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ANEXO I

MANUAL DE PROCEDIMENTOS

REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA DAS TERRAS PÚBLICAS, RURAIS E


DEVOLUTAS QUE INTEGRAM OS CORREDORES DE VENTO NO
ESTADO DA BAHIA

Salvador, junho de 2020


EXPEDIENTE
Governador do Estado da Bahia

Rui Costa dos Santos

Vice-Governador do Estado da Bahia

João Felipe de Souza Leão

Secretário de Desenvolvimento Rural do Estado da Bahia

Josias Gomes da Silva

Coordenadora Executiva de Desenvolvimento Agrário

Camilla Lima Batista

FICHA TÉCNICA

Equipe de Elaboração:

Victor Moura do Amaral Fernandes


Renata Alvarez Rossi
Samantha da Silva Menezes
Laís Maciel Lafuente
Juliana Ramos Oliva
Gertha Merícia Rios Pinheiros de Almeida
APRESENTAÇÃO

Este manual versa sobre os procedimentos necessários para a Regularização Fundiária de


terras públicas, rurais e devolutas que integram os Corredores de Ventos da Bahia e foi
desenvolvido com a finalidade de orientar gestores e servidores públicos das secretarias com
atuação na área, técnicos e empreendedores das áreas de energias renováveis, agricultores
familiares e organizações da sociedade civil.

A propositura de um modelo especial para Corredores de Vento no Estado da Bahia se


justifica pela necessidade de garantir a celeridade na emissão do título de terra para os
agricultores familiares que vivem e trabalham na terra, pela importância de garantir
segurança jurídica para os empreendedores e pelo imperativo de ativar o papel do Estado
nos trabalhos de regulação da sua malha fundiária e na promoção do desenvolvimento rural.
Assim, a presente proposta permitirá a conciliação entre o modo de vida dos agricultores
familiares, povos e comunidades tradicionais, suas atividades produtivas e culturais e
empreendimentos de geração de energia eólica evitando a especulação, grilagens e conflitos
fundiários.

Apresentando em detalhes cada etapa, instrumentos administrativos, modelos de


documentos, procedimentos técnicos e o papel de cada um dos agentes envolvidos, este
material foi organizado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR, por meio da
Coordenação de Desenvolvimento Agrário do Estado da Bahia – CDA, em parceria com a
Procuradoria Geral do Estado – PGE e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico – SDE.
Aqui também estarão descritos os meios através dos quais será possível garantir recursos
para implantação de infraestrutura operacional do órgão fundiário, visando ampliar o
alcance da sua atuação junto às comunidades rurais.

Em síntese, a modelagem de Regularização Fundiária de terras públicas, rurais e devolutas


que integram os Corredores de Ventos da Bahia propõe o diagnóstico da ocupação e situação
jurídica dos imóveis rurais, a identificação das terras públicas e devolutas para arrecadação e
abertura de matrícula, visando a emissão de títulos de terras em favor das famílias
agricultoras e as condições necessárias, aos empreendedores, para participação nos Leilões
de Energia, sobretudo, considerando a Portaria nº 21/2008 do Ministério de Minas e Energia
- MME, que padronizou o procedimento para Registro na Agência Nacional de Energia
Elétrica ANEEL, prevendo que as empresas que desejam propor a inclusão de seus projetos
nos leilões de compra de energia proveniente de novos empreendimentos devem
apresentar "o comprovante do direito de usar ou dispor do local a ser destinado ao
empreendimento de geração" (art. 5º, §3º, VI). Ou seja, as empresas precisam deter
previamente a posse legítima do imóvel.

As terras devolutas arrecadadas, que tiverem matrícula aberta junto aos Cartórios de
Registro de Imóveis correspondentes, serão objeto de regularização das posses coletivas e
individuais identificadas e aptas a este procedimento, conforme legislação vigente, ou serão
objeto de celebração de Contrato de Concessão de Direito Real de Uso. Será garantido o
direito do agricultor familiar, povos e comunidades tradicionais que atenderem aos critérios
previstos na legislação de regularizar suas ocupações, ao passo que será dada uma
destinação às terras sem ocupação ou não passíveis de regularização. Serão excluídas de
qualquer procedimento as terras particulares identificadas nos perímetros de interesse.

Cabe antecipadamente ressaltar que algumas das etapas ocorrem simultaneamente,


devendo-se, portanto, observar as etapas e fluxos que serão apresentados neste manual,
para compreender a cronologia dos procedimentos.

