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RESUMO 3 - TRABALHO

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Trabalho. In:
Psicologias - Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 13º. Paulo: Ed. Saraiva, 2001, p. 250-262.

O capítulo inicia enfatizando a importância do trabalho como estudo


interdisciplinar em diversas áreas do conhecimento científico e humano, visto que
esse é um fenômeno intrínseco na própria história da humanidade, tendo várias
áreas que se propõe a analisar a relação da constituição do ser humano com o
trabalho, como a paleontologia e a paleantropologia. A capacidade e a própria
percepção do homem de transformar a natureza, o seu meio, junto com o trabalho,
são eventos do próprio desenvolvimento humano que vão cada vez mais criando e
aperfeiçoando instrumentos, aumentando exponencialmente nossa capacidade de
ação e construindo nossa própria humanidade, história e desenvolvimento.
A origem da psicologia organizacional remota ao início do sistema capitalista
e, mais expressivamente, com a revolução industrial, no fim do século XIX e início
do século XX, acompanhando as mudanças mundiais e sociais da época, que
estavam fervendo, em um processo de grandes mudanças, com uma crescente
industrialização dos principais países do ocidente. A sociedade Como um todo
começou a se moldar de maneira diferente. Os trabalhadores agora vendiam sua
força de trabalho para os donos do meio de produção. O novo cenário também
necessitava de mão de obra treinada e especializada para atender os novos
formatos, as novas demandas, agora com maquinas e ferramentas específicas que
exigia uma noja conjuntura da sociedade. Foi criado um modelo de gestão de
trabalho, o taylorismo, pelo engenheiro americano Frederick Taylor, no qual um
sistema de trabalho era baseado em diversas técnicas organizadas, como: princípio
do planejamento; princípio da preparação dos trabalhadores; princípio do controle e
princípio da execução.
Esses princípios de execução formavam uma linha de montagem que
revolucionou o sistema de trabalho e foi uma verdadeira revolução, dando início,
também na época, à psicologia industrial. Entre as duas guerras mundiais e a crise
de 1929, o mundo foi se organizando para enfrentar o capitalismo tardio num
processo conturbado que levou a uma concepção monopolista, que permitia a
intervenção do Estado. Assim a conjuntura do trabalho foi mudando profundamente
com o passar dos anos e a consolidação cada vez mais forte e dominante do
sistema capitalista. Obviamente que os trabalhadores também foram mudando e
avançando juntos com essas mudanças, passaram a também se organizar,
fundando sindicatos, se unindo em torno de um objetivo comum, lutando para serem
ouvidos e respeitados, exigindo cada vez mais direitos trabalhistas, salários mais
justos, menos horas de trabalho, greve etc.
Esse processo de industrialização também aconteceu no Brasil, mas com
bastante atraso, desenvolvendo uma industrialização tardia que demorou muito para
engrenar (somente com Vargas, em 1930). É claro que esse atraso na
industrialização também estava diretamente ligado aos trabalhadores, que não
tinham nenhuma qualificação profissional para o novo cenário, sendo preciso criar,
em 1940, o sistema S - Senai, Senac, Sesc e Sesi, com o intuito de qualificar os
trabalhadores brasileiros. A Partir da década de 1970, o cenário mudou mais uma
vez, a partir do avanço do desenvolvimento tecnológico, foi preciso reestruturar
novamente o sistema de produção. O mercado necessita da qualificação
profissional dos trabalhadores, a flexibilidade, que os permitirá enfrentar a niva
mobilidade de produção, ou seja, um trabalhador com conhecimento específico,
como noções de matemática, física, domínio de uma segunda língua etc.
Essa nova logística também exigiu uma nova forma de contrato de trabalho.
As empresas agora otimizam a produção, para diminuir seus custos e aumentar
seus lucros ao maximo, agora terceirizando a produção. Essa nova conjuntura cria
um sistema nove de produção que possibilita e, não somente, também transforma o
sistema em de precarização do trabalho, demissão em massa, flexibilização do
horário de trabalho e terceirização.
A nova dinâmica do sistema de trabalho tirou o foco do controle do
trabalhador, que agora passa a se preocupar com o processo, tirando foco objetivo
do controle do trabalho e tornando-o subjetivo. Essa nova conjuntura nas relações
de trabalho fez surgir vários males para a saúde do trabalhador, como a LER, Dort,
síndrome de burnout etc. Além dos males emocionais e psíquicos, como o assédio
moral e sexual, a pressão exacerbada para cumprir metas irreais, o esgotamento
psicológico etc. Desse modo, foi preciso pensar em soluções para estes sérios
problemas. Uma nova reestruturação produtiva, com um novo modelo de gestão
com foco na excelência de pessoas. Foi criado o setor de recursos humanos com o
psicólogo com um importante papel nessa nova dinâmica, focando no processo
organizacional e no desempenho dos trabalhadores.
A economia solidária surge também como uma nova forma de pensar esse
sistema de consumo, buscando produzir fora do sistema capitalista, com foco nas
redes comunitárias, privilegiando o pequeno produtor, formando cooperativas,
focando o consumo de maneira mais consciente nas comunidades para, quem
sabe,mudar o mundo.

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