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UNIVERSIDADE CEUMA

PRÓ–REITORIA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL

THYLARA DO AMARAL CAMPOS

UBERIZAÇÃO DO TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE


A PRECARIZAÇÃO E OS DESAFIOS BRASIL

SÃO LUÍS-MA
2022
THYLARA DO AMARAL CAMPOS

UBERIZAÇÃO DO TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE


A PRECARIZAÇÃO E OS DESAFIOS BRASIL

Projeto de Pesquisa apresentado à


disciplina de Oficina de Metodologia
do Trabalho Científico, ministrada
pela Profª Ma. Graciane Pereira
Santos, como pré-requisito da
disciplina para obtenção de nota.

SÃO LUÍS
2022
SUMÁRIO
1 APRESENTAÇÃO .............................................................................……….…..…..4
2 PROBLEMATIZAÇÃO ............................................................................................. 5
3 HIPÓTESE ................................................................................................................7
4 OBJETIVOS ............................................................................................................. 7
4.1 Objetivo geral .........................................................................................................7
4.2 Objetivos específicos ............................................................................................ 8
5 JUSTIFICATIVA........................................................................................................8
6 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................... 9
7 METODOLOGIA .....................................................................................................12
8 CRONOGRAMA .................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS .........................................................................................................17

1 APRESENTAÇÃO
4
A temática sobre uberização pode ser cada vez mais compreendida quando se
fala sobre as novas formas de exploração do trabalho na contemporaneidade, diante
disso é notório observar a expansão quanto ao tema, principalmente porque está
diretamente correlacionado a tecnologia e a globalização. O desafio a ser enfrentado
sobre as condições no qual o ser humano se sujeita a trabalhar, o que impacta a sua
qualidade de vida e é uma perda significante sobre os direitos dos trabalhadores,
trazendo, portanto, malefícios para a classe trabalhadora.
Sendo assim, o presente projeto de pesquisa busca analisar as transformações
recentes no mundo do trabalho, se compreendendo como se procede essas novas
demandas em um contexto de conjuntura neoliberal e visando as execuções, os
desafios e consequências na realidade da classe trabalhadora brasileira. Desta forma
será possível compreender os principais fundamentos que se constitui-se a
uberização em si, a fim de conhecer também a empresa Uber que é impulsionadora
nessa nova relação de trabalho sendo fundamental a análise do contexto dos
motoboys que envolvem serviços essenciais e que também são fruto deste processo
de uberização do trabalho diante a sociedade brasileira para as relações
empregatícias de empregado e empregador, demonstrando que milhares deles
trabalham sem uma segurança trabalhista, em vista disso o projeto de pesquisa
envolve o estudo sobre a nova dinâmica das relações de trabalho e os impactos
políticos e econômicos para o Brasil. Além disso, é de importância medir em qual
alargamento essa modalidade nova de trabalho está posta. Então, sendo analisado
que existe uma relação de subordinação fantasiada de ‘’ empreendedorismo’’ ou ‘’
autonomia ‘’ em um contexto neoliberal, onde a realidade enfrentada pelos
trabalhadores se modifica pra uma maior precarização dia após dia. Portanto, será
possível expor também as considerações a respeito do neoliberalismo e as constantes
mudanças que causam um enorme impacto com nas relações de trabalho,
aprofundando-se de uma visão mais dinâmica a respeito da acumulação capitalista
pautada no processo de uberização do trabalho, com ênfase nas altas jornadas, ou
seja, como se faz presente no nosso cotidiano e passa despercebido, deste modo as
alterações na forma de execução das atividades, as relações econômicas, a
desigualdade social, se consolida e impacta diretamente na nova realidade da classe
trabalhadora brasileira.

2 PROBLEMATIZAÇÃO
5
Para entender o trabalho é necessário entender que a sociedade
capitalista possui sua base central nos vínculos que se estabelece com a classe
trabalhadora e a classe burguesa, de acordo com Karl Marx são os proprietários
dos meios de produção e não proprietários que vão dar sustento para o modo de
produção capitalista, entre as relações de classe, ou seja, os proprietários dos
meios de produção são os que detém a posse do capital, tendo assim as
mercadorias necessárias como as ferramentas, a matéria prima, e claro a força
de trabalho que é tida como mercadoria para os capitalistas. Portanto, os não
proprietários vendem sua força de trabalho como parte de sua mercadoria, ou
seja, matéria prima essencial ao modo de produção capitalista:

