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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA VARA

DE FAMÍLIA DA COMARCA DE SALVADOR – BA. 


 
 
 

DAIELLY EDNA NASCIMENTO TRINDADE, brasileira, menor impúbere,


absolutamente incapaz, nascido em 19 de junho de 2012, natural de Salvador– Bahia,
inscrito no CPF nº 126.350.775-17, RG nº 22.574.560-76, neste ato representado
pela sua genitora BÁRBARA FREITAS NASCIMENTO, brasileira, maior, convivente,
capaz, autônoma, inscrita no CPF nº 012.916.095-47, RG nº 08.829.827-29, residente
e domiciliada Rua 02 de Julho, 9999, apt 1 andar, Vila Canária, Salvador-Bahia, CEP
41.390-370.por intermédio de suas procuradoras subscritas, Belª. CLAUDIA
CRISTINA SANTOS BASTOS, brasileira, maior, capaz, advogada regularmente
inscrita na OAB-BA sob n° 50.444, endereço eletrônico: claudiabastos544@gmail.com,
e Belª. BRUNA CAROLINA NERY COSTA DE PINHO, brasileira, maior, capaz,
advogada regularmente inscrita na OAB-BA sob n° 44.747, endereço eletrônico
brunanery.adv@gmail.com, ambas estabelecidas profissionalmente na Rua São
Maurício, nº 59, Santa Terezinha, Dias D’Ávila – Bahia, e com endereço eletrônico e
profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no
art. 287, caput, do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem,
com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 1.568 e
art. 1.634, um e outro do Código Civil c/c art. 2º e 4º, da Lei de Alimentos, assim como
do art. 22, do ECA, ajuizar a presente

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Cel. 71 99153-8249. E-mail: brunanery.adv@gmail.com e
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AÇÃO DE ALIMENTOS C/C ALIMENTOS PROVISÓRIOS E REGULAMENTAÇÃO
DE GUARDA E CONVIVÊNCIA

Em face de DANILO FERREIRA TRINDADE, brasileiro, maior, capaz,


convivente, Artista/ Cantor, inscrito no CPF nº 813.115.405-04, RG nº 08461927-
99, nascido em 16/04/1982, natural de Salvador/BA, filho de Daniel
Trindade Santos Filho e de Edna de Jesus Ferreira. Contato telefônico: (71)
9909-0107 e (11) 97955-8455, endereço eletrônico: orey160482@gmail.com, Rede
Social Instagram: https://www.instagram.com/chicleteferreiraoficial/
(@chicleteferreiraoficial).

1- DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA


(CPC, art. 98, caput c/c LA, art. 1º, § 2º)
 
A Autora não tem condições de arcar com as despesas do processo, uma vez
que são insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as despesas
processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais. Dessarte, a Demandante ora
formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a
égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC c/c art. 1º, § 2º, da Lei de
Alimentos, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório
acostado.

2- DOS FATOS

A genitora da promovente, viveu em união estável com DANILO FERREIRA


TRINDADE, devidamente qualificado no preâmbulo desta, por um período de 18
anos, e da referida convivência advieram três filhos: Erika Beatriz Nascimento
Trindade, nascida em 20/01/2002 (21 anos de idade), Matheus William Nascimento
Trindade, nascido em 17/05/2004 (19 anos de idade) e DAIELLY EDNA
NASCIMENTO TRINDADE, nascida em 19/06/2012 (11 anos de idade), conforme
documento comprobatório em anexo.

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Ocorre que há 03 (três) anos, precisamente em 2020, o casal se separou por
motivo de traição da parte de Danilo Ferreira Trindade, oportunidade em que pleiteia
o reconhecimento da união estável e a consequente dissolução. Após porem fim a
união estável de 18 anos, a genitora teve que assumir os dois papéis, o de mãe e o
de pai, tendo em vista que o genitor pareceu esquecer-se de tudo que viveu e
conviveu com sua família, principalmente o amparo material (financeiro) e afetivo. A
genitora dependia exclusivamente do seu companheiro, pois não trabalhava e toda
sua contribuição era cuidar da casa, dos filhos, da educação e ainda dar suporte a
carreira de Artista/Cantor do mesmo.
Insta salientar que, foi muito difícil para a genitora e seus filhos conseguirem
reorganizar a rotina, a vida, pois como sempre a mãe acaba carregando consigo toda
responsabilidade e direcionamento para com os filhos. A genitora não foi “preparada”
com antecedência que teria que recomeçar “do zero” sozinha com seus filhos. Pois, o
genitor, Sr Danilo Ferreira Trindade, apenas contribuía com um valor ínfimo de R$
300,00 (trezentos reais) quando bem queria, sem se preocupar com dia, mês, ano, da
mesma maneira que nunca se preocupou em se fazer presente na vida dos filhos, em
especial DAIELLY, que sequer faz uma ligação nem mesmo uma visita, quanto mais
conviver e compartilhar momentos para que a menor construa memórias afetivas.
Danilo Ferreira Trindade, é artista do ramo musical, vive o ofício de Cantar,
viajando e divulgando o seu trabalho musical em alguns países como: África,
Portugal, além de vários estados brasileiros. Sua conta do Instagram conta com mais
de 259 mil seguidores, no YouTube tem mais de 89 mil inscritos.

