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MANUAL DE PROCEDIMENTOS
FICHA TÉCNICA
Equipe de Elaboração:
As terras devolutas arrecadadas, que tiverem matrícula aberta junto aos Cartórios de
Registro de Imóveis correspondentes, serão objeto de regularização das posses coletivas e
individuais identificadas e aptas a este procedimento, conforme legislação vigente, ou serão
objeto de celebração de Contrato de Concessão de Direito Real de Uso. Será garantido o
direito do agricultor familiar, povos e comunidades tradicionais que atenderem aos critérios
previstos na legislação de regularizar suas ocupações, ao passo que será dada uma
destinação às terras sem ocupação ou não passíveis de regularização. Serão excluídas de
qualquer procedimento as terras particulares identificadas nos perímetros de interesse.
1. CONCEITOS .......................................................................................................................................6
1.1. Corredores de vento. .................................................................................................................... 6
1.2. Atlas Eólico da Bahia. .................................................................................................................... 6
1.3. Empresa Interessada..................................................................................................................... 6
1.4. Área de Interesse. ......................................................................................................................... 6
1.5. Protocolo de Intenções de Investimento...................................................................................... 6
1.6. Diagnóstico Fundiário Territorial. ................................................................................................. 7
1.7. Processo Discriminatório Administrativo Rural. ........................................................................... 7
1.8. Arrecadação Sumária. ................................................................................................................... 7
1.9. Regularização Fundiária. ............................................................................................................... 7
1.10. Termo de Compromisso................................................................................................................ 8
1.11. Terras públicas devolutas sem ocupação. .................................................................................... 8
1.12. Terras públicas devolutas não passíveis de regularização............................................................ 8
1.13. Contrato de Concessão de Direito Real de Uso. ........................................................................... 8
2. LEGISLAÇÃO REFERENCIAL ...............................................................................................................9
2.1. Legislação Federal ......................................................................................................................... 9
2.2. Legislação Estadual ....................................................................................................................... 9
2.3. Outros Normativos Federais e Estaduais ...................................................................................... 9
3. ETAPAS DO PROCEDIMENTO DE REGULARIZAÇÃO ....................................................................... 10
3.1. Celebração do Protocolo de Intenções de Investimento............................................................ 10
3.2. Habilitação do Empreendimento. ............................................................................................... 10
3.3. Diagnóstico fundiário territorial. ................................................................................................ 11
3.3.1. Caracterização Fundiária .......................................................................................................... 12
3.3.2. Mapa Detalhado e banco de dados contendo as ocupações, propriedades identificadas na
área de interesse ................................................................................................................................... 13
3.3.3. Ortomosaico da área de interesse. .......................................................................................... 13
3.3.4. Geocadastro das ocupações individuais, coletivas e das propriedades identificadas na área de
interesse ................................................................................................................................................ 14
3.4. Instauração do Processo Discriminatório Administrativo Rural ou de Arrecadação Sumária. ... 18
3.4.1. Processo Administrativo Discriminatório Rural........................................................................ 19
3.5. Arrecadação sumária. ................................................................................................................. 25
3.6. Abertura de matrícula das terras devolutas identificadas.......................................................... 25
3.7. Celebração de Termo de Compromisso. ..................................................................................... 26
3.8. Celebração do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso. ................................................. 27
4. PRAZOS REFERENCIAIS .................................................................................................................. 28
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 29
1. CONCEITOS
Para efeitos dos procedimentos previstos neste Manual serão adotados os seguintes
conceitos:
Corredores de Vento são regiões de elevado potencial eólico, elegíveis para a implantação
de usinas de geração de energia, conforme mapeamento realizado pelo Estado da Bahia,
constante do Atlas Eólico da Bahia, disponível no site www.infraestrutura.ba.gov.br.
Área de abrangência do parque eólico, podendo ter a sua dimensão majorada em até 50%
em relação ao conceito definido no Art. 6-A, §1º, da Portaria MME/Nº21 de 18 de janeiro de
2008, a saber: “conjunto de aerogeradores interligados eletricamente, situados nas áreas
circulares com raio de até dez quilômetros em torno das torres de medição anemométrica,
no caso de terrenos de superfície plana com rugosidade homogênea, e com raio de até seis
quilômetros, no caso de terrenos complexos, identificados os aerogeradores e as torres de
medição por suas coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator)”. Os limites da área
de interesse devem prioritariamente coincidir com limites naturais, tais como escarpas,
morros, rios, vales, córregos, dentre outros, de forma a facilitar a sua identificação, podendo
sofrer ajustes nos seus limites quando ocorrer overlaping entre empreendimentos
diferentes.