Ao se converter dinheiro em mercadorias que servem de


elementos materiais [máquinas, equipamentos, matéria
prima] do novo produto ou de fatores do processo de
trabalho e ao se incorporar força de trabalho viva à
materialidade morta desses elementos, transforma-se
valor, trabalho pretérito, materializado, morto, em capital,
em valor que se amplia, um monstro animado que começa
a “trabalhar”, como se tivesse o diabo no corpo. (MARX,
2011, p.228)

O modo de produção capitalista caracteriza-se pelo um processo de


valorização do capital, portanto, é importante ressaltar também a influência das
máquinas sobre o trabalho do proletariado que fez com que fosse ainda mais
desvalorizado, aumentando assim a produtividade para suprir as necessidades
básicas de sobrevivência, por consequência é possível observar a partir disso a
desvalorização do trabalho que com o passar dos anos vai se degradando cada vez
mais, decorrente da tecnologia, globalização, reestruturação produtiva e entre outros
processos frutos do modo de produção capitalista. Segundo Antunes:

O mais brutal resultado dessas transformações é a


expansão, sem precedentes na era moderna, do
desemprego estrutural, que atinge o mundo em escala
global. Pode-se dizer, de maneira sintética, que há uma
processualidade contraditória que, de um lado, reduz o
operariado industrial e fabril; de outro, aumenta o
subproletariado, o trabalho precário e o assalariamento no
setor de serviços. Incorpora o trabalho feminino e exclui
os mais jovens e os mais velhos. Há, portanto, um
processo de maior heterogeneização, fragmentação e
complexificação da classe trabalhadora. (ANTUNES
2006, p.49-50)
6
Nesse sentido se percebe a estrutura que as relações de trabalho vão tomando,
onde se observa que desde o início o homem fez do trabalho o seu modo subsistência
com mudanças significativas e incentivadas pelo avanço do neoliberalismo como
principal característica a acumulação capitalista e a precarização da classe
trabalhadora a partir do momento em que começa a exercer a venda de sua mão de
obra, do ser humano-genérico, no seu sentido ontológico, o trabalho como parte de
nossa essência, onde nessa sociabilidade que estamos inseridos no contexto
capitalista acaba sendo subsumido onde o homem precisa trabalhar e acaba não se
reconhecendo, executando na maioria das vezes tarefas que não planeja, e sem
condições para um processo de reflexão, apenas repetindo o capital, o trabalho
alienado. Por conseguinte se ressalta a vulnerabilidade social que é aproveitada como
o motivo para a precarização e ir se desfazendo dos direitos trabalhistas.
Desta forma se percebe que a flexibilização do trabalho ocorre a partir da sua
precarização, junto com a terceirização que advém de trabalhadores polivalentes e
multifuncionais, realizando assim várias tarefas dentro de sua instituição
empregadora. De acordo com Antunes:

A terceirização, a informalidade e a flexibilidade se


tornaram, então, partes inseparáveis do léxico e da
pragmática da empresa corporativa e global. E com elas,
a intermitência vem se tornando um dos elementos mais
corrosivos da proteção do trabalho, que foi resultado de
lutas históricas e seculares da classe trabalhadora em
tantas partes do mundo. (ANTUNES, 2020, p.11)

Acentuando portanto, as altas taxas de desemprego, resultando a aceitação do


trabalho precário oferecido pelos aplicativos de plataformas digitais, onde não são
reconhecidos os pontos negativos como: trabalhar sem nenhuma segurança, sem
garantia de direitos, etc. reafirmando a lógica liberal onde o Estado vai ser mínimo e
o mercado máximo com a intenção de ruptura dos direitos sociais onde a mão de obra
trabalhadora esteja sujeita a todas leis de oferta de procura, pois o poder estatal de
países menos desenvolvidos é influenciado pela economia de mercado, ou seja, se
tem direta relação com países mais ricos, prejudicando a população que precisa de
trabalho, acentuando portanto, que o Estado é cada vez menos incapaz de atender
as necessidades básicas da classe trabalhadora.
Partindo do pressuposto de uberização do trabalho após a consolidação dessa
nova modalidade de trabalho quais serão os principais impactos acerca das condições
7
de trabalho? a flexibilização das relações do trabalho dá maior autonomia ao
trabalhador ou é uma forma de precarização das condições de trabalho? E o que leva
a determinar o valor da força de trabalho? É importante ressaltar que, a globalização
com o avanço da tecnologia acaba diminuindo a importância da mão de obra direta e
contribuindo diretamente para o aumento das desigualdades sociais.
Portanto, para uma melhor análise sobre a uberização do trabalho é essencial
perceber como essas determinadas empresas mantém o controle sobre seus
trabalhadores por meio de seu sistemas de análises, para garantir a produtividade do
mesmo onde é exigido o seu nível máximo de produção.
Fruto de uma sociabilidade capitalista que tem por principal objetivo aumentar
cada vez mais a demanda da classe trabalhadora para obtenção de lucros. Posto isto
com o avanço do capitalismo na contemporaneidade se aumenta a produtividade o
que acarreta o controle da classe que acaba reproduzindo cada vez mais o capital,
tendo em vista o aumento do exército industrial de reserva e diminuição das pessoas
que conseguem vender sua mercadoria, ou seja, sua mão de obra, sua força de
trabalho, e para aqueles que conseguem vender se submetem ao trabalho excedente
e aceitam a precarização.
Por conta disto, a uberização do trabalho se diz respeito a essa exata
precariedade que é trazida pelo avanço da tecnologia, no qual os trabalhadores
ofertam sua força de trabalho por meio da internet (smartphones) no intuito de
aumentar a demanda dos serviços para uma melhor qualidade de vida.

