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RETOMANDO O CONTEÚDO1

Felipe Carra, Gelson Pelizzári e Guilherme Cavalli2

Buscando compreender amplamente os conceitos sobre determinados grupos


e/ou suas junções, a Sociologia com seus métodos, a partir de Durkheim (1858-1917),
avalia com análises e conceitos de cada autor, o papel de junções de fatos que
constroem uma realidade a ser estudada no passado – longo ou próximo. Compreender
através desses estudos, o presente desses seres e com os resultados explicar fragilidades,
conceitos, métodos, cultura: forma de viver, essa ciência interdisciplinar nos é
apresentada como uma dialética formadora de idéias .
Levando como um dos principais critérios de entendimento atual, o passado
histórico, os pais da Sociologia – Comte (1798-1857) responsável e pioneiro a tratá-la
como ciência e Durkheim, como já mencionamos, pela criação dos métodos de estudos
sociológicos – nos fazem entender que de certa forma toda transformação corresponde
a teorias – funcionais ou não. Essas engrenam a forma de entender na prática ou no
papel, o andar da aldeia global composta por várias tribos.
Com o cientificismo de Comte, apontado como espírito positivista ou
progresso e desenvolvimento, estudos são então realizados ambos no indivíduo e no
social, através da razão. Abandonando as atribuições aos deuses sobre fatos ocorridos,
Comte influenciado pelo Iluminismo então a se espalhar na época em sua região,
explica a realidade como uma só verdade. Desbanca pensamentos que permitiam
variadas interpretações e assim apresenta-a como ciência.
Trazendo a análise de fatos interpretados da forma mais literal, Augusto Comte
afirma que o único estudo era ver, assim podendo prever. Este consistia no verdadeiro
positivismo que também se apresentava como função essencial da ciência.
Em suas teorias, o Frances afirma ser necessário compreender as relações entre
as coisas e os acontecimentos através da observação científica e racional. Ao invés da
religião ler o mundo, Comte com sua exatidão do século XIX reage contra o formalismo
em questões sociais e afirma ser possível estudar as relações humanas e sociais com
dados positivos. A+ B = AB
Avaliando a construção das personalidades humanas consegue separá-la em
estados. Colocando a ligação entre sociologia, positivismo industrial e o poder
1
Trabalho de cunho avaliativo parcial para a disciplina de Introdução ao Pensamento Sociológico,
ministradas pelo professor Me. Irio Luiz Conti.
2
Acadêmicos do I semestre do Curso de Filosofia, do Instituto Superior de Filosofia Berthier
espiritual. O autor em análises científica, afirma ser essa a combinação ápice de
pensamentos individuais para com a sociedade. Contudo, as aplicações dessas junções
teóricas na atualidade não nos fazem compreender fatos como apenas um estado linear
de conclusões, mas sim um englobado de estudos teológicos, metafísicos e positivos.

Para Comte, às idéias conduzem e transformam o mundo e é a evolução da


inteligência humana que comanda o desenrolar da história. Já Karl Marx (1818-1883),
ao estudar a sociedade afirma que a história da humanidade é a história de lutas de
classes, deixando explícito assim, que um dos fatores principais para a formação e
transformação das sociedades é a economia vigente na época. Toda forma de
organização seja social, política, cultural, religiosa, ideológica, tudo faz relação coma
realidade econômica dessa sociedade.
O ser humano, necessariamente, precisa da interação com os outros seres da
mesma espécie. Para compreendermos o comportamento humano, temos que considerar
significativamente o ambiente social em que se encontram os indivíduos. Marx
demonstra em seus escritos que o homem é um ser social por natureza, ou melhor, é um
ser que necessita estabelecer relações, quer homem-homem quer homem-natureza. O
homem é um ser que se auto-faz, se auto-constrói historicamente, ou seja, é através do
processo histórico que o homem se humaniza. Por sua vez, a dialeticidade histórica ou a
evolução da história se realiza pela mediação do trabalho: conceito que possui
centralidade em todo o pensar filosófico de Marx.
O homem como animal racional transforma a natureza, objetivando-se nela,
humanizando-a. Assim, o homem faz da natureza transformada seu corpo inorgânico,
seu corpo fora de seu corpo.

