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A sociologia do Direito surge no final do século XIX e início do século XX. O Direito é,
essencialmente, um sistema de normas assim a Sociologia do Direito deve estudar os fatos
relacionados com essas normas.
Adaptava-se e aplicava-se os métodos da sociologia geral ao campo jurídico, fato esse que
criou obstáculos para que a sociologia jurídica se integrasse no seio das disciplinas jurídicas, e
faltava encontrar um instrumental de análise específico, que contribuísse para uma
abordagem sociológica do Direito.
Émile Durkheim
Contribuiu com a criação de conceitos utilizados com frequência nas pesquisas
sociológico-jurídicas, como: Coação Social, Consciência Coletiva, Anomia.
COESÃO SOCIAL: Está relacionado a uma espécie de estado pelo qual os indivíduos se mantem
unidos, integrados em um grupo social, é definida como o grau de consenso dos membros do
grupo social sobre a percepção de pertencer a um projeto ou situação em comum.
ANOMIA: Forma na qual a sociedade cria momentos de interrupção das regras que regem os
indivíduos.
Max Weber
Atribui-se a Weber e a seus trabalhos de caráter metodológicos sobre a ciência
sociológica-jurídica, a delimitação de maneira definitiva do método, objeto e função da
Sociologia Jurídica, já em “Economia e sociedade”, aborda alguns critérios que contribuem
para estabelecer o objeto da disciplina.
Além disso, afirma que boa parte das condutas humanas tem como marco normas
jurídicas que têm como referência um determinado valor. Daí pode se perguntar: Que valores
uma sociedade busca preservar quando tenta sancionar determinada norma? O não
cumprimento de uma determinada norma implica em ignorar qual valor?
Em segundo lugar, em seu sentido sociológico-empírico, ou seja, uma análise causal que
procure analisar as causas e os efeitos da existência de fatos de ordem jurídica, seus
condicionantes causais (fatores econômicos, políticos, sociais, religiosos etc.), bem como seus
efeitos.
Eugen Ehrlich
A primeira e mais importante tarefa da Sociologia do Direito é: “estabelecer uma distinção
entre os componentes do Direito que regulam, ordenam e determinam a sociedade,
demonstrando sua natureza organizatória, e aquelas que são puras normas de decisão.”;
Para o autor o Direito é: “a ordem da vida estatal, social, espiritual e econômica, mas não é sua
ordem exclusiva; além do Direito há outras ordens de importância equivalente e
possivelmente mais eficientes”;
Considera como principal questão da Sociologia do Direito conhecer com que fenômenos o
sociólogo deve preocupar-se e de que modo ele deve coletar os fatos para conhecê-los e
interpretá-los; A Sociologia do Direito deve buscar seu material na história social e
econômica Direito Vigente X Direito Vivo.
Direito Vivo: É aquele que mesmo não regulado por normas jurídicas domina a vida, é de uso
continuo da sociedade.
Direito Vigente:
Marx e Engels
Superestrutura X Infraestrutura – o Direito faz parte da Superestrutura, seria assim, mais um
mecanismo de dominação de classe; No discurso marxista o Estado e o Direito nas
sociedades capitalistas são considerados formas ideológicas que reproduzem as condições
sociais de dominação da burguesia;
Marx foi um crítico do Direito burguês, entretanto não pensou uma alternativa a ele; Criticou
o formalismo jurídico, considerando que o escamoteamento verbal da realidade não
corresponde a uma solução técnica ingênua, mas que estaria determinado por mediações reais
e interesses de classe;
Os Funcionalistas
Seus maiores expoentes são: Talcott Parsons e Robert Merton; Discutem as funções do
Direito na sociedade e sua importância para a manutenção da ordem social; Para essa
corrente, o Direito é um dos sistemas de controle da sociedade; Como complexo
disciplinador de interações sociais que é, surge em resposta a determinadas necessidades
sociais, como uma finalidade de integração e de apaziguamento social;
Porém, tal integração não é tarefa privativa do Direito. Ela é promovida também pelas normas
de conduta sociais não jurídicas, como: as normas morais, religiosas e de convivência social;
Processo que se dá na socialização e o Direito se destaca por ter a finalidade de assegurar a
prevenção e a resolução de conflitos, através da imposição de sanções organizadas por
competência de autoridades constituídas;
O Direito torna-se mais necessário quanto maior for a dificuldade de internalização dos valores
normativos nas consciências individuais; O Direito tem a função de regular as condutas no
processo de interação que torna previsível – até um determinado ponto -, o comportamento
humano;
Mudanças sociais ocorridas a partir do do século XVII e intensificadas no século XVIII e XIX
levaram a alterações do jogo do poder, que foi sendo gradativamente substituído pelo que
Foucault denomina de sociedades disciplinares, as quais atingiram o seu apogeu no séc. XX. •
Ocorreu quando a economia do poder percebeu ser mais eficaz e rentável “vigiar” doque
“punir”.