Procedimento administrativo previsto nas Leis Estaduais nºs 3.038/1972 e 3.442/1975, nos
Decretos Estaduais nºs 23.401/1973, 25.109/1976 e 13.914/2012 e nas Instruções
Normativas Conjuntas SEAGRI/PGE nº 001/2012, com as alterações da IN SEAGRI/PGE nº
01/2013, e Conjunta SDR/SEPROMI nº 01/2018, que busca fomentar a ocupação ordenada
do seu território, com os objetivos prioritários de estimular o desenvolvimento e o
ordenamento agrícola, o desenvolvimento local de forma sustentada e reconhecer a função
social da posse, valorizando o trabalho do ocupante e apoiando iniciativas rurais capazes de
gerar emprego e renda, concedendo-lhes a transferência ou reconhecimento do domínio das
terras devolutas, nos termos do Capítulo III da Constituição do Estado da Bahia.
Instrumento a ser utilizado para destinação das terras públicas sem ocupação e daquelas
não passíveis de regularização, a ser firmado com a empresa interessada. Tendo caráter
oneroso, poderá ser utilizado sempre que o Estado considerar conveniente e terá os seus
valores de remuneração calculados com base em método especificado neste manual.
Conforme disposto no art. 178 da Constituição Estadual, “sempre que o Estado considerar
conveniente, poderá utilizar-se do direito real de concessão de uso, dispondo sobre a
destinação da gleba, o prazo de concessão e outras condições”. Já no art. 44, parágrafo
único, da Lei nº 9.433, de 01 de março de 2005, está previsto que a Concessão de Direito
Real de Uso, quando estiver tratando da política fundiária estadual, independerá de
licitação.
2. LEGISLAÇÃO REFERENCIAL
Os limites que definem o perímetro da área de interesse tratada na alínea “c” deste item
terão o raio estabelecido pelo § 1º do art. 6º-A da Portaria 21/2008 do MME, apenas como
referência, não devendo obrigatoriamente coincidir com as áreas circulares. A recomendação é de
que, utilizando esta referência, e aproveitando os limites físicos naturais ou artificiais existentes
na localidade, a empresa interessada defina a área de intervenção, devendo-se
obrigatoriamente ter seus vértices georreferenciados com base na Norma Técnica de
Georreferenciamento de Imóveis Rurais atual.
Conforme previsto no item 4.2 desta Instrução Normativa, a empresa interessada será
notificada pela CDA para apresentação do Diagnóstico Fundiário Territorial, no prazo de até
30 dias a partir da recepção do processo.
O Diagnóstico Fundiário Territorial deve ser elaborado somente por empresas devidamente
cadastradas na CDA, em conformidade com o disposto na Portaria CDA nº 105/2014, ou
outra que venha a substituí-la, devendo obrigatoriamente conter:
ANEXOS
Anexo ao Diagnóstico Fundiário Territorial, deve ser apresentado um mapa plotado com a
malha fundiária da área de interesse em escala compatível, com a descrição das
confrontações externas do polígono geral, e a identificação/delimitação interna dos imóveis
que a conformam e o as imagens do aerolevantamento (ortomosaico).
Tais cadastros serão imprescindíveis no momento do registro dos títulos de domínio que
serão emitidos em favor dos ocupantes que preencherem os requisitos legais previstos na
legislação de terras estadual.
Além do georreferenciamento e da juntada dos cadastros acima citados o geocadastro será
do levantamento das benfeitorias das culturas efetivas, das declarações de concordância de
confrontação e outras informações relevantes apresentados na forma indicada pela CDA.
O procedimento de arrecadação sumária será utilizado para áreas onde, após pesquisa no
registro de imóveis, seja constatada a inexistência de domínio particular. Estará relacionado
às situações onde se constatar menor complexidade fundiária em termos de quantitativo de
imóveis e ocupantes.
Por sua vez, o procedimento discriminatório, será utilizado para as áreas de maior extensão,
que englobem uma diversidade de ocupações individuais e/ou coletivas, podendo haver ou
não imóveis particulares previamente identificados com matrículas.
Caso haja alteração, a Coordenação Executiva informará à SDE e à empresa interessada para
que seja considerado o novo perímetro formado.
O processo administrativo será iniciado com a instauração de uma Comissão Especial, pela
Coordenação Executiva da Coordenação de Desenvolvimento Agrário do Estado da Bahia -
CDA, que deverá ser formada por no mínimo três membros, a saber: um(a) bacharel(a) em
direito do núcleo jurídico da CDA, que a presidirá; um membro do quadro técnico,
engenheiro(a) agrônomo(a), geografo(a) agrimensor(a) ou outro de formação similar e um(a)
outro(a) funcionário(a) que exercerá as funções de secretário(a).
As reuniões de que tratam a alínea “a” devem ser precedidas de ampla divulgação junto às
comunidades inseridas na área e devem agregar o máximo de pessoas interessadas.
