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TEORIAS EXPLICATIVAS DO PAPEL DA ESCOLA

Funcionalistas como Durkheim:


Os valores base de uma sociedade democrática e industrial seriam:
• Espírito de disciplina;
• Ligação aos grupos sociais de pertença.

QUEM FOI DURKHEIM?


Émile Durkheim (1858-1917) foi um sociólogo francês considerado um dos fundadores
da sociologia como disciplina acadêmica. Ele desempenhou um papel significativo no
desenvolvimento da teoria sociológica e é conhecido por suas contribuições para o
entendimento das estruturas sociais, da ordem social e da dinâmica das sociedades
modernas.

Principais aspectos da vida e obra de Émile Durkheim:

Formação Acadêmica:

Durkheim nasceu em Épinal, França, e era proveniente de uma família judaica.


Inicialmente, estudou filosofia na Escola Normal Superior de Paris.
Contribuições para a Sociologia:

Durkheim é frequentemente chamado de "pai da sociologia" devido ao seu papel pioneiro


na formalização e estabelecimento da disciplina.
Ele buscou aplicar métodos científicos ao estudo da sociedade, distanciando-se de
abordagens especulativas e filosóficas.
Obra Principal:

Uma de suas obras mais influentes é "Da Divisão do Trabalho Social" (1893), na qual ele
examina as mudanças na divisão do trabalho nas sociedades e seus efeitos na coesão
social.
Outra obra importante é "O Suicídio" (1897), onde Durkheim analisa as taxas de suicídio
e argumenta que esses atos são influenciados por fatores sociais.
Solidariedade Social:
Durkheim desenvolveu o conceito de solidariedade social, distinguindo entre a
solidariedade mecânica (baseada na semelhança e coesão tradicional) e a solidariedade
orgânica (baseada na interdependência e especialização nas sociedades modernas).
Teoria Funcionalista:

Durkheim é associado à teoria funcionalista, que examina como as diferentes partes de


uma sociedade contribuem para a manutenção do todo.
Ele argumentava que as instituições sociais desempenham funções específicas na
promoção da coesão e estabilidade social.
Educação e Moralidade:

Durkheim também explorou a relação entre educação, moralidade e sociedade. Ele via a
educação como um meio de transmitir valores sociais e promover a coesão social.
Contribuições para a Sociologia da Religião:

Durkheim também investigou a função da religião na sociedade. Em "As Formas


Elementares da Vida Religiosa" (1912), ele argumenta que a religião desempenha um
papel central na coesão social, fornecendo um sistema compartilhado de crenças e
valores.
Morte e Legado:

Durkheim faleceu em 1917. Seu trabalho continua a ser influente na sociologia e em


disciplinas relacionadas. Suas ideias moldaram a abordagem sociológica e ajudaram a
estabelecer a sociologia como uma disciplina acadêmica respeitada.

FUNCIONALISMO DE DURKHEIM:
A teoria funcionalista de Émile Durkheim aborda o papel da escola dentro da sociedade
e sua contribuição para a manutenção da ordem social. Durkheim, um dos principais
representantes da abordagem funcionalista na sociologia, desenvolveu sua perspectiva no
final do século XIX e início do século XX. Aqui estão alguns pontos-chave da teoria
funcionalista de Durkheim em relação ao papel da escola:

Integração Social:

Durkheim via a escola como uma instituição fundamental para a integração social. A
educação desempenharia um papel crucial na socialização dos indivíduos, transmitindo-
lhes os valores, normas e conhecimentos necessários para se tornarem membros
funcionais da sociedade.

Transmissão de Valores Comuns:

A escola, para Durkheim, era um espaço onde as gerações mais jovens aprendiam os
valores fundamentais compartilhados pela sociedade. Isso incluía não apenas
conhecimentos acadêmicos, mas também normas sociais, éticas e morais que contribuíam
para a coesão social.

Preparação para a Divisão do Trabalho:

A escola desempenha um papel na preparação dos indivíduos para a divisão do trabalho


na sociedade. Durkheim acreditava que, à medida que as sociedades modernas se
tornavam mais complexas, era essencial que a educação proporcionasse a especialização
necessária para funções específicas.
Solidariedade Orgânica:

A teoria funcionalista de Durkheim distingue entre solidariedade mecânica e orgânica.


Nas sociedades tradicionais, a solidariedade era mecânica, baseada na semelhança. À
medida que as sociedades se desenvolviam e se tornavam mais complexas, a solidariedade
tornava-se orgânica, baseada na interdependência e na diversidade de funções. A escola
desempenharia um papel crucial na construção dessa solidariedade orgânica ao preparar
indivíduos para funções específicas na sociedade.