Sistema penal “correcional” baseado no suplício vigorou no sistema punitivo até o final do
século XIX e consistia em julgamento e sentença. O castigo era aplicado em praça pública.
Era a vingança do Estado sobre o corpo enfraquecido do condenado. O suplício corporal
consistia em submeter o condenado a dor, ao flagelo, a humilhação e exposição.
Aos poucos os suplícios foram sendo substituídos por novos métodos de punição. Esboço
do sistema prisional que conhecemos hoje e que prima por disciplina, trabalho e educação.
O sistema prisional de acordo com o artigo 1° da LEP de 1984 tem por objetivo a oferta de
condições que propiciem harmônica integração social do condenado ou internado. Assim, se
cumprida integralmente, grande parcelada população penitenciária atual alcançaria êxito em
sua reeducação e ressocialização.
Num extremo, a punição da instituição fechada, toda voltada para funções agressivas,
violentas, para servir de modelo aos outros. • No outro extremo temos a disciplina: um
dispositivo funcional que deve melhorar o exercício do poder tornando-o mais rápido, mais
leve, mais eficaz, um desenho das coerções sutis para uma sociedade que está por vir. • O
movimento que vai de um projeto ao outro, de um esquema da punição ao de uma vigilância
generalizada, repousa sobre uma transformação histórica: a extensão progressiva dos
dispositivos de disciplina ao longo dos séculos XVII e XVIII até os dias atuais, sua multiplicação
através de todo o corpo social, a formação do que se poderia chamar grosso modo a sociedade
disciplinar.
Em Vigiar e Punir, Foucault trata com muita propriedade do tema da “Sociedade Disciplinar”,
implantada a partir dos séculos XVII e XVIII, consistindo basicamente num sistema de controle
social através da conjugação de várias técnicas de classificação, de seleção, de vigilância, de
controle, que se ramificam pelas sociedades a partir de uma cadeia hierárquica vindo do poder
central e se multiplicando numa rede de poderes interligados. • O filósofo aponta que a
motivação de toda esta rede de controle se justifica pela necessidade que a burguesia teve de
efetivar um controle mais determinado sobre as massas, que poderiam representar um perigo
explosivo, se fossem levados a sério os ideais da Revolução Francesa e do Iluminismo.
Para explicar a sociedade de controle, Foucault cita tenebrosos trechos de sentenças comuns
aplicadas a criminosos nos séculos XVII e XVIII. Trata-se de decepamentos, perfurações,
esquartejamentos e outros mecanismos de punição que buscavam dar o exemplo para a
população e mostrando que qualquer crime atingia, em última instância, à figura do soberano.
Logicamente, qualquer ataque à figura real deveria ser neutralizado com a máxima
brutalidade, de forma a manter inabalada sua onipotência. • Ao longo do tempo, a dinâmica
punitiva se altera com base no esfacelamento do poder absolutista.
Paulatinamente, o crime passa a ser punido com a simples retribuição do ato cometido. Como
exemplo, alguém que tivesse esfaqueado um indivíduo deveria ser esfaqueado de forma
semelhante pelo carrasco, que não tinha mais o direito de fazer o criminoso sofrer além do
que havia sido determinado pelaslicenças. • Mesmo essa forma atenuada mas ainda brutal
depunição foi somente uma transição para o surgimentoda punição através do
encarceramento, que a partirde meados do século XVIII veio substituir toda agama de penas
aplicadas anteriormente. O AFROUXAMENTO O afrouxamento da severidade penal é
conhecido pelos historiadores do Direito; Entretanto, foi visto durante muito tempo como
quantitativo: menos sofrimento – mais suavidade – mais respeito e humanidade. Questão:
Redução da intensidade? Talvez Mudança de objetivo? Certamente “Pois não é mais o
corpo, é a alma” p. 9 “Que o castigo, se assim posso exprimir, firamais a alma do que o
corpo.” Mably. O aparato da justiça punitiva tem que se ateragora à realidade incorpórea.
