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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ECONOMIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ECONOMIA

SOCIOLOGIA

SOCIOLOGIA DO TRABALHO

Docente
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LUANDA/2023
UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO
FACULDADE DE ECONOMIA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

CURSO DE ECONOMIA

SOCIOLOGIA DO TRABALHO

 Elaborado por: Edna Júlia da Silva Constantino


 Nº de Estudante: 2022580
 Sala: B
 1º Ano
 Turno: Pós-Laboral

LUANDA/2023
ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 1

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 2

2.1 A SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA E OS MODELOS DE TRABALHO .................. 2-3

2.2 A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO ............................................................................ 3-4

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................. 5

4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 6

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1. INTRODUÇÃO

A importância do trabalho como elemento objecto de estudo para a sociologia, ocorre no


fato de o mesmo apresenta influencia na vida das pessoas, em razão da grande parcela de tempo
que estas dedicam-se a tal actividade, assim como as formas de desenvolvimento deste reflexa na
forma de vida e nas relações sociais das pessoas. Assim, podemos dizer que a importância da
sociologia do trabalho como ramo de estudo das ciências sociais, ocorre do fato de a mesma
fazer parte da estrutura da vida social dos indivíduos.

O crescimento do interesse da sociologia pelo estudo de mercado de trabalho e suas


maneiras de apresentação, sua relação ao desemprego e as formas que este impacta nas relações
sociais, advém do resgate de um ramo da sociologia que ha certo tempo não estava em pauta,
qual seja, a sociologia do trabalho.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Sociologia do trabalho é um ramo da Sociologia voltado ao estudo das relações sociais


no mundo do trabalho - a princípio, incluindo basicamente empresas e sindicatos - e às
implicações sociais da relação entre trabalho e técnica.

A palavra "trabalho" evoluiu da palavra latina Tripalium ("instrumento de tortura"),


castigo que se dava aos escravos preguiçosos e, historicamente, o trabalho foi considerado como
uma actividade depreciável. Os gregos da Idade de Ouro pensavam que só o ócio criativo era
digno do homem livre. A escravidão foi considerada pelas mais diversas civilizações como a
forma natural e mais adequada de relação laboral. A ética protestante vem atribuir
um valor positivo ao trabalho, considerando-o não como punição mas como oferenda a Deus. A
partir de meados do século XIX, servidão, em suas várias formas, estará extinta na maior parte
dos países ocidentais, sendo substituída pelo trabalho assalariado, socialmente valorizado. Vem a
surgir após a Revolução Industrial - que teve a Inglaterra como sua progenitora, muito embora tal
estudo da sociologia tenha vindo a surgir nos Estados Unidos.

As transformações do mundo do trabalho - do artesanato ao trabalho industrial com


grandes máquinas e finalmente ao trabalho imaterial - bem como suas relações com as mudanças
sociais na família, na cultura e na política constituem objecto de permanente interesse desta área
do conhecimento. Já a partir das últimas décadas do século XX, a introdução de novos temas -
notadamente os impactos das novas tecnologias, as novas formas de organização da produção, a
obsolescência de várias profissões anteriormente valorizadas, a flexibilização das relações de
trabalho e o acirramento dos mecanismos de exclusão - e de novas formas de abordagem, com
ênfase na transdisciplinaridade, abrem novas perspectivas para a investigação sociológica crítica.

2.1 A sociologia contemporânea e os modelos de trabalho

Para alguns sectores da sociologia contemporânea, o trabalho não e estrutura central de


compreensão e analise de estudo sociológico, conforme teoriza alguns autores clássicos; contudo
o mesmo gera observância em razão dos seus impactos nas dinâmicas sociais. Os frutos do
trabalho, a titulo exemplificativo, definem a posição estrutural do individuo na estratificação
social, definindo o capital através da relação de trabalho produtiva o detentor dos meios de

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produção (dono do capital), e aquele que executa a produção através de seu trabalho, em troca de
parte de capital (salário), definindo assim a relação social em razão do trabalho sob a ótica do
capital.

Contudo para a logica do fim do trabalho, Offe teoriza que se antes o trabalho era visto
como centro de gravidade de várias práticas sociais, certos indicadores teriam começado a
pressionar por um deslocamento do trabalho enquanto preocupação teórica. Relações e
identidades estabelecidas no que seria a “vida cotidiana”, em contraposição ao “mundo do
trabalho”, teriam, se não ocupado a posição que o trabalho ocupava, ao menos ganho uma
potência de determinação semelhante quando não invertendo certas relações.