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Sua turnê fora do Brasil:

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E os seus shows em solo brasileiro e baiano continuam. Basta comprovar nos
prints da sua própria Rede Social Instagram:

Assim sendo, até a presente data, não houve um acordo por parte do
promovido sobre a fixação do valor exato mensal a ser depositado para as despesas
e sustento da menor, bem como uma data fixa para que possa se programar, sendo
que, como narrado acima, o mesmo sequer fora visitar a menor e sequer preocupa-se
com a manutenção e necessidades básicas da menor.

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Excelência, no momento a genitora não tem emprego, e luta fazendo “bicos”
(hoje faz pizza em casa e entrega delivery) para colocar alimentos no seu lar e se
manter com os filhos. Também, inviável não ter uma previsão de valor e data para
que a pensão alimentícia seja depositada, pois as necessidades existem, são reais e
é muito triste viver exclusivamente na dependência da vontade alheia.
Oportuno salientar que a criação da requerente não deve recair somente sobre
a responsabilidade de sua genitora, que são muitas e notórias, como por exemplo:
alimentação, educação, vestuário, moradia, equipe multidisciplinar, saúde, lazer,
esportes, dentre outras.
  Diante desse quadro, a mãe da Promovente não detém recursos suficientes para
sozinha, cumprir a responsabilidade alimentar para com sua filha e não restou outra
alternativa senão ajuizar a presente Ação de Alimentos para que se formalize e se
cumpra as obrigações inerentes a Menor.

DO BINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE DO ALIMENTANTE

A situação financeira do requerido é estável e privilegiada, pois o mesmo tem


uma vida confortável e ostenta viagens a estados brasileiros e mais que isso, viagens
internacionais para a Europa e África.
O requerido é artista, no ramo da música (Cantor), tem notoriedade, bem como
tem uma página no Instagram de gestão artística e eventos, com a logomarca YAH
PRODUÇÕES @yahproduziu.
A requerente hoje encontra-se fazendo pizza caseira, entregando no formato
delivery para sobrevier com sua família, tendo essa única renda para alimentos,
aluguel, consumo de água, energia elétrica, vestuário, transporte, material escolar,
fardamento, saúde, e tudo mais necessário para sobreviver de maneira digna e
manter o mínimo existencial. Todavia a renda não é suficiente e nem o mínimo
existencial tem sido respeitado e preservado, violando assim sua dignidade.

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3- DO DIREITO

É pacífica e unanimemente compreensível a lógica da assistência familiar que


os pais devem aos filhos, de maneira que o legislador pretendeu preservar a família,
por conseguinte os filhos, sobretudo os menores de idade, reservando-lhe na Carta
Magna um espaço próprio.
A obrigação alimentar perseguida é indispensável à subsistência da menor, a
qual, como na hipótese, não pode esperar meses para serem satisfeitas suas
necessidades básicas.
  O Promovido, pois, deve prover alimentos provisórios de sorte a assegurar à
Autora o necessário à sua manutenção. Com isso, garantindo-a meios de subsistência.
É consabido que aos pais cabe o dever de sustentar os filhos menores, fornecendo-lhe,
sobretudo, alimentação, vestuário, moradia, educação, medicamentos etc.
 E essa é a dicção contida na Legislação Substantiva Civil, ad litteram:
 Art. 1.568 - Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção
de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da
família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime
patrimonial.
Art. 1.634.  Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua
situação conjugal, o pleno exercício do poder familiar, que
consiste em, quanto aos filhos:
I - dirigir-lhes a criação e a educação;
Art. 1.701. A pessoa obrigada a suprir alimentos poderá pensionar
o alimentando, ou dar-lhe hospedagem e sustento, sem prejuízo
do dever de prestar o necessário à sua educação, quando menor.

