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Uma função social é, "a contribuição feita por qualquer fenômeno a um sistema maior
do que o que o fenômeno faz parte" (Hoult 1969: 139) . Esse uso técnico não é o mesmo
da idéia popular de função como um "evento/ocasião" ou uma obrigação,
responsabilidade, ou profissão. Uma distinção, primeiramente feita por Robert K.
Merton, é feita entre funções evidentes e funções latentes (Marshall 1994: 190-1) e
também entre funções com efeitos positivos (funcionais ou positivamente funcionais) e
negativos (disfuncionais) (Hoult 1969: 139). "Qualquer enunciado que descreva uma
instituição como sendo 'funcional' ou 'disfuncional' para os homens[sic] pode ser
prontamente traduzido sem perda de significado para um que se diz 'recompensadora' ou
'punitiva'." (Homans 1962:33-4)
Nos anos 60, o funcionalismo era criticado por ser incapaz de se responsabilizar por
mudanças sociais ou contradições estruturais e conflito e dessa maneira frequentemente
chamada teoria do consenso. No entanto, Durkheim usou uma forma radical de
socialismo corporativo juntamente com explicações funcionalistas, o Marxismo
reconhece hellison contradições sociais e utiliza explicações funcionais, e a teoria
evolucionária de Parsons descreve os sistemas e subsistemas de diferenciação e
reintegração desse modo causando menos conflito temporário ante a reintegração (ibid).
"O fato da análise funcional poder ser vista por alguns como de natureza conservadora e
por outros como de natureza radical sugere que ela pode ser nem uma nem
outra."(Merton 1957: 39)
Críticos mais fortes incluem o argumento epistemológico que diz que o funcionalismo
tenta descrever instituições sociais apenas através de seus efeitos e assim não explica a
causa desses efeitos, ou coisa alguma, e o argumento ontológico que a sociedade não
pode ter "necessidades" como os seres humanos, e até que se a sociedade tem
necessidades elas não precisam ser satisfeitas. Anthony Giddens argumenta que
explicações funcionalistas podem todas ser reescritas como descrições históricas de
ações e consequências humanas individuais. (ibid)
Anterior aos movimentos sociais dos anos 60, o funcionalismo foi a visão dominante no
pensamento sociológico; depois daquele tempo a teoria de conflito desafiou a sociedade
corrente, defendida pela teoria funcionalista. Conforme alguns opositores, a teoria
funcionalista sustenta que conflito e disputa pelo status quo é danosa à sociedade,
tendendo a ser a visão proeminente entre os pensadores conservadores.
Jeffrey Alexander (1985) enxerga o funcionalismo como uma ampla escola e não como
um método ou sistema específico, como o de Parson, que é capaz de tomar o equilíbrio
(estabilidade) como ponto de referência ao invés de suposição e trata a diferenciação
estrutural como principal forma de mudança social. "O nome 'funcionalismo' implica
uma diferença no método ou interpretação que não existe." (Davis 1967: 401). Isso
remove o determinismo criticado acima. Cohen argumenta que mais do que
necessidades, a sociedade tem fatos tendenciais: característica do ambiente social que
sustenta a existência de instituições sociais particulares mas não as causa. (ibid)
Ocorre que Parsons, que também foi tradutor da obra de Max Weber e seu difusor nos
Estados Unidos, foi contemporâneo das linhas de montagem, a Scientific Management,
o chamado Gerenciamento Científico, introduzidas por F.Taylor (1856-1915) e por
Henry Ford (1863-1947), cujas espantosas modificações no processo produtivo,
verdadeiramente revolucionárias, foram necessárias à produção em massa. A nova
maneira de produzir os manufaturados começou a ser adotada em larga escala a partir da
Primeira Guerra Mundial, difundindo-se de modo impressionante nos anos de 1920 por
boa parte do mundo. Pode-se então dizer que Talcott Parsons foi, antes de tudo, o
intelectual orgânico das novas técnicas produtivas adotadas pelas industrias: o
taylorismo e o fordismo.
Agindo então tal como se fora um capataz de fábrica ou um engenheiro de produção, ele
naturalmente via qualquer dissonância, crítica, protesto ou greve, como algo
perturbador, como um “desvio”, quando não uma expressão da patologia, que
atrapalhava o todo. Para ele o sistema, como qualquer outro corpo biológico, não só era
estável como buscava ser harmonioso, equânime e consensual, tendo manifestado
hostilidade à perturbações desencadeadas por ataques de “bacilos”. Desinteressando-se
dos aspectos da transformação social sua inclinação deu-se em favor do equilíbrio e do
consenso. Naturalmente que isso o posicionou a entender o indivíduo como expressão
das estruturas, as quais ele devia manter e preservar. Caso isso não ocorresse entravam
em ação os mecanismos do Controle Social (moral, ética, sistema jurídico e penal, etc.),
como um instrumento preventivo ou corretivo. O objetivo de qualquer sociedade, pois,
como ele defendeu no seu mais conhecido livro The Social System (O Sistema Social,
1952) era alcançar a homeostasis, a manutenção da estabilidade, do equilíbrio
permanente, fazendo com que só pudéssemos entender uma parte qualquer a ser
estudada em função do todo. Se bem que a organização de formigueiro pudesse atraí-lo,
seguramente foi a racionalidade da produção fabril quem determinou a concepção da
Teoria Social dele.
As raízes mais remotas do funcionalismo nos remetem aos trabalhos do sociólogo inglês
Herbert Spencer (1882-1903) e a do francês Emile Durkheim (1855-1917). Spencer,
fortemente influenciado pela notável emergência das ciências naturais, comparou as
sociedades aos organismos vivos, tal como ocorre num organismo biológico qualquer, a
ação de um só parte do sistema social termina por alterar as outras partes do organismo
social na sua totalidade. Para os funcionalistas, a sociedade está constituída por
subsistemas (estruturas) que operam (funcionam) de modo interdependente.Cada um
dos componentes do sistema, suas partes, tal como uma peça qualquer em relação a uma
máquina, desempenham papéis que visam contribuir para estabilidade e ordem social,
por isso tal abordagem ou teoria é chamada de funcionalismo-estrutural. A partir dessa
visão totalizadora da sociedade, o passo seguinte é determinar os seus componentes
básicos formados pela economia, o sistema político, a família e o sistema educativo em
geral, com seus valores e crenças bem definidos.
Síntese do Funcionalismo
O Sistema Social:
Avaliação Moral
Expectativa feita na base da avaliação moral, tendo por resultado graus de respeito ou
de desaprovação (status)
para Parsons tudo iria pelo melhor dos mundos se os papéis desempenhados pelo
marido e pela mulher fossem adequados, respeitando cada um sua esfera de atuação.
Assim:
Structure of Social Action (1937); Social System (1952); Structure and Process in
Modern Societies (1960); Sociological Theory and Modern Society (1968); Politics and
Social Structure (1969).
Bibliografia
QUESTÕES PROPOSTAS