Prevenção do Anomia:
Anomia, para Durkheim, referia-se a um estado de desordem social resultante da falta de
normas ou de uma quebra nas regras sociais. A escola, ao transmitir normas e valores,
desempenhava um papel na prevenção da anomia ao fornecer aos indivíduos uma
estrutura moral e social.
Desenvolvimento do Sentimento Coletivo:

A educação, para Durkheim, também desempenhava um papel no desenvolvimento do


"sentimento coletivo", um senso de pertencimento à comunidade e a conscientização das
responsabilidades sociais.
É importante notar que, embora a teoria funcionalista de Durkheim tenha oferecido
insights valiosos sobre o papel da escola na sociedade, ela também foi criticada por
simplificar algumas dinâmicas sociais e por não abordar adequadamente as desigualdades
sociais que podem existir no sistema educacional. Outras perspectivas sociológicas, como
o conflitualismo e o interacionismo simbólico, oferecem abordagens alternativas para
entender as complexidades da educação e das instituições sociais.

QUAIS OS VALORES QUE OS FUNCIONALISTAS ACHAM QUE SÃO VALORES


BASE DE UMA SOCIEDADE DEMOCRÁTICA E INDUSTRIAL?

Émile Durkheim e outros sociólogos funcionalistas, como Talcott Parsons, contribuíram


para o entendimento dos valores que sustentariam uma sociedade democrática e
industrial. Embora a abordagem funcionalista seja muitas vezes associada a uma
perspectiva mais conservadora, os pensadores funcionalistas reconheceram a necessidade
de certos valores para a estabilidade e a funcionalidade das sociedades modernas. Aqui
estão alguns pontos relevantes:

1. Émile Durkheim:
Solidariedade Orgânica: Durkheim, ao desenvolver a teoria da solidariedade orgânica, via
a interdependência como fundamental para as sociedades industriais. Ele argumentava
que, em sociedades complexas, os indivíduos dependem uns dos outros para realizar uma
variedade de funções especializadas.

Individualismo e Coletivismo Moderados: Durkheim reconhecia a importância do


individualismo, mas também alertava para os perigos do excesso de individualismo,
defendendo a necessidade de um equilíbrio com o coletivismo. Uma sociedade
democrática e industrial deveria encontrar um meio-termo que permitisse a cooperação e
a autonomia individual.
2. Talcott Parsons:
Valores Culturais e Sistema de Valores:

Parsons destacou a importância dos valores culturais compartilhados na manutenção da


ordem social. Ele identificou quatro valores-chave que sustentariam uma sociedade
democrática e industrial: realização, eficiência, universalismo e afeto afetivo.
Equilíbrio entre Valores:

Parsons argumentava que uma sociedade funcional e estável precisa encontrar um


equilíbrio entre esses valores, dando importância tanto à realização individual quanto à
responsabilidade coletiva.
3. Robert K. Merton:
Teoria da Anomia:

Merton, influenciado pela teoria funcionalista, desenvolveu a teoria da anomia para


explicar as tensões entre objetivos culturalmente prescritos e meios socialmente
estruturados para alcançá-los. Em uma sociedade democrática e industrial, os valores de
sucesso e realização seriam fundamentais, mas as oportunidades para alcançá-los
deveriam ser socialmente acessíveis.
Adaptação Social:

Merton identificou diferentes formas de adaptação social em relação aos objetivos


culturais e meios institucionais, incluindo conformidade, inovação, ritualismo,
retraimento e rebelião. Essas formas de adaptação refletem as maneiras pelas quais os
indivíduos podem buscar ou rejeitar os valores estabelecidos.
4. Consenso em Valores Básicos:
Integração Social e Estabilidade:
No geral, os funcionalistas destacam a importância do consenso em torno de valores
básicos para garantir a integração social e a estabilidade. Valores como justiça, igualdade
de oportunidades, respeito pelos direitos individuais e participação cívica são
frequentemente considerados como fundamentais para uma sociedade democrática e
industrial.

Diferença entre funcionalistas e estrutural funcionalista


A abordagem funcionalista na sociologia tem raízes na obra de Émile Durkheim, mas a
designação "estrutural funcionalista" é frequentemente associada ao trabalho de Talcott
Parsons. Ambas as perspectivas compartilham semelhanças, mas também apresentam
algumas diferenças notáveis.

Funcionalistas vs. Estrutural Funcionalistas:


Funcionalistas (Émile Durkheim):
Foco na Ordem Social: O funcionalismo, em sua forma mais geral, concentra-se na busca
pela ordem e estabilidade social. Ele examina como diferentes partes da sociedade
contribuem para o funcionamento harmonioso do todo.
Interesse nas Funções Sociais: Os funcionalistas estão interessados em identificar as
funções e contribuições positivas que instituições sociais, como a família, a religião e a
escola, desempenham na manutenção da ordem social.

Estrutural Funcionalistas (Talcott Parsons):


Complexidade e Integração Social: Parsons expandiu a teoria funcionalista para abordar
sociedades mais complexas. Ele estava interessado na integração social em contextos
mais amplos, considerando as diversas funções das instituições.
Sistema Social e Sistema de Personalidade: Introduziu a ideia de que a sociedade é um
sistema social composto por várias instituições interconectadas, e os indivíduos têm
sistemas de personalidade que internalizam as normas e valores sociais. Diferentes partes
desempenham funções específicas para manter a estabilidade do conjunto.

