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CENTRO EDUCACIONAL ESCOLA DO PARÁ

9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL II

SÂMILLY GEMAQUE LIMA GODIM

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE


ÉMILE DURKHEIM

BELÉM – PA
2022
SÂMILLY GEMAQUE LIMA GODIM

O QUE VOCÊ PRECISA SABER


SOBRE ÉMILE DURKHEIM

Trabalho avaliativo apresentado no 9° ano do ensino


fundamental II, no Centro Educacional Escola do Pará, como
requisito a nota parcial da segunda avaliação de sociologia

Orientador. Prof. Me. Paulo Afonso Dias de Lima

BELÉM – PA
2022
INTRODUÇÃO

Émile Durkheim foi um sociólogo, filósofo e antropólogo judeu francês.


É considerado o "Pai da Sociologia", pois trouxe para esta ciência elementos como a pesquisa
quantitativa para embasar os estudos. Também conseguiu que a Sociologia fosse considerada
um disciplina acadêmica.

Figura 01 – Émile Durkheim

Fonte: https://www.rue-des-livres.com/auteurs/3647/emile-durkheim.html

Nessa imagem mostra como o grande sociólogo que revolucionou a história era.
Pelo fato de ter sido o primeiro a criar um método sociológico que distinguiu a sociologia das
demais ciências humanas. O pensador também ocupa, junto a Karl Marx e Max Weber, a tríade
da sociologia clássica. O seu método está baseado no reconhecimento e estudo do que ele
chamou de fatos sociais. É o criador da teoria da coesão social. Junto com Karl Marx e Max
Weber, formam um dos pilares dos estudos sociológicos.
Diretamente influenciado pelo positivismo de Auguste Comte, dedicou sua trajetória
intelectual a elaborar uma ciência que possibilitasse o entendimento dos comportamentos
coletivos. Sua grande preocupação era explicar os elementos capazes de manter coesa a nova
sociedade que ia se configurando após a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
SUA BIOGRAFIA

Émile Durkheim nasceu em Épinal, região de Lorena, na França, no dia 15 de abril de


1858. Descendente de família judia, filho e neto de rabinos, desde cedo foi preparado para
seguir o mesmo caminho, mas rejeitou sua herança judaica.
Estudou no Colégio d’Epinal e no Liceu, em Paris. Interessou-se inicialmente por
filosofia e estudou na Escola Normal Superior de Paris. Seus estudos incluíam Direito e
Economia (sua formação acadêmica inicial), Filosofia (disciplina que lecionou em liceus
franceses), Ciências da Natureza, principalmente a Biologia de Herbert Spencer, pensador que
marcou profundamente os seus estudos em relação aos modelos biológicos de aplicação
sociológica, e a Psicologia, por meio do Laboratório de Psicologia Experimental, de Wilhelm
Wundt.
Seus estudos variados induziram Durkheim a procurar modelos biológicos e sociais
conjuntos e também a tecer um olhar diferenciado para a Antropologia. O conjunto de fatores
resultou na formulação da teoria dos fatos sociais, que afirmaria a primazia do entendimento de
fatos gerais que marcam as sociedades (como leis), os quais seriam maiores e mais facilmente
explicáveis que as questões individuais psicológicas.
Entre 1885 e 1886, Durkheim realizou uma viagem de estudo na Alemanha,
especializando-se em Sociologia. Dentro da Sociologia educacional filiou-se à corrente
denominada Pedagogia Social.
Aos 29 anos de idade, Durkheim passou a integrar o corpo docente da Universidade de
Bordéus, como encarregado de cursos, criando e ocupando a primeira cátedra de Sociologia no
ensino superior. A partir daí foi marcado o início oficial da Sociologia enquanto disciplina e
ciência autônoma, apesar das primeiras ideias e o nome terem surgido anos antes com o filósofo
francês Auguste Comte.
Em 1887, Durkheim foi nomeado professor da primeira cadeira de Ciências Sociais,
associada à educação, na Universidade de Bordeaux. Em 1896 fundou a revista “L’Année
Sociologique”, quando reuniu um eminente grupo de estudiosos. Em 1902, foi convidado para
lecionar Sociologia e Pedagogia na Sorbonne
Toda a produção intelectual de Durkheim, a partir de 1887, voltou-se para o estudo da
Sociologia e do entendimento do que ele chamou de fatos sociais, que seriam leis gerais que
regem as sociedades e conferem ao cientista a chave para o estudo sociológico.
Em 15 de novembro de 1917, Durkheim faleceu na cidade de Paris após ter apoiado
intelectualmente e com forte apelo nacionalista a França na Primeira Guerra Mundial
DIVISÃO DE TRABALHO SOCIAL