Do mesmo modo o Estatuto da Criança e do Adolescente, verbo ad verbum:


 

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 Art. 22 - Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse
destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações
judiciais.
 
Além disso, no plano da Constituição Federal:
 
Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os
pais na velhice, carência ou enfermidade.
 
Com esse enfoque, é altamente ilustrativo trazer à colação o magistério
de Maria Berenice Dias:
 
O encargo de prestação de alimentos é obrigação de dar, representada pela prestação
de certo valor em dinheiro. Os alimentos estão submetidos a controle de extensão,
conteúdo e forma de prestação. Fundamentalmente, acham-se condicionados pelas
necessidades de quem os recebe e pelas possibilidades de quem os presta (CC 1.694,
§ 1º). Enquanto os filhos são menores, a presunção de necessidade é absoluta, ou
seja, juris et de jure. Tanto é assim que, mesmo não requeridos alimentos provisórios,
deve o juiz fixá-los (LA 4º)...
( ... )
 
De mais a mais, urge revelar notas de jurisprudência com esse enfoque, verbis:
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO QUE FIXA
ALIMENTOS PROVISÓRIOS EM FAVOR DA EX.
COMPANHEIRA E DE FILHO MENOR. AUSÊNCIA DE
ALEGAÇÕES OU PROVAS POR PARTE DA COMPANHEIRA
ACERCA DA IMPOSSIBILIDADE PARA SUA PRÓPRIA
MANUTENÇÃO. ELEMENTOS QUE INDICAM SUA APTIDÃO
PARA O TRABALHO. ALIMENTOS INDEVIDOS EM RELAÇÃO

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A ESTA. FILHO MENOR. PRESUNÇÃO DE NECESSIDADE.
ALIMENTOS PROVISÓRIOS MANTIDOS. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.
1. Os alimentos em favor do ex-companheiro só são devidos
quando demonstrado que quem os pretende não tem condições
de se manter pelo próprio trabalho, sendo necessário, ainda, que
aquele de quem se reclama possa fornecê-los sem desfalque de
seu próprio sustento, nos termos do art. 1.695 do Código Civil. 2.
No tocante ao filho menor, a necessidade de alimentos é
presumida, justificando-se a manutenção da decisão que fixa
alimentos provisórios em valor proporcional às possibilidades
financeiras do alimentante. 3. Recurso conhecido e parcialmente
provido [ ... ]
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS.
FILHO MENOR (08 ANOS) - PEDIDO DE REDUÇÃO.
SENTENÇA PRIMEVA QUE REDUZIU O PERCENTUAL DE
ALIMENTOS DE 50% (CINQUENTA POR CENTO) DO SALÁRIO
MÍNIMO PARA 17% (DEZESSETE POR CENTO) EM RAZÃO
DA MUDANÇA DA SITUAÇÃO FINANCEIRA. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DO PAGAMENTO DA
PENSÃO ALIMENTÍCIA ARBITRADA. PRÓPRIO APELANTE
SUGERE O PERCENTUAL DE 17% DO SALÁRIO MÍNIMO
(FLS. 166). ANÁLISE DO BINÔMIO. NECESSIDADE-
POSSIBILIDADE. SENTENÇA PRIMEVA QUE FIXA OS
ALIMENTOS NO PERCENTUAL DE 17% (DEZESSETE POR
CENTO) DO SALÁRIO DO APELANTE. PEDIDO DE REDUÇÃO
PARA O PERCENTUAL DE 15% DO SALÁRIO MÍNIMO.
IMPOSSIBILIDADE. PERCENTUAL FIXADO COM
RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. MANUTENÇÃO
DA SENTENÇA PRIMEVA EM TODOS OS TERMOS. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. UNANIMIDADE.

