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DICAS – OAB WEEKEND

DIREITO AMBIENTAL – PROFESSOR LUIZ ANTÔNIO

01. TUTELA ADMINISTRATIVA DO MEIO AMBIENTE

O Poder Público utiliza vários instrumentos para a tutela ambiental – os ESPAÇOS TERRITORIAIS
ESPECIALMENTE PROTEGIDOS (art. 9º VI da Lei 6.938/81) – figuram entre eles. Tem previsão no art.
225 § 1º inciso III da Constituição Federal e na LSNUC – 9.985/00 – e nesta legislação receberam a
denominação de UC – Unidades de Conservação. Portanto, toda Unidade de Conservação é um espaço
territorial especialmente protegido. Para a criação de uma unidade de conservação são necessários
estudos técnicos (para todas) e consulta pública (apenas Estação Ecológica e Reserva Biológica
dispensam) e em seguida a criação se dará por ato do Poder Público (lei, decreto e alguns entendem
que cabe por resolução). Todavia, futuramente, se pretendida a diminuição da área ou a extinção
da unidade de conservação, tal se dará somente por lei (não importando o ato criador), proibida a
utilização para tanto de medida provisória, que o STF entendeu ser inconstitucional.

02. PSA – PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS

Trata-se de instrumento econômico da PNMA (Política Nacional do Meio Ambiente), previsto no art.
9º XIII da Lei 6.938/81. Segundo o art. 2º IV da LPNPSA – Lei 14.119/21 - é um instrumento econômico
que recompensa e incentiva aqueles que provêm serviços ambientais, melhorando a rentabilidade
das atividades de proteção e uso sustentável de recursos naturais. Em outras palavras, o instrumento
tem como objetivo potencializar a participação da sociedade na preservação ambiental com a
contemplação de uma sanção premial (o direito premial). A sanção premial consubstancia o princípio
do “protetor-provedor recebedor”, e de certa maneira o “usuário-pagador”, que estimula práticas
sustentáveis, aí se inserindo o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que consiste no aporte
de incentivos e recursos, de origem pública e/ou privada, para aqueles que garantem a produção e a
oferta do serviço e/ou produto obtido direta ou indiretamente da natureza. Portanto, no pagamento
por serviços ambientais (PSA), um agente financiador, público ou privado, remunera quem preserva
áreas naturais próprias em benefício da sociedade.

03. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

A CF, no art. 225 § 3º, prevê a possibilidade de o infrator (pessoa física ou jurídica) ser responsabilizado
cumulativamente na espera administrativa, penal e civil. A responsabilidade civil é objetiva e solidária,

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dispensa dolo e culpa, mas exige nexo causal; além disso, tem caráter propter rem (natureza real),
portanto eventual passivo ambiental transmite-se ao sucessor de qualquer natureza, não isentando
o poluidor originário, ou seja, ambos passam a responder solidariamente. Os danos ambientais são
imprescritíveis (mas os individuais prescrevem), não se admite a teoria do fato consumado (Súmula 613
STJ) e responde o poluidor direto e o indireto, aplicando-se a teoria do risco integral da atividade (não
cabem as excludentes caso fortuito, força maior e fato de terceiro), sendo cabível a inversão do ônus
da prova (Súmula 618 do STJ). A responsabilidade administrativa e a penal são de natureza subjetiva,
não são transmitidas a terceiros, as infrações administrativas e penais prescrevem, e não há se falar
em inversão probatória – na esfera penal o ônus da prova é do acusador e na esfera administrativa é
do infrator.

04. LEGISLAÇÃO ESPECIAL

A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos (12.305/10) prevê que a disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos (em aterros sanitários) deverá ser implantada até 31/12/2020, exceto para
Municípios que até essa data elaboraram plano intermunicipal de resíduos sólidos ou plano municipal
de gestão integrada de resíduos sólidos, cujos prazos serão: até 2/8/21 para capitais de Estados e
Municípios integrantes de Região Metropolitana; até 2/8/22 para Municípios com mais de 100.000
hab/censo 2010; até 2/8/23 para Municípios entre 50 mil e 100 mil hab/censo 2010; até 2/8/24 para
Municípios com menos de 50 mil hab/censo 2010; e nos casos em que a disposição de rejeitos em
aterros sanitários for economicamente inviável, poderão ser adotadas outras soluções, observadas
normas técnicas e operacionais estabelecidas pelo órgão competente, de modo a evitar danos ou
riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais.
O Decreto Federal 10.388, de 5/6/2020 regulamentou o §1º do caput do art. 33 da Lei nº 12.305/10,
instituindo o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso
humano, industrializados e manipulados, e de suas embalagens após o descarte pelos consumidores,
com a participação de fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores, nos
termos do Decreto 7.404, de 23/12/2010. De acordo com a legislação, os consumidores deverão efetuar o
descarte dos medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso e de suas embalagens de acordo com
as normas estabelecidas pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SiISNAMA, e
serão fornecidas as informações sobre farmácias, drogarias ou outros locais nos quais os consumidores
poderão efetuar o descarte (art. 9º caput e § 1º).