Émile Durkheim em 1893 ele publicou sua tese de doutoramento, intitulada De la


Division du Travail Socia ( A Divisão de Trabalho Social), estudo em que aborda a interação
social entre os indivíduos que integram uma coletividade maior: a sociedade.
Trata-se de um tema central no pensamento sociológico de Durkheim, cujo principal interesse
é desvelar os fatores que possibilitam a coesão (unidade, estabilidade) e a permanência (ou
continuidade) das relações sociais ao longo do tempo e de gerações.
Durkheim, tal como Comte, pensava que o homem é fortemente moldado pela sociedade
em que ele vive (expressando-se de maneira técnica, ele diz que a consciência individual é
sempre moldada e condiciona pela consciência coletiva, isto é, pela mentalidade média da
sociedade, seu conjunto de valores e ideias dominantes) e que, por isso, o interesse do sociólogo
deve voltar-se apenas para os padrões sociais. Por essas e outras raízes, aliás, é que Durkheim
é considerado um autor positivista e o mais famoso continuador da perspectiva comteana. De
fato, não obstante criticar vários aspectos secundários do pensamento de Comte (em especial,
a incerteza de suas ideias, a religião da humanidade e o projeto político positivista), Durkheim
assumiu como suas as ideias-chaves do seu predecessor: a necessidade de um conhecimento
social capaz de compreender as características da sociedade moderna, a crença na incapacidade
da filosofia de cumprir esse papel, o projeto de construção de uma ciência da sociedade
independente da filosofia, a ideia de que esta ciência deve tomar como modelo as ciências
naturais e a tese de que o trabalho do sociólogo deve focar-se nos padrões sociais.
Do ponto de vista do método, como vimos, Durkheim considerava que o sociólogo deve,
tal como o físico e o químico, buscar por padrões de regularidade, que, no caso dele, seriam os
fatos sociais. Além disso, fortemente influenciado pelas ciências naturais - seu modelo de
pensamento, o sociólogo francês afirmava que as virtudes principais de um pesquisador social
são a neutralidade e a objetividade. Na prática, isto significa que um sociólogo jamais deve
permitir que os seus valores pessoais ou a sua visão de mundo interfiram no seu trabalho. Sua
análise deve ser meramente descritiva, nunca avaliativa, concentrada apenas em compreender
a sociedade que está pesquisando, não em julgá-la ou classificá-la.
Émile Durkheim destacou-se pela explicação que desenvolveu para a origem da
sociedade capitalista moderna. Ele acreditava que toda sociedade se formava em torno de um
determinado grau de consenso. Ou seja, os indivíduos daquele grupo compartilhavam, em
algum nível, uma crença que mantinha a sociedade unida. Essa união recebeu o nome de coesão
social. Na passagem das sociedades tradicionais para a Modernidade Durkheim observou uma
mudança no mecanismo de coesão e unidade da sociedade, mecanismo conhecido como
solidariedade social.
Durkheim esclarece que a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão
social, está baseada num grau de consenso entre os indivíduos e que ele designa de
solidariedade. De acordo com o autor, há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica

O QUE É SOLIDARIEDADE MECÂNICA?

