empregados que trabalham na mesma empresa, no mesmo estabelecimento, com a mesma
função, a mesma produção e com a mesma qualificação técnica, não há motivação para que estes
trabalhadores ganhem salários distintos.

Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo
estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou
idade. Art. 461.
Princípio da Isonomia.

Havendo distinção salarial, o empregado lança mão do instituto Equiparação Salarial visando uniformizar a
remuneração entre empregados que trabalham para os mesmos trabalhadores realizando as mesmas
funções.

Requisitos:
- Os trabalhadores precisam ser contemporâneos. O empregado não pode pleitear equiparação salarial com
empregado aposentado ou demitido.

- Os empregados precisam trabalhar para o mesmo empregador.


OBS1: Não cabe equiparação salarial de empresas distintas integradas em grupos econômicos.

OBS2: Cabe equiparação salarial em caso de sucessão trabalhistas. O empregado pode pedir
equiparação salarial na empresa sucedida, pois há equiparação dos trabalhadores.

- Para além da mesma empresa, a Reforma Trabalhista adicionou outro requisito: os empregados com
equiparação salarial devem trabalhar na mesma empresa.

- Identidade das Funções

- Não haver diferença no tempo de serviço. Antes da Reforma Trabalhista, a diferença entre os empregados
que seriam equiparados salarialmente não podia ser de 2 anos na função. Com a Reforma Trabalhista, um
novo lapso temporal foi adicionado: a diferença entre os empregados a serem equiparados salarialmente
não pode ser maior do que 4 anos no emprego.

- Identidade de produtividade e perfeição técnica:


Se o empregado é mais especialista na função ou produz mais, o empregado não pode requerer equiparação
salarial.

- Mesmo regime jurídico


Em caso de empregados públicos, não se pode requerer equiparação salarial com empregado que ingressou
em outra função ou outro concurso. (exemplo: Advogado 1 e Advogado 2).
Em caso de Advogado 1 que desempenha função do Advogado 2, não vale princípio da realidade sobre a
forma. Se Advogado 1 realiza funções do Advogado 2, tem-se trabalho proibido. Devendo o funcionário ser
reenquadrado na função de Advogado 1 e pleitear direito aos salários e ao FGTS em que trabalhou como
Advogado 2.
Não cabe reenquadramento em desvio de função (apenas diferença salarial OJ nº 125 SDI-1):

Não haverá Equiparação Salarial:


Isack Alves

- Quando o empregado modelo for empregado readaptado. Ou seja, o empregado modelo tem deficiência
ou sofreu acidente de trabalho. Quando se é readaptado, mantêm-se adicionais como o de Insalubridade.
Isto não pode configurar equiparação salarial com os empregados que desempenham a função no qual o
readaptado foi inserido.

- Quando a diferença salarial for efeito de sentença judicial (equiparação em cadeia)


O empregado modelo ganha um salário maior porque entrou na justiça e ganhou uma benesse fruto de
sentença judicial. O empregado requerente não pode requerer a mesma benesse fruto da sentença do
empregado modelo. Caso deseje a mesma benesse, deve ingressar com ação percorrendo o mesmo caminho
que o empregado modelo percorreu.

- Quando existir quadro de carreira ou Plano de Cargos e Salários que prevê promoção por Antiguidade e/ou
Merecimento (sem necessidade de homologação)
Empresas que têm quadros de carreira (várias funções que você pode ser promovido por merecimento ou
por antiguidade e as várias funções que você pode ocupar e o valor de cada uma delas).
Antes da Reforma Trabalhista, havia exigência de que a antiguidade e merecimento deveria ser alternada.
Ser promovida por antiguidade, depois merecimento, antiguidade, merecimento.
Com a Reforma Trabalhista, esta exigência deixou de existir. Agora pode ser só antiguidade, só o
merecimento ou antiguidade e merecimento. Tanto faz.
Havendo Plano de Cargo e Carreira, não há equiparação salarial.

- Empregado de terceirização lícita


Existe equiparação salarial entre empregado temporário e comum, mas não há equiparação salarial entre
empregado comum e o terceirizado, a menos que o empregador deseje fazer a equiparação salarial.

Ônus da Prova:
O empregado deve comprovar que existe fato constitutivo da equiparação salarial. dois empregados que
trabalham na mesma empresa, no mesmo estabelecimento, com a mesma função, a mesma produção e com
a mesma qualificação técnica

E o empregador deve provar o inverso, que constitui fato impeditivo da Equiparação Salarial: dois
empregados que não trabalham na mesma empresa, não trabalham no mesmo estabelecimento, não é a
mesma função, não é a mesma produção e não com a mesma qualificação técnica

Discriminação por sexo e etnia:


Multa de 50% sobre o limite máximo dos benefícios do teto da previdência.
Outros preconceitos não foram enquadrados pela Legislação.

Salário Substituição:
Salário que se recebe ao se substituir empregado em casos que não sejam permanentes ou em decorrência
de vacância do cargo (empregado morrer), ou seja, temporariamente.
Quando se substitui, tem-se direito a equiparação salarial com a pessoa substituída, segundo Súmula 159:

Substituição de cárater não eventual e vacância do cargo


I – Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o
empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído.
Então, por exemplo, se a pessoa faltar 1 dia e você substituir, isso não enseja equiparação salarial. Mas
férias, licença maternidade de alguém que ganha salário maior do que o seu, você tem direito a equiparação
salarial.
II – Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupa-lo não tem direito a salário igual ao do
antecessor.
Isack Alves

Pessoa estava em licença saúde e você estava substituindo e a pessoa morre, você não tem direito a
equiparação salarial porque o cargo está vacante. E também não tem direito a ficar no cargo.

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