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Émile Durkheim nasceu em 1858, na França. Viveu parte de sua vida na Alemanha
e retornou a França, onde morreu em 1917. O sociólogo viveu em uma sociedade
marcada pelas transformações estabelecidas pela Revolução Francesa e Revolução
Industrial. A sociedade francesa vivia um momento de grande expansão
econsolidação das indústrias, organização e fortalecimento das associações de
trabalhadores, intensas greves, lutas sociais e início da propagação das ideias
socialistas. Influenciado pela ideia positivista de Auguste Comte, de ordem social e
racionalidade científica para estudar a sociedade, Durkheim passa a desenvolver
sua própria teoria que insere a prática - e não somente a discussão - de teorias
puras.Estudou no Colégio d’Epinal e no Liceu, em Paris. Interessou-se inicialmente
por filosofia e estudou na Escola Normal Superior de Paris. Terminado seus
estudos, lecionou em diversos liceus provinciais franceses.Entre 1885 e 1886,
Durkheim realizou uma viagem de estudos na Alemanha e especializou-se em
Sociologia. Dentro da Sociologia educacional filiou-se à corrente denominada
Pedagogia Social. Foi fortemente influenciado pelos métodos de psicologia
experimental de Wilhelm Wundt.Em 1887, Durkheim foi nomeado professor da
primeira cadeira de Ciências Sociais associada à educação, criada na França, em
Bordéus. Em 1896 fundou a revista “L’Année Sociologique”, quando reuniu um
eminente grupo de estudiosos. Em 1902 foi convidado para lecionar Sociologia e
Pedagogia na Sorbonne, onde permaneceu até sua morte.No âmbito das
investigações, Émile Durkheim deixou um dos principais trabalhos de contribuição à
sociologia com a publicação da obra “Divisão do Trabalho Social” (1893) na qual
analisa as funções sociais do trabalho e procura mostrar a excessiva especialização
e a desumanização do trabalho que ascendeu com a Revolução Industrial.
Durkheim sublinhava, em seus estudos, os grandes riscos que tal evolução
significava para o bem e o interesse comum da sociedade. Em 1895, Émile
Durkheim publicou sua obra fundamental, “As Regras do Método Sociológico”, que
constitui uma síntese da Sociologia como uma nova ciência social. Nele, Durkheim
delimita o campo da nova ciência e propõe uma metodologia de estudo, condição
indispensável ao estabelecimento da legitimidade de qualquer ciência.Para ele, o
objetivo do estudo da Sociologia não pode ser baseado em uma soma de indivíduos
e sim em um fato social. Dentro de sua perspectiva, os fatos sociais devem ser
considerados como “coisas”, com existência própria, exteriores às consciências
individuais.As ideias de Durkheim influenciaram decisivamente a Antropologia do
século XX. Na França, é possível mencionar Mauss, que desdobrou e aprofundou o
fato social durkheimiano em seu conceito de fato social total, e Claude Lévi-Strauss
(1908-2009), que conversou criticamente com as teses de Durkheim sobre o
totemismo e as formas de classificação. Na Grã-Bretanha, Radcliffe-Brown
(1881-1955), Mary Douglas (1921-2007) e Victor Turner (1920-1983) foram alguns
dos autores que dialogaram com sua obra. Radcliffe-Brown foi o principal introdutor
de Durkheim em solo anglo-saxão, influenciado não só por seus escritos sobre o
totemismo, como também por seus textos de teor metodológico, por exemplo, As
regras do método sociológico (1895). A partir deles, Radcliffe-Brown formula seus
conceitos de função e de estrutura, almejando construir um programa antropológico
com bases científicas, de modo similar ao realizado por Durkheim com a Sociologia.
Douglas, por sua vez, parte de sugestões de Durkheim sobre a oposição entre
sagrado e o profano, e sobre a importância dos rituais na vida social, para analisar
sistemas classificatórios (de “pureza” e “poluição”) em perspectiva comparada;
assim como recupera criticamente o autor em sua análise das instituições. Já Turner
reivindica para si as compreensões durkheimianas do ritual e o seu papel para o
fortalecimento de laços sociais em função da “efervescência coletiva” que os ritos
promoveriam. A despeito das críticas que as formulações do autor conhecem na
Antropologia contemporânea – por exemplo, sua defesa do fato social “como coisa”,
exterior e anterior ao indivíduo – releituras de sua obra continuam a ser feitas em
diversos domínios. No Brasil, as ideias de Durkheim aportam com os professores
que integraram as missões francesas dos anos 1930 na Universidade de São Paulo,
como Roger Bastide (1898-1974), por exemplo. Mais recentemente, a publicação
pela editora da Universidade de São Paulo, desde 2016, da Biblioteca
Durkheimiana, uma série de livros escritos por Durkheim e seus colaboradores, em
versões bilíngues e com dossiês críticos, é uma das evidências do interesse que
sua obra ainda parece despertar.
Legado: A obra de Durkheim continua a ser estudada e debatida nos dias de hoje,
sendo considerada uma contribuição importante para a compreensão da sociedade
e do comportamento humano. Suas teorias também influenciaram o
desenvolvimento de outras áreas da sociologia, como a sociologia da religião e a
sociologia da educação.
"Da Divisão do Trabalho Social" (1893): Nesta obra, Durkheim argumenta que a
divisão do trabalho é essencial para o desenvolvimento da sociedade e da
solidariedade social. Ele argumenta que a especialização do trabalho e a
interdependência entre as pessoas são cruciais para garantir a coesão social.
Fontes:https://querobolsa.com.br/enem/sociologia/emile-durkhe
im
https://www.ebiografia.com/emile_durkheim/
https://ea.fflch.usp.br/autor/emile-durkheim