Para ele, a solidariedade mecânica é fundamentada nas tradições, nos hábitos e na moral;
características muito presentes em sociedades pré-capitalistas. Já a solidariedade orgânica é
baseada na interdependência gerada pela especialização do trabalho no modo de produção
capitalista.
A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas" ou
"arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas
sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais
tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários
a subsistência do grupo, essa correspondência de valores assegura a coesão social
Nessas sociedades, o direito é fundamentado na manutenção dos costumes para garantir
que sejam respeitados e que a sociedade permaneça coesa em torno dessas tradições.
Assim, a coesão social é garantida pela tradição, pela moral e pelos costumes, que
possuem uma grande força, capaz de unir indivíduos.
Nessas sociedades, o direito é fundamental na manutenção dos costumes para garantir que
sejam respeitados e que a sociedade permaneça coesa em torno dessas tradições.
Desse modo, a solidariedade mecânica atua como mecanismo baseado em crenças
comuns, que possibilitam a vida em sociedade

O QUE É SOLIDARIEDADE ORGÂNICA?

De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas
sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação
individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não
compartilharem dos mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante
distintos e a consciência de cada indivíduo é mais acentuada
A divisão econômica do trabalho social é mais desenvolvida e complexa e se expressa
nas diferentes profissões e variedade das atividades industriais. Durkheim emprega alguns
conceitos das ciências naturais, em particular da biologia (muito em uso na época em que ele
começou seus estudos sociológicos) com objetivo de fazer uma comparação entre a
diferenciação crescente sobre a qual se assenta a solidariedade orgânica. Durkheim concebe as
sociedades complexas como grandes organismos vivos, onde os órgãos são diferentes entre si
(que neste caso corresponde à divisão do trabalho), mas todos dependem um do outro para o
bom funcionamento do ser vivo. A crescente divisão social do trabalho faz aumentar também o
grau de interdependência entre os indivíduos. Para garantir a coesão social, portanto, onde
predomina a solidariedade orgânica, a coesão social não está assentada em crenças e valores
sociais, religiosos, na tradição ou nos costumes compartilhados, mas nos códigos e regras de
conduta que estabelecem direitos e deveres e se expressam em normas jurídicas: isto é, o direito.
Desse modo, a solidariedade orgânica se dá a partir da compreensão da sociedade como
um corpo no qual o bom funcionamento necessita de que os diferentes órgãos cumpram suas
funções de forma interligada e interdependente.

Figura 02 – Quadro sobre Solidariedade Mecânica e Solidariedade Orgânica

Fonte: https://www.todamateria.com.br/durkheim-solidariedade-mecanica-e-organica/

Neste quadro mostra exatamente como funciona a Solidariedade Mecânica e


Solidariedade Orgânica, e como vemos em relação aos indivíduos na Solidariedade Mecânica
eles são independentes e semelhantes entre si e já na Orgânica eles são diferentes entre si, mas
interdependentes.
PARA DURKHEIM OQUE É SOLIDARIEDADE?

Em sua obra Da Divisão do Trabalho Social (1893), Durkheim afirma que a


solidariedade é uma relação moral que faz com que os indivíduos se percebam como
pertencentes a uma mesma sociedade.
São valores baseados nas tradições, nos costumes e na forma de atuação na sociedade
que regem as ações e garantem que o mesmo modo de vida seja compartilhado por esses
indivíduos, impedindo o caos social.
Dentre todos esses fatores, Durkheim concebe o trabalho como o principal gerador de
solidariedade. O trabalho define o modo como os indivíduos atuam e se organizam socialmente,
fator determinante para a coesão social.
Segundo ele, o homem seria um animal bestial que só se tornou humano na medida em
que se tornou sociável.
Por isso, o processo de aprendizagem, que foi chamado de "socialização" por Durkheim,
é o fator basilar na construção de uma “consciência coletiva”.
Através da educação formal entramos em contato com ideias que nos darão o sentimento
de pertencimento ao grupo, seja ele uma igreja ou a uma pátria.
Desta forma, a vida na cidade e sob o capitalismo, retiraria do ser humano suas
referências identitárias para criar seres sem esperança. Somente com a construção de uma escola
laica e de valores morais seria possível superar este impasse.

