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RESUMO
* Aluna de 3º ano do curso de Direito da FAE Centro Universitário. Bolsista do Programa de Apoio
à Iniciação Científica (PAIC 2010 - 2011) da FAE Centro Universitário. E-mail: rhaisa_denis@
hotmail.com.
** Mestre em Direito Socioambiental (PUC-PR). Coordenador do Núcleo de Prática Jurídica e Professor
da FAE Centro Universitário. E-mail: karlo.vettorazzi@fae.edu
1 RESPONSABILIDADE CIVIL
1.1 Dano
1.2 Ação
Conforme disposto nos artigos 186 e 187, do novo Código Civil, ato ilícito é:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé
ou pelos bons costumes.
2 RESPONSABILIDADE SOCIAL
Segundo Melo Neto e Froes (2002, p. 78), a Responsabilidade Social das Empresas
consiste na sua “decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na
região em que está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrente do tipo
de atividade que exerce.”
A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir
os interesses das diferentes partes envolvidas no negócio (acionistas, funcionários,
fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente), de forma a
conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às
demandas de todos. É agir em conformidade com o direito, com a função social e o
princípio da boa-fé.
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Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados
pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000
(mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência
específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido
aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios.
II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público;
III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de
crédito;
IV - à suspensão de sua atividade.
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente
e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade
para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente.
Dessa forma, o consumidor que não se importa com o ciclo de produção da coisa
comprada (consumismo irresponsável), certamente alimentará nas empresas a existência
de um “não” compromisso com o meio ambiente e com a sociedade.
Contudo, é nítido que o mercado produtivo não será controlado apenas pela
atitude do consumidor, pois é improvável que o consumidor atinja um nível de cons-
cientização necessário e suficiente para essa mudança, além de o consumidor não
possuir todos os mecanismos para controlar a produção. Nessa situação, é necessária a
intervenção do Estado para coibir atitudes abusivas das empresas, responsabilizando-as
por esses abusos e pelos custos do valor do bem ambiental utilizado.
Segundo conceito apresentado pela Procuradora de Justiça do Ministério Público
do Rio Grande do Sul, Silvia Cappeli:
a responsabilidade pós-consumo consiste no dever dos fabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de coletar, transportar e dar destino final adequado aos
resíduos sólidos gerados pelos produtos ou por suas embalagens. (CAPELI, 2004, p. 9).
A vida de um produto, baseado em sua logística reversa, não termina com a sua
simples entrega ao cliente, pois, após a perda de sua finalidade, o produto deve retornar
ao seu ponto de origem para ser adequadamente descartado, reparado ou reaproveitado.
Segundo Kotler (2000), o ciclo de vida do produto é dividido em quatro estágios:
a introdução, o crescimento, a maturidade e a declínio. O primeiro estágio, a introdução,
consiste no período em que o produto está sendo introduzido no mercado, não sendo
perceptível a presença de lucros nesse estágio, devido às grandes despesas com a sua
introdução. O crescimento é um período de rápida aceitação do produto no mercado
e um aumento substancial dos lucros. A maturidade representa um período de baixa
no crescimento de vendas, pois o produto já conquistou a aceitação da maioria dos
compradores, podendo estabilizar ou declinar os lucros. O último estágio, declínio, é o
período em que as vendas caem consideravelmente e os lucros desaparecem.
A dinâmica do processo se dá por um conjunto de atividades que uma empresa
realiza para coletar, separar, embalar e expedir itens usados, danificados ou obsoletos
dos pontos de consumo até os locais de reprocessamento, revenda ou de descarte.
No caso de embalagens, os fluxos de logística reversa acontecem, basicamente,
em função de sua reutilização ou devido às restrições legais. Como as restrições
ambientais no Brasil, com relação a embalagens, não são tão rígidas, a decisão sobre a
utilização de embalagens retornáveis ou reutilizáveis se restringe aos fatores econômicos.
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