MUDANÇA NO STATUS DE CRIME Nos últimos duzentos anos o que configuraum crime
passou por mudanças. Crimes que antes estavam ligada à autoridade(como a religiosa)
deixou de sê-lo. Porexemplo: a blasfêmia deixou de constituir emcrime. REALIDADE OPOSTA
A realidade difere muito dos preceitos idealistada legislação vigente. De acordo com estudo
realizado pelo CNJ apopulação carcerária no Brasil é de 711,463presos.
• Miséria existente nos países desenvolvidos e que ganha destaca em contextos de crise
do capitalismo;
• Essa crise é disparada sobre um público previamente determinado que vai sofrer com
prisões, expulsões, remoções e outras violências;
• Elas inscrevem-se nas vastas constelações discursivas de termos e teses vindos dos
Estados Unidos sobre: CRIME, VIOLÊNCIA, JUSTIÇA, DESIGUALDADE,
RESPONSABILIDADE;
• Visa criminalizar a miséria e, por esse viés, normatizar o trabalho assalariado precário
concebido nos Estados Unidos;
• A política policial e judiciária de Nova York, através de sua doutrina “tolerância zero”,
avaliza a perseguição à pequena delinquência e a repressão aos mendigos e aos sem-
teto nos bairros deserdados.
• Constata-se que os membros das classes populares são o principal alvo da “tolerância
zero”.
“Acreditava-se aqui que os “maus pobres” devem ser capturados pela mão (de ferro) do
Estado e seus comportamentos, corrigidos pela reprovação pública e pela intensificação das
coerções administrativas e das sanções penais ” (Loic Wacquant, 2001, p.40);
Foi justificado perante a sociedade inglesa que o Estado deve evitar ajudar materialmente os
pobres, mas ajudá-los moralmente, obrigando-os a trabalhar; deve haver a mutação do
“welfare state” em “workfare state”.
• A visão liberal é a de que o Estado deve ser paternal, na medida em que, ao mesmo
tempo em que deve fazer respeitar civilidades elementares deve impor o trabalho
assalariado desqualificado e mal remunerado àqueles que não o desejem;
• O Estado não deve se preocupar com as causas da criminalidade das classes pobres,
mas apenas com suas consequências, que ele deve punir com eficácia e intransigência.
IMPORTADORES E COLABORADORES
• A exportação dos temas e das teses de segurança incubados nos Estados Unidos
encontrou o interesse e a anuência das autoridades dos diversos países destinatários.
Essa anuência assume formas variadas, de acordo com cada país.
• Pode-se acreditar que prender algumas centenas de jovens a mais (ou a menos)
mudará o que quer que seja no problema que insistem até mesmo em se recusar a
nomear: o aprofundamento das desigualdades e a generalização da precariedade
salarial e social sob o efeito das políticas de desregulamentação e da deserção
econômica e urbana do Estado?
DESVIO SOCIAL
Como vimos anteriormente, a ordem social prevalece na medida em que existe uma
certa previsibilidade das ações das pessoas.
A partir daí cada sociedade vai definir o que serão as condutas aprovadas e
reprovadas.
O desvio social reprovado merece atenção pelo seu poder de desestruturação da ordem,
questionamento das regras estabelecidas e que colocam em risco a convivência social
harmônica.
Há muitos fatores que podem dar origem ao desvio social: desde psicológicos à fatores
culturais.
Embora o desvio se apresente como negativo e exista todo um sistema para combatê-
lo tem a seu favor contribuir para o processo de mudança social.
feministas no século XX
CONDUTA COLETIVA
É preciso compreender que apesar das pessoas reagirem de modo semelhante quando estão
em determinados grupos sociais elas apresentam em qualquer circunstância, um caráter único.
Atuação coletiva não deve ser entendida como a soma de condutas individuais.
Quando as pessoas interagem elas vinculam seu modo de agir às outras estabelecendo
correlação e interdependência.
Embora se constate a existência de um padrão coletivo de conduta, não é possível
explicar a existência desse padrão sem recorrer ao indivíduo.
