Talcott Parsons nasceu no Colorado Springs, Estados Unidos. Obteve seu
doutorado em Economia na Universidade de Heidelberg (Alemania), em 1927. Onde teve contato com a Sociologia, principalmente com a obra de Max Weber e de Émile Durkheim, autores introduzidos por ele nos Estados Unidos. Em1930 traduziu do alemão para o inglês a Ética do Espírito do Capitalismo. Editou a obra póstuma do autor, Economia e Sociedade em 1947. Foi professor da Universidade de Harvard, até 1973. Organizou o Departamento de Relações Sociais. A dinâmica das sociedades modernas
A sociedade americana graças à fluidez de sua estratificação social,
estaria em melhores condições para dissolver determinadas tensões que as sociedades europeias. Essencial no seu argumento: processos crescentes de diferenciação fortalecem instâncias democráticas de integração social. 3 etapas de seu pensamento: 1) Teoria da ação social. 1937 publicou A estrutura da ação social. Contrariando a sociologia utilitarista e o behaviorismo, que reduzem a ação a um comportamento determinado pelas constrições materiais do meio. 2)Sistematização da teoria da ação social a partir da ideia de universalidade. Fase estrutural funcionalista, principalmente na sua obra O Sistema Social, de 1952.
Integração de 3 sistemas: personalidade, social e cultural;
3)Aplicação de sua teoria geral da ação aos diversos campos do
conhecimento. A evolução das sociedades, 1977. Sociologia norte-americana Caráter predominante da Sociologia do período entre guerras é o empirismo: Escola de Chicago; Grandes monografias urbanas; Ausência de interesse pela história da sociologia e das ideias sociais; Parsons se voltou aos problemas metodológicos e epistemológicos, a partir de uma filosofia científica, de cunho analítico; Objeto de estudo: a ação social
Campo de estudo da sociologia é a função de integração;
Diferença do Funcionalismo: divisão da sociedade em subsistemas: econômico, político, integração (institucionalização de valores, mecanismos de controle( e cultura (processo de socialização). Construção de um meio simbólico generalizado; Esquema evolutivo da modernização
Desde o início do processo de secularização desencadeado pelo Renascimento e
pela Reforma na Europa Medieval, os “sistema societário” passou por uma série de declarações de independência, com relação à supervisão cultural estrita. Sistemas sociais como constituintes do sistema mais geral da ação; Integram os sistemas de ação: códigos, símbolos, manutenção mudança; Sistema de personalidade: agência fundamental de processos de ação, decorrente de princípios e exigências culturais; Dualidade ação/estrutura; Integração social A continuidade temporal e estabilidade do sistema dependem da integração social dos atores, mediante papéis; A ação motivada deve ser analisada pelos “componentes estruturais primários dos sistemas sociais: Valores; Normas; Hierarquia de controles Coletividades; Papéis; Adaptação da ação: Ambiente físico; Subsistemas de ação Analisar as inter-relações entre os 4 subsistemas de ação: Social, Cultural, Personalidade e Comportamento; Interiorização de objetos sociais e normas culturais pela personalidade do indivíduo; “A ordem societária exige, num sentido, integração clara e definida de coerência normativa, e, de outro lado, “harmonia” e “coordenação” societárias. [...] Por isso, a ordem normativa no nível societário contém uma “solução” para o problema proposto por Hobbes – isto é, impedir que as relações humanas degenerem até o ponto de uma “guerra de todos contra todos””(Parsons, 1971, p. 23). Padrões de significados-símbolos São constitutivos da estrutura de um sistema de interação, numa situação estável, também devem ser constitutivos dos sistemas de personalidade, que o interpenetram; A cultura comum não deve estar nas “fronteiras” das personalidades que constituem o sistema de integração, mas penetrar dentro destas mesmas personalidades. “É a isso que se refere o aforismo de Durkheim, “a sociedade existe somente na mente dos indivíduos”. Superego (Freud) e Representações Coletivas (Durkheim) como parte do sistema social; Sistemas sociais integrados
Os sistemas sociais são “abertos”, participam de um intercâmbio contínuo de
recepções e apresentações com seus ambientes; Estrutura dos sistemas sociais: Valores, normas, coletividades e papeis. Valores: manutenção de padrões, regulam os compromissos; Normas: integram os sistemas, determinam funções sociais; Coletividade: componente estrutural, atuação nas famílias nucleares e em comunidades científicas; Papel: função adaptativa, define uma classe de indivíduos, através de expectativas recíprocas; Autossuficiência com relação ao ambiente físico
A sociedade seria o tipo de sistema social caracterizado pelo nível mais
elevado de autossuficiência com relação ao seu ambiente, onde se incluem outros sistemas sociais; Autossuficiência: Estabilidade de relações de intercâmbio e capacidade para controlar estes em benefício do funcionamento societário; Ambiente físico: fonte de recursos físicos; Aspecto ecológico da sociedade Relação do homem com o meio, descrevendo os aspectos sociais da sua adaptação (mobilidade, segregação, concentração, invasão). A função de integração, na visão de Parsons, inclui precisamente essa diferenciação e a necessidade de tratar os subsistemas como unidades de um sistema mais abrangente. Sobre a importância dessa integração, Parsons ressalta, inclusive, que "(...) os problemas relativos as funções integrativas dos sistemas sociais constituem o núcleo central das preocupações próprias da teoria sociológica". Parsons, "Um esboço do sistema social", p.179. Normas e valores Conceito de nação: relação hierárquica de controle entre normas e valores; Solução para a coexistência de múltiplas identidades (ou sub coletividades) parece equacionar os impasses do multiculturalismo, na medida em que usa o termo normas para designar um componente normativo específico para unidades diferenciadas no interior do sistema, e valores para definir o nível superior de universalização para o sistema como um todo. Cidadania norte-americana: redução de tensões; Ordem societária exige a integração clara, e definida de coerência normativa, “harmonia” e “coordenações” societárias; Comunidade societária Rede complexa de coletividades interpenetrantes e lealdades coletivas; Precisa ser portadora de um sistema cultural suficientemente generalizado e integrado, a fim de legitimar a ordem normativa; “Quanto mais diferenciada uma sociedade, mais provável será a coerção imposta por agências especializadas – por exemplo, forças policiais e estabelecimentos militares” (p. 28); Estruturas autônomas
Nas sociedades modernas, o governo se tornou cada vez mais diferenciado
da comunidade societária; Dinheiro e mercado atuam onde existe uma divisão de trabalho suficientemente complexa; A autoridade “executiva” deve ser diferenciada das funções governamentais, daí a importância do sistema jurídico; Evolução social: mesma lógica de processos biológicos; Crítica e reverberações na Sociologia brasileira Leitura de Florestan Fernandes: desloca os seus esquemas analíticos em relação aos pressupostos da matriz teórica “importada”. Ao contrário, sobretudo quando criativa e relativamente bem-sucedida, a tradução leva a modificações profundas na própria estruturação dos trabalhos Formulação da ideia de capitalismo dependente; Abandona-se, crescentemente, um resíduo evolucionista que percebe a aliança entre modernização, diferenciação e democracia como um telos necessário e passa-se a conceber a possibilidade de múltiplas variações e arranjos, de acordo com as condições históricas de ocorrência dos processos de modernização.