05. TUTELA DA POLÍTICA URBANA

Nos termos do art. 30 VIII da Constituição Federal, compete aos Municípios promover o adequado
ordenamento territorial, mediante o planejamento (o principal instrumento de planejamento urbanístico

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é o PLANO DIRETOR, exigido nas hipóteses do art. 41 do Estatuto da Cidade – Lei 10.257/01 – a ser
elaborado pelo Executivo Municipal e aprovado pela Câmara Municipal por lei -, e que deve ser
revisado no máximo em 10 anos, sob pena de o prefeito incidir em improbidade administrativa), e o
controle do uso, parcelamento (evitar loteamentos irregulares ou clandestinos) e ocupação do solo
urbano (impedir ou retirar pessoas que venham a ocupar áreas de risco) – obrigatório exercício do
poder de polícia. A propriedade urbana cumpre a sua função social quando respeitar os ditames do
PLANO DIRETOR, e a elaboração e revisão do PD exige participação popular (por meio de audiências
públicas), garantindo a GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE. A gestão democrática também ocorre por
ocasião da aprovação das propostas do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento
anual, que exigem GESTÃO ORÇAMENTÁRIA PARTICIPATIVA, ou seja, realização de audiências e
consultas públicas como condição obrigatória para aprovação pela Câmara Municipal.

DIREITO DO CONSUMIDOR – PROFESSOR MURILO SECHIERI

01. A vítima do acidente de consumo equipara-se a consumidor.

02. O comerciante só é responsável pelo acidente de consumo se não for possível identificar o
produtor ou fabricante e quando não tiver conservado adequadamente os produtos perecíveis.

03. Se o vício do produto for oculto, o prazo de decadência da garantia legal (30 ou 90 dias) começa
a correr de quando ele ficar evidenciado.

04. Cabe ao órgão mantenedor do cadastro de proteção ao crédito comunicar por escrito o consumidor,
antes de realizar a anotação de seu nome.

05. A responsabilidade civil dos fornecedores é, em regra, objetiva, exceto a dos profissionais liberais
(que é subjetiva).

DIREITOS HUMANOS – PROFESSOR ERIVAL OLIVEIRA

01. Nome social: é a mudança de nome e de gênero, não precisa de autorização judicial e nem de
advogado, não precisa fazer cirurgia ou tomar hormônio (Decreto 8.727/2016).

02. As ações afirmativas ou cotas raciais: são ações realizadas pelo Estado para proteger grupos
de pessoas prejudicadas historicamente, por exemplo, índios, negros, mulheres e pessoas com
deficiência (Lei 12.288/2010 – art. 1º, parágrafo único, inciso VI).

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03. Na Justiça Federal é executada a sentença pecuniária da Corte Interamericana de Direitos Humanos,
se não há cumprimento voluntário (Decreto nº 678/1992 – art. 68).

04. Consta no Pacto de San José (Decreto nº 678/1992 – art. 4º, item 5) que não se deve impor a pena
de morte à pessoa que, no momento da perpetração do delito, for menor de dezoito anos, ou maior de
setenta, nem aplicá-la a mulher em estado de gravidez.

05. A Federalização foi inserida pela EC n. 45/2004 e está prevista no art. 109, V-A e § 5º, da CF/88
(mudança de competência do feito da justiça local para a federal). Visa assegurar o cumprimento de
obrigações decorrentes de tratados internacionais de Direitos Humanos de que o Brasil faz parte.