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Na fixação do quantum da pensão alimentícia há de ser
considerado o trinômio. Necessidade, possibilidade e
proporcionalidade. Tratando-se de filho menor as necessidades
são presumidas. Constitui encargo de o alimentante provar que
não reúne as condições de prestar os alimentos fixados na
sentença. In casu, nos autos inexiste prova robusta da
impossibilidade do pensionamento no valor em que fora arbitrado,
devendo, por conseguinte, ser mantido o valor fixado na sentença
de primeiro grau. Recurso conhecido e improvido [ ... ]
 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE ALIMENTOS. MANUTENÇÃO
DO QUANTUM FIXADO NA SENTENÇA PROFERIDA PELO
JUÍZO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OBSERVÂNCIA AO
BINÔMIO NECESSIDADE X POSSIBILIDADE. SENTENÇA
MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
I - O Magistrado de primeira instância verificou, com precisão,
que, não obstante o Apelante alegue estar desempregado, nada
provou nesse sentido, porquanto juntou aos autos a folha de
"anotações gerais" da CTPS (Carteira de Trabalho e Previdência
Social), a qual não demonstra a ausência de emprego ao tempo
do ajuizamento da demanda. II - Ademais, a alegação recursal de
que está desempregado, sem nenhum tipo de renda, cai em
descrédito quando o Apelante pretende pagar os alimentos no
patamar de 10% (dez por cento) do salário mínimo, o que
demonstra, na realidade, receber algum tipo de renda. III - A
situação de desemprego, ainda que tivesse sido demonstrada,
não seria suficiente para que o Apelante não efetuasse o
necessário pagamento de alimentos à sua prole, devendo o
mesmo buscar os meios para promovê-lo. lV - Considerando a
existência de despesas ordinárias do Apelado, como vestimenta,
lazer, alimentação e moradia, as quais são presumidas,
verificando, ainda, que o mesmo possui, atualmente, 02 (dois)

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anos de idade, tem-se por manter os alimentos no patamar fixado
pelo Magistrado a quo, eis que tal valor, somado à contribuição da
mãe, poderá oferecer um mínimo de vida digna para o menor
[ ... ] 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS
AJUIZADA PELA AGRAVADA (FILHA MENOR) EM FACE DO
AGRAVANTE (PAI). DECISÃO QUE FIXOU ALIMENTOS
PROVISÓRIOS EM 20% DOS RENDIMENTOS LÍQUIDOS DO
ALIMENTANTE. RECURSO DO REQUERIDO. ALEGAÇÃO DE
QUE NÃO POSSUI CONDIÇÕES DE ARCAR COM O VALOR
FIXADO. DESCABIMENTO.
Conquanto modesta, não há provas de que o desconto do valor
sobre a renda da parte irá de fato obstar sua subsistência.
Necessidade da alimentanda/agravante que, por sua menoridade,
se presume, qualificando a obrigação. Decisão mantida. AGRAVO
DESPROVIDO [...]

3.1- DA GUARDA (UNILATERAL)

Desde a separação dos genitores a menor está sob os cuidados de sua


genitora, que possui guarda unilateral de fato.
A requerente já possui a guarda unilateral, sendo assim, deseja que a guarda
continue com a genitora do menor, com o direito de visita para o genitor.
Diante dos fatos expostos, surgiu a necessidade de se ingressar com a
presente demanda para regularizar a guarda definitiva da menor, bem como fixar um
valor mensal a título de pensão alimentícia em favor da menor.
Com efeito, nos termos do art. 1.583, § 1º e § 2º, I, II e III do Código Civil, a
guarda unilateral que já é exercida pela genitora dos autores, revela-se em boas
condições, sendo que o genitor não tem apresentado para os seus filhos uma

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residência fixa, de forma que a menor possa visitá-lo, pois o Sr Danilo tem passado
maior parte do tempo em viagens.

3.2- DA CONVIVÊNCIA/VISITAÇÃO

A requerente possui a guarda de fato da menor, no entanto entende a


necessidade do convívio da criança com o pai, assim deseja que a guarda seja mantida
consigo devendo o genitor visitá-lo, de forma livre se assim desejar, desde que
dialogado e ajustado anteriormente em horários apropriados para se manter a boa
relação de amizade e respeito entre ambos. Também, que a menor possa passar finais
de semana alternados com o genitor, bem como dia dos pais com o pai, dia das mães
com a mãe, festas natalinas com a genitora nos anos pares e réveillon com o genitor.
Nos anos impares, o inverso: genitor nas festas natalinas e genitora no réveillon.
Aniversário da menor, anos pares com a genitora e anos impares com o genitor,
podendo dividirem metade do período se assim acordarem pacificamente.