“Em última instância, um modo coletivo se origina de condutas individuais que chegam
a converter-se em coletivas ao vincular-se e se unirem, formando uma estrutura social,
que por sua vez influirá, pressionará as pessoas que a originaram” p.154.
O indivíduo atua e vive de acordo com ele mesmo, porém não pode se despregar do
momento histórico em que vive.
E quando faz isso, o faz não como um indivíduo isolado, mas como parte de uma
comunidade na qual está condicionado.
DESVIO SOCIAL
Exemplo: as normas do seu código religioso podem conflitar com as existentes no seu
ambiente de trabalho.
Definição: “um comportamento de não observância que o grupo desaprova e que vai
desde o desrespeito a certas regras da boa educação e de etiqueta até as ações
criminosas que colocam em risco a própria sobrevivência do grupo”p. 155.
O desvio social é ao mesmo tempo uma ameaça social e uma forma de proteção.
EXEMPLOS
O desafio que se coloca para a sociedade é saber identificar os desvios sociais que são
verdadeiramente úteis.
Nas sociedades modernas, nem todas as pessoas, durante todo o tempo, são
completamente conformistas em relação às normas.
A maioria da sociedade aceitará parte dos modelos das condutas definidas como
aceitáveis.
Na maioria das sociedades, são encontradas pessoas que podem ser alocadas nos dois
grupos.
É importante destacar que o desvio social não se esgota no plano do Direito, pois pode ser
encontrado em outras normas normativas, como a Moral, de trato social ou religiosa.
Primeiro é importante observar que para Sociologia o delito constitui um tipo de ação
social e não possui uma propriedade universal que lhe é inerente.
Não há delito sem uma norma jurídica que determine esse delito.
O âmbito ilícito está determinado por normas jurídicas, criadas pelo legislador, pelo
juiz ou pela sociedade através dos usos e costumes.
A conduta ilícita criminosa (prevista e reprimida por lei penal) existe devido à ordem
legal, que é uma expressão da vontade legislativa.
Logo não existe conduta naturalmente ilícita, cada sociedade é que define essa
condição.
EXEMPLOS
Poligamia
Adultério
Assim o delito constitui uma categoria social. A única característica comum que há em
todos os delitos é que todos violam as leis. Nesse sentido, a única causa do delito é a
lei que o definiu.
A SANÇÃO
• Castigar o autor
CONCEITO DE ANOMIA
Robert Merton – estabelece uma diferença entre estrutura social e estrutura cultural.
Para Merton a anomia deve ser concebida como quebra da estrutura cultural.
ANOMIA SIMPLES X AGUDA
A reação social diante de uma desvio implica num juízo moral. É aceita ou não?
Exemplo: corrupção. Constitui-se num desvio social, no entanto a falta de punição revela
tolerância.
SOCIOLOGIA DO DESVIO
Surge no século XIX e tem como representantes estudiosos anglo-saxões. Objetivo era
estudar os tratados de criminalidade que relacionavam o crime à conduta desviante e
ao pecado.
Teoria da “Rotulação” Becker e Goffman – Por que algumas pessoas não são vistas
como desviantes e outras sim?
1. Uma quantidade significativa de normas jurídicas são produzidas para a defesa desses
direitos.
4. Por outro lado, o discurso dos direitos humanos também é utilizado pelo poder
político para a produção de normas que serão ineficazes, ou que tem o objetivo de
reforçar a ideologia do Estado protetor e ligado aos interesses da maioria.
5. É particularmente relevante para a Sociologia Jurídica a constatação, com certa
facilidade, que em geral, as vítimas de violação desses direitos são pessoas com
determinadas características sociais: pobres, negros, pardos, indígenas, mulheres,
minorias étnicas etc.
OS DIREITOS HUMANOS
“Um direito humano por definição é um direito moral universal, algo do qual todos os homens
em toda a parte, em todos os tempos, devem ter, algo do qual ninguém pode ser privado sem
uma grave ofensa à justiça, algo que é devido a todo ser humano simplesmente porque é um
ser humano.”
• Ainda hoje existem controvérsias sobre a natureza dos Direitos Humanos. Alguns
dizem que são direitos naturais e inatos, outros que são positivos e históricos, ou que
derivam de determinado sistema moral. De qualquer forma, como afirma Noberto
Bobbio, o problema não é conceitua-los e sim protege-los.