OQUE É FATO SOCIAL?

O fato social é a realidade que já encontramos quando nascemos: escola, governo,


religião, ritos sociais. Resumindo: tudo aquilo que temos que cumprir por obrigação social ou
porque a lei pode nos punir.
Aqui, três propriedades são cruciais: generalidade, exterioridade e coercitividade. Estas
são as leis que conduzem o comportamento social, ou seja, o que governa os fatos sociais.
O ser humano não é responsável pelos fatos sociais. Afinal, o que as pessoas sentem,
pensam ou fazem não dependem totalmente de suas vontades individuais, pois são uma conduta
instituída pela sociedade.
Segundo Durkheim, não é o indivíduo que molda a sociedade, mas sim o contrário, a
sociedade molda o indivíduo, e os “fatos sociais” são maneiras de agir, de pensar, de sentir que
se impõem aos indivíduos, dados pelo coletivo, pela sociedade. Porém nem todas as ações do
indivíduo podem ser consideradas “fatos sociais” para Durkheim. Ele afirma que os fatos
sociais tem 3 características básicas: exterioridade; coercitividade; e generalidade/coletividade.
Vamos a explicação de cada uma:

 Exterioridade: os fatos sociais são exteriores pois existem independentes das


consciências individuais. Os indivíduos já ao nascer encontram as normas e regras de
conduta prontas, tendo sido criadas pela coletividade, cabendo a eles apenas aprendê-
las.
 Coercitividade: os fatos sociais são coercitivos pois se impõem ao indivíduo, ainda que
não exista uma lei nos obrigando a fazer determinadas coisas há fazemos, pois contrariar
alguns fatos pode ser inviável ou até mesmo muito prejudicial ao indivíduo.
 Generalidade ou Coletividade: os fatos sociais são gerais porque são coletivos. Os fatos
sociais se manifestam nos indivíduos pois estão na sociedade e só podem ser entendidos
ao serem analisados dessa forma: do coletivo para o individual.

QUAL A DIFERENÇA DE FATO SOCIAL NORMAL E PATOLÓGICO?

Os fatos sociais podem ser normais ou patológicos. Os fatos sociais normais são aqueles
que decorrem do desenvolvimento da sociedade dentro de uma norma comum, de um padrão
comum da vida que visa o aprimoramento dos indivíduos e a manutenção da coesão desses e
da vida em sociedade. O fato social normal preza por uma ordem institucional e da vida
individual e mantém em funcionamento os laços solidários que unem os indivíduos de um
grupo.
O fato social patológico é aquele que se desenvolve fora da norma, como uma doença.
Ele é perigoso, e quando atinge uma dimensão maior, pode afetar negativamente a sociedade.
Os fatos sociais patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o homicídio e a violência como
um todo. Quando uma sociedade vê-se tomada pela criminalidade e pela violência, é possível
dizer que há o efeito de um fato social patológico, que foge da normalidade esperada por uma
sociedade.
O fato social normal preza por uma ordem institucional e da vida individual e mantém
em funcionamento os laços solidários que unem os indivíduos de um grupo. ... Os fatos sociais
patológicos podem ser, por exemplo, os crimes, o homicídio e a violência como um todo.
O SUICÍDIO PARA DURKHEIM

Durkheim entende que o suicídio é um fato social presente em todas as sociedades,