3.3- DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

O dever alimentar dos pais está expressamente previsto na Constituição


Federal, em seu artigo 229: “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos
menores (...).”
No mesmo sentido, o art. 22 do Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.069/90) e os arts. 1.696 e 1.634, I, do Código Civil estabelecem
que os pais tem o dever de criar, sustentar e educar os filhos menores. Logo, ambos
os genitores (pai e mãe) têm o dever de sustentar os filhos menores, sendo que, a
prestação alimentícia deve ser fixada segundo o binômio necessidade dos
alimentandos e capacidade econômica do alimentante (art. 1.694, § 1º, Código Civil).
Nesta oportunidade, necessária se faz a fixação da pensão alimentícia devida
pelo demandado, já que não é razoável admitir que as despesas vitais dos filhos
sejam suportadas, exclusivamente, pela genitora, que ora representa a criança neste

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pleito. Os alimentos provisórios pleiteados na presente ação têm como objetivo
promover o sustento dos filhos na pendência da lide. Tal pedido encontra-se previsto
no art. 4º da Lei n.º5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, senão vejamos:

Art. 4º- Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo


alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o
credor expressamente declarar que deles não necessita.

No caso sub examine, resta translúcida a necessidade de fixação de tal


provisão legal, face à dificuldade financeira enfrentada pela genitora da menor, o que
fatalmente resvala na manutenção da criança.
Registre-se a precisa lição da atual doutrina de Maria Berenice Dias, que,
citando Silvio Rodrigues e Carlos Alberto Bittar, assim preconiza:
Talvez se possa dizer que o primeiro direito fundamental do ser
humano é o de sobreviver. E este, com certeza, é o maior
compromisso do Estado: garantir a vida dos cidadãos. Assim, é
o Estado o primeiro a ter obrigação de prestar alimentos aos
seus cidadãos e aos entes da família, na pessoa de cada um
que integra. (…) Mas infelizmente o Estado não tem condições
de socorrer a todos, por isso transforma a solidariedade familiar
em dever alimentar. Este é um dos efeitos que decorrem da
relação de parentesco.

Isto posto, com o objetivo de propiciar à menor requerente proteção


jurisdicional aos meios à sua mantença digna durante o curso do processo, solicitam-
se alimentos provisórios, na proporção de um salário-mínimo vigente a época, nos
termos da pensão alimentícia requerida alhures.
 
3.4- QUANTO AS CONDIÇÕES FINANCEIRAS DA MÃE

Impende realçar que, de fato, a genitora não tem condições de sozinha arcar
com todas as despesas referentes aos alimentos do menor, pois sempre foi

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dependente de seu companheiro Danilo Ferreira Trindade e abruptamente teve seu lar
desfeito e teve que recomeçar do zero. Hoje vive do trabalho informal, fazendo pizzas
caseiras e entrega delivery, o que traz insegurança e instabilidade, pois nem sempre
tem pedidos para entrega.

3.5- DO VALOR DOS ALIMENTOS

Desta forma, entendem os autores que, a fim de contribuir para a satisfação de


suas necessidades vitais, o promovido deverá pagar a seu filho, a título de pensão
alimentícia, mensalmente, o seguinte valor:
a) Se for profissional autônomo ou empresário: deverá pagar o valor de um
salário-mínimo vigente a época, a ser depositado na conta da genitora.
b)  Se estiver empregado, na Iniciativa Privada ou pelo Poder Público: deverá pagar
o equivalente a 40% (quarenta por cento) de seu salário bruto ( recaindo sobre PLR,
rescisão e férias).
c) Caso o genitor (alimentante) esteja empregado na Iniciativa Privada, a base de
cálculo da pensão alimentícia corresponderá às verbas recebidas com regularidade,
incidindo inclusive sobre décimo terceiro salário, diárias, comissões e horas extras.
Caso o alimentante seja empregado ou servidor público, a base de cálculo será sua
remuneração líquida, excluídos apenas dos descontos voluntários (empréstimos
consignados, planos de saúde, mensalidade de associação e etc.).
d) Fica determinado a título de despesas diversas, a proporção de 50% (cinquenta
por cento) das despesas médicas, odontológicas e exames, mediante a apresentação
dos comprovantes, bem como vestimenta, material escolar (do material escolar no
início de cada ano letivo) e demais despesas educacionais.
e) Da forma de pagamento: A pensão deverá ser paga em moeda corrente até o dia
05 de cada mês, por meio de depósito na conta bancária da representante do menor,
sendo Banco XXXX
f) Caso o alimentante esteja empregado na Iniciativa Privada ou pelo Poder Público, o
valor da pensão alimentícia deverá ser descontado diretamente da folha de
pagamento do alimentante e depositado diretamente na conta bancária da
representante da alimentanda. Para tanto, quando a sentença for proferida, qualquer

