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Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia

Aluno: Gabriel Barreto da Silva Discente: Teresinha Quadros


Matéria: Sociologia Série: 4º TI
Autor: PINTO, Geraldo Augusto

AMERICANISMO E FORDISMO EM GRAMSCI


Antonio Gramsci, em seu livro Americanismo e Fordismo, analisou a influência do
sistema taylorista/fordista na cultura política dos operários fabris nos EUA. Ele alertou
sobre a estratégia ideológica do sistema, que coagia e persuadia os trabalhadores para
servir à exploração pelas classes dominantes, indo além do ambiente de trabalho.
Gramsci também destacou a influência da estrutura social, modo de produção e luta de
classes na organização do trabalho e sua reciprocidade. O objetivo deste texto é resgatar
alguns dos pontos da análise de Gramsci para compreender a atualidade dos sistemas de
organização flexíveis derivados do Fordismo.

GRAMSEI E O TAYLORISMO/FORDISMO
O taylorismo foi criado para aumentar a produtividade, através de uma extrema divisão
de tarefas, padronização dos produtos e mecanização dos processos, possibilitando a
criação da "indústria de massa". No entanto, esse processo desqualificou os
trabalhadores, rompendo o velho nexo psicofísico do trabalho profissional qualificado,
reduzindo as operações produtivas apenas ao aspecto físico maquinal e padronizando as
habilidades dos trabalhadores. A burocracia intermediária entre operários e gerência
realizou concursos do operário-padrão e enfatizou a emulação ao trabalhador Ford para
persuadir os trabalhadores a aceitar essas mudanças. Esse processo permitiu a criação de
um coletivo de homens e mulheres dispostos não só a trabalhar, mas também a viver o
papel de consumidores da produção em massa. Essas mudanças reestruturaram as
relações sociais de produção e de consumo do próprio capitalismo, permitindo a criação
de condições para a realização do modo capitalista de reprodução da força de trabalho.

O OLHAR CRÍTICO DE GRAMSCI E A REALIDADE


ATUAL
O trabalho parcelar da linha de montagem da indústria fordista intensificou o ritmo e o
volume de trabalho, mecanizando os gestos dos trabalhadores e reduzindo o ofício a
gestos simples repetidos em ritmo intenso. No entanto, a memória do ofício aninhou-se
nos feixes musculares e nervosos, deixando o cérebro livre para outras ocupações. A
dialética inerente aos novos métodos industriais foi compreendida pelos industriais
norte-americanos, que notaram que, durante o trabalho, o operário pensa demais ou,
pelo menos, tem muito mais possibilidade de pensar, principalmente depois de ter
superado a crise de adaptação. Por causa disso, surgiram propostas de reformulação da
organização fordista do trabalho. O sistema Toyota de produção, que reagregou as
tarefas em conjuntos de atividades que encerram etapas completas do processo de
trabalho, difundiu-se a diversos setores econômicos e regiões, conformando o regime de
acumulação "flexível". No entanto, esse novo modelo intensificou ainda mais o ritmo e
o volume de trabalho, sem contrapartida na valorização dos salários ou na estabilidade
do emprego.

RESUMO
A nossa breve avaliação destaca a importância do ponto de vista crítico de Gramsci no
presente, ao demonstrar que a fragmentação do trabalho, tanto no âmbito social quanto
técnico, é um elemento fundamental para o progresso das forças produtivas do capital e
forma a base para a automatização. Isso contesta a ideia comum da neutralidade da
tecnologia e suas supostas consequências sociais inevitáveis, evidenciando a luta
constante entre os trabalhadores e os capitalistas pelo controle do conhecimento sobre o
trabalho. Ademais, é claro que o progresso tecnológico do capital não aprimora, mas
sim deteriora as condições sociais dos trabalhadores, submetendo-os às exigências da
acumulação de capital

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