3 HIPÓTESE
Diante a situação posta, a uberização do trabalho pode ser entendida como um
fenômeno da sociedade contemporânea, portanto, advindas do cenário negativo para
empregos formais, surge as novas demandas de trabalho que tentam se adequar aos
novos moldes para garantir ou complementar a renda familiar do trabalhador
brasileiro.

4 OBJETIVOS

4.1 Geral
Analisar o processo de uberização no Brasil e os principais impactos de uma
nova relação de trabalho contemporânea.
8

4.2 Específicos
Identificar a uberização do trabalho como uma nova forma de exploração e
precarização do trabalho. Compreender a uberização e sua relação direta com a
sociedade capitalista. Mapear as vantagens e desvantagens da uberização do
trabalho na contemporaneidade. Analisar os principais desafios, e consequências da
uberização do trabalho no Brasil.

5 JUSTIFICATIVA

A escolha do presente estudo busca compreender as inquietações decorrentes


ao novo processo pelo qual o trabalho vem passando, suas transformações, tendo
como resultado a uberização do trabalho, processo esse onde a grande maioria da
classe trabalhadora não consegue se reconhecer e perceber que está inserido,
ressaltando que apesar dos avanços tecnológicos contribuírem para grandes passos
na humanidade na relação do capital com o trabalho se observa que debilita ainda
mais o empregado e favorece o empregador.
Portanto o estudo em questão contribuirá para uma análise e reflexão sobre
quais as condições de vida que o trabalhador tem que se submeter para conseguir
atuar no mercado de trabalho hoje, os desafios enfrentados pelas altas demandas de
trabalho, para que seja possível um melhor entendimento sobre as relações
empregatícias será analisado um apanhado histórico correlacionando com a estrutura
neoliberalista em um contexto de sociedade capitalista. Ou seja, como as
transformações sociais influenciaram diretamente para a forma que o trabalho é
exercido atualmente. Sendo analisado no presente estudo os contratos de trabalho
pontuais, ou seja, o trabalho não fixo e como a falta de regulamentação interfere cada
vez mais na precarização dos empregos oferecidos, portanto, o objetivo do presente
estudo é refletir e fazer uma análise de como está exposto essas relações de trabalho
não somente aliada a empresa de transporte Uber, mas no cotidiano de milhões de
brasileiros, problematizando a medida em que a Uberização do trabalho se projeta
como um fenômeno do tipo novo. Ou seja, o estudo será pautado a ter um olhar atento
para a perspectiva de um processo que atende as necessidades do capital e que está
em curso a precariedade aguda no setor de empregos formais, as reflexões que forem
9
construídas será de fundamental importância conhecer o principal objeto de análise
via de percepção entregadores e motoristas de aplicativo.
Assim sendo, o estudo irá propor uma análise sobre a reivindicação da classe
trabalhadora sobre os direitos sociais em um cenário descontrolado de exploração do
trabalho, compreendendo como se constrói as desigualdades sociais advindas deste
processo que enriquece cada vez mais a classe burguesa e lucra sobre as
contradições do capital.

