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Homem, Cultura e Sociedade

Classes sociais, exploração e alienação

Somos seres sociáveis, nos tornamos humanos no convívio, na relação com outros humanos.
Nesse interessante processo de interação, construímos nossa identidade social. É ela que marca
quem somos, nossos planos, como avaliamos nosso desempenho frente a nós mesmos e ao
grupo, ampliando o significado que damos à vida. Uma roupa e uma aptidão para realizar algo
também podem nos distinguir num grupo. Em qualquer situação as identidades sociais estão em
evidência.

Frente aos comentários e avaliações dos demais, aceitando-nos ou não, é que nos
posicionamos como indivíduos e afirmarmos nossa identidade social. Reafirmamos o quanto
precisamos dos demais, do grupo, para nos ver através desse outro espelho. É o grupo social
que oferece um parâmetro de quem somos dentro da nossa sociedade.

 Você já sabe que, para conhecer o ser humano, é preciso considerá-lo inserido em uma
sociedade, em uma cultura, entender como se configuram os processos de relação com
o meio natural. Essas ações se dão em um momento histórico e em condições políticas
e econômicas particulares a cada momento.

Sociologia

A sociologia é uma ciência que nos auxilia a compreender, em especial, as bases da vida social
humana e da organização da sociedade usando um pensamento que permite a observação, o
controle e a formulação de explicações plausíveis.

A cientificidade da sociologia passa pela credibilidade que suas formas assumem frente a um
mundo marcado pelo racionalismo – pela crença no poder da razão humana em alcançar a
verdade – sendo então possível prever e controlar os acontecimentos sociais a partir do uso de
eficientes mecanismos de intervenção.

Max Weber

Como sabemos, um dos mais importantes teóricos da sociologia foi Max Weber.

 Para Weber, o indivíduo é responsável pela ação social, que é a conduta humana
dotada de sentido. Nesta concepção, o indivíduo age conduzido por motivos que
resultam da influência da tradição, da emotividade e dos interesses racionais.

O caráter social da ação do indivíduo decorre, para Weber, da interdependência dos indivíduos:
um ator age sempre em função de sua motivação e da consciência de agir em relação a demais
atores. Como as normas, as regras e os costumes sociais não são algo extremo ao indivíduo,
mas sim internacionalizadas, ao agir, o indivíduo escolhe comportamentos, condutas que variam
conforme as diferentes situações.

Karl Marx
Outro importante pensador das questões sociais foi Karl Marx. Marx lançou a corrente de análise
mais revolucionária, tanto sob o ponto de vista teórico como da prática social. Marx não escreveu
de forma particular para acadêmicos, mas para todos que desejam assumir sua vocação
revolucionária. Ele não se limitou a tentar entender o sistema capitalista, mas também propôs
mudanças com a intenção de transformar a realidade no âmbito da política, da economia e da
sociedade.

“Os homens fazem a História, mas o fazem em condições determinadas”. Essa frase de Karl
Marx revela como ele vincula a variação das condições materiais de uma sociedade à
constituição da história dessa sociedade. Esse vínculo foi nomeado por Marx como “modos de
produção”.

 A história é a mudança de um modo de produção para outro. Essa mudança não ocorre
por acaso ou por decisão e vontade livre dos homens. Só se dá conforme as condições
econômicas, culturais e sociais previamente estabelecidas. Essas condições podem ser
alteradas de uma forma também determinada, graças à práxis humana frente às
condições dadas.

Na teoria marxista, outro importante conceito é o de alienação. A seguir, entenda esse conceito e
como Marx caracteriza o trabalho.

Alienação
A ideia de alienação na sociologia de Marx é também apontada como um momento, no
capitalismo, onde os homens perdem-se a si próprios e a seu trabalho. Marx caracteriza as
relações de classe como alienantes: o trabalhador assalariado encontrava-se em uma posição
de barganha desigual perante seu empregador. Consequentemente o capitalista poderia então
dominar tanto a produção como o trabalhador.

Trabalho
Para Marx, o trabalho era a mais importante expressão da natureza humana. Quando o homem
perdia o controle sobre ele, entrava em um processo que conduziria à sociedade a uma ordem
social alienada: desigualdade crescente, pobreza em meio à plenitude, antagonismo social e luta
de classes. Veja como as classes sociais – burgueses e operários – formadas no capitalismo
criam desigualdades intransponíveis que se estabelecem entre os homens e relações que são,
essencialmente, de exploração e antagonismo.

As classes sociais têm interesses impossíveis de serem conciliados. O capitalista deseja garantir
seu direito à propriedade dos meios de produção e à máxima exploração do operário. Já o
trabalhador luta contra a exploração, reivindica melhores condições de trabalho, melhores
salários, direitos e participação nos lucros gerados pelo que ele produz. Mas, mesmo com
oposições, as classes sociais são interdependentes e complementares. Marx vê a história
humana como a história da luta de classes, da constante disputa por interesses que se opõem,
mesmo que tal oposição nem sempre se revele socialmente sob a forma de guerra declarada.

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