CONTEXTUALIZAÇÃO
• A expressão Direitos Humanos começou a ser utilizada de modo geral, após a Segunda
Guerra Mundial e da fundação das Nações Unidas e substituiu outros termos como o
dos direitos naturais, ligado à tradição jusnaturalista.
• Ao longo do século XX outra série de direitos foi agregada aos liberais tradicionais,
como os sociais e econômicos que exigem uma intervenção ativa do Estado.
• Do ponto de vista internacional diversos Estados têm como referência a Carta das
Nações Unidas e a Declaração Universal de Direitos Humanos.
• Direitos Humanos vistos como uma construção histórica feita pelos povos e não
necessariamente um universo de Declarações e Leis. Entendendo que as Declarações e
Leis são importantíssimas.
Grécia – arte grega (teatro) – Antígona debate com o rei (Estado) – reivindica o direito
de enterrar seu irmão. Reivindicação negada. Antígona exerce o direito de chorar e
pleitear seus mortos.
Declaração dos Direitos do Cidadão de Virgínia (EUA) dá uma dimensão de luta pela liberdade
da nação.
Epidemias de fome e falta de liberdade. A população percebe que precisa lutar por
seus direitos.
Anteriormente, havia uma na Inglaterra, mas que não tinha exatamente a participação
popular, uma vez que era restrita a aristocracia, ao clero e a um setor da burguesia
comercial.
De lá para cá não passamos um ano sequer sem uma guerra declarada e sem uma
guerra social não declarada no planeta.
R.: Declaração Universal dos Direitos Humanos – Direitos Humanos como possibilidade para
além do terror.
Pouco conhecida pela humanidade. Quando chega nas escolas brasileiras, por
exemplo, chega na contracapa de cadernos ou embutidas nos livros de História.
Direitos Humanos não podem ser tratados como uma declaração – precisa ser
entendido como uma construção cultural, na qual as diferenças sejam respeitadas.
Respondendo aos problemas de cada época não resolvemos todos eles. Ainda hoje
vivemos epidemias de fome que somam-se a novos problemas (ambientais).
• Aristocracia que não precisa de Direitos. Que possui privilégios. Os que não são
aristocratas quase nem humanos são (escravos);
• A maneira pela qual os DHs chegam no Brasil não se vincula a expressão DH, e sim, a
negativa do privilégio do outro;
• Através das rebeliões dos escravos, da fuga dos povos indígenas para o interior para
fugir do homem branco;
• Permanece nas lutas coloniais – lutas feitas pelas elites em busca de controle político
(a população não é chamada a participar). Quando é chamada é para lutar em nome
dos outros;
• As rebeliões coloniais se fazem em nome da liberdade mas não da liberdade que livra
os escravos, por exemplo;
• Nas cidades – reivindicações não recebiam o nome de DH – lutas por salários justos,
descanso semanal etc.
• Estado que tortura, assassina, que prende sem mandato, que exila, que censura, que
persegue e que caça estudantes;
Criação em 1945.
• Universalidade;
• Igualdade;
• Sugestão de ordem pública que adquire a Carta em razão de sua supremacia sobre
qualquer outro Tratado.
Baseado na crença de que todo ser humano tem o direito de desfrutar dos seus
direitos, sem discriminação, e podem ser definidos como atributos inerentes a todo o
ser humano.
TRÊS PERSPECTIVAS
1. Como tendo uma pretensão moral justificada – enraizada nas ideias de liberdade e
igualdade, com matizes que incorporam conceitos como solidariedade e segurança
jurídica.
Nenhuma dessas qualidades é suficiente se não adquirem conteúdo político. Não são
os direitos dos seres humanos na natureza e sim os direitos dos seres humanos na
sociedade.
PRINCIPAIS CARACTERISTICAS
• Universais – pelo fato de pertencer ao gênero humano, todo indivíduo que o integra os
possuí.
• Inatos – os Estados devem reconhecer esses direitos, pois o indivíduo os traz consigo
desde o seu nascimento.
• Obrigatórios – mesmo que não exista lei que preveja condenação em caso de violação,
toda pessoa e inclusive o Estado deve respeitá-los.
• Limitados – porque em seu exercício somente se pode chegar até onde começa o
direito dos outros, aos interesses da comunidade.