DIREITO INTERNACIONAL – PROFESSORA ANA CAROLINA PASCOLATI

01. O direito internacional privado se resume em dois raciocínios jurídicos:


a) possibilidade de o juiz brasileiro aplicar a lei brasileira ou a lei estrangeira (art. 14, da LINDB);
b) homologação de sentença estrangeira pelo STJ. Significa dizer que a parte ajuizou ação no
exterior e obteve decisão estrangeira, que poderá ser homologada pelo STJ, o qual tem por
objetivo verificar os requisitos formais a fim de permitir que essa sentença proferida por autoridade
competente de outro país possa ser executada no Brasil. (artigos 15 e 17, da LINDB; artigo 105, I, i,
CF e artigos 963, 965 e 26, §3º, do CPC).

02. A sentença estrangeira de divórcio consensual NÃO exige homologação no STJ para ser executada
no Brasil. (artigo 961, §5º, do CPC).

03. Na fixação da competência do Juiz brasileiro no direito internacional privado, tem como regra
geral, o foro de eleição, que determina a competência concorrente ou relativa (artigos 21 e 22, do CPC),
da Justiça brasileira. A parte escolhe onde ajuizará a ação no Brasil ou no exterior, sendo que tanto o
juiz brasileiro quanto o juiz estrangeiro são competentes para julgar o caso concreto multiconectado
(isto é, analisará se será aplicada a lei brasileira ou a lei estrangeira). Já a exceção está no artigo 23, do
CPC que determina a competência absoluta ou exclusiva da Justiça Brasileira, uma vez que apenas o
juiz brasileiro tem competência para realizar o julgamento. (ação sobre bem imóvel situado no Brasil,
ação de inventário, partilha ou abertura de testamento se os bens estiverem situados no Brasil e, por
fim, ação de divórcio, separação ou dissolução de união estável se existirem bens situados no Brasil).
Significa dizer que quando existir bem no Brasil, ação deverá ser proposta no Brasil.

04. A Repatriação (art.49, da Lei 13.445/17) e a deportação (arts. 50 a 53, da Lei 13.445/17) são medidas
administrativas. Na repatriação o indivíduo é devolvido por impedimento ao país de procedência ou

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nacionalidade. Na deportação o estrangeiro está dentro do País e será deportado se não regularizar
sua documentação. Diferentemente da expulsão (art. 54 a 60, da Lei 13.445/17) que é medida punitiva
que alcança estrangeiro após a prática de infração penal.

05. O brasileiro nato nunca poderá ser extraditado; já o brasileiro naturalizado poderá em dois casos:
(i) quando praticar crime comum antes da naturalização;
(ii) quando praticar tráfico de drogas a qualquer tempo, nos termos do art. 5º, LI, da CF/88. O art. 5º, LII,
da CF/88 dispõe que não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – PROFESSORA ORLY KIBRIT

01. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de castigo físico
ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsáveis, pelos agentes
públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar
deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Sem prejuízo de outras providências legais, em caso de violação a essa previsão, o Conselho Tutelar
poderá aplicar as seguintes medidas:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V - advertência.

02. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão, em caráter


excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia determinação da autoridade
competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz da Infância e da
Juventude, sob pena de responsabilidade.

03. Na adoção, o estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela
ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da
constituição do vínculo.
A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.

04. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento


congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.
Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem autorização

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escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou congênere configura infração
administração (pena de multa).

05. É cabível a internação do adolescente infrator por descumprimento reiterado e injustificável da


medida anteriormente imposta.
Nesse caso, é necessária a designação de audiência, com a prévia oitiva do adolescente, para fins
de justificação.

FILOSOFIA DO DIREITO – PROFESSOR ALYSSON RACHID

01. “A melhor ação é a que procura a maior felicidade para o maior número de indivíduos” (Frase
utilitarista de Francis Hutcheson).

02. “Uma distinção entre o Direito e a Moral não pode encontrar-se naquilo que as duas ordens
sociais prescrevem ou proíbem, mas no como elas prescrevem ou proíbem uma determinada conduta
humana” (Hans Kelsen).

03. Para a Justiça Distributiva, o justo se dá ao atingir a finalidade de dar a cada um aquilo que lhe é
devido, na medida de seus méritos.

04. A justiça corretiva desempenha função corretiva nas relações entre as pessoas. Pode ser voluntária
ou involuntária.

05. Em sentido contrário à visão da Escola da Exegese, verifica-se um ordenamento jurídico dotado de
lacunas, que pode ser identificado pela sua incompletude.

Bons Estudos!

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