CARTILHA DE FORMAÇÃO

PROGRAMA DE LEVANTAMENTO, CADASTRAMENTO

E REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DE IMÓVEIS RURAIS
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO
RURAL, PESCA E COOPERATIVISMO
SUMÁRIO
Apresentação 04

Contexto atual 06

Beneficiários 07

Etapas 08

Fluxograma para regularização e titulação 12

dos imóveis públicos e particulares

LISTA DE SIGLAS

DDA
Departamento de Desenvolvimento Agrário

SEAD
Secretaria Especial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento
Agrário

SDR
Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo
 APRESENTAÇÃO
SOBRE O QUE É
ESTA CARTILHA?
Esta cartilha de formação é uma publicação do Pro-
grama de Levantamento, Cadastramento e Regulari-
zação Fundiária de Imóveis Rurais do Estado do Rio
Grande do Sul.
DO QUE TRATA
ESSE PROGRAMA?
O programa é uma ação social com o objetivo de
viabilizar a permanência do agricultor familiar nas
terras em que mora e trabalha, mas que ainda não
possui titulação das propriedades.
A regularização garante a segurança jurídica da pos-
se do imóvel, bem como o acesso às demais políti-
cas públicas do governo, como crédito rural e assis-
tência técnica.
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O PROGRAMA NO
RIO GRANDE DO SUL
Este projeto foi acordado pela Secretaria Especial
de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário
(SEAD) com o governo do Estado do Rio Grande
do Sul, por meio da Secretaria do Desenvolvimento
Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). É uma cons-
trução coletiva com a participação de diversas en-
tidades parceiras, como organizações de agriculto-
res, representantes dos municípios e de diferentes
órgãos do Estado, da Assembleia Legislativa, dos
escritórios da Emater, conveniada da SDR, entre ou-
tros.
Compete à SDR a execução e a fiscalização do tra-
balho realizado por empresas licitadas, sendo ope-
racionalizado pelo Departamento de Desenvolvi-
mento Agrário (DDA).
QUAL O OBJETIVO?
Construir a malha fundiária do Estado do Rio Grande
do Sul por meio de levantamento, cadastramento e
georreferenciamento de imóveis rurais, bem como
sua regularização, pela realização do programa de
identificação dos imóveis rurais e de seus posseiros
visando à demarcação das áreas e a titulação dos
posseiros.
A QUEM SE DESTINA?
Por se tratar de um projeto piloto de levantamento,
cadastramento e georreferenciamento de imóveis
rurais, inicialmente pretende-se abranger 6 mil es-
tabelecimentos rurais em municípios com altos ín-
dices de imóveis rurais pendentes de regularização.
Os ocupantes da terra receberão as peças técnicas,
o que possibilitará o encaminhamento do processo
de regularização.
 CONTEXTO ATUAL BENEFICIÁRIOS

Referente à estrutura fundiária do RS, os estabeleci- O Rio Grande do Sul tem diversas situações com A regularização fundiária de imóveis rurais tem
mentos agropecuários são compostos por: relação à titularidade das terras. Devido à falta de grande impacto socioeconômico nos municípios
documentos comprobatórios, principalmente da envolvidos. Serão beneficiados de forma direta os
propriedade da terra, os agricultores familiares ocupantes dos imóveis rurais dos municípios abran-
UNIDADES CARACTERIZAÇÃO FUNDIÁRIA passam por dificuldades ao tentar acesso às po- gidos no projeto.
DOS ESTABELECIMENTOS líticas públicas.
417 mil Proprietários individuais Estes poderão encaminhar os processos de regula-
Diante desta realidade, foi elaborado este projeto, rização das suas terras, o que permite o acesso a
17 mil Condomínios, consórcio ou sociedade
para dar um passo importante para o desenvol- benefícios como:
753 Estabelecimentos cooperativados vimento de um programa de levantamento, ca-
4,3 mil Sociedade anônima ou limitada dastramento e georreferenciamento de imóveis • Assistência técnica
rurais no Estado do Rio Grande do Sul.
160 Instituição de utilidade pública • Programas sociais
192 Governamentais • Crédito agrícola
1,9 Outras condições • Crédito habitacional
7 mil Sem titulação definitiva “ESTIMA-SE QUE O ESTADO TENHA • Demais políticas públicas
26,7 mil Arrendatários 200 MIL HECTARES EM IMÓVEIS A execução do programa possibilitará aos ocupantes
9,5 Parceiros RURAIS, ABRANGENDO MAIS DE 10 MIL dos estabelecimentos rurais maior tranquilidade ju-
rídica, tanto às famílias beneficiárias de forma direta
20,5 Ocupantes ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS, quanto às famílias lindeiras, pois poderão fixar mar-
6,8 mil Sem área PENDENTES DE REGULARIZAÇÃO.” cos topográficos definitivos em suas propriedades.
Fonte: IBGE e SDR

