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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS

VICTÓRIA CELIBERTO DE ANDRADE

TRABALHO SOBRE TEORIA E METODOLOGIA DOS AUTORES


CLÁSSICOS

FORTALEZA/CE
2023.2
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO: CIÊNCIAS SOCIAIS
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA II - 2023.2
NOME: VICTÓRIA CELIBERTO DE ANDRADE.

1- Descreva como Marx descreve o conhecimento da estrutura de uma sociedade (fale das
forças produtivas e das relações sociais de produção). Como estrutura se relaciona com a
superestrutura? (fale das formas jurídicas, educativas e religiosas).

Karl Marx, em sua teoria chamada de marxista, propôs uma análise materialista da
sociedade, destacando a importância das forças produtivas e das relações sociais de produção.
Forças produtivas significa os meios de produção e a tecnologia disponível, enquanto as
relações sociais de produção referem-se as formas como os indivíduos, em sociedade, se
organizam para produzir e distribuir bens. Para Marx, a estrutura social é moldada
principalmente sobre esses elementos econômicos. Torna-se necessário ressaltar que, na teoria
marxista, Karl Marx diz que a estrutura e o sistema capitalista não começaram com o próprio
capital, e sim a existência dos proprietários dos meios de produção de um lado, e do outro,
trabalhadores livres, vendedores da própria força de trabalho e, por esse motivo, são
vendedores de trabalho.
Essa base econômica descrita pelo autor exerce uma influência definitiva sobre a
superestrutura social; esta que consiste em elementos ideológicos e culturais dentro de uma
comunidade. Na sociedade capitalista, a propriedade privada e meios de produção gera
relações de classe, refletindo nas leis, educação e religião. Exemplificando, as instituições
jurídicas, para Marx, são elaboradas para auxiliar os interesses da classe dominante,
reforçando as relações de produção já existentes, com a proteção da propriedade privada e
com a persistência da propriedade privada. Na educação, a estrutura molda as instituições
educacionais para manter a ordem pré-estabelecida pelo meio jurídico. Em uma sociedade
capitalista, a educação enfatiza somente valores e habilidades que atendem aos interesses da
classe dominante.
Na prática, isso se torna a justificativa para a desvalorização das Ciências Humanas no
Brasil. Já no âmbito religioso, Marx argumentava que as crenças e práticas religiosas são
instrumentos para legitimar as estruturas de poder já existentes. Marx também faz uma
afirmação sobre a religião ser o “ópio do povo” e explica como acontece; formulando o
conceito de religião como ideologia, ou seja, um sistema de ideias que se caracteriza pela
representação de um mundo imaginário, oposto a realidade de miséria em que os
trabalhadores viviam. Portanto, na visão “marxiana”, a estrutura econômica as sociedade não
apenas molda, mas determina a superestrutura, influenciando instituições e ideias que são
divulgadas na vida social.

2- Como Durkheim descreve seu método de trabalho? Aborde as questões da objetividade dos
fatos sociais (fale também das outras duas características: generalidade e coerção).

O método de trabalho na sociologia de Émile Durkheim destaca a importância da


objetividade, generalidade e coerção dos fatos sociais. Para o autor, em sua obra As Regras do
Método Sociológico, fatos sociais são definidos como objeto de estudo da sociologia, uma vez
que, por meio deles, seria possível decifrar o mundo, garantindo a ordem social pela coesão
dos indivíduos através do estabelecimento de normas coletivas. Em resumo, são fenômenos
externos ao indivíduo que exercem influência generalizada sobre os membros de uma
determinada sociedade.
No quesito objetividade, Durkheim argumentava que os fatos sociais deveriam ser
analisados com objetividade e distanciamento emocional; trata-los como coisas. Uma
exemplificação disso é seu estudo sobre suicídios, onde ele buscou analisar as taxas de
suicídio como fenômenos objetivos, sem interpretações subjetivas. O ponto levantado por
Durkheim neste estudo é que o suicídio é entendido como fenômeno que varia numa razão
inversa em relação a coesão social, e em parte dela o autor vai tematizar três categorias: o
egoísta, o altruísta e o anômico.
No quesito generalidade, sua noção refere-se à presença generalizada dos fatos sociais
na sociedade de estudo. Émile Durkheim analisou diversas instituições, como o casamento,
crime e a religião, buscando padrões universais que não se limitariam em somente
experiências individuais; se encaixando no conceito de generalidade. Em sua obra As Formas
Elementares da Vida Religiosa, ele explorou as características fundamentais da religião em
várias sociedades, buscando o comum entre elas. Ele afirma que, independente da variedade
das práticas religiosas, há elementos comuns, refletindo a necessidade humana de
solidariedade social, buscando entender os aspectos que eram generalizáveis.
Já no âmbito da coerção, Durkheim enfatizava essa questão sobre os indivíduos. Dessa
forma, a coerção molda os comportamentos e orienta as ações de acordo com as normas e
valores da sociedade. Novamente, sua tese sobre suicídios é um exemplo, onde os três tipos
de suicídio são associados a diferentes níveis de integração e regulação social.
Exemplificando, no suicídio egoísta, Durkheim afirma que a falta da integração resulta em
uma forma de coerção negativa, levando o indivíduo a se afastar de valores sociais e, em
casos extremos, cometer suicídio. Para ele, esses casos podem acontecer onde a coerção social
é fraca, como em áreas urbanas isoladas.

3- Como Weber percebe o trabalho do sociólogo? Descreva a ideia de tipo ideal (não deixe de
falar das características deste método – utópico, racional e unilateral).

Em relação a Max Weber, o sociólogo tinha uma abordagem distinta se comparada a


Durkheim. Enquanto Durkheim focava em achar padrões e regularidades sociais, Weber
enfatizava a compreensão interpretativa da ação social e fazê-lo encontrar nexos causais que
as determinam. Assim, o estudo da Sociologia é uma veracidade infinita e, para analisa-la, é
preciso construir tipos que não existem de fato para nortear a análise referida.
O conceito de tipo ideal definido por Weber representa uma forma pura ou idealizada
de uma categoria social, existindo características, como utópico, racional e unilateral. O tipo
ideal é utópico no sentido real da palavra; trata-se de apenas uma construção teórica e não é,
necessariamente, correspondente a realidade. Ela é uma ferramenta totalmente conceitual
utilizada para entender padrões subjacentes na ação social, como na análise de Weber a
burocracia.
O racional é construído a partir do conjunto lógico das características que destacam
aspectos importantes de certo fenômeno. Por exemplo, Weber construiu um tipo ideal de ação
social com base em escolhas influenciadas por interesses e valores, no objetivo de mostrar
elementos fundamentais da ação humana. No unilateral, ele simplifica a complexidade do
real, focalizando em aspectos específicos do fenômeno em análise. Seu objetivo não é
capturar toda a diversidade da realidade social, mas sim oferecer uma ferramenta analítica
para evidenciar características fundamentais. Exemplificando, Weber, ao criar um tipo ideal
de liderança carismática, o autor enfatizou a autoridade baseada na devoção pessoal e carisma.

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