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PERSPECTIVAS

SOCIOLÓGICAS

Prof.ª MSc. Janaína Gonçalves Rios Barros


Uma ciência, muitas interpretações!

. Para alguns autores, o conhecimento sociológico é objetivo, exterior aos


indivíduos, cabendo ao sociólogo manter-se neutro na investigação dos fatos
sociais. Estes autores tendem a privilegiar o papel das instituições sociais que
obrigam os indivíduos a adotarem comportamentos que são exteriormente
definidos. Para outros autores, a sociedade é uma construção social, que
depende dos significados atribuídos pelos indivíduos. Estes autores tendem a
privilegiar o papel ativo dos indivíduos nas escolhas sociais. Para outros
autores, por fim, o aspecto mais evidente da sociedade é a desigualdade e a
dominação de alguns indivíduos por outros. Estes autores tendem a
privilegiar o estudo dos conflitos que se verificam na sociedade. Esses três
enfoques derivam principalmente da influência de Émile Durkheim, Max
Weber e Karl Marx, que dá origem às principais vertentes teóricas da
Sociologia.
Émile
Durkheim

Para esse sociólogo, fiel à orientação positivista, a


sociedade prevalece sobre o indivíduo. Ela deve
ser entendida como um conjunto de normas de
ação, pensamento e sentimento que não existem
apenas nas consciências individuais, mas que são
construídas exteriormente. Com efeito, na vida em
sociedade, os seres humanos se defrontam com
regras de conduta que não foram diretamente
criadas por eles, mas que existem e devem ser
seguidas por todos, pois sem elas a sociedade
não existiria.
KARL
MARX
Para explicar a origem do capitalismo e a natureza da
organização econômica, formulou uma teoria
abrangente e universal que procura dar conta de toda
e qualquer forma produtiva criada pelo ser humano em
qualquer tempo e lugar. Para produzir os bens e
serviços de que necessitam, os homens estabelecem
relações uns com os outros. As relações que se
estabelecem na produção, na troca e na distribuição de
bens constituem as relações de produção. Essas
relações indicam a quem pertencem os meios de
produção e expressam as relações que os homens
travam entre si no processo de trabalho.
MAX

WEBER
A sociedade não pode ser entendida como algo
exterior e superior ao indivíduo. Para ele, não há
oposição entre indivíduo e sociedade. Assim, o ponto
de partida da Sociologia não está nas entidades
coletivas, grupos ou instituições, mas sim na conduta
humana dotada de sentido, na ação social. Tanto é
que define a Sociologia como “uma ciência que
pretende compreender interpretativamente e assim
explicá-la casualmente em seu curso e em seus
efeitos”.
PERSPECTIVAS SOCIOLÓGICAS
As diferentes origens da Sociologia
contribuíram para a constituição de
múltiplas perspectivas teóricas de
investigação da realidade. Mas, a despeito
da existência do grande número de
enfoques, é possível classificá-los segundo
três grandes perspectivas, que são
consideradas clássicas em Sociologia: a
perspectiva funcionalista, a perspectiva
do conflito e a perspectiva interacionista
simbólica. Mas também vem se definindo
uma quarta perspectiva: a estruturalista-
construtivista.
PERSPECTIVA
FUNCIONALISTA
A perspectiva funcionalista, em sua acepção mais simples,
estabelece que as práticas ou instituições sociais perduram
porque exercem funções úteis. Esta perspectiva tem origem nos
trabalhos de Durkheim, especialmente em A divisão do trabalho
social, onde afirma que cada indivíduo exerce uma função
específica na sociedade e que sua má execução leva ao
desregramento de toda a sociedade.
Os sociólogos que aderem a essa perspectiva examinam as
partes de um dado sistema e tentam determinar como elas se
relacionam com as outras partes e com o todo. Ou seja,
observam os resultados de um aglomerado ou arranjo de partes,
procurando descobrir suas funções, e analisam como esses
resultados contribuem para a manutenção de um dado sistema.
PERSPECTIVA DO
CONFLITO
A perspectiva do conflito mostra a sociedade em permanente
mudança e invariavelmente marcada pelo conflito. A ordem social é
compreendida como produto da imposição dos mais fortes aos mais
fracos. perspectiva do conflito fundamenta-se principalmente nas
ideias de Karl Marx relacionadas ao conflito entre os capitalistas e os
proletários. Para Marx o conflito entre as classes é que constitui a
principal força social. Alguns dos adeptos desta perspectiva na
atualidade, no entanto, ampliam esta visão, considerando a
importância do conflito que se origina da desigualdade entre grupos
ou sociedades desiguais. Dessa forma, analisam o conflito que se dá
entre brancos e negros, entre homens e mulheres, entre grupos
religiosos, entre sociedades etc. Eles enfatizam que grupos ou
sociedades apresentam valores e interesses conflitivos e competem
entre si pelos recursos escassos.
PERSPECTIVA
INTERACIONISTA SIMBÓLICA
Orietam-se pela perspectiva microssociológica, que tem como foco
a interação dos indivíduos em situações específicas. Seus
fundamentos podem ser encontrados nos argumentos de Max
Weber que as pessoas agem de acordo com sua interpretação do
significado de seu mundo social. Segundo essa perspectiva, as
pessoas atribuem significados a cada uma das palavras e ações dos
outros. Assim, nossa resposta à ação de uma pessoa seria
determinada não pela ação em si, mas pela interpretação subjetiva
dessa ação. Dessa forma, a estrutura social passa a ser vista como
resultante de experiências, hábitos, rotinas e representações das
pessoas. A ideia central do interacionismo simbólico é, pois, a de
que as pessoas interagem com as outras não mediante a
observação passiva e rígida de normas impostas, mas de maneira
ativa e criativa, mediante a interpretação das ações dos outros.
PERSPECTIVA
ESTRUTURALISTA-CONSTRUTIVISTA
Pierre Bourdieu propõe combinar as principais tendências
sociológicas. Para tanto, apoia-se em Durkheim, Marx e Weber e
apresenta uma perspectiva sociológica que se fundamenta na ideia
de que nem o indivíduo nem a estrutura social, se tomados
isoladamente, são suficientes para explicar a sociedade e os
fenômenos que nela ocorrem. Esta perspectiva é denominada
estruturalista porque Bourdieu entende que no mundo social em si
existem estruturas objetivas independentes da consciência e da
vontade dos agentes, que são capazes de orientar e contradizer
suas práticas ou suas representações. É construtivista porque
estabelece a existência de gênese social de uma parte dos
esquemas de percepção, de pensamento e de ação; esquemas
estes que Bourdieu define como habitus e campos.
REFERÊNCIAS

GIL, Antonio Carlos. Sociologia geral. 1. ed. – [4. Reimpr.]. – São Paulo: Atlas, 2019. Pág. 07 – 21.
VIANA, Nildo

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