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 ETAPAS
O programa consiste em três etapas:
sensibilização e mobilização, cadas-
tro e georreferenciamento.
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1.
SENSIBILIZAÇÃO
E MOBILIZAÇÃO
a) Audiência Pública
Em cada município abrangido pela proposta, será
realizada uma audiência pública com a participação
de interessados, representantes do poder público
municipal, estadual e federal, representantes de or-
ganizações e movimentos sociais, representantes do
Poder Judiciário e representantes cartorários, entre
outros.
b) Oficinas Técnicas
Serão reuniões realizadas em cada comunidade
abrangida pelo programa, nas quais serão tratados
aspectos da regularização fundiária.
O objetivo será orientar as famílias beneficiárias so-
bre a importância do programa, o fornecimento de
dados para a confecção das plantas topográficas e
dos memoriais descritivos das áreas, bem como os
encaminhamentos da regularização de suas áreas
posteriormente.
2.
CADASTRO DAS
FAMÍLIAS OCUPANTES
Trata-se do levantamento de informações relativas
às famílias e aos imóveis rurais:
• Declarações de cadastro de imóveis rurais (Incra).
• Dados pessoais do produtor (CPF e RG), do deten-
tor e do cônjuge.
• Situação da propriedade: todo e qualquer docu-
mento comprobatório de relação com o imóvel rural,
relativo a posse e uso.
• Situação econômica e de exploração do imóvel.
3.
GEORREFERENCIAMENTO
DOS IMÓVEIS RURAIS
Trata-se da medição da área da propriedade, de for-
ma precisa e atualizada, utilizando o auxílio de apa-
relhos GPS, via satélite, conforme exigência da Lei
10.267/2001 para imóveis registrados a partir do ano
de 2002.
 ESTEJA PREPARADO

Converse com Facilite o acesso dos Separe seus

lindeiros, definam técnicos de medição aos documentos pessoais
os pontos de limites limites das áreas, abrindo e os relacionados
das áreas. picadas e roçando o local. ao imóvel.

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 ENCAMINHAMENTOS VISANDO À
REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DOS
IMÓVEIS RURAIS

Após finalizadas as três etapas, os ocupantes rece- titulação e regularização dos imóveis rurais. a) Imóveis públicos
berão as peças técnicas (memoriais e plantas geor- Esse processo será estabelecido conforme as carac-
referenciadas) resultantes da etapa de georreferen- terísticas de cada imóvel rural, seguindo os seguin- Os imóveis públicos, rurais ou urbanos, são aqueles programa encaminhará à SDR o pedido de regulari-
ciamento, o que possibilita o encaminhamento da tes fluxos de acordo com suas especificidades. que pertencem à União, ao Estado e ao Município ou zação do imóvel rural;
às suas entidades, e são utilizados de forma a aten-
der o interesse do Poder Público. Tendo em vista que 3º Após a protocolização do pedido na SDR, será
este programa trata da apuração dos imóveis rurais, aberto processo administrativo para analisar a situa-
é comum que em alguns destes imóveis existam uni- ção da unidade familiar requerente e buscar a regu-
Fluxograma para regularização e titulação dos imóveis públicos e particulares dades familiares estabelecidas que residam e, mui- larização desta;
Identificação das terras: tas vezes, obtêm seu sustento deles. Sendo assim,
é interesse do Poder Público regularizar a posse e 4º Havendo o devido enquadramento na legislação
a estadia destas famílias para aprimorar e melhorar vigente, a unidade familiar, que ali reside e/ou obtém
suas condições de vida, dando maior segurança jurí- seu sustento, receberá a Concessão Real de Uso,
PATRIMONIADAS/ PLANTAS ENCAMINHAMENTO dica para o usufruto do imóvel. Para tanto, os proce- emitida pela SDR, e estará agora devidamente regu-
TOMBADAS, TOPOGRÁFICAS PARA A dimentos a serem adotados para regularização dos larizada no imóvel rural, podendo ter maior acesso a
DEVOLUTAS E DE E MEMORIAIS REGULARIZAÇÃO imóveis públicos rurais são os seguintes: políticas públicas e financiamentos.
PARTICULARES DESCRITIVOS E TITULAÇÃO
1º O imóvel rural que é público e pertence ao Estado
do Rio Grande do Sul enquadra-se nesta categoria;
2º A unidade familiar com a posse de documenta-
ção pessoal e da documentação recebida através do