Camilla Lima Batista


Coordenadora Executiva de Desenvolvimento Agrário
Secretaria de Desenvolvimento Rural
SUMÁRIO

1. CONCEITOS .......................................................................................................................................6
1.1. Corredores de vento. .................................................................................................................... 6
1.2. Atlas Eólico da Bahia. .................................................................................................................... 6
1.3. Empresa Interessada..................................................................................................................... 6
1.4. Área de Interesse. ......................................................................................................................... 6
1.5. Protocolo de Intenções de Investimento...................................................................................... 6
1.6. Diagnóstico Fundiário Territorial. ................................................................................................. 7
1.7. Processo Discriminatório Administrativo Rural. ........................................................................... 7
1.8. Arrecadação Sumária. ................................................................................................................... 7
1.9. Regularização Fundiária. ............................................................................................................... 7
1.10. Termo de Compromisso................................................................................................................ 8
1.11. Terras públicas devolutas sem ocupação. .................................................................................... 8
1.12. Terras públicas devolutas não passíveis de regularização............................................................ 8
1.13. Contrato de Concessão de Direito Real de Uso. ........................................................................... 8
2. LEGISLAÇÃO REFERENCIAL ...............................................................................................................9
2.1. Legislação Federal ......................................................................................................................... 9
2.2. Legislação Estadual ....................................................................................................................... 9
2.3. Outros Normativos Federais e Estaduais ...................................................................................... 9
3. ETAPAS DO PROCEDIMENTO DE REGULARIZAÇÃO ....................................................................... 10
3.1. Celebração do Protocolo de Intenções de Investimento............................................................ 10
3.2. Habilitação do Empreendimento. ............................................................................................... 10
3.3. Diagnóstico fundiário territorial. ................................................................................................ 11
3.3.1. Caracterização Fundiária .......................................................................................................... 12
3.3.2. Mapa Detalhado e banco de dados contendo as ocupações, propriedades identificadas na
área de interesse ................................................................................................................................... 13
3.3.3. Ortomosaico da área de interesse. .......................................................................................... 13
3.3.4. Geocadastro das ocupações individuais, coletivas e das propriedades identificadas na área de
interesse ................................................................................................................................................ 14
3.4. Instauração do Processo Discriminatório Administrativo Rural ou de Arrecadação Sumária. ... 18
3.4.1. Processo Administrativo Discriminatório Rural........................................................................ 19
3.5. Arrecadação sumária. ................................................................................................................. 25
3.6. Abertura de matrícula das terras devolutas identificadas.......................................................... 25
3.7. Celebração de Termo de Compromisso. ..................................................................................... 26
3.8. Celebração do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso. ................................................. 27
4. PRAZOS REFERENCIAIS .................................................................................................................. 28
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................ 29
1. CONCEITOS

Para efeitos dos procedimentos previstos neste Manual serão adotados os seguintes
conceitos:

1.1. Corredores de vento.

Corredores de Vento são regiões de elevado potencial eólico, elegíveis para a implantação
de usinas de geração de energia, conforme mapeamento realizado pelo Estado da Bahia,
constante do Atlas Eólico da Bahia, disponível no site www.infraestrutura.ba.gov.br.

1.2. Atlas Eólico da Bahia.

O Atlas Eólico da Bahia é o documento oficial do Estado da Bahia que apresenta o


mapeamento dos ventos distribuídos em todo território baiano, bem como análises e
projeções com indicação das áreas mais promissoras para instalação de empreendimentos
eólicos, além de apresentar informações complementares relevantes, tais como
climatologia, infraestrutura e consumo de energia.

1.3. Empresa Interessada.

Empresa do Setor de Energia que tenha como foco o desenvolvimento de projetos,


implantação e/ou operação de parques eólicos que tenha demanda relacionada à
regularização fundiária na área de abrangência do seu projeto.

1.4. Área de Interesse.

Área de abrangência do parque eólico, podendo ter a sua dimensão majorada em até 50%
em relação ao conceito definido no Art. 6-A, §1º, da Portaria MME/Nº21 de 18 de janeiro de
2008, a saber: “conjunto de aerogeradores interligados eletricamente, situados nas áreas
circulares com raio de até dez quilômetros em torno das torres de medição anemométrica,
no caso de terrenos de superfície plana com rugosidade homogênea, e com raio de até seis
quilômetros, no caso de terrenos complexos, identificados os aerogeradores e as torres de
medição por suas coordenadas UTM (Universal Transversa de Mercator)”. Os limites da área
de interesse devem prioritariamente coincidir com limites naturais, tais como escarpas,
morros, rios, vales, córregos, dentre outros, de forma a facilitar a sua identificação, podendo
sofrer ajustes nos seus limites quando ocorrer overlaping entre empreendimentos
diferentes.

1.5. Protocolo de Intenções de Investimento.

Formalização da intenção dos seus partícipes, no sentido de viabilizar a implantação de seu


projeto, mediante ações reciprocamente condicionadas, visando o incremento
socioeconômico e produtivo no Estado.
1.6. Diagnóstico Fundiário Territorial.

