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Introdução

A corrente funcionalista tem como objetivo compreender e explicar as ações


sociais coletivas ou individuais e, consequentemente, explicar as sociedades a partir
de funções e de causas.

Os pensadores e teóricos funcionalistas entendem que cada parte pertencente a


sociedade, com suas especificidades e funções, é responsável pela sociedade como um
todo, bem como sua estabilidade e coesão.

A visão funcionalista é portanto, sistêmica: diferentes fatores que se unem, formando


um grande sistema.
O que é o funcionalismo?
O funcionalismo é uma teoria sociológica que enfatiza a importância da harmonia e
estabilidade social para o funcionamento da sociedade.

Segundo essa teoria, a sociedade é vista como um sistema composto por diferentes
partes interdependentes que funcionam em conjunto para garantir a ordem e a
continuidade social.

O funcionalismo sugere que cada parte da sociedade tem uma função específica a
cumprir e que, quando todas as partes trabalham em harmonia, a sociedade funciona de
maneira eficaz.

Os teóricos do funcionalismo acreditam que as instituições sociais, como a família, a


religião, a economia e a política, desempenham papéis importantes na manutenção da
ordem social.

Essas instituições trabalham juntas para satisfazer as necessidades e desejos dos


membros da sociedade, criando assim uma sociedade funcional e estável.

Apesar de ter sido muito influente na sociologia, especialmente no início do século XX,
o funcionalismo enfrentou críticas por ignorar a desigualdade e conflito social e por sua
abordagem conservadora em relação à mudança social.

Função Social
Função social é um dos elementos básicos do funcionalismo. É definida como
a contribuição que um acontecimento ou fenômeno oferece ao sistema, no caso, a
sociedade. Nos primeiros estudos sociológicos, Émile Durkheim comparou a função
social a um organismo vivo.

Cada órgão faz parte de um sistema que precisa se manter para garantir o
funcionamento do corpo. O mesmo ocorre na sociedade: cada fenômeno, cada
acontecimento, precisa garantir o funcionamento coeso e organizado da sociedade.

A analogia entre corpo e sociedade aproxima a recém criada Sociologia às Ciências


Naturais, especificamente a Biologia.

Com o surgimento de novas teorias e novas formas de encarar os acontecimentos


sociais, a teoria funcionalista passou a receber muitas críticas. Ao comparar a sociedade
a um organismo vivo, existe a tendência em identificar partes mais importantes e a
tentativa de ignorar minorias ou elementos sociais que causem a anomia social.

Durkheim desejava compreender os fatores que definiam a sociedade em que vivia,


o que tornava um grupo de indivíduos habitantes de um determinado lugar em
sociedade.

O método de investigação durkheimiano procurava observar e entender qual a função


que essas estruturas que formam a sociedade e a influência que exercem no
funcionamento e coesão social.

Segundo Durkheim, para que uma sociedade funcione é preciso que ela seja coesa,
assim como o funcionamento do corpo humano depende do bom funcionamento de
todos os órgãos.

Na visão durkheimiana, as estruturas e funções sociais não são elementos isolados. É


preciso que funcionem juntas para garantir sempre a coesão social. Quando uma dessas
estruturas e funções deixa de funcionar de forma organizada e adequada, a sociedade
sofre danos e sua condição de ordem e coesão é prejudicada.

É preciso, então, que os danos sejam rapidamente eliminados e a ordem volte a se


estabelecer.

Todas as funções e partes sociais são dependentes, e o bom funcionamento de todas é


essencial para a garantia da ordem social. Entre as estruturas observadas por
Durkheim, incluem-se:

 família
 escola
 órgãos estatais
 igrejas

As estruturas e funções se organizam e funcionam graças ao consenso. A existência de


consenso entre os setores da sociedade é uma das maneiras que Durkheim aponta para
que a sociedade funcione e se torne organizada.

A metodologia funcionalista apresentada por Durkheim influenciou estudos de campo e


as observações participativas de antropólogos - como Bronislaw Malinowski, que
enfatiza a visão funcionalista no contexto das culturas das sociedades alvo de
observação. 
Os principais pensadores do funcionalismo
Kingsley Davis e Wilbert Moore
Mais um importante pensador do funcionalismo é Kingsley Davis, que juntamente com
Wilbert Moore, criou a teoria da função da desigualdade social.

Davis e Moore argumentaram que a desigualdade social pode ter uma função positiva
na sociedade, incentivando as pessoas a se esforçarem mais e a trabalharem mais
arduamente para alcançar posições mais elevadas na hierarquia social.
Eles também afirmaram que as posições mais importantes na sociedade, que requerem
habilidades e conhecimentos mais avançados, devem ser recompensadas com salários
mais altos e mais prestígio, a fim de incentivar as pessoas a investir tempo e esforço
para adquirir essas habilidades e conhecimentos.

No entanto, essa teoria foi criticada por ignorar o papel das estruturas de poder e do
privilégio na desigualdade social e por não levar em conta a desigualdade de
oportunidades.

 
Talcott Parsons - "The Structure of Social Action" e
"The Social System"
Parsons desenvolveu ainda mais a teoria funcionalista, argumentando que a sociedade é
um sistema composto por diferentes partes que devem funcionar juntas para atingir um
objetivo comum. Ele também enfatizou a importância do papel das instituições sociais
na manutenção da ordem social e da estrutura social.
Robert Merton - "Teoria e Estrutura Social" e
"Elementos de Teoria Social"
Merton contribuiu para o funcionalismo com sua teoria da anomia, que se concentra nas
tensões entre as expectativas sociais e a capacidade das pessoas de atendê-las. Ele
também enfatizou a importância da análise empírica e da teoria no estudo da sociedade.

Embora tenham contribuído muito para a sociologia, os pensadores do funcionalismo


foram criticados por sua visão conservadora e por ignorar a desigualdade social e o
conflito como forças que moldam a sociedade.

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