Estrutural-funcionalistas (Talcott Parsons)


Fundamentos da Teoria Estrutural-Funcionalista:
Abordagem Holística:

A teoria estrutural-funcionalista parte da premissa de que a sociedade é um sistema


complexo e interdependente, composto por diversas instituições e estruturas que
desempenham funções específicas para manter a estabilidade e a ordem social.

Equilíbrio e Estabilidade:
Talcott Parsons enfatizou a importância do equilíbrio e da estabilidade social. Ele
acreditava que as instituições sociais operavam de maneira a alcançar um equilíbrio
dinâmico, garantindo a coesão e a sobrevivência do sistema.

Funções e Disfunções:

Cada instituição social, como a família, a escola, a religião e a economia, desempenha


funções específicas que contribuem para a manutenção da ordem social. Essas funções
podem ser manifestas (intencionais) ou latentes (não intencionais).
No entanto, Parsons também reconheceu a existência de disfunções, ou seja,
consequências indesejadas de certas práticas ou estruturas sociais.

Aplicações na Sociologia da Educação:


Agência de Socialização:

A escola, como agência de socialização, desempenha um papel fundamental na


transmissão de valores, normas e habilidades necessários para a integração dos indivíduos
na sociedade.
Ela prepara os alunos para assumirem papéis específicos, contribuindo para a estabilidade
social.

Conformidade e Manutenção da Ordem Social:


A escola promove a conformidade com as normas e valores culturais dominantes,
contribuindo assim para a manutenção da ordem social. Ao ensinar valores comuns, a
escola ajuda a criar uma base compartilhada para a coesão social.

Meritocracia e Seleção:
Parsons argumenta que a escola opera com base no princípio da meritocracia, onde as
oportunidades educacionais são distribuídas com base no mérito individual.
Ao selecionar e classificar os alunos com base em seu desempenho acadêmico, a escola
contribui para a alocação eficiente de indivíduos em diferentes papéis sociais.

Socialização para o Mundo do Trabalho:


A escola prepara os alunos para o mundo do trabalho, proporcionando habilidades e
conhecimentos relevantes para a economia.
Parsons destacou a importância da escola na formação de "trabalhadores especializados"
capazes de contribuir para a eficiência do sistema econômico.

Equilíbrio entre Valores Individuais e Coletivos:


A teoria enfatiza a necessidade de um equilíbrio entre os valores individuais (autonomia,
realização pessoal) e os valores coletivos (responsabilidade social, solidariedade).
A escola desempenha um papel crucial nesse equilíbrio, preparando indivíduos para
contribuir tanto para si mesmos quanto para a sociedade.

Conformidade e Integração Social:


Ao promover a conformidade com normas e valores culturais dominantes, a escola
contribui para a integração social, assegurando que os indivíduos compartilhem uma base
comum de entendimento e pertencimento.

Críticas à Teoria Estrutural-Funcionalista:


Simplificação da Dinâmica Social:
Críticos argumentam que a teoria estrutural-funcionalista pode simplificar demais as
dinâmicas sociais, ignorando conflitos, desigualdades e resistências que ocorrem na
sociedade.
Conservadorismo e Status Quo:
A teoria é frequentemente acusada de ser conservadora, pois tende a justificar e perpetuar
o status quo, negligenciando questões de poder e injustiça social.

Foco na Estabilidade em Detrimento da Mudança:


A ênfase na estabilidade pode levar a uma negligência da dinâmica de mudança social e
das necessidades de adaptação da sociedade.

Determinismo Estrutural:
Críticos apontam que a teoria pode ser determinista, sugerindo que as estruturas sociais
moldam rigidamente o comportamento dos indivíduos, sem dar devida atenção à agência
e à capacidade de resistência das pessoas.

Neo-marxistas C. Baudelot e R. Establet


Catherine Baudelot e Roger Establet são sociólogos franceses cuja obra "O Divórcio entre
o Saber e a Aprendizagem" (1971) oferece uma abordagem neo-marxista para analisar o
papel da escola na sociedade. Essa perspectiva busca entender como as instituições
educacionais reproduzem e perpetuam as desigualdades sociais, principalmente no
contexto capitalista. Abaixo estão alguns dos principais pontos da teoria neo-marxista de
Baudelot e Establet:

1. Reprodução das Desigualdades Sociais:


A teoria neo-marxista de Baudelot e Establet argumenta que a escola não apenas reflete,
mas também contribui para a reprodução das desigualdades sociais presentes na estrutura
capitalista.
2. Divisão do Trabalho e Hierarquia Social:
Eles examinam como a escola reflete a divisão do trabalho existente na sociedade e
contribui para a formação de uma hierarquia social. A estrutura da escola, de acordo com
eles, reflete as estruturas da sociedade capitalista, onde algumas pessoas estão destinadas
a ocupar posições privilegiadas, enquanto outras são destinadas a posições subalternas.
3. Seletividade e Repressão Cultural:
A escola é vista como um sistema seletivo que discrimina e favorece determinados grupos
sociais. A seletividade do sistema educacional, de acordo com Baudelot e Establet,
perpetua as desigualdades sociais ao favorecer os alunos das classes sociais mais
privilegiadas.
Eles também argumentam que a escola pratica uma "repressão cultural", desvalorizando
as culturas das classes trabalhadoras e privilegiando as formas culturais associadas às
classes dominantes.
4. Dualidade do Sistema Educativo:
A dualidade do sistema educativo é um conceito essencial na teoria neo-marxista. Os
autores apontam para a existência de dois tipos de ensino: um que prepara os alunos para
posições intelectuais e de liderança, destinado às classes privilegiadas, e outro que leva
os alunos das classes trabalhadoras a funções subalternas.
5. Função Ideológica da Escola:
A escola desempenha uma função ideológica ao transmitir valores, crenças e ideias que
sustentam a estrutura de classe da sociedade capitalista. Essa transmissão ideológica
contribui para a aceitação passiva das desigualdades sociais por parte dos alunos.
6. Crítica à Ilusão Meritocrática:
A crítica à meritocracia é central na obra de Baudelot e Establet. Eles argumentam que a
ideia de que o sucesso na escola é baseado apenas no mérito individual é uma ilusão. A
meritocracia mascara as desigualdades estruturais subjacentes e legitima a posição das
classes dominantes. Eles afirmam que a meritocracia é uma ilusão que legitima as
desigualdades sociais.
7. A Escola como Aparelho Ideológico do Estado (AIE):
Baudelot e Establet adotam a concepção de Louis Althusser sobre os "Aparelhos
Ideológicos do Estado" (AIE). A escola é vista como um desses aparelhos que disseminam
ideologia dominante, moldando as mentes dos alunos para aceitar e perpetuar a ordem
social existente.
Influência do Capitalismo na Educação:
A teoria de Baudelot e Establet destaca a influência direta do capitalismo na estrutura e
funcionamento do sistema educacional. A escola, em sua visão, é moldada para atender
às necessidades do sistema capitalista, preparando os indivíduos para papéis específicos
dentro dessa estrutura econômica.
9. Conceito de Desigualdade Reproduzida:
O livro "O Divórcio entre o Saber e a Aprendizagem" cunha o conceito de "desigualdade
reproduzida", que resume a ideia de como a escola contribui para a reprodução de
desigualdades sociais ao invés de ser uma força que as supera.

ELES DÃO SOLUÇÕES:


Educação Igualitária:
Propõem uma reestruturação completa do sistema educacional para garantir igualdade de
oportunidades para todos os alunos, independentemente de sua origem social. Isso
implicaria em medidas para reduzir as disparidades educacionais e promover a inclusão.
Reconhecimento de Diferentes Formas de Conhecimento:
Argumentam a favor do reconhecimento e valorização de diferentes formas de
conhecimento, incluindo aquelas associadas às classes trabalhadoras. Propõem uma
abordagem mais inclusiva que não desvalorize a cultura e o conhecimento das classes
menos privilegiadas.
Superar a Dualidade do Sistema Educativo:
Buscam superar a dualidade do sistema educativo, que direciona alunos para diferentes
trajetórias educacionais com base em sua origem social. Propõem uma abordagem que
rompa com a segregação educacional e permita que todos os alunos tenham acesso a
oportunidades semelhantes.
Descentralização e Participação Democrática:
Defendem a descentralização do sistema educacional e a promoção da participação
democrática. Propõem formas de envolver comunidades locais, professores, pais e alunos
nas decisões educacionais, permitindo uma maior autonomia e personalização do
processo educativo.
Currículos mais Relevante e Crítico:
Propõem uma revisão dos currículos educacionais para torná-los mais relevantes e
críticos. Isso incluiria a inclusão de temas que abordem questões sociais, econômicas e
culturais de forma mais ampla, incentivando a reflexão e o questionamento crítico.
Desenvolvimento de uma Consciência Social:
Destacam a importância de desenvolver uma consciência social nos alunos, capacitando-
os a compreender as estruturas de poder e as dinâmicas sociais. Essa abordagem visa criar
cidadãos críticos e engajados na transformação da sociedade.
Envolvimento da Comunidade na Educação:
Propõem uma maior integração da escola com a comunidade local, reconhecendo que o
ambiente social e cultural das crianças desempenha um papel crucial em sua educação.
Isso incluiria parcerias entre escolas e comunidades para enriquecer o ambiente
educacional.
Investimento em Recursos e Infraestrutura:
Advocam por um investimento significativo em recursos educacionais e infraestrutura.
Isso inclui a melhoria das condições das escolas, a formação contínua de professores e a
disponibilidade de materiais educativos adequados.

Em resumo, a teoria neo-marxista de Baudelot e Establet oferece uma análise crítica da


escola como uma instituição que, em vez de promover a igualdade, contribui para a
reprodução das desigualdades sociais inerentes ao sistema capitalista. Essa abordagem
destaca a importância de examinar as estruturas sociais subjacentes que moldam as
experiências educacionais e influenciam as oportunidades disponíveis para diferentes
grupos sociais.

Neo-marxistas P. Bourdieu e J.C Passeron


Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, influenciados pela teoria marxista,
desenvolveram a teoria da reprodução social, que examina como as instituições
educacionais reproduzem e legitimam as desigualdades sociais existentes. Sua obra mais
conhecida, "A Reprodução: Elementos para uma Teoria do Sistema de Ensino" (1970),
coescrita por ambos, aborda essa perspectiva crítica. Vamos explorar algumas das
principais contribuições e ideias desses autores:

1. Teoria da Reprodução Social:


Bourdieu e Passeron argumentam que o sistema educacional é um importante mecanismo
de legitimação e perpetuação das hierarquias sociais. Em vez de funcionar como um
veículo de mobilidade social e igualdade de oportunidades, a escola, segundo essa
perspectiva, contribui para a consolidação de diferenças de classe. O trabalho desses
sociólogos franceses se destaca por vários conceitos fundamentais.
2. Capital Cultural e Reprodução das Desigualdades:
Um conceito central é o de "capital cultural". Eles argumentam que o capital cultural,
compreendido como conhecimento, habilidades e formas culturais adquiridas ao longo da
vida, desempenha um papel crucial na determinação do sucesso educacional. Esse capital
não é distribuído de maneira uniforme na sociedade; em vez disso, é transmitido através
das gerações, favorecendo aqueles que já estão em posições privilegiadas.
3. Violência Simbólica:
um tipo de poder que opera através de símbolos, significados e representações culturais,
exercendo uma influência muitas vezes invisível sobre os indivíduos e reforçando
relações de poder existentes. A violência simbólica refere-se à imposição de valores,
normas e significados culturais dominantes por meio de símbolos, linguagem e práticas
culturais. Essa imposição ocorre de maneira sutil e é muitas vezes internalizada pelos
indivíduos, sem que eles estejam plenamente conscientes disso.
4. Habitus:
Outro conceito chave é o de "habitus", que se refere às disposições incorporadas pelas
experiências sociais. O habitus influencia a forma como os alunos se relacionam com o
ambiente educacional, moldando suas percepções, valores e práticas. Essa internalização
das normas culturais dominantes contribui para a reprodução das desigualdades.
O conceito de habitus — também conhecido como capital cultural incorporado — foi
proposto pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu e refere-se a um sistema de esquemas /
disposições incorporadas, tendências que organizam as formas pelas quais os indivíduos
interpretam e reagem ao mundo social ao seu redor (em termos de classe social, religião,
nacionalidade, etnia, educação, profissão etc.). O habitus é adquirido através de mimesis
e reflecte as experiências sociais. O habitus é um conjunto unificador e separador de
pessoas, bens, escolhas, consumos, práticas (p. ex., o que se come, o que se bebe, o que
se escuta, o que se veste, …)
5. Teoria dos Campos:
Um campo, na teoria de Bourdieu, é um espaço social estruturado, uma arena de
luta simbólica onde os agentes (indivíduos ou grupos) competem por diferentes
formas de capital. Esses campos podem ser encontrados em diversas esferas da
sociedade, como a arte, a política, a educação, entre outros. Capital no Campo:

Assim como em sua teoria mais ampla, Bourdieu concebe diferentes formas de
capital que os agentes buscam acumular em seus esforços para posicionar-se
dentro de um campo. Isso inclui não apenas o capital econômico, mas também o
capital cultural, simbólico e social.
Relações de Poder no Campo:

Os campos são caracterizados por relações de poder específicas que moldam a


distribuição de recursos e posições. As hierarquias e as regras de jogo dentro de
um campo são construídas com base nas disposições dos agentes em relação aos
diferentes tipos de capital.
Autonomia Relativa:

Cada campo possui uma certa autonomia relativa, significando que ele tem suas
próprias regras e lógicas internas, independentes, até certo ponto, de outras esferas
sociais. No entanto, os campos também estão interconectados, e as relações entre
eles podem influenciar as dinâmicas dentro de um campo específico.
Agentes e Estratégias:

Os agentes que participam de um campo têm estratégias específicas para acumular


capital e alcançar posições mais favoráveis. A posição de um agente dentro de um
campo depende da quantidade e do tipo de capital que ele possui em relação aos
outros concorrentes.
Efeitos de Campo:

Bourdieu argumenta que os campos têm "efeitos" sobre os agentes que deles
participam. Isso significa que a dinâmica de um campo pode moldar as práticas,
valores e percepções dos indivíduos envolvidos, influenciando como eles se
comportam e como percebem a realidade.
Campos de Poder Simbólico:

Além dos campos mais tradicionais, Bourdieu também destaca a existência de


campos de poder simbólico, onde a luta ocorre por meio da produção e controle
de significados. Isso inclui campos como o da mídia, onde a influência está
vinculada à capacidade de impor e difundir representações simbólicas.
Mudanças nos Campos:

Os campos não são estáticos; eles estão sujeitos a mudanças ao longo do tempo.
Transformações nas estruturas sociais, econômicas ou políticas podem ter efeitos
significativos nos campos, reconfigurando as relações de poder e as estratégias
dos agentes.
Contribuição para a Compreensão da Sociedade:

A teoria dos campos oferece uma lente valiosa para compreender a dinâmica
complexa das interações sociais e as estratégias dos agentes em diversas esferas.
Ela destaca como as relações de poder permeiam todas as áreas da sociedade e
como os indivíduos buscam posições estratégicas para garantir sua vantagem.
6. Efeito de Escola:
refere-se aos impactos que o sistema educacional tem sobre os alunos, influenciando suas
trajetórias e oportunidades futuras.
Mecanismos de Seleção e Reprodução Social:
O efeito de escola parte da ideia de que as instituições educacionais não apenas
fornecem conhecimento, mas também desempenham um papel crucial na seleção
e classificação dos alunos. Essa seleção pode contribuir para a reprodução das
desigualdades sociais, favorecendo alguns grupos em detrimento de outros.
Avaliação e Certificação:
As escolas, por meio de seus processos de avaliação e certificação, exercem uma
influência significativa sobre a trajetória dos alunos. Os métodos de avaliação, os
currículos adotados e as práticas pedagógicas podem favorecer certas formas de
capital cultural, muitas vezes alinhadas com as classes sociais mais privilegiadas.
Reprodução de Desigualdades:
O efeito de escola destaca como o sistema educacional pode contribuir para a
reprodução de desigualdades sociais. Os alunos que pertencem a grupos sociais
mais favorecidos tendem a se beneficiar de práticas e estratégias que se alinham
melhor com as expectativas da escola, enquanto aqueles de origens menos
privilegiadas podem enfrentar desvantagens.
7. Círculo Vicioso da Reprodução:
Argumentam que a educação cria um "círculo vicioso da reprodução", onde as
desigualdades sociais são perpetuadas ao longo das gerações. As estruturas educacionais
tendem a beneficiar os grupos sociais mais privilegiados, criando barreiras para a
mobilidade social.
8. Crítica à Noção de Mérito:
Criticam a ideia de mérito puro no sistema educacional. Apontam que as avaliações de
mérito muitas vezes refletem a cultura dominante e favorecem os alunos que possuem
capital cultural semelhante ao do sistema educacional.
9. Dimensão Simbólica do Conhecimento:
Destacam a dimensão simbólica do conhecimento, argumentando que o currículo escolar
muitas vezes reflete os interesses e valores da classe dominante. Isso influencia a forma
como o conhecimento é transmitido e avaliado.
10. Propostas de Transformação:
Bourdieu e Passeron não são tão prescritivos quanto a propostas específicas de
transformação, mas suas análises sugerem a necessidade de uma mudança profunda nas
estruturas educacionais. Isso pode incluir a reavaliação dos critérios de avaliação, a
promoção da diversidade cultural no currículo e a consideração das diferentes formas de
capital cultural dos alunos.
Em resumo, Bourdieu e Passeron oferecem uma perspectiva crítica sobre o sistema
educacional, destacando como as estruturas e práticas reproduzem desigualdades sociais.
Seu trabalho influenciou consideravelmente a sociologia da educação, levando a debates
sobre a equidade educacional e a necessidade de reformas estruturais para superar as
desigualdades sistêmicas.

Papel da Linguagem na teoria da reprodução – B.


Bernstein
• Classes altas (“Código elaborado”) – rico em qualificações pessoais, permite
operações avançadas e uma maior explicitação de ideias e a linguagem é mais
tática e implícita, os significados são particularistas;
• Classes populares (“Código restrito”) – pobre em adjetivos e advérbios,
limita a construção de ideias, produz afirmações categóricas, os significados
são maus universalistas sem necessário contexto prévio.

Basil Bernstein, um sociólogo da educação britânico, desenvolveu a teoria da reprodução


social, que inclui uma análise do papel da linguagem na transmissão e legitimação das
desigualdades sociais através do sistema educacional. Bernstein propôs dois tipos de
códigos linguísticos associados a diferentes estratos sociais: o "código elaborado" e o
"código restrito".