Por outro lado nos ensina Antunes, o qual destaca que o conhecimento social gerado pela
ciência tem seu objectivo restringido pela lógica do capital ao mesmo tempo que ocorre a
apropriação desigual dos resultados e benefícios da ciência e da tecnologia, bem como do
aumento da produtividade do trabalho social. O autor ressalta que a teoria do valor reconhece o
papel crescente da ciência, mas afirma que esta se encontra tolhida em seu desenvolvimento pela
base material das relações entre capital e trabalho, a qual se encontra submetida

O modelo Toyotista surge com destaque na década de 80 do século XX, em contrapartida


ao modelo fordista, o qual estava em declínio na década de 70 do mesmo século. A principal
ruptura inovativa se de uma ruptura do paradigma de produção. A grande inovação do Fordismo
foi fixar o trabalhador na linha de produção, fazendo a tarefa designada em uma posição
predeterminada diante de uma esteira rolante. Dessa maneira, havia uma simplificação muito
grande de cada etapa na linha de produção: o operário realizava apenas uma determinada
operação ao longo da jornada de trabalho.

2.2 A precarização do trabalho

A precarização do trabalho possui duas dimensões essenciais que se complementam: a


precarização salarial, que diz respeito, por um lado, à precarização das condições salariais
propriamente ditas (contrato, remuneração e jornada de trabalho) e, por outro lado, à
precarização das condições de trabalho por conta das mudanças na organização da produção com
a implantação do novo arcabouço tecnológico informacional e novo método de gestão de matriz

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flexível que contribui para a intensificação das rotinas de trabalho e reforça o controle e
envolvimento do trabalho vivo no processo produtivo do capital.

A precarização salarial diz respeito à morfologia social do trabalho flexível e suas


consequências na força de trabalho como trabalho vivo; e a precarização do homem-que-
trabalha, que diz respeito à precarização do ser genérico do homem por conta das novas
condições salariais de exploração/espoliação da força de trabalho. Nesse caso, a precarização do
homem-que-trabalha ocorre no plano da subjectividade humana, reverberando-se em
desequilíbrios metabólicos das individualidades pessoais de classe que conduzem, no limite, no
caso de singularidades pessoais, às situações de adoecimentos.

É importante salientar que a diferenciação entre “precarização salarial” e “precarização


do homem-que-trabalha” é tão-somente uma divisão heurística (a precarização salarial tende a
ocultar a precarização do homem-que-trabalha).

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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para Marx As relações de produção regulam tanto a distribuição dos meios de produção e
dos produtos quanto à apropriação dessa distribuição e do trabalho. Para Marx elas expressam as
formas sociais de organização voltadas para a produção. Os factores decorrentes dessas relações
resultam em uma divisão no interior das sociedades. Desta forma por ter uma finalidade em si
mesmo, o processo produtivo acaba por alienar o trabalhador, já que é somente para produzir que
ele existe. Em razão da divisão social do trabalho e dos meios, a sociedade se extrema entre
possuidores e os não detentores dos meios de produção. Surgem, então, a classe dominante e a
classe dominada (ou seja, a dos trabalhadores).

Contudo, diferentemente de Marx, Bourdieu não limita o conceito de classe social apenas
ao campo econômico. Bourdieu vai mais além, se apropriando do conceito de capital em Marx
que por sua vez, é uma característica das classes dominantes donas dos meios de produção ele
desenvolve a ideia de capital simbólico. Porém para entender a luta de classes em diferentes
campos, é necessário antes compreender alguns conceitos (campo, habitus, hexis, capital e doxa)
utilizados por ele no desenvolvimento de sua teoria. O conceito de campo é proposto por Pierre
Bourdieu vincula-se com a ideia de espaço social, onde há disputas constantes de poder.

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4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Watson, Tony J. 2008 Sociology, Work, and Industry. Routledge. ISBN 0-415-43555-2. p392

Bialakowsky, Alberto L. et al. Uma sociologia do trabalho contrastada. Tempo Social, revista de
sociologia da USP, v. 18, n.º 1

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