Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ

Instituto de Filosofia e Ciências Sociais – IFCS

Departamento de História
Disciplina: Sociologia Geral Semestre: 2009/1
Profª Laudicéa de Souza Pinto
Alunas: Carla Paternoster - DRE: 108090296
Livia Mouriño - DRE: 108101788
Melissa Britez - DRE: 108134919

Resenha: "O conceito de sistema social e Os componentes dos sistemas

sociais". (Talcott Parson)

Em geral, os críticos de Talcott Parson entenderam-no como um pensador

conservador, preocupado basicamente com o bom ordenamento da sociedade, sem ter
muita tolerância para com a desconformidade ou a dissidência dos que podiam
manifestar-se contra ela. Sua obsessão era determinar a função que os indivíduos
desempenhavam na estrutura social visando a excelência das coisas. Era um
estudioso da Estratificação Social não da mudança ou da transformação. As
expressões como “adaptação”, “integração”, “manutenção”, largamente utilizadas por
Talcott Parsons, colocam-no claramente no campo conservador do pensamento
sociológico, alguém que via a política apenas como um instrumento de garantia do bom
andar do todo, jamais como instrumento da transformação.
O artigo aqui analisado fala sobre o conceito de sistema social e os
componentes desse sistema, parte muito significativa para sociologia de Parsons.
A estrutura consubstancia-se nos elementos da realidade social que são
suficientemente estáveis para serem considerados como constantes para efeito de
análise. A estrutura é deste modo, a resultante da institucionalização (do sistema
cultural no sistema social). A unidade mais significativa da estrutura social é o papel e
não a pessoa (atenção, portanto, à deliberada subalternização dos fundamentos:
ficamo-nos pelo papel desempenhado pela personagem e relegamos para segundo
plano a pessoa que subjaz a essa personagem).
No fragmento estudado explica no seu inicio que a intenção é diferenciar os
estudos da sociologia e da psicologia, com a intenção de se formar um quadro de
referencia sociológico do estudo dessas relações entre as duas disciplinas, alem de
explicitar que haverá criticas a psicologia passada e contemporânea a ele, já que a
intenção dele é diferencias as duas disciplinas. A primeira diferença por ele construída
é que a sociologia analise o comportamento social humano, em outras palavras estuda
a relação dos seres humanos com as condições variadas e já a psicologia se relaciona
com o comportamento individual. A Segunda diferença é que a sociologia deve focar
em certos aspectos dos processos existentes nos sistemas sociais.
E para o autor, a sociedade está constituída por subsistemas (estruturas) que
operam (funcionam) de modo interdependente. Cada um dos componentes do sistema,
suas partes, tal como umas peças qualquer em relação a uma máquina desempenham
papéis que visam contribuir para estabilidade e ordem social. O sistema social na sua
visão é a interação direta ou indireta de seres humanos ente si. A partir dessa visão
totalizadora da sociedade, o passo seguinte é determinar os seus componentes
básicos formados pela economia, o sistema político, a família e o sistema educativo em
geral, com seus valores e crenças bem definidos.
Estes componentes atuam por interação, tendo capacidade de adaptação para
enfrentar os imprevistos e as exigências de mudanças que surgem aqui e acolá. Se por
uma razão qualquer o sistema não apresentar a elasticidade necessária, a qualidade
de adaptar-se ao movimento, o sistema tornar-se-ia disfuncional, do mesmo modo que
uma peça desgastada ou defeituosa põe em perigo o desempenho de um motor.
No fragmento de texto analisado, durante o curso, o autor explicita como
funciona o Sistema Social. Para ele as peças que compõem esse sistema são
mutuamente dependentes e elas contribuem para o bom funcionar do sistema. E o
equilíbrio, ainda que sempre em movimento seja preciso para manter o bom
funcionamento do sistema, uma vez que as peças são interligadas o desequilíbrio
causaria o mau funcionamento do sistema, então ainda que esteja sempre em
movimento o equilíbrio não pode deixar de existir ; o distúrbio induz a uma contra-
reação para manter o equilíbrio manter o equilíbrio.
Esse sistema composto por essas peças também possui propriedades dentre elas:
1. Adaptação (economia)
2. Integração (cortes de justiça; polícias; lei)
3. Manutenção do teste padrão e gerência da tensão (família; instrução; a cultura
contribui ao para o compromisso do papel da socialização)
4. Realização de objetivo (política)
As peças desse sistema visam assegurar:
• Estabilidade normativa, ou seja, que os valores sejam conhecidos pelos
membros da sociedade e que estes se sintam motivados para aceitar tais valores e
dobrar-se às respectivas exigências;
• Integração, ou seja, a coordenação entre as unidades / partes do sistema
social;
• Prosseguimento de fins, ou seja, a definição de objectivos para o sistema social
e o alcance dos mesmos;
• Adaptação, ou seja, os meios a que os membros do sistema social devem
recorrer para o prosseguimento dos seus fins.
A realidade social divide-se em dois sistemas distintos: o social e o cultural. Um
sistema social não pode existir sem um sistema cultural que lhe forneça os elementos
simbólicos essenciais. Contudo, um sistema cultural já pode existir sem um sistema
social, o que corresponde a uma civilização morta: por exemplo, numa perspectiva
contemporânea a civilização do Egito faraônico limita-se a ser um sistema cultural,
pois, desde a decomposição desta civilização na seqüência das ocupações
(macedônica, romana e árabe-islâmica), desapareceu o sistema social que dava vida a
este sistema cultural.
A institucionalização é a tradução do sistema cultural em valores (orientações
desejáveis para a totalidade do sistema social), em normas de ação, em coletividade (a
família, a universidade, a fábrica, o partido,...) e em papéis (modos de pertença e de
participação dos indivíduos nas diversas coletividades do sistema social). Por exemplo,
um sistema de justiça consubstancia-se em valores jurídicos, na legislação, no
aparelho judiciário, no papel de juiz e etc.