Trata-se do diagnóstico preliminar da área discriminada, formado por levantamento


cadastral georreferenciado das ocupações, propriedades particulares, requerimentos,
anuências, documentos comprobatórios e outros materiais técnicos, que apresenta o
objetivo de contribuir para a discriminatória, em especial na elaboração do mapa detalhado
da área e formação dos processos de regularização fundiária dos ocupantes das terras
devolutas. O diagnóstico fundiário será elaborado pela empresa interessada, através da
contratação de serviços de empresa devidamente cadastrada/autorizada pela CDA,
conforme previsto no art. 22 da Lei Estadual 3.038/1972 e regulamentado pela Portaria CDA
Nº 105/2014 ou outra que venha substituí-la. O material apresentado no diagnóstico
fundiário será avaliado e processado, podendo ou não ser aproveitado no processo
discriminatório e na regularização fundiária das ocupações legítimas identificadas.

1.7. Processo Discriminatório Administrativo Rural.

Processo administrativo previsto na Lei Federal nº 6.383/1976 e na Lei de Terras do Estado


da Bahia nº 3.038/1972, de competência da Coordenação de Desenvolvimento Agrário
(CDA), que tem por finalidade a identificação e a separação das terras públicas rurais e
devolutas das terras particulares, extremando, portanto, o domínio público do privado. O
fundamento jurídico da discriminatória é o domínio eminente que o Estado detém sobre
todos os bens que estão situados no seu território, fato este que lhe outorga o poder de
identificar suas terras devolutas. Desta forma, todo o procedimento previsto neste Manual
está lastreado na atribuição do Estado em identificar as terras públicas por meio do Processo
Discriminatório Administrativo Rural, sem ferir o direito dos ocupantes legítimos das terras
devolutas à regularização fundiária das suas posses.

1.8. Arrecadação Sumária.

Procedimento administrativo previsto no Decreto-Lei n° 2.375/1987, Lei n° 6.383/1976 e


Instrução Normativa Conjunta SDR/CDA/PGE/Nº 01/2019, de competência da Coordenação
de Desenvolvimento Agrário (CDA), que se constitui em um procedimento simplificado e
derivado da discriminatória rural, utilizado quando o imóvel sobre verificação não se
encontra registrado no Cartório de Registro de Imóveis.

1.9. Regularização Fundiária.

Procedimento administrativo previsto nas Leis Estaduais nºs 3.038/1972 e 3.442/1975, nos
Decretos Estaduais nºs 23.401/1973, 25.109/1976 e 13.914/2012 e nas Instruções
Normativas Conjuntas SEAGRI/PGE nº 001/2012, com as alterações da IN SEAGRI/PGE nº
01/2013, e Conjunta SDR/SEPROMI nº 01/2018, que busca fomentar a ocupação ordenada
do seu território, com os objetivos prioritários de estimular o desenvolvimento e o
ordenamento agrícola, o desenvolvimento local de forma sustentada e reconhecer a função
social da posse, valorizando o trabalho do ocupante e apoiando iniciativas rurais capazes de
gerar emprego e renda, concedendo-lhes a transferência ou reconhecimento do domínio das
terras devolutas, nos termos do Capítulo III da Constituição do Estado da Bahia.

1.10. Termo de Compromisso.

Instrumento administrativo em caráter oneroso firmado entre o Estado da Bahia e a


Empresa Interessada, que visa estabelecer o direito de usar e dispor das terras devolutas
arrecadadas, cujo modelo integra o Anexo II desta Instrução Normativa. O Termo de
Compromisso somente será celebrado se houver anuência dos posseiros legítimos das terras
devolutas e proporcionará à empresa as condições para obtenção da autorização de geração
de energia. Não implicará na perda da preferência dos ocupantes, e direito dos povos e
comunidades tradicionais à regularização fundiária. O Termo de Compromisso tem caráter
precário e se extingue de pleno direito com o advento do seu termo final e a conclusão das
regularizações fundiárias previstas no item 13 desta Instrução Normativa.

1.11. Terras públicas devolutas sem ocupação.

Compreendem as porções de terras inseridas no território discriminado ou arrecadado,


devidamente caracterizadas como devolutas, onde não foram identificadas ocupações para
fins de moradia e/ou atividade produtivas.

1.12. Terras públicas devolutas não passíveis de regularização.

Compreendem as terras públicas devolutas, que foram objeto de procedimento


discriminatório e/ou arrecadação sumária, que apesar de estarem compreendidas nos
requerimentos de regularização fundiária apresentados por ocupantes, não alcançaram os
requisitos mínimos definidos na legislação para emissão do título de domínio, em especial no
que concerne a proporção mínima do efetivo beneficiamento. Neste caso, conforme
previsto na legislação, poderá ser regularizada somente a área correspondente ao dobro da
efetivamente beneficiada.

1.13. Contrato de Concessão de Direito Real de Uso.

Instrumento a ser utilizado para destinação das terras públicas sem ocupação e daquelas
não passíveis de regularização, a ser firmado com a empresa interessada. Tendo caráter
oneroso, poderá ser utilizado sempre que o Estado considerar conveniente e terá os seus
valores de remuneração calculados com base em método especificado neste manual.
Conforme disposto no art. 178 da Constituição Estadual, “sempre que o Estado considerar
conveniente, poderá utilizar-se do direito real de concessão de uso, dispondo sobre a
destinação da gleba, o prazo de concessão e outras condições”. Já no art. 44, parágrafo
único, da Lei nº 9.433, de 01 de março de 2005, está previsto que a Concessão de Direito
Real de Uso, quando estiver tratando da política fundiária estadual, independerá de
licitação.
2. LEGISLAÇÃO REFERENCIAL

Os atos administrativos e procedimentos previstos neste Manual de Regularização possuem


referência na legislação a seguir:

2.1. Legislação Federal

 Constituição da República Federativa do Brasil;


 Lei Federal nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973;
 Lei Federal nº 6.383, de 07 de dezembro de 1976;
 Decreto-Lei 2.375, de 14 de novembro de 1987.

2.2. Legislação Estadual

 Constituição do Estado da Bahia de 1989;


 Lei Estadual nº 3.038, de 10 de outubro 1972;
 Lei Estadual nº 3.442, de 12 de dezembro de 1975;
 Lei Estadual nº 9.433, de 01 de março de 2005;
 Lei Estadual nº 12.910, de 11 de outubro de 2013;
 Lei Estadual nº 13.572, de 30 de agosto de 2016;
 Decreto nº 23.401, de 13 de abril de 1973;
 Decreto nº 25.109, de 24 de janeiro de 1976;
 Decreto nº 13.914, de 12 de abril de 2012;
 Decreto nº 17.951, de 22 de setembro de 2017;
 Decreto nº 17.969, de 11 de outubro de 2017.

2.3. Outros Normativos Federais e Estaduais

 Portaria MME/nº21, de 18 de janeiro de 2008;


 Instrução Normativa Conjunta SEAGRI/PGE nº 01, de 18 de julho de 2012;
 Instrução Normativa Conjunta SDR/SEPROMI nº 19, de novembro de 2018;
 Instrução Normativa Conjunta SDR/CDA/PGE nº 01, de 15 de março de 2019.
3. ETAPAS DO PROCEDIMENTO DE REGULARIZAÇÃO

O procedimento discriminatório, arrecadação sumária e regularização fundiária em áreas de


interesse de corredores de vento serão iniciados mediante solicitação da empresa
interessada na implantação de empreendimentos eólicos na Bahia, conforme disposto nesta
Instrução Normativa. A seguir serão apresentadas as etapas envolvidas no processo.
3.1. Celebração do Protocolo de Intenções de Investimento.

A empresa interessada na implantação do empreendimento eólico deverá solicitar à SDE a


celebração de protocolo de intenções de investimento, apresentando as informações
demandadas pelo referido órgão.

3.2. Habilitação do Empreendimento.

Após celebrado o protocolo de intenções a empresa interessada deverá apresentar à SDE os


documentos abaixo listados:

a) comprovação da existência de Estações Anemométricas devidamente certificadas no


sítio de interesse há pelo menos 18 meses, em conformidade com as instruções
emitidas pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE, para cadastramento e
habilitação técnica com vistas à participação em Leilões de Energia Elétrica e
comercialização em Ambiente de Contratação Livre (ACL);

b) declaração da inexistência de sobreposição de outras empresas do setor eólico na


localidade em um raio de 06 a 10 km, conforme definição dada pelo § 1º do art. 6º-
A da Portaria 21/2008 do MME (declaração simples emitida pelo representante legal,
com firma reconhecida);

c) peças técnicas e arquivos digitais referentes à área de interesse e correspondentes


aos limites do parque eólico¹, contendo a disposição e localização das Estações
Anemométricas e projeção do raio de 06 a 10 km em torno delas, conforme definição
dada pelo § 1º do art. 6º-A da Portaria 21/2008 do MME, acrescida, se for o caso, de
uma área até o limite de 50% em relação à projeção das estações, a saber:
• Planta, memorial descritivo e planilha de coordenadas assinados por
profissional habilitado com registro no CREA, contendo a descrição de
confrontação;
• arquivos digitais contendo: coordenadas dos vértices definidores do
perímetro da área de interesse (formato txt - Eixos x, y, z e σ);
• Monografia da base de apoio;
• polígono georreferenciado da área de interesse e pontos das estações
anemométricas (formato shape e kml/kmz);
• arquivo do layout da planta em formato PