Você está na página 1de 4

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA 

ESCOLA DE SAÚDE 
CURSO DE PSICOLOGIA

CONSTRUÇÃO DE CASO CLÍNICO

Bruna Dandara Ramalho de Brito


Flávia Luiza Ferreira da Silva
Jarciane Bandeira Rodrigues de Souza  
Gabryella Costa Silva Botelho
Kezia Abgail lima Gomes Oliveira
Renata Rocha de Mattos

NATAL/RN
Outubro de 2021

NATAL/RN
Outubro de 2021
BRUNA DANDARA RAMALHO DE BRITO
FLAVIA LUIZA FERREIRA SILVA
JARCIANE BANDEIRA RODRIGUES DE SOUZA
GABRYELLA COSTA SILVA BOTELHO
KEZIA ABGAIL LIMA GOMES OLIVEIRA
RENATA ROCHA DE MATTOS

CONSTRUÇÃO DE CASO CLÍNICO

Construção de
um caso clínico e discussão de planejamento
de intervenção do caso por exigência da
disciplina Intervenções Psicológicas na
infância e na adolescência na Universidade
Potiguar, ministrada pela professora Alexia
Thamy Gomes de Oliveira.

Caso Clínico
Uma menina de 12 anos deu entrada no pronto socorro de um hospital público
com um corte profundo em seu pulso. A jovem estava acompanhada de seu irmão mais
velho de 16 anos que a levou nos braços pois ela chegou a desmaiar no meio do
caminho devido a perda de sangue, ela também apresentava desnutrição devido a
magreza aparentemente fora do normal. Enquanto a menina é levada às pressas para a
cirurgia, o adolescente relata para uma enfermeira que ouviu a irmã chorar na cozinha e
foi verificar o que havia acontecido, foi então que viu a mais nova segurando uma faca
de cozinha e seu braço sangrando bastante, ele tentou estancar o sangue e então a levou
ao hospital. A enfermeira repara que o adolescente está sob efeito de drogas e bastante
agitado, então questiona sobre os pais e o mais velho diz que moram apenas com o pai
que estava em serviço, e quando questionado sobre o uso de narcóticos ele não nega que
é usuário de crack.

A enfermeira fala para o adolescente que precisa entrar em contato com o pai
deles, pois são menores de idade e a irmã do rapaz corre risco de vida. O adolescente
fica agitado e ameaça a enfermeira de morte se ela chamar o pai dele. A profissional
sem saber o que fazer, preocupada sobre o que adolescente poderia fazer sob efeito de
drogas, apenas questiona por que não pode chamar seu pai. O mais velho fica mais
agitado, mas logo diz que o seu pai era um “monstro” agressivo e irá matá-lo se algo
acontecer a sua irmã, e que o pai é capaz de realmente tirar a sua vida; o jovem acaba
relatando outras coisas, que seu pai abusava fisicamente e psicologicamente dos dois, e
que o pai também vendia sua irmã para os amigos mais velhos dele para que ela se
prostituísse, e mesmo que ele tente impedir ele acaba sendo agredido até não conseguir
ficar em pé, como relata o jovem. A enfermeira coleta outras informações com o
adolescente, sobre serem de classe baixa, morar em um bairro com altos índices de
criminalidade e ambos não frequentam a escola, e a magreza quase anoréxica dos dois é
pelos constantes castigos do pai de punirem seus filhos sem comida se eles não levarem
dinheiro o suficiente para cara. O adolescente trabalha com tráfico de drogas, obrigado
pelo pai para entrar nisso, e a menina se prostitui também obrigada pelo pai. No final de
tudo é comprovado pela equipe que atendia a menina, as marcas de agressão sexual, e
até mesmo doença sexualmente transmissível.

Intervenção
A princípio deve-se considerar vários fatores, que embora o adolescente que
relata a situação da sua irmã mais nova e sua própria vida, ele está sob efeito de drogas,
é possível investigar cada detalhe deste caso, e considerar também que ambos estão
sofrendo negligência e outros crimes sobre criança e adolescente. Tratando-se de um
caso comprovado de violência sexual infantil, é necessário acionar a assistência social
para proteção da criança, ao mesmo tempo em que o adolescente está envolvido com
tráfico de drogas como ele relata, adolescente também é usuário de drogas e vítima da
negligência e violência que o seu pai o coloca. Estas situações colocam a vida de ambos
em risco, fora a violência que os dispõe de problemas psicológicos, comprometendo o
bem-estar deles.

De acordo com o artigo 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a


criança e adolescente tem direito a proteção à vida e saúde, logo, a situação em que os
dois jovens se encontram, os colocam em risco pessoal e social de vida, pois estão sob
negligência, sendo expostos a violência e exploração sexual, violência física e uso de
substâncias psicoativas. Vale ressaltar que ambos não frequentam a escola, e segundo a
legislação brasileira, é obrigatória a educação básica dos menores de idade dos 4 aos 17
anos de idade, tendo a matrícula realizada por seus pais. Reforçando também que de
acordo com o artigo 246 do Código Penal, o abandono intelectual de um menor de
idade, não provendo a educação primária de seus filhos na idade escolar estabelecida
pela legislação, a previsão é de pena de detenção. Estas são apenas alguns exemplos de
leis que se aplicam em prol da saúde mental e bem-estar da criança e adolescente, e para
que isto se realize é preciso contactar a assistência social para que trabalhe em conjunto
com outros profissionais disponibilizados pelo Estado para proteção dos jovens vítimas
de violação e negligência, trabalhando em conjunto com centros sociais que ofereçam
assistência psicológica, visando protegê-los e oferecer uma vida mais segura e benéfica
para ambos.

Você também pode gostar