A convocação será feita por meio de edital, devendo conter a delimitação perimétrica da
área a ser discriminada, e será dirigido nominalmente a todos os interessados, proprietários,
ocupantes, confinantes certos e respectivos cônjuges, bem como aos demais interessados
incertos ou desconhecidos.
O edital deve ter a maior divulgação possível, podendo também ser afixado nas repartições
públicas municipais das esferas (executiva, legislativa e judicial), sindicatos, associações e
demais estabelecimentos de grande circulação de pessoas ligadas ao meio rural. Deve
permanecer durante todo o período de convocação, sendo publicado no Diário Oficial do
Estado e sítio eletrônico da CDA.
O edital deve indicar o local da sede da comissão e período máximo para entrega das
documentações e apresentação de interessados.
O prazo indicado no edital será o limite máximo para entrega de qualquer elemento pela
empresa interessada, inclusive do Diagnóstico Fundiário, tratado no item anterior.
Conforme critérios discutidos no item 3.4 deste manual, a regularização de que trata esta
Instrução Normativa poderá ocorrer através do rito de Arrecadação Sumária. Neste caso,
deverão ser obedecidos os procedimentos definidos na Instrução Normativa Conjunta
CDA/SDR/PGE/Nº 01/2019, aproveitando-se no que couber, mediante análise e validação
pela equipe da CDA e da Comissão Permanente de Arrecadação Sumária de Terras
Devolutas, o material apresentado no Diagnóstico Fundiário Territorial.
Em ambos os procedimentos, está previsto em sua etapa final a abertura de matrícula junto
ao Cartório de Registro de Imóveis, referente às terras devolutas apuradas e delimitadas
conforme item 3.4.1.8 deste manual.
As terras identificadas como sem ocupação por posseiros, serão incorporadas ao patrimônio
público do Estado com vistas à destinação provisória de Concessão de Direito Real de Uso
para os empreendimentos eólicos.
Cada processo, neste caso, deve conter certidão emitida por servidores que compõem a
comissão de discriminatória, atestando que análise de toda documentação, o que garantirá
que foram atendidos em especial os critérios de ampla divulgação e verificadas e
confirmadas as confrontações.
3.7. Celebração de Termo de Compromisso.
O seu prazo de vigência será de 30 (trinta) meses, podendo ser prorrogado por igual período,
mediante aditivo, sendo o mesmo extinto de pleno direito com o advento de seu termo final
ou com a conclusão das regularizações fundiárias previstas no item 10 desta Instrução,
exceto se existirem áreas remanescentes não ocupadas ou não passíveis de regularização.
O Cálculo dos valores do Termo de Compromisso será realizado pela Coordenação de Ação
Fundiária e Coordenação Administrativa e Financeira da CDA, conforme descrito no Anexo III
desta Instrução.
O pagamento de que trata o item 8.2 da Instrução Normativa será realizado por meio de
Documento de Arrecadação Estadual – DAE, cuja emissão deverá ser solicitada à CDA.
O Termo de Compromisso poderá ser transferido para outra empresa interessada por
aditivo, mediante justificativa do compromissário e autorização prévia do Estado da Bahia,
por meio da CDA, desde que não haja descumprimento contratual e pago o valor
equivalente a 25% (vinte e cinco porcento) do previsto no item 8 da Instrução Normativa.
A cobrança prevista não se aplica para transferência entre empresas do mesmo grupo
econômico, assim entendido quando 2 (duas) ou mais empresas estiverem sob a direção, o
controle ou a administração de uma delas, compondo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica.
Além da segurança jurídica, está prevista a segurança e acurácia técnica, uma vez que os
trabalhos de georreferenciamento dos imóveis deverão obedecer a precisão posicional
estabelecida pela Norma Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais do INCRA
(Edição Atual) e inseridas nos novos sistemas de gestão fundiária criados pela CDA, por meio
dos quais a CDA realizará a análise técnica, jurídica e cartográfica de sobreposição com
outras áreas estaduais, federais, ambientais, e outras áreas relevantes que impliquem e
entraves ou impedimentos legais ao processo.
Registra-se ainda que a proposição do presente procedimento foi objeto de inquérito civil
público pelo Ministério Público Estadual, o qual, após apuração e esclarecimentos
promovidos pelos agentes públicos envolvidos na sua formulação, compreendeu a
relevância e reforçou a importância e pertinência da sua criação. Razão pela qual acabou
contribuindo para o seu aprimoramento e promoveu o arquivamento do inquérito.
As premissas basilares para os procedimentos aqui previstos são o respeito aos direitos dos
agricultores, posseiros e populações rurais, incentivo aos investimentos de base sustentável,
desenvolvimento econômico do Estado e transparência nas ações promovidas pelo poder
executivo estadual, de forma a prevenir possíveis conflitos fundiários.