Código Elaborado:

O "código elaborado" é associado a grupos sociais mais privilegiados, frequentemente


pertencentes às classes altas. Nesse código, a linguagem é caracterizada por uma maior
complexidade, diversidade lexical, uso de metáforas, expressões idiomáticas e estruturas
gramaticais complexas. É uma linguagem que permite a expressão de nuances e a
articulação de ideias de maneira sofisticada.
Código Restrito:
O "código restrito", por outro lado, está associado a grupos sociais mais desfavorecidos,
frequentemente pertencentes às classes populares. Nesse código, a linguagem é mais
direta, com menos variedade lexical, estruturas gramaticais mais simples e uma
comunicação mais eficiente. A ênfase está na clareza e na transmissão eficaz de
mensagens, muitas vezes resultando em formulações mais curtas e diretas.
Principais Elementos da Teoria de Bernstein:
Conceito de Código:
Bernstein utiliza o termo "código" para se referir às diferentes formas de linguagem
associadas a grupos sociais específicos. Esses códigos não são apenas estilos linguísticos;
eles refletem diferentes maneiras de conceber e expressar o conhecimento.
Relação com a Reprodução Social:
A teoria de Bernstein destaca como o tipo de linguagem utilizado por diferentes grupos
sociais pode influenciar o desempenho educacional e, por conseguinte, a reprodução das
desigualdades sociais. Os códigos linguísticos estão interligados às estruturas de poder e
podem se tornar uma forma de legitimar e perpetuar hierarquias sociais.

Desigualdades na Educação:
Bernstein argumenta que o sistema educacional muitas vezes valoriza e legitima o
"código elaborado". Assim, as crianças que vêm de contextos onde esse código é mais
prevalente têm uma vantagem no ambiente educacional. Isso pode contribuir para a
reprodução de desigualdades, uma vez que grupos sociais mais favorecidos são mais
adeptos do "código elaborado".
Habilidade de Decodificação:
A teoria sugere que a capacidade de "decodificar" e operar no "código elaborado" é
valorizada e recompensada no sistema educacional. Isso cria desafios particulares para
alunos que estão mais familiarizados com o "código restrito", uma vez que podem se
sentir menos confortáveis ao usar o "código elaborado" e, portanto, podem enfrentar
desvantagens.
Papel dos Professores:
A teoria destaca o papel dos professores na transmissão e reforço dos diferentes códigos
linguísticos. Professores muitas vezes são portadores do "código elaborado" e podem,
inconscientemente, favorecer alunos que também operam nesse código, o que pode
contribuir para a reprodução de desigualdades.
Desafios na Comunicação:
Bernstein não sugere que um código seja intrinsecamente melhor que o outro, mas destaca
como as diferenças podem levar a desafios na comunicação e na compreensão entre
grupos sociais com diferentes códigos linguísticos.

A teoria de Bernstein sugere que o tipo de linguagem associado a diferentes classes sociais
pode contribuir para a reprodução de desigualdades. Os alunos que têm mais
familiaridade com o "código elaborado" podem se sentir mais à vontade no ambiente
acadêmico, enquanto aqueles mais adeptos ao "código restrito" podem enfrentar desafios
na expressão de ideias complexas.

Valorização de Determinadas Formas de Expressão:

A teoria ressalta como a sociedade e as instituições educacionais tendem a valorizar


determinadas formas de expressão linguística, muitas vezes associadas ao "código
elaborado". Isso pode resultar na reprodução de uma hierarquia de valor entre diferentes
formas de linguagem.

Mas como é que a escola reproduz a sociedade e a cultura?


Fonte: Álvares, J., Amante, L., & Ramos, D. (1987). Na Escola de Ontem, na Escola
de Hoje, que Leituras? Breve Análise de
Manuais de Leitura da I República, do Estado Novo e Período pós 25 de Abril.
Análise Psicológica, V(3), 249-252.

1) Na I República
História
• Enaltecimento dos feitos portugueses na defesa da Pátria;
• Heróis são gente do povo – gente simples de grande tenacidade e
coragem, tudo dá pela sua terra, até mesmo o dom mais precioso de
todos, que é a própria vida.

Educação Política e Ideológica

• Tem em consideração a época histórico-política;


• Os reis eram tidos como déspotas ou surgiram em papéis secundários,
porque os verdadeiros heróis são encontrados neste manual entre o
povo;
• A pátria está acima de tudo, sendo referida com respeito e admiração;
• Todos devem amar a pátria, e por isso desde cedo, a criança deve
aprender a amá-la.
Religião
• Os textos ligados à religião, por um lado satirizam-na, e por outro
desacreditam-na;
• É desvalorizada em proveito das lendas, dos feitos heróicos dos
portugueses.
Moral
• Existem acentuadas preocupações moralistas;
• É uma constante na leitura do manual;
Até na prosa são explicitados alguns conselhos e atitudes a tomar.