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das partes ou a representante poderão apresentá-la à fonte pagadora, a fim de
proceder o desconto diretamente em folha de pagamento. Caso haja mudança de
empregador, a sentença deverá ser apresentada à nova fonte pagadora pelo
alimentante e, caso ele não o faça, poderá ser apresentada por qualquer das partes
ou pela representante.

4- DOS PEDIDOS

EX POSITIS,  é a presente para requerer a Vossa Excelência que se digne em:

1- Deferir o pleito de tutela provisória de urgência, atendendo desde logo o pedido


dos autores para a fixação dos ALIMENTOS PROVISÓRIOS na proporção de 01
(UM) salário mínimo vigente; Tal pedido encontra-se previsto no art. 4º da Lei
n.º5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, senão vejamos:
Art. 4º- Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo
alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o
credor expressamente declarar que deles não necessita.

2- No mérito, seja a presente ação julgada totalmente procedente:


a. tornando definitiva a fixação de alimentos em favor dos menores nos valores
propostos pela parte autora (no tópico 3.5 desta petição);
b. fixando o regime de guarda e visitas conforme proposto pela parte autora (nos
tópicos 3.1 e 3.2 desta petição);
c. e, ainda, determinando a título de despesas diversas, a proporção de 50%
(cinquenta por cento) das despesas médicas, odontológicas e exames, mediante a
apresentação dos comprovantes, bem como vestimenta, material escolar (do material
escolar no início de cada ano letivo) e demais despesas educacionais.
3. Seja deferida a justiça gratuita, com fundamento nos arts. 98 e seguintes
do CPC (Lei nº 13.105/15) e no art. 5º, XXXV, LV e LXXIV da Constituição Federal,
por não ter a representante dos autores condições de arcar com as custas
processuais e honorários advocatícios sem prejuízos dos próprios sustentos e de sua
família.

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Cel. 71 99184-6863. E-mail: claudiabastos544@gmail.com
4. Seja determinada a citação do genitor por meio telefônico/whatsapp número:
Contato telefônico: (71) 9909-0107 e (11) 97955-8455, endereço eletrônico:
orey160482@gmail.com, Rede Social Instagram:
https://www.instagram.com/chicleteferreiraoficial/ (@chicleteferreiraoficial), para que se
manifeste em contestação dentro do prazo legal, sob pena de revelia.
5. Requer seja dada ciência da presente demanda ao representante
do Ministério Público, nos termos do art. 698 do Código de Processo Civil, para que
se manifeste no feito em razão do interesse da incapaz.
6. Ao final, seja determinada a condenação do genitor ao pagamento de
custas, despesas processuais e honorários advocatícios, por ter dado causa ao
manejo da presente demanda.
7. Informa a parte autora que provará o alegado através de todos os meios de
prova em direito admitidos, em especial pela produção de prova documental,
testemunhal, pericial e inspeção judicial, além da juntada de novos documentos e
demais meios que se fizerem necessários.
8. Nos termos do art. 319, VII, CPC/15, informa a parte autora que (não) opta pela
realização audiência de conciliação ou mediação, tendo em vista a necessidade e
urgência do deferimento dos alimentos provisórios;
9. Por fim, requer que todas as intimações e quaisquer comunicações sejam
publicadas em nome das advogadas acima qualificadas, sob pena de nulidade.

Atribui à causa o valor de R$ 15.840,00 (quinze mil, oitocentos e quarenta


reais), correspondendo ao valor de 12 (doze) prestações mensais perseguidas na
ação, nos termos do art. 292, III, CPC/15.

Termos em que,

Pedem Deferimento.

Salvador-Bahia, 12 de julho de 2023.

Assinado eletronicamente

Rua São Maurício, nº 59, 1º andar, Centro, Dias D’Ávila - Bahia.


Cel. 71 99153-8249. E-mail: brunanery.adv@gmail.com e
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Bel CLAUDIA CRISTINA SANTOS BASTOS
OAB/BA n. 50.444

Bel BRUNA CAROLINA NERY COSTA DE PINHO


OAB/BA n 44.747

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