DIREITOS HUMANOS E NORMAS JURIDICAS
• No âmbito dos direitos humanos podem ser considerados dois tipos: os direitos legais
e os direitos morais.
• Os direitos legais são aqueles consagrados na lei e podem se tornar eficazes através
dos tribunais.
DIFERENÇA
• Já o direito moral não é, necessariamente, impositivo. Alguns podem ser, outros não.
Exemplo: a afirmação de que tenho o direito de receber um salário justo não quer
dizer que eu o receba realmente.
• “Onde os direitos humanos são amparados pela lei positiva – onde as pessoas tem o
que deveriam ter – os direitos humanos são tantos direitos morais como direitos
positivos”.
• Exemplo: artigo 13 da Declaração que afirma: “todos têm o direito de deixar qualquer
país, incluindo o seu próprio, e voltar ao seu país”. Em muitos países as pessoas são
livres para deixar seu território, a não ser que sejam impedidas por um tribunal. Os
governos podem apreender os passaportes de seus cidadãos sob várias justificativas.
Assim, o direito de deixar o território, não é positivo e sim moral.
• Estudo de caso: Maria da Penha Maia Fernandes – (1983) teve sua integridade física e
mental violada por seu marido.
• Após várias agressões e duas tentativas de assassinato, Maria da Penha tentou sem
sucesso recorrer ao Estado brasileiro. Sem sucesso, recorreu à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos.
Globalização contra-hegemônica;
Os Direitos Humanos pretendem ser uma resposta forte para os problemas do mundo;
Entretanto, está cada vez mais claro que nossos tempos são tempos de perguntas
fortes e de respostas fracas;
Então, cabe perguntar: seriam os Direitos Humanos uma resposta fraca para alguma
interrogação forte?
As perguntas fortes são as que se dirigem não apenas às nossas opções de vida
individual e coletiva;
Mas, sobretudo às raízes, aos fundamentos que criaram o horizonte das possibilidades
entre que é possível optar. São as que causam perplexidade social;
As respostas fracas são as que não conseguem reduzir essa perplexidade, e pode às
vezes aumenta-las;
Mas a discrepância entre a força das perguntas e a fraqueza das respostas parecem ser
comuns;
1. Se a humanidade é só uma, porque que é que há tantos princípios diferentes sobre a
dignidade humana, todos pretensamente únicos, e, por vezes, contraditórios entre si?
2. Qual é o grau de coerência exigível entre os princípios, quaisquer que eles sejam, e as
práticas que têm lugar em nome deles?
Também aqui a resposta é fraca. Limita-se em aceitar como natural ou inevitável que a
reiterada afirmação dos princípios não perca a credibilidade com a cada vez mais
sistemática e gritante violação dos Direitos Humanos por parte tanto dos atores
estatais, como não estatais.
Segundo o autor, esse fato acontece em várias religiões, porém ele irá analisar o Islão
político contemporâneo. Trata-se de um movimento, relativamente recente que usa o
Islão como uma ideologia capaz de permear toda sociedade e a vida pessoal dos
crentes.
Essa última acolhe e celebra a diversidade cultural e política, é laica, ainda que inclua
movimento de inspiração religiosa
DIREITOS HUMANOS NA ZONA DE CONTATO
A confluência e o confronto nas zonas de contato entre três globalizações criam uma
turbulência política, cultural e ideológica que repercute de modo particular nos
Direitos Humanos:
MONOCULTURAS
Monocultura do conhecimento;
Monocultura do universalismo;
Dos povos e culturas que sofreram essa imposição, os islâmicos são os que mais
claramente definiram como derrota histórica a submissão a esse projeto.
O Dilema:
É por essa razão que, na zona de contato entre globalizações contraditórias, é ela
quem mais contribui hoje para criar a turbulência entre princípios rivais.
Turbulência entre raízes e opções: atravessa todas as zonas produzidas pelo confronto
das três globalizações, afeta tanto a clivagem do Norte Global e do Sul Global. Como a
clivagem entre Ocidente Global e Oriente Global.
Exemplo: sociedade medieval vista pela modernidade com o total predomínio das
raízes (religião, teologia ou tradição). Modernidade predomínio da opção (vontade
geral, contrato social).
Quaisquer que tenham sidos as suas experiências anteriores, as culturas que entraram
em contato com a zona da modernidade ocidental foram obrigadas a definir-se em
termos de equação entre raízes e opções;