Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4 Norberto Bobbio, nascido na Itália, é um dos mais respeitados pensadores políticos contemporâneos.
Bobbio desenvolver pesquisas relevantes sobre teoria política, como por exemplo, a obra A teoria das
formas de governo, O futuro da democracia, Estudos sobre Hegel, A era dos direitos e Os intelectuais e o
poder.
5 Enigma inventado pelo próprio autor, para destacar o pensamento do economista Flávio Faria.
2. A natureza e o papel do Estado em Durkheim
Uma das características da sociedade política nesta ordem não é a oposição entre
aqueles que governam e os governados, porém é a restrição dada ao espaço de
organização governamental, que, por sua vez, exige um território próprio e número
significativo de população.
Para ele, o Estado é uma sociedade formada pela reunião de um número mais ou
menos considerável de grupos sociais secundários, submetidos a uma mesma
autoridade, ou seja, não está preso de nenhuma autoridade superior regularmente
constituída. Este dividi entre as sociedade políticas superiores que são formadas por
uma agregação lenta das sociedades políticas inferiores que estão em uma ordem
hierárquica, organizados por regras, que determinam as relações dos indivíduos com a
autoridade soberana cuja função 6das suas ações estão submetidas.
6 Pensar a questão da função em Durkheim é, todavia, recorrer na sua obra, Da divisão social do trabalho
social, na qual ele afirma que a função pode ser vista de duas maneiras, ora como um sistema de
movimentos vitais, fazendo abstração dos seus efeitos, ora para exprimir a relação de correspondência
que existe entre os movimentos estabelecidos dentro do organismo. Assim sendo, ele vê a função da
divisão social do trabalho na perspectiva de não prejulgar o quanto a questão de saber como essa
correspondência se estabeleceu, se ela resulta de uma adaptação intencional e preconcebida ou de ajuste a
posteriori.
como algo não natural, o que influencia de algum modo na construção com que
empreendemos os seus papéis7.
Assim, o papel do Estado é nada mais do que fazer manutenção das regras ou
direitos, ou seja, impedir as usurpações ilegítimas dos indivíduos uns pelos outros. Isso
fica mais visível na relação entre o Estado e o indivíduo, ao afirmar que as crenças
coletivas detenham mais valor ou significância, e que o sujeito simplesmente aparece
como meio. Assim, o único caminho de prevenção desse particularismo coletivo e as
consequências que ele implica para o indivíduo é que só um órgão especial que possa se
encarregar da representação junto a essa coletividade particular à coletividade total,
reconhecendo seus direitos e interesses.
Mas, para que uma força coletiva aqui apresentado como Estado seja libertadora
do indivíduo é necessário de contrapeso no que toca a divisão dos poderes, ou seja, ela
deve ser contida por outras forças coletivas, “pois. é pelo Estado e só por ele que os
indivíduos existem moralmente” (Durkheim, 2002, p.89).
Weber na sua análise crítica sobre Estado-burguês deixa claro o quanto a sua
natureza é capitalista. Neste viés, busca a partir do exercício genealógico compreender a
sua formação. Ele afirmara que foi graças a relação entre o Estado nacional e o capital
que emanou a classe burguesa nacional e que sua origem se deu por meio da cidade-
estado romano, que nunca viu chegar ao poder a democracia, no sentido da cidade
grega, e, junto com ela, sua justiça.
7 Vale ressaltar a questão da ausência de uma apreensão mais voltada a natureza do Estado Capitalista
como algo dado em Durkheim. Ele procura de todo modo ser fiel a sua metodologia sociológica que se
restringe em ver o Estado como produto funcional, isto é, escapando de outras abordagens que também
tentavam compreender o social ou a sociedade, como, a economia e a psicologia. A busca de um estudo
das organizações e do funcionamento do social o impediu de ver as contradições geradas nas relações de
produção.
Resultando, no surgimento do primeiro banco da Inglaterra-onde a gestão está de algum
modo voltado para uma atuação racional-puritana.
O Estado-moderno de Weber, vai ser então este meio específico que lhe é
próprio, como também a toda associação política por meio da coação física e, a política
como tentativa de participar no poder ou de influenciar a distribuição do poder. Por isso,
ele reforça que não basta entender o funcionamento dos agentes ou como as instituições
estão organizadas, e necessário pensar a relação histórica de dominação como caminho
de entendimento da desnaturalização do Estado burguês e capitalista.
Ele distingue três tipos de dominação, como, tradicional, relativo aos costumes
sagrados por validade imemorável e pela disposição habitual de respeitá-lo. A
carismática que está voltada a entrega pessoal e a confiança pessoal em revelações,
heroísmo ou outras qualidades de liderança de um indivíduo e, por último, temos a
legal, relativo a crença na validade de estatutos legais e da competência objetiva. É,
portanto, por meio da política que este percebe o quanto todo tipo de gerenciamento de
poder requer de quadro administrativo- tal como, recompensa material e honra social.
Assim sendo, a genealogia do Estado vai ser nada mais do que a gênese, o
crescimento ou transição constante deste até a sua própria superação. Já o fisco-finança
está relativo a subsistência deste para si e em si, assumindo, assim, o seu papel de
mediador das contradições na sociedade. Por último, temos a teolologia do Estado que,
por sua vez, está relacionado com a existência natural, isto é, o Estado e o capital
apresentados como formas cuja teolologia é mutável desde sua origem até o
desenvolvimento e a sua extinção por meio da dialética e contradição. O que nos leva a
entender de modo mais conciso a sua objetivação nas funções que exerce na sociedade.
5. Considerações-Finais
FARIAS, Flávio. O estado capitalista contemporâneo: para uma crítica das visões
regulacionistas. São Paulo: Cortez, 2001.