É pelo trabalho que o homem objetiva a sua subjetividade, significa dizer,


exterioriza a sua essência. É por intermédio da atividade como ação prática, que o
homem tem o poder de modificar a natureza. Na medida em que o homem por mediação
do trabalho modifica e constrói a natureza, deixando-a perfeita, também se edifica a si
próprio. Pois, Marx, concebe o trabalho como o elemento que constitui a essência
humana. Uma diferença importante – senão a principal – entre o homem e o animal, é
que os animais por instinto se adaptam, enquanto que os homens precisam transformar e
adaptá-la a si, e isso ele o faz por intermédio do trabalho.
Olhando para história e para sociedade capitalista, Marx percebeu que o
trabalho não era mais feito pelos homens juntos pela necessidade de apropriação da
natureza externa, para satisfação de suas necessidades humanas, mas sim, realizado de
forma a objetivar a humanidade, as idéias, os projetos do homem na matéria prima, para
satisfazer as necessidades do sistema capitalista e das leis de mercado. O homem
trabalha para assegurar sua subsistência. O que o operário produz lhe é arrancado, com
o produto vai também à criatividade e a subjetividade do homem. A partir daí o
indivíduo passa a ser encarado como uma mercadoria pelo sistema é isso o que Marx
chama de alienação do trabalho.
Baseando seus estudos na luta de classes e no proletariado, Marx conclui que
para a sociedade evoluir até a perfeição, necessariamente precisará adotar o comunismo
que ao evoluir do socialismo trará uma sociedade igualitária, não se limitando ao
inverter de classes para o contentamento do proletariado, mas sim uma reestruturação
que dêem ênfase a uma sociedade primitiva – fim de classes.
Fugindo um tanto da exatidão , do positivismo de Comte e do estudo da
sociedade em geral de Marx, a sociologia Weberiana reside no conceito de “ação social”
e no postulado de que a sociologia é uma ciência “compreensiva” que se entende através
do estudo do indivíduo que forma a sociedade. Quando falamos em ação social
podemos dizer que sendo a sociedade uma teia e não um bloco, ou seja, a sociedade não
é um todo, mas o conjunto de todas as partes e, portanto de todos os indivíduos, sendo
que este todo reside na interação entre as partes, então, a ação social ocorre quando um
indivíduo leva os outros em consideração no momento de tomar uma atitude, isto é, de
praticar uma ação.

O ponto de partida da sua sociologia é de que a sociedade não é algo externo e


coercitivo, que funciona como determinador comportamental dos indivíduos, mas é sim,
o resultado das interações individuais, ou seja, para Weber (1864-1920), a sociedade
“não é aquilo que pesa sobre os indivíduos, mas aquilo que se veicula entre eles”. Toda
a ação trata-se de uma ação social racional. Assim, Weber distingue quatro tipos de ação
social, a saber: ação racional referente a fins: determinada por expectativas quanto ao
comportamento de objetos do mundo exterior e de outras pessoas; ação racional
referente a valores: determinada pela crença consciente no valor; ação social afetiva:
determinado de modo afetivo, especialmente emocional, afeto ou estados emocionais
atuais; ação social tradicional: defendida por um costume enraizado. Weber sempre
parte do particular para chegar ao universal.

Trabalhando com a racionalização do Homem, Max Weber, com seus estudos


elabora um ciclo que de forma sucinta expressa a auto-suficiência humana, que se
materializa através do capital. Abandonando valores éticos e religiosos e buscando
apenas o Deus da razão, o humano moderno se torna objeto e com semelhança as teorias
de Marx, Max, descreve um homem alienado ao mundo racional e desencantado com a
sociedade em que vive.
A teoria sociológica de Weber possibilita a compreensão do comportamento
individual como conexões deste com a estrutura social. Mediante a adoção dessa
perspectiva de análise adotada por Weber é possível verificar com outras esferas da
estrutura social, as relações do ser com outras instituições, a dimensão cultural dos
diferentes grupos sociais e seus interesses materiais.
Trazendo o indivíduo como principal matéria-prima da sociedade, Max Weber, a
explica buscando compreende-la através das ações sociais. Já Durkheim, tendo como
metodologia a função da sociedade, analisada a partir de seus fatos, tende entender a
conduta do homem determinada pelo o que a sociedade lhe propõe, ou melhor, impõe-
lhe. – Tabula Rasa.
Para Émile Durkheim, a sociedade era um organismo constituído de partes
inacabáveis e, com relações bem definidas entre essas, a divisão social do trabalho,
significava o funcionamento, a ou o princípio harmônico, desse organismo. Uma
divisão sistemática das sociedades e dos trabalhos que cada parte desempenharia se
traduziria em uma melhor compreensão da sociedade e, portanto, uma forma de
melhorá-la como um todo.
O indivíduo não teria importância nesse contexto de análise, ao contrário de
Max Weber, já que ele não constrói a sociedade e suas instituições, mas herda e se deve
adequar ao contexto que elas proporcionam. Dessa forma o indivíduo não influencia na
divisão social do trabalho, apesar de executá-lo.
Por fim, este trabalho que possui como objetivo, relembrar como memórias de
aulas os conteúdos vistos, observamos que as teorias e os métodos de cada Autor
Clássico, significam um contexto histórico estudado, nunca podendo separar o
indivíduo das análises, sendo ele a base da sociedade ou a sociedade como base de seu
pensamento. A junção desses, nos leva a entendê-los seja por seus fatos, suas ações ou
seus métodos de produção. Portando, vimos o homem como ator principal da sociedade
e não como um mero ator coadjuvante que tem função neutra ao desenrolar do
espetáculo - A sociedade.

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