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Disciplina: PI - FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS E ANTROPOLÓGICOS

Curso: Engenharia da computação

Professor: Adauto Viana

Aluno: João Vitor

FICHAMENTO DE RESUMO
Referencia: SELL, Carlos Eduardo. Sociologia Clássica: Durkheim, Weber e Marx. Itajaí:
UNIVALI, 2001.
O resumo é dividido em 2 capítulos, sendo eles Capítulo I – Sociologia: origens e
abordagens Capítulo II – Émile Durkheim
O objetivo destes capítulos é abordar sobre:
Origens da sociologia
Augusto Comte
Dimensões de análise
Vida e obras
Teoria sociológica funcionalista
Modernidade e divisão social do trabalho
Projeto político conservador.

No primeiro Capítulo, Carlos Sell faz uma introdução a sociologia, explicando sua origem
no séc. XIX. Três acontecimentos são considerados fundamentais para a origem dessa
ciência: O primeiro é de ordem econômica: a revolução industrial. O segundo é de ordem
política: a revolução francesa, e o terceiro, de ordem cultural, são na verdade dois: o
iluminismo e o renascimento. Esses acontecimentos mudaram o rumo da história da
humanidade, alterando seus aspectos econômicos, políticos e culturais, dando origem a
estrutura do mundo atual. Essas transformações geraram inúmeras dúvidas e
questionamentos sobre o motivo delas ocorrerem, as causas e conseqüências delas, e
como agir diante de tudo o que estava acontecendo. Essa necessidade de compreensão da
sociedade e de saber como proceder neste grande momento de crise foi o que fomentou
a criação da sociologia.

Considerado o “pai da sociologia”, Augusto Comte não poderia ficar de fora dessa
introdução. Comte foi um dos maiores responsáveis por fundamentar a sociologia como
ciência. Ele também é considerado o fundador do positivismo, o que influenciou na
definição da sociologia. Para ele, a ciência é a única explicação legítima da realidade. Os
métodos das ciências sociais deveriam ser os mesmos que os das ciências naturais, o que
mais tarde, Max Weber vai refutar.

O último item do capítulo traz uma tabela com um resumo das características (os três
eixos fundamentais citados no início deste texto) de cada autor: a Teoria sociológica, a
Teoria da Modernidade e o Projeto Político, e também, a explicação desses eixos. Essa
tabela serve para apresentar ao “aluno” o quê ele verá mais detalhadamente nas
próximas páginas do livro.
Vamos então aos clássicos da sociologia: Apresentado no segundo capítulo, Émile
Durkheim (1858-1917), pensador francês, conservador, seguidor do positivismo de
Augusto Comte, tinha como teoria sociológica a Sociologia funcionalista, criada por ele
mesmo. Durkheim parte da idéia de que a sociedade (objeto) é superior ao indivíduo
(sujeito), pois as estruturas sociais são criadas pelos homens, mas passam a funcionar
independentemente deles, controlando suas ações. Seu método funcionalista tem como
primeira regra fundamental considerar os fatos sociais como coisas, que parte do princípio
de que a realidade social é idêntica a realidade da natureza, pois as “coisas” da natureza
funcionam de modo independente das ações humanas (assim como a sociedade). Os fatos
sociais são o seu objeto de estudo. Eles são de caráter exterior (provém da sociedade e
não do indivíduo), objetivo (Existe independentemente do indivíduo) e coercitivo (são
impostos pela sociedade ao indivíduo). Sendo assim, eles são produtos da sociedade.
Esses fatos sociais existem porque cumprem uma função, explicá-los seria demonstrar a
função que eles exercem. Durkheim comparava a sociedade como um corpo vivo, no qual
cada órgão cumpre uma função. Esses órgãos podem ser: o governo, a escola, a religião, a
família, o exército, as leis, empresas, lazer, etc.

Além da criação do método funcionalista, Durkheim trabalhou como teoria da


modernidade, a análise da função que a divisão social do trabalho (1893) exercia nas
sociedades modernas. Neste período, a sociedade passava por um processo de evolução
caracterizado pela diferenciação social. Esse processo se inicia na solidariedade mecânica
e termina na solidariedade orgânica. Durkheim constrói sua teoria interpretando esse dois
tipos de sociedade a partir de três componentes básicos: Os laços de solidariedade
existentes na comunidade, a sua organização e as suas leis. Assim temos referente a
solidariedade mecânica e a solidariedade orgânica: A consciência coletiva X divisão social
do trabalho; Sociedades segmentadas X sociedades diferenciadas; o Direito repressivo X
Direito restitutivo. São três os fatores que Durkheim utiliza para analisar e explicar o
processo de evolução da sociedade: o volume, a densidade material e a densidade moral.
Com a análise, Émile chega a conclusão de que a sociedade orgânica dá lugar a mecânica
quando há um crescimento populacional (volume), fazendo com que aja uma maior
ocupação do espaço demográfico (densidade material). Ocorre então uma necessidade de
distribuição e especialização de funções. Esse processo é chamado por Durkheim de
divisão social do trabalho. Nessa sociedade orgânica que surge, devido a especialização de
funções, os indivíduos passam a depender mais uns dos outros, fazendo com que aja a
coletividade. Durkheim afirma que a função primordial da divisão social do trabalho é uma
função moral, que está acima da intenção do aumento de produção da indústria. Essa
função é a de criar um sentimento de solidariedade entre as pessoas.

Além da divisão social do trabalho, Durkheim fez outros estudos importantes da


modernidade, como o suicídio e as formas elementares da vida religiosa. A partir desses
estudos, Durkheim pôde ressaltar elementos importantes do mundo moderno como o
crescimento do individualismo no ocidente e a complexidade da sociedade. E são essas as
suas principais contribuições para o pensamento sociológico.

O projeto político de Durkheim é conservador/positivista e a favor da sociedade moderna


(capitalista). A sua função era apontar os problemas passageiros e normalizar a situação. O lema
dos teóricos do positivismo, era “ordem e progresso” e seu objetivo, como diz Sell: era “a
integração da sociedade em um todo ordenado e coerente, fundado em valores sólidos e
eternos.” Sua política coloca toda ênfase no equilíbrio (das partes do corpo) e na integração social,
e todas as formas de conflito ou de contestação são vistos como desvios e anomalias que
precisam ser eliminados.

Uma coisa interessante no livro de Carlos Sell, é que ele sempre está esquematizando as
suas explicações e os conceitos em tabelas, isso ajuda a fixar o conteúdo estudado.

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