6 REFERENCIAL TEÓRICO

É importante esclarecer que desde a pré história á idade contemporânea existiu


mudanças significativas na sociedade, principalmente em relação ao trabalho
humano, com o passar do tempo as formas de trabalho contribuíram em diversas lutas
por direitos sociais e conquistas trabalhistas que foram de extrema importância para
a sociedade como a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) que é o documento
que regulamenta o trabalho formal no Brasil. Porém, com a busca incessante pelo
lucro do capital, a globalização e os avanços tecnológicos coloca em vulnerabilidade
o que se apresenta em forma de fragilização do trabalho humano. Posto isto, a
uberização do trabalho surge como uma forma de ‘’ esperança’’ o que na realidade é
bem diferente, pois pode ser entendido como depredador dos direitos e garantias
trabalhistas.
Na pré história o trabalho se apresentava como forma de subsistência, pois o
homem trabalhava para se manter, sobreviver através da colheita, caça, etc. já no
período feudal o trabalho era feito de uma forma servil, e na contemporaneidade já é
visto como forma de progresso e desenvolvimento, mas mesmo em períodos
diferentes é possível notar que de qualquer forma que o trabalho é o principal meio de
sobrevivência da humanidade. Neste sentido é possível ressaltar um ponto
fundamental para entender a uberização do trabalho: a informalidade, onde antes o
trabalho informal era acentuado em países que tinham um processo de evolução com
um bom desenvolvimento econômico, ou seja, sempre existiu em países de
capitalistas, intensificadas pelas linhas de montagem padronizadas como o
Taylorismo Fordismo com funções que eram delimitadas e padronizadas com cada
trabalhador na sua função de produção em série, hoje se observa o trabalho
multifuncional, o trabalhador que assume a responsabilidade de polivalência, sendo
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responsável por diversas tarefas dentro de uma só instituição, o toyotismo que é
caracterizado pela flexibilidade, pautadas em demandas de altas produtividades, ou
seja, se percebe que a flexibilização e precarização do trabalho andam articuladas,
no contexto do trabalho flexível permite que o empregador intensifique a jornada de
trabalho do empregado, dependendo da sua necessidade de produção, sem contar
as formas de negociações que favorecem a empresa e não os trabalhadores não
havendo nenhum tipo de fiscalização, portanto é notório observar que cada vez mais
a acumulação capitalista deixa a desejar em relação a dignidade em forma de vida
humana dos trabalhadores que precisam do sustento e se submetem a violação dos
seus direitos trabalhistas.
Para entender o processo de uberização do trabalho é de fundamental
importância compreender que a forma de utilização de aplicativos e plataformas oculta
a real intenção das relações econômicas perante a acumulação capitalista, ou seja, a
desproteção das ligações de trabalho. Segundo Filgueiras e Antunes (2020,p.32) :

Em nosso entendimento, entretanto, a chamada


uberização do trabalho somente pode ser compreendida
e utilizada como expressão de modos de ser do trabalho
que se expandem nas plataformas digitais, onde as
relações de trabalho são cada vez mais individualizadas
(sempre que isso for possível) e invisibilizadas, de modo
a assumir a aparência de prestação de serviços. Mas, os
traços constitutivos de sua concretude, como veremos a
seguir, são expressão de formas diferenciadas de
assalariamento, comportando tanto obtenção de lucro,
exploração do mais valor e também espoliação do
trabalho, ao transferir os custos para seus/suas
trabalhadores/as que passam a depender diretamente do
financiamento de suas despesas, que são imprescindíveis
para a realização de seu labor.

Por consequência o crescimento da uberização do trabalho se faz presente em


uma enorme proporção em todo mundo, com os altos índices de desemprego o
processo de uberização se expande cada vez mais rápido. A precarização se acentua
ainda mais com a negação por parte do Estado em regulamentar leis de proteção em
relação as novas formas de trabalho, por isso, motoboys e motoristas de aplicativos
se sentem cada vez mais inseguros em seus locais de serviço pois o mesmo não
oferece nenhum tipo de proteção e segurança, contudo, a baixa remuneração,
expostos ao grande índice de assalto e criminalidade diariamente, acidentes,
acompanhado da negação de ter direito a algum tipo de benefício ou auxilio, onde se
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percebe que o trabalhador não tem um retorno financeiro adequado para suprir suas
necessidades, ou seja, a subordinação pode ser considerada característica que vai se
fundamentando nessa nova relação de trabalho, ou seja, se observa que a principal
característica da uberização é a ausência de vínculos empregatícios, não existe
definição de horas trabalhadas, não havendo qualquer garantia para o trabalhador ao
prestar serviços para o contratante, ou seja, não tem direito ao salário mínimo, salário
maternidade, as horas extras. A Uberização no campo de trabalho é vinculado a
economia compartilhada que é a ideia de reaproveitar recursos ou serviços já
existentes, podendo reutilizar o produto da outra forma ou até alugar o produto
necessário de outra pessoa, surge como uma ideia de propagar a solidariedade e o
consumo sustentável. Na visão de produzir menos, e compartilhar mais. Ou seja, isso
se faz presente na uberização quando o dono de um automóvel pode alugar o veículo
para aqueles que precisam trabalhar e não vai precisar adquirir um carro novo para
ter essa comodidade, ou seja, compartilham a função do carro pela troca de serviço e
dinheiro. Portanto ao falar de uberização do trabalho se fala exatamente deste
fenômeno de vender o serviço de forma independente, mas que são controlados pelos
aplicativos que vão obter a lucratividade ao colocar o consumidor em contato com o
trabalhador. Assim, o serviço de fato e a forma como este serviço será prestado fica
totalmente a responsabilidade do trabalhado, ou seja, prejudicando a vida do mesmo.
Antunes ressalta que:
Em virtude de uma série de atividades realizadas via
aplicativo gerarem risco maiores aos trabalhadores, tem-
se que, com base no princípio da prevenção, deve ser
atribuída às empresas de plataforma a responsabilidade
pelos custos na contratação de seguros contra acidentes
e desenvolvimento de enfermidades. Esses riscos não
podem ser suportados pela sociedade. Por exemplo, o
trabalho exercido pelos entregadores, seja por meio de
bicicletas ou motocicletas, bem como o desenvolvido pelo
motorista de transporte via aplicativos, os expõe a um
risco maior de acidentes e de desenvolvimento de
doenças, porquanto o trânsito não oferece condições
mínimas de segurança. Os resultados com esses
trabalhadores no exercício de suas atividades têm sido
repassados à sociedade, que acaba tendo de arcar com
os custos daí decorrentes, seja por meio de seu sistema
público, seja por meio de seu sistema de seguridade
social. (ANTUNES, 2020.p,90)

Assim, nesse sentido dentro do processo da uberização do trabalho é


necessário se observar os limites há exploração dos trabalhadores, sendo de
extrema importância dar maior visibilidade a esse fenômeno da sociedade
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contemporânea, desmentindo a concepção de maior ‘’ liberdade ao trabalhador ‘’ ou
seja, a frustação e indignação da classe trabalhadora que cada vez mais vão de um
lugar para o outro ofertando seu trabalho em condições precárias, fora de qualquer
padrão de regulamentação e dentro disso o projeto se propõe a realizar uma análise
profunda sobre o assunto.

7 METODOLOGIA

O tipo de abordagem para o método da pesquisa será o materialismo histórico


dialético pelo fato de não se limitar ao superficial, mas buscar explicações para a
problemática, no caso a uberização do trabalho. Contudo, para entender de fato os
problemas que giram em torno dos acontecimentos, ou seja, com o enfoque em
entender que os fenômenos estão em constante movimento.
Para o desenvolvimento da pesquisa será implementado a pesquisa
exploratória no sentido de uma melhor familiarização com o objeto de estudo,
permitindo se possível fazer o levantamento de dados a partir de coletas com
motoristas de aplicativos e motoboys, ou seja, envolvendo entrevistas, aplicação de
questionários.
A pesquisa será bibliográfica, com base em materiais que já foram elaborados
para uma nova análise a partir do objetivo geral, com a pesquisa de campo para
compreender melhor a realidade dos funcionários de aplicativos de transporte e
delivery e a pesquisa documental por utilizar de relatórios, documentos oficiais
relacionado ao objeto de estudo.
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8 CRONOGRAMA 2022-2023

2022.2 MAIO JUNHO


Revisão Bibliográfica X
Elaboração do projeto X
de pesquisa
2023.2 AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO
Revisão bibliográfica X

Pesquisa exploratória X X
Coletas de dados X X
Organização/aplicação X X
De questionários.
Sistematização de X X X
dados
Entrega do TCC X X
Apresentação do X
projeto
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REFERÊNCIAS

ANTUNES, Ricardo. Adeus ao trabalho? : Ensaio sobre as metamorfoses e a


Centralidade do Mundo do Trabalho. 11. ed. São Paulo: Cortez; Campinas, SP:
Editora da Unicamp, 2006.

ANTUNES, Ricardo. Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. ed. São Paulo;
Boitempo, 2020.

ANTUNES, Ricardo; FILGUEIRAS, Vitor. Plataformas digitais, Uberização do


trabalho e regulação no Capitalismo contemporâneo. Contracampo, Niterói, v.
39, n. 1, p. 27-43, abr./jul. 2020. Disponível em: < https://dialeticas.com/wp-
content/uploads/2020/04/38901-140887-1-PB.pdf>. Acesso em: 03 jun. 2022.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política: livro I; tradução de


Reginaldo Sant´anna. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2011.

O QUE é CLT: veja qual é a importância da CLT. [S. l.], 2 nov. 2021. Disponível
em: https://www.pontotel.com.br/o-que-e-clt/. Acesso em: 4 jun. 2022.

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