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BELÉM – PA
2022
SÂMILLY GEMAQUE LIMA GODIM
BELÉM – PA
2022
INTRODUÇÃO
Fonte: https://www.rue-des-livres.com/auteurs/3647/emile-durkheim.html
Nessa imagem mostra como o grande sociólogo que revolucionou a história era.
Pelo fato de ter sido o primeiro a criar um método sociológico que distinguiu a sociologia das
demais ciências humanas. O pensador também ocupa, junto a Karl Marx e Max Weber, a tríade
da sociologia clássica. O seu método está baseado no reconhecimento e estudo do que ele
chamou de fatos sociais. É o criador da teoria da coesão social. Junto com Karl Marx e Max
Weber, formam um dos pilares dos estudos sociológicos.
Diretamente influenciado pelo positivismo de Auguste Comte, dedicou sua trajetória
intelectual a elaborar uma ciência que possibilitasse o entendimento dos comportamentos
coletivos. Sua grande preocupação era explicar os elementos capazes de manter coesa a nova
sociedade que ia se configurando após a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
SUA BIOGRAFIA
Para ele, a solidariedade mecânica é fundamentada nas tradições, nos hábitos e na moral;
características muito presentes em sociedades pré-capitalistas. Já a solidariedade orgânica é
baseada na interdependência gerada pela especialização do trabalho no modo de produção
capitalista.
A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas" ou
"arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas
sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais
tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários
a subsistência do grupo, essa correspondência de valores assegura a coesão social
Nessas sociedades, o direito é fundamentado na manutenção dos costumes para garantir
que sejam respeitados e que a sociedade permaneça coesa em torno dessas tradições.
Assim, a coesão social é garantida pela tradição, pela moral e pelos costumes, que
possuem uma grande força, capaz de unir indivíduos.
Nessas sociedades, o direito é fundamental na manutenção dos costumes para garantir que
sejam respeitados e que a sociedade permaneça coesa em torno dessas tradições.
Desse modo, a solidariedade mecânica atua como mecanismo baseado em crenças
comuns, que possibilitam a vida em sociedade
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas
sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação
individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não
compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante
distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada
A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa
nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns
conceitos das ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele
começou seus estudos sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a
diferenciação crescente sobre a qual se assenta a solidariedade orgânica. Durkheim concebe as
sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si
(que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o
bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o
grau de interdependência entre os indivíduos. Para garantir a coesão social, portanto, onde
predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores
sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de
conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o direito.
Desse modo, a solidariedade orgânica se dá a partir da compreensão da sociedade como
um corpo no qual o bom funcionamento necessita de que os diferentes órgãos cumpram suas
funções de forma interligada e interdependente.
Fonte: https://www.todamateria.com.br/durkheim-solidariedade-mecanica-e-organica/
Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos. Os fatos sociais normais são aqueles
que decorrem do desenvolvimento da sociedade dentro de uma norma comum, de um padrão
comum da vida que visa o aprimoramento dos indivíduos e a manutenção da coesão desses e
da vida em sociedade. O fato social normal preza por uma ordem institucional e da vida
individual e mantém em funcionamento os laços solidários que unem os indivíduos de um
grupo.
O fato social patológico é aquele que se desenvolve fora da norma, como uma doença.
Ele é perigoso, e quando atinge uma dimensão maior, pode afetar negativamente a sociedade.
Os fatos sociais patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o homicídio e a violência como
um todo. Quando uma sociedade vê-se tomada pela criminalidade e pela violência, é possível
dizer que há o efeito de um fato social patológico, que foge da normalidade esperada por uma
sociedade.
O fato social normal preza por uma ordem institucional e da vida individual e mantém
em funcionamento os laços solidários que unem os indivíduos de um grupo. ... Os fatos sociais
patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o homicídio e a violência como um todo.
O SUICÍDIO PARA DURKHEIM
Há diversas situações que podem ser consideradas como exemplos de anomia social, ou
seja, de desorganização da comunidade na qual o indivíduo se insere, são elas:
falta de consciência coletiva
luta de classes ou surgimento de novas
falta de identidade social
descontentamento mundial
Durkhein considerava que uma sociedade em estado de anomia social, poderia ser
considerada doente, vítima de uma patologia, podendo ser diagnosticada por meio da
observação de instituições enfraquecidas, quebra de valores tradicionais, condições miseráveis
ou marginalização de algumas parcelas da sociedade. Quando a anomia se faz presente, há a
violação dos indivíduos sobre as normas de conduta social, expressa-se crise.
Em vista de tudo o que foi falado sobre a teoria de Durkhein, pode parecer paradoxo,
contudo, para ele, o crime não era anômico, não representava uma quebra das normas vigentes,
pois simboliza uma função social, que indicava a falta de consiência coletiva como real
causadora do problema, ou seja, a anomia em si.
COESÃO SOCIAL
COERÇÃO SOCIAL
A coerção social de Durkhein, tem caráter impostivo, decorre de uma força externa que
acomete o indivíduo, mesmo contra sua vontade. Ela tem função de exercer limites, estruturar
a vida humana e suas ações, levando-o a agir de certo modo “sob pressão”, mesmo que esse
não perceba, pois certas regras já estão incutivas em seu comportamento devido a convivência
comunitária que abriga uma consciência coletiva, conforme já visto.
