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Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber

Resumo das principais ideias.

Karl Marx (1818 – 1883).


Para Marx, a base para entender a sociedade é a economia. As maneiras como os
homens produzem, trabalham e transformam o mundo moldam as relações sociais.
Dessa forma, o foco do estudo social é a relação dos homens com os meios de produção.
Marx viveu no século XIX e suas ideias foram influenciadas pelo sistema e
contexto histórico da época, isto é, o sistema capitalista e a Revolução Industrial.
Analisando a sociedade dessa forma, as relações de produção se caracterizam pela
propriedade privada dos meios de produção (máquinas, capital, etc), os detentores dos
meios de produção (burguesia) e aqueles que vendem sua força de trabalho por um
salário (proletariado).
Ou seja, os burgueses possuem máquinas e capital e contratam funcionários para
trabalhar nessas máquinas para produzir produtos que geram mais capital. Mas quanto
vale o produto produzido? E qual o salário do trabalhador? Com certeza, esses valores
não são iguais!
A diferença entre o valor que o burguês vende um produto e o salário que o
burguês paga ao proletariado é chamado de mais-valia. Isso garante que o capital do
burguês aumente e que o sistema permanece existindo da mesma forma.
Logo, Marx defende que qualquer mudança na sociedade provém de alterações
dos meios de produção e isso acontece através do conflito entre classes, ou seja, conflito
entre proletariado e burguesia.
Atualmente, os meios de produção são diferentes dos da época de Marx. Existem
mais classes, formas de trabalho, etc. Apesar disso, as mesmas concepções da sociologia
de Marx, conhecida como Materialismo Histórico, podem ser utilizadas para interpretar
a sociedade.
Émile Durkheim – (1858 – 1917)

Segundo ele, o homem seria um animal bestial que só se tornou humano na


medida em que se tornou sociável.
Por isso, o processo de aprendizagem, que foi chamado de "socialização" por
Durkheim, é o fator basilar na construção de uma “consciência coletiva”.
Através da educação formal entramos em contato com ideias que nos darão o
sentimento de pertencimento ao grupo, seja ele uma igreja ou a uma pátria.
Desta forma, a vida na cidade e sob o capitalismo, retiraria do ser humano suas
referências identitárias para criar seres sem esperança. Somente com a construção de
uma escola laica e de valores morais seria possível superar este impasse.
Fato social
Uma de suas principais contribuições à sociologia foi determinar o "fato social",
os quais nos ensinam como devemos ser, sentir e fazer.
O fato social é a realidade que já encontramos quando nascemos: escola,
governo, religião, ritos sociais. Resumindo: tudo aquilo que temos que cumprir por
obrigação social ou porque a lei pode nos punir.
Aqui, três propriedades são cruciais: generalidade, exterioridade e
coercitividade. Estas são as leis que conduzem o comportamento social, ou seja, o que
governa os fatos sociais.
O ser humano não é responsável pelos fatos sociais. Afinal, o que as pessoas
sentem, pensam ou fazem não dependem totalmente de suas vontades individuais, pois
são uma conduta instituída pela sociedade.
Sua teoria também ficará conhecida como Funcionalista, uma vez que faz uma
analogia com as funções do organismo. A existência e a qualidade de diferentes partes
da sociedade são decompostas pelos papéis que exercem para manter o meio social
balanceado.
Ainda vemos em Durkheim que para entender como funciona a relação entre os
homens, devem existir leis sociais. As regras, valores e leis da sociedade existem para
manter a ordem. Para Durkheim, existem dois tipos de organização da sociedade:
através de solidariedade mecânica ou solidariedade orgânica.
A solidariedade mecânica é caracterizada pelas sociedades primitivas (tribos,
clãs). Nesse tipo, a sociedade se mantém coesa, isto é, unida, porque todos os indivíduos
compartilham dos mesmos valores, crenças e tradições.
Já na solidariedade orgânica, a sociedade funciona como um organismo humano,
onde cada órgão tem uma função diferente e não funciona independente dos outros, ou
seja, é necessário que um órgão dependa do outro e que todos funcionem
adequadamente para que o organismo, isto é, a sociedade, funcione bem. Caso
contrário, ocorrem anomalias sociais.

Max Weber (1864 – 1920)

O foco da sociedade, para Weber, são os indivíduos. Como vimos, Durkheim defende
que os indivíduos são moldados pelas leis sociais. Para Weber, ocorre o contrário: as
estruturas da sociedade são moldadas pelas motivações dos indivíduos.
Tudo que é coletivo, por exemplo, leis, valores morais, cultura, religião,
economia, etc.. É da forma que é porque os indivíduos agem e orientam suas ações
dessa maneira. Caso as pessoas alterem suas condutas e deem outro sentido às suas
ações, a estrutura atual se desfaz e uma nova estrutura social é montada, ou seja, a
sociedade muda.
Por ser centrada no indivíduo, para interpretar a sociedade de acordo com a
visão de Weber, é necessário criar tipos ideias, que é um modelo simplificado da
realidade, elaborado através de traços essenciais das ações. Isso é feito para guiar o
cientista social devido a alta diversidade de ações individuais existentes.

O tipo ideal em Max Weber


É uma ferramenta teórica amplamente usada ainda hoje. O estabelecimento de
tipos ideais não busca construir tipologias genéricas nem mesmo busca classificar de
maneira inflexível o objeto em questão, como é o caso das classificações que
encontramos nas ciências naturais. Os tipos ideais servem como parâmetro de
observação, um conceito teórico abstrato com características delineadas que serve
apenas como ponto de comparação entre o objeto observado e a abstração teórica. Trata-
se de modelos conceituais que raramente, ou quase nunca, existem integralmente. Dessa
forma, é possível que olhemos, por exemplo, para o sistema político de um país
munidos de um tipo ideal, como o da democracia, e, a partir da comparação, classificá-
lo como sendo ou não uma nação democrática em um ou outro sentido. Nessa
comparação, ainda que não sejam observadas todas as características de um modelo de
democracia, esse sistema político ainda poderia ser considerado como democrático se a
maior parte de sua organização fosse condizente com a de um modelo democrático.

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