2) No Estado Novo

História
• Os heróis são guerreiros, navegadores e exploradores;
• Os portugueses, ao longo de toda a história, são os detentores da razão
e da verdade;
• Os sentimentos exacerbados de patriotismo, em que a coragem e o
sacrifício pela Nação são elogiados;
• A fé cristã é utilizada como ameaça para aqueles que ousem não se
sacrificar pela pátria.
Educação Política e Ideológica

• Temas – Pátria, Estado e Colonização;


• O amor à Pátria associa-se à identidade nacional e qualquer cidadão
que se preze deverá tê-lo sempre presente;
• O Estado Novo e os seus governantes aparecem orgulhosamente
como responsáveis, incansavelmente elogiados, pela restauração e
pacificação da Nação à beira da ruína;
• A política colonialista inculca nos portugueses um espírito
colonizador que intensifique a sua emigração pelas terras de África.
Religião
• Religião católica é fomentada e valorizada;
• A grandiosidade dada à religião parece querer transmitir ao homem
comum um sentimento de pequenez, e simultaneamente de gratidão,
que o torna submisso e conduzam a uma fé inabalável;
• A religião surge ligada ao sentimento patriótico.
Moral
• Transmissão de valores morais, que são indispensáveis para uma boa
educação espiritual;
• Valores ligados a uma moral cristã;
• A relação entre a moral e o espírito de disciplina é uma constante;
• A Humildade e o sacrifício são valorizados e alvo de recompensas;
• A preguiça, a ingratidão e a gula, são condenadas direta e
indiretamente, chegando a ser severamente castigadas.

3) Pós 25 de abril

História
• Os textos focam acontecimentos de abril de 1974;
• A pátria é apresentada como sendo os próprios trabalhadores que com
as suas mãos fazem o trabalho.

Educação Política e Ideológica

• Diretamente relacionados com o trabalho surgem 3 temas que nos


merecem especial atenção – fraternidade, igualdade e liberdade.
Religião
• Não existem textos referentes à religião neste livro.
Moral
• Não existem textos referentes à moral neste livro.
Neoliberalismo

A escola tem como função:


• Sustentar a expansão económica;
• Promover a mobilidade social através do talento.

O neoliberalismo é uma ideologia econômica e política que enfatiza a importância da


liberdade individual, mercados livres e mínima intervenção do Estado na economia.
Quando se trata da função da escola, as perspectivas dentro do neoliberalismo geralmente
enfatizam princípios como escolha, competição e preparação para o mercado de trabalho.
Aqui estão algumas ideias associadas à visão neoliberal da função da escola:

Escolha e Competição:

No contexto neoliberal, a escola é frequentemente vista como um serviço que deve ser
sujeito à escolha do consumidor. Isso implica a promoção de uma variedade de escolhas
educacionais, incluindo escolas públicas, privadas e charter. A competição entre essas
escolas é vista como um mecanismo que pode melhorar a qualidade educacional, uma vez
que as escolas buscam atrair alunos e recursos.
Preparação para o Mercado de Trabalho:

Uma ênfase importante no neoliberalismo é a preparação dos indivíduos para o mercado


de trabalho. A escola é vista como uma instituição que deve fornecer habilidades e
conhecimentos práticos diretamente aplicáveis às demandas do mercado. A educação é
frequentemente orientada para a formação de trabalhadores que atendam às necessidades
das empresas e contribuam para o crescimento econômico.
Enfoque na Eficiência e Resultados Mensuráveis:

O neoliberalismo valoriza a eficiência e a mensuração de resultados. Nesse contexto, as


escolas são frequentemente incentivadas a adotar práticas e políticas que melhorem os
resultados educacionais, muitas vezes medidos por testes padronizados. Esse enfoque visa
avaliar a eficácia das escolas de maneira objetiva e eficiente.
Descentralização e Redução da Intervenção Estatal:

Dentro da perspectiva neoliberal, há uma tendência de defender a descentralização do


sistema educacional e a redução da intervenção direta do Estado. Isso significa dar mais
autonomia às escolas, promover a competição entre elas e reduzir regulamentações que
possam limitar a flexibilidade do setor educacional.
Individualismo e Responsabilização:
O neoliberalismo enfatiza o papel do indivíduo na busca da excelência educacional. Os
alunos são frequentemente vistos como consumidores de serviços educacionais, e os
professores são considerados responsáveis pelos resultados de aprendizagem. Esse
enfoque na responsabilização individual também se estende à administração escolar e aos
distritos educacionais.
Ênfase na Educação Técnica e Profissional:

Em muitos contextos neoliberais, há uma valorização da educação técnica e profissional,


especialmente aquela que está alinhada com as necessidades específicas do mercado de
trabalho. As habilidades práticas são frequentemente consideradas mais importantes do
que a educação mais ampla em humanidades.
Crítica à Educação Pública Tradicional:

Algumas correntes do neoliberalismo criticam a educação pública tradicional,


defendendo abordagens mais baseadas no mercado. Isso pode incluir a promoção de
vales-educação (vouchers) que permitem que os pais usem fundos públicos para financiar
a educação de seus filhos em escolas privadas.
Em resumo, a visão neoliberal da função da escola destaca a importância da escolha,
competição, preparação para o mercado de trabalho e ênfase na eficiência e resultados
mensuráveis. Essa perspectiva tem influenciado políticas educacionais em muitas partes
do mundo, embora seja objeto de debates e críticas significativas.

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