Caso o indivíduo não seja coagido a agir de certo modo, por meio da consciência
coletiva, repressão e sanções punitivas se farão valer. Contudo, usualmente, leis, sistemas
educacionais, códigos de conduta e moral, já são o suficiente para garantirem que não haja
anomia social que demande maior nível de coerção que não seja àquele já imposto por meio da
consciência coletiva. Portanto, podemos concluir que a coerção social constitui-se como um
instrumento de submissão do indivíduo à sociedade.~
As normas não necessariamente estão inscritas em forma de documentos legais. Podem
estar inserida de forma simbólica no espaço, manifestada na sua organização e estrutura.
A coerção social pode ser exercida por um grupo grande ou pequeno de indivíduos,
manifestando-se de forma física ou psicológica. O pressão que sofremos para usarmos roupas
ao sair de casa é um exemplo desse conceito, assim como usarmos talheres para comer ou não
praticarmos assassinatos.
A coerção social mais eficiente é aquela que é internalizada pelo indivíduo a ponto dele
achar que faz determinadas coisas por sua livre escolha, como por exemplo, colocar uma roupa
bonita para ir a uma festa.
A consciência coletiva, para Durkhein, é entendida como uma força motriz, exercida,
coletivamente, sobre o indivíduo, adequando-o na conformidade para com as normas sociais.
Essas regras que podem ser interpretadas como a tradição moral e cultural de um povo,
independem da singularidade do indivíduo, pois já se fazem presente desde antes do nascimento
deste.
As crenças e sentimentos comuns à media da população, praticamente, formam uma
entidade que é exterior ao próprio indivíduo e se retroalimenta deste, ao mesmo tempo em que
exerce uma força coercitiva sobre seus membros desde o nascimento, controlando-o por meio
de pressão moral e psicológica, ditando o seu comportamento. Essa consciência coletiva é
reforçada por meio de instituições formais, como escolas infantis, que ensinam crianças
comportamentos comunitários, desde à vestimenta à alimentação.
A consciência coletiva é capaz de coagir ou constranger os indivíduos a se comportarem
de acordo com as regras de conduta prevalecentes. A consciência coletiva habita as mentes
individuais e serve para orientar a conduta de cada um de nós. Mas a consciência coletiva está
acima dos indivíduos e é externa a eles. Com base neste pressuposto teórico, Durkheim chama
atenção para o fato de que os fenômenos individuais devem ser explicados a partir da
coletividade e não o contrário.
INFLUÊNCIAS DE DURKHEIM
Durkheim foi influenciado por pensadores de sua época, do mesmo modo que
influenciou pensadores do círculo intelectual europeu do século XIX e de tempos posteriores.
Entre as suas influências, podemos citar o biólogo, téorico liberal e pai da
antropologia Herbert Spencer. Também podemos incluir na lista o filósofo liberal
positivista Alfred Espinas.
Além de Spencer e Espinas, Durkheim foi influenciado diretamente pelo filósofo francês
considerado o “pai” da sociologia, Auguste Comte. De Comte, Durkheim colheu a ideia
da criação de uma ciência capaz de estudar a sociedade e reconhecer as suas especificidades.
Fonte: https://fineartamerica.com/featured/2-auguste-comte-1798-1857-granger.html4
Porém, Durkheim foi além ao produzir uma crítica à teoria de Comte que consolidaria
a sociologia como uma ciência bem fundamentada.
Segundo Durkheim, o que Comte fez não fundou a sociologia como uma ciência bem
definida e nem ultrapassou a filosofia, pois continuou formulando teorias no campo do ideal
metafísico, que eram impossíveis de serem praticadas. Dessa maneira, Durkheim buscou
fundar um método baseado no reconhecimento dos fatos sociais para inaugurar uma
sociologia bem estruturada.
Durkheim criticou algumas ideias de Comte relacionadas à sociologia, o que demonstra
as influências sofridas pelo pensador considerado o criador do método sociológico por aquele
que é considerado o “pai” da sociologia (Comte). Para Durkheim, apesar da pretensão oposta,
o modelo sociológico comtiano é demasiadamente filosófico, pois a base do positivismo e da
sociologia é a Lei dos Três Estados, que não recorre a um método preciso de observação e
estudo rigoroso de uma sociedade, mas de uma abstração.
Ao contrário disso, Durkheim desenvolveu o conceito de fatos sociais, que
são estruturas que tendem a se repetir em diferentes sociedades, mostrando-se elementos
rígidos que podem garantir certo rigor científico ao trabalho sociológico, uma vez que podem
ser analisados empiricamente.
"É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando
existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter."
"A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza."
"Se todos os corações vibram em uníssono, não é por causa de uma concordância espontânea e
preestabelecida; é que uma mesma força os move no mesmo sentido. Cada um é arrastado por
todos."
"A religião não é somente um sistema de ideias, ela é antes de tudo um sistema de forças."
COMENTÁRIOS PESSOAIS
Aplicou este conceito em sua obra O suicídio: um estudo sociológico (1897), Durkheim
tentou demonstrar as razões pelas quais os indivíduos cometem suicídio. Analisando as taxas
de suicídio, chegou à conclusão de que este ato é produto de um profundo conflito relacionado
com o meio social exterior.
Foi preciso que o sociólogo deixe de lado seus valores e sentimentos pessoais em relação
ao acontecimento a ser estudado, pois eles nada têm de científico e podem distorcer a realidade
dos fatos.
REFERÊNCIA
VocêPergunta. Oque é fato Social Normal e Patológico para Durkheim. Disponível em:
https://vocepergunta.com/library/artigo/read/11988-o-que-e-fato-social-normal-e-patologico-
para-durkheim Acesso em 03 de Junho de 2022
Prof. Me. Paulo Afonso Dias de Lima. Consciência Coletiva. Dado em Sala de Aula na
Escola: Centro Educacional Escola do Pará. Em 02 de Maio de 2022