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 b) Imóveis particulares
Os imóveis particulares são todos aqueles que não
pertencem a qualquer ente público, seja a União, o
Estado ou entidade pública. Os imóveis particulares
situados na zona rural, que são os imóveis abran-
gidos pelo programa, pertencem ao indivíduo ou à
unidade familiar. Muitas vezes carecem de regula-
rização, como por exemplo, muitas áreas não pos-
suem matrícula no Registro de Imóveis, o que im-
pede o acesso a políticas públicas, financiamentos
bancários e até mesmo dificultam ou impossibilitam
o arrendamento ou venda da área, já que uma área
que não possui matrícula tem seu valor reduzido sig-
nificativamente.
Através da documentação que será gerada pelo
programa, o indivíduo ou unidade familiar terão as
peças técnicas para iniciar a regularização de sua
área. Tendo em vista que os imóveis particulares fo-
ram adquiridos das mais variadas formas, é impor-
tante descobrir como aquela pessoa passou a residir
no local.
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Para exemplificar, existem pessoas que herdaram
suas terras, outras compraram de boa-fé de tercei-
ros, há ainda aquelas que apenas ocuparam uma
área vaga e têm a intenção de ser dono. Lembrando
que, para cada caso, haverá um tratamento diferen-
te. Após obter a documentação fornecida pelo pro-
grama, a pessoa poderá buscar outros órgãos que
atuarão com maior efetividade na titulação, como
por exemplo, a Defensoria Pública, os sindicatos dos
trabalhadores rurais, a prefeitura ou, se assim dese-
jar, contratar um advogado particular.
No intuito de facilitar o entendimento, apresentamos
abaixo algumas das possíveis situações que pode-
rão ser descobertas após a execução do programa.
Cabe ressaltar que cada caso pode apresentar uma
solução diferente e, às vezes, imprevisível. Assim, re-
comendamos a busca da ajuda de um profissional
no assunto. Feitas estas considerações, seguem as
situações mais comuns:
1) Usucapião Imóveis. Sendo que quem não tem registro não ad-
Será a ação utilizada para obter a propriedade legí- quire a propriedade da área, através da documenta-
tima de toda área que não é pública e o ocupante ção do programa será possível pedir o registro devi-
exerce, ao menos, posse mansa e pacífica com âni- do no respectivo Registro de Imóveis.
mo de ser dono, sendo que, dependendo do caso, é
pré-requisito a permanência por um tempo mínimo 4) Abertura de matrícula
sobre o imóvel. Às vezes, a pessoa possui toda a documentação em
dia, contrato de compra e venda, documentação pes-
2) Inventário soal, posse por vários anos, mas ao tentar registrar
Quando o indivíduo ou a família herdaram uma área, sua área descobre que ali não existe matrícula. Com o
é necessário fazer o inventário do imóvel e registrar auxílio das peças técnicas, qualquer indivíduo de jus-
no Registro de Imóveis respectivo. Todavia, algumas ta posse poderá pleitear a abertura de sua matrícula
vezes, este procedimento, que pode ser feito no Ta- e se tornar legítimo proprietário daquela área.
belionato de Notas ou via judicial, não é realizado,
impossibilitando que haja a aquisição da proprieda-
de. Sendo assim, com as peças técnicas, o indivíduo
ou a família poderão encaminhar o processo de in-
ventário sem maiores dificuldades.
3) Registro da escritura
Uma prática comum é a falta de registro da escritura
de compra e venda, doação, permuta, entre outras
formas de aquisição da propriedade, no Registro de
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SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO
RURAL, PESCA E COOPERATIVISMO

Para mais informações sobre o Programa:

Departamento de Desenvolvimento Agrário - DDA
Fones: (51) 3218.3364 e 3218.3391
E-mail: regularizacao-fundiaria@sdr.rs.gov.br
Endereço: Avenida Praia de Belas, 1768 - 5o andar - Porto Alegre - RS