variando apenas os números e os tipos de suicídio desenvolvidos em diferentes sociedades. Ele
considera o suicídio como “toda morte que resulta mediata ou imediatamente de um ato positivo
ou negativo realizado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado”.
Isso significa que o suicídio é classificado como tal apenas quando há a intenção do
suicida de provocar a própria morte, deixando de lado os casos acidentais ou de imprudência.
Existem três tipos de suicídio que marcam as sociedades e variam, de acordo com cada lugar e
cada tempo. São eles:
 Suicídio egoísta: acontece quando o ego pessoal sobrepõe-se ao ego social, e o
indivíduo passa a sofrer por não ver mais sentido em sua própria vida. Essa falta de
sentido faz com que o ego individual seja visto como maior que o ego social, de modo
que não há sentido em continuar sofrendo por uma sociedade que não o compreende
como indivíduo.
 Suicídio altruísta: nesse caso, acontece o inverso do caso apresentado anteriormente,
pois o ego social e coletivo é encarado como maior que o ego individual, de modo que
a pessoa encontra-se disposta a tirar a sua própria vida em nome de um objetivo que,
em seu julgamento, será bom para a coletividade. Podemos citar o exemplo dos pilotos
kamikaze japoneses que, na Segunda Guerra Mundial, com a falta de projéteis,
lançavam seus próprios aviões nos alvos, causando suas próprias mortes.
 Suicídio anômico: comum em períodos de crise financeira, política e de valores, esse
tipo de suicídio é provocado por uma desordem social que leva a uma desordem psíquica
no indivíduo. Esse que, muitas vezes, era detentor de muitos bens e de uma estrutura de
vida estável até perder toda a ordem financeira e/ou psicológica que possuía. No
momento da perda e sem saber lidar com a nova situação, o indivíduo provoca a sua
própria morte.

Figura 03 – Capa do livro de Durkheim “"O Suicídio (1897)”


Fonte:https://www.amazon.com.br/suic%C3%ADdio-Estudo-sociologia-%C3%89mile-
Durkheim/dp/8578273850

OQUE É ANOMIA SOCIAL?

Anomia significa a ausência de “nomia”, ou seja, de norma, de regras. Esse termo é


usado para retratar fatos em que o indivíduo está diante de uma situação na qual não encontra
regras que balizem seu comportamento, sentindo-se, por isso, emocionalmente perdido frente a
uma situação caótica. Esse sentimento é comum aos seres humanos porque este procura pautar
suas ações em regras coletivas impostas pela própria sociedade, não de maneira direta, mas por
meio de traições e comportamentos que são tidos como padrões. Na falta destes, uma total
liberdade, pode acarretar, para muitas pessoas, segundo Durkhein, num atordoamento quase
imobilizante.

Figura 04- Quadro sobre o Controle Social


Fonte:https://culturalivre.com/anomia_social_coercao_social_teoria_de_emile_durkheim_sociologia/

Essa situação, na qual o indivíduo perde o sentimento de participação comunitária, de


acordo com a teoria da Anomia Social, pode levá-lo ao suicídio. Durkhein defendia que uma
situação de anomia pode ser causada devido a uma mudança brusca nas relações sociais. Por
isso, esse sociólogo alemão via revoltas sociais com um olhar de desconfiança, pois as
considerava como abaladoras de um caminho que poderia ser pacífico, rumo a uma evolução
sem grandes anomias, ou seja, sem grandes perturbações nas regras de comportamento que
pacificavam o homem fazendo-o sentir parte de um bem maior, dando-lhe objetivo de vida e
prevenindo-o de suicidar.

EXEMPLOS DE ANOMIA SOCIAL PARA DURKHEIM

Há diversas situações que podem ser consideradas como exemplos de anomia social, ou
seja, de desorganização da comunidade na qual o indivíduo se insere, são elas:
 falta de consciência coletiva
 luta de classes ou surgimento de novas
 falta de identidade social
 descontentamento mundial
Durkhein considerava que uma sociedade em estado de anomia social, poderia ser
considerada doente, vítima de uma patologia, podendo ser diagnosticada por meio da
observação de instituições enfraquecidas, quebra de valores tradicionais, condições miseráveis
ou marginalização de algumas parcelas da sociedade. Quando a anomia se faz presente, há a
violação dos indivíduos sobre as normas de conduta social, expressa-se crise.
Em vista de tudo o que foi falado sobre a teoria de Durkhein, pode parecer paradoxo,
contudo, para ele, o crime não era anômico, não representava uma quebra das normas vigentes,
pois simboliza uma função social, que indicava a falta de consiência coletiva como real
causadora do problema, ou seja, a anomia em si.

COESÃO SOCIAL

A coesão social, essencialmente, é o que mantem um grupo social unido e operando de


forma constante dentro da sociedade. Ela tem a ver com a identidade que um grupo é capaz de
criar e reproduzir para si e para os outros, e também tem a ver, então, com suas normas e valores,
que o caracterizam. A coesão social pode ser trabalhadas em grupos menores da sociedade, mas
é mais correto buscar percebê-la para uma sociedade em si. Como a sociedade pode ter
subgrupos muito plurais, a forma de manter controladas as diferenças também entra no debate
sobre coesão social.
Coesão social são fundamentos comuns da ordem social mantidos em sociedades
diversas. Essa sociedade é representada por laços que unem os indivíduos dentro da sociedade
e entre si. Esses laços que mantêm a coesão social são pautados em:
 valores sociais
 costumes
 regras ed conduta
 dogmas
 valores religiosos
A coesão das sociedades tradicionais deriva do seu compartilhar de costumes, valores,
normas e crenças sociais, de forma que ela é bastante homogênea. A nova coesão que surge
para as sociedades modernas deriva do oposto. Com a industrialização e a maior complexidade
do trabalho de algumas sociedades, a coesão social deriva da interdependência das partes do
sistema, já que cada trabalho colabora com uma parte da produção social. Para Durkheim, esse
movimento de coesão se chamará solidariedade, pensando em como as partes do social
colaboram para a produção do trabalho. As sociedades tradicionais teriam uma solidariedade
mecânica, e as sociedades modernas uma solidariedade orgânica.
Porém, não apenas Durkheim tratou o tema da coesão social, como também os demais
autores clássicos da sociologia e ainda Talcott Parsons. Nesta última visão, o autor defende que
a coesão é mantida através de um consenso sobre os valores da sociedade. E estes valores são
transmitidos e mantidos por instituições sociais, como família, a escola e as mídias. Esse
consenso ainda seria fruto da ação individual, que buscaria manter a coesão a partir da sua
participação e compartilhamento desses valores.

COERÇÃO SOCIAL

A coerção social de Durkhein, tem caráter impostivo, decorre de uma força externa que
acomete o indivíduo, mesmo contra sua vontade. Ela tem função de exercer limites, estruturar
a vida humana e suas ações, levando-o a agir de certo modo “sob pressão”, mesmo que esse
não perceba, pois certas regras já estão incutivas em seu comportamento devido a convivência
comunitária que abriga uma consciência coletiva, conforme já visto.
Caso o indivíduo não seja coagido a agir de certo modo, por meio da consciência
coletiva, repressão e sanções punitivas se farão valer. Contudo, usualmente, leis, sistemas
educacionais, códigos de conduta e moral, já são o suficiente para garantirem que não haja
anomia social que demande maior nível de coerção que não seja àquele já imposto por meio da
consciência coletiva. Portanto, podemos concluir que a coerção social constitui-se como um
instrumento de submissão do indivíduo à sociedade.~
As normas não necessariamente estão inscritas em forma de documentos legais. Podem
estar inserida de forma simbólica no espaço, manifestada na sua organização e estrutura.
A coerção social pode ser exercida por um grupo grande ou pequeno de indivíduos,
manifestando-se de forma física ou psicológica. O pressão que sofremos para usarmos roupas
ao sair de casa é um exemplo desse conceito, assim como usarmos talheres para comer ou não
praticarmos assassinatos.
A coerção social mais eficiente é aquela que é internalizada pelo indivíduo a ponto dele
achar que faz determinadas coisas por sua livre escolha, como por exemplo, colocar uma roupa
bonita para ir a uma festa.

QUAL A DIFERENÇA ENTRE COESÃO E COERÇÃO SOCIAL?

A coerção social está ligada diretamente a ao ato de corrigir o individuo, já a coesão


social são os laços que o individuo forma na sociedade e entre si.

CONSCIENCIA COLETIVA PARA DURKHEIM

A consciência coletiva, para Durkhein, é entendida como uma força motriz, exercida,
coletivamente, sobre o indivíduo, adequando-o na conformidade para com as normas sociais.
Essas regras que podem ser interpretadas como a tradição moral e cultural de um povo,
independem da singularidade do indivíduo, pois já se fazem presente desde antes do nascimento
deste.
As crenças e sentimentos comuns à media da população, praticamente, formam uma
entidade que é exterior ao próprio indivíduo e se retroalimenta deste, ao mesmo tempo em que
exerce uma força coercitiva sobre seus membros desde o nascimento, controlando-o por meio
de pressão moral e psicológica, ditando o seu comportamento. Essa consciência coletiva é
reforçada por meio de instituições formais, como escolas infantis, que ensinam crianças
comportamentos comunitários, desde à vestimenta à alimentação.
A consciência coletiva é capaz de coagir ou constranger os indivíduos a se comportarem
de acordo com as regras de conduta prevalecentes. A consciência coletiva habita as mentes
individuais e serve para orientar a conduta de cada um de nós. Mas a consciência coletiva está
acima dos indivíduos e é externa a eles. Com base neste pressuposto teórico, Durkheim chama
atenção para o fato de que os fenômenos individuais devem ser explicados a partir da
coletividade e não o contrário.

INFLUÊNCIAS DE DURKHEIM

Durkheim foi influenciado por pensadores de sua época, do mesmo modo que
influenciou pensadores do círculo intelectual europeu do século XIX e de tempos posteriores.
Entre as suas influências, podemos citar o biólogo, téorico liberal e pai da
antropologia Herbert Spencer. Também podemos incluir na lista o filósofo liberal
positivista Alfred Espinas.
Além de Spencer e Espinas, Durkheim foi influenciado diretamente pelo filósofo francês
considerado o “pai” da sociologia, Auguste Comte. De Comte, Durkheim colheu a ideia
da criação de uma ciência capaz de estudar a sociedade e reconhecer as suas especificidades.

Figura 05- Foto de Augusto Conte

Fonte: https://fineartamerica.com/featured/2-auguste-comte-1798-1857-granger.html4

Porém, Durkheim foi além ao produzir uma crítica à teoria de Comte que consolidaria
a sociologia como uma ciência bem fundamentada.
Segundo Durkheim, o que Comte fez não fundou a sociologia como uma ciência bem
definida e nem ultrapassou a filosofia, pois continuou formulando teorias no campo do ideal
metafísico, que eram impossíveis de serem praticadas. Dessa maneira, Durkheim buscou
fundar um método baseado no reconhecimento dos fatos sociais para inaugurar uma
sociologia bem estruturada.
Durkheim criticou algumas ideias de Comte relacionadas à sociologia, o que demonstra
as influências sofridas pelo pensador considerado o criador do método sociológico por aquele
que é considerado o “pai” da sociologia (Comte). Para Durkheim, apesar da pretensão oposta,
o modelo sociológico comtiano é demasiadamente filosófico, pois a base do positivismo e da
sociologia é a Lei dos Três Estados, que não recorre a um método preciso de observação e
estudo rigoroso de uma sociedade, mas de uma abstração.
Ao contrário disso, Durkheim desenvolveu o conceito de fatos sociais, que
são estruturas que tendem a se repetir em diferentes sociedades, mostrando-se elementos
rígidos que podem garantir certo rigor científico ao trabalho sociológico, uma vez que podem
ser analisados empiricamente.

OBRAS DE ÉMILIE DURKHEIM

A seguir, os livros de sociologia escritos por Durkheim.

Elementos de Sociologia (1889)


A Divisão do Trabalho Social (1893)
As Regras do Método Sociológico (1895)
O Suicídio (1897)
As Formas Elementares da Vida Religiosa (1912)
Educação e Sociologia (1922 – publicação póstuma)
Sociologia e Filosofia (1924 – publicação póstuma)
A Educação Moral (1925 – publicação póstuma)
O Socialismo (1928 – publicação póstuma)
ALGUMAS FRASES DE DURKHEIM

"É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando
existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter."

"A sociedade e cada meio social particular determinam o ideal que a educação realiza."
"Se todos os corações vibram em uníssono, não é por causa de uma concordância espontânea e
preestabelecida; é que uma mesma força os move no mesmo sentido. Cada um é arrastado por
todos."

"A religião não é somente um sistema de ideias, ela é antes de tudo um sistema de forças."

COMENTÁRIOS PESSOAIS

Émilie Durkheim foi um grande sociólogo que revolucionou a sociologia, o modo de


ver e pensar sobre as coisas, através de suas obras e toda sua trajetória, Suas principais obras
como “Fatos Sociais’, “Divisão de Trabalho Social” e “O Suicídio”
Através delas, percebemos coisas que estavam em nossas caras mas não percebíamos,
como a consciência coletiva como foi citado no trabalho mas significa o mesmo pensamento
em varias pessoas, ou de uma forma mais formal, um conjunto de crenças e de sentimento
comum na maioria dos membros de uma mesma sociedade. A consciência coletiva é bem vista
em nosso cotidiano. Como (aqui no Pará) o pensamento de que todos os paraenses devem gostar
de açaí por ser uma fruta típica e muito vista aqui, é um pensamento que muitas pessoas tem
em comum ,mas que é totalmente normal alguém não gostar de algo oque está pessoa acaba
sofrendo zoações e críticas por isso.
Junto de Comte, Weber, E Karl Marx, Durkheim tem uma influência até os dias de hoje
por suas concepções acerca da sociologia e do espaço social, assim como o indivíduo e sua
relação com os mecanismos de organização.

Figura 06- Foto de Émilie Durkheim


Fonte:https://atelierdeducadores.blogspot.com/2010/05/emile-durkheim-e-o-pensamento.html

Aplicou este conceito em sua obra O suicídio: um estudo sociológico (1897), Durkheim
tentou demonstrar as razões pelas quais os indivíduos cometem suicídio. Analisando as taxas
de suicídio, chegou à conclusão de que este ato é produto de um profundo conflito relacionado
com o meio social exterior.
Foi preciso que o sociólogo deixe de lado seus valores e sentimentos pessoais em relação
ao acontecimento a ser estudado, pois eles nada têm de científico e podem distorcer a realidade
dos fatos.
REFERÊNCIA

Toda Maéria. Émilie Durkheim. Disponivel em:


https://www.todamateria.com.br/durkheim/ Acesso em 02 de Junho de 2022

UOL. Émile Durkheim. Disponível em:


https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/emile-durkheim.htm Acesso em 02 de Junho
de 2022

EBiografia. . Émile Durkheim. Disponível em:


https://www.ebiografia.com/emile_durkheim/ Acesso em 02 de Junho de 2022

UOL. Durkheim (1) - A divisão do trabalho. Disponível em:


https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/durkheim-1-a-divisao-do-trabalho-
social.htm Acesso em 02 de Junho de 2022

InfoEscola. Biografia de Émile Durkheim. Disponível em:


https://www.infoescola.com/biografias/emile-durkheim/ Acesso em 02 de Junho de 2022

TodaMatéria. Solidariedade Mecânica e Orgânica. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/durkheim-solidariedade-mecanica-e-organica/ Acesso em 02
de Junho de 2022

Profes. Émile. Durkheim e os Fatos Sociais. Disponível em:


https://profes.com.br/lucas_cassuriaga/blog/emile-durkheim-e-os-fatos-sociais Acesso em 03
de Junho de 2022

VocêPergunta. Oque é fato Social Normal e Patológico para Durkheim. Disponível em:
https://vocepergunta.com/library/artigo/read/11988-o-que-e-fato-social-normal-e-patologico-
para-durkheim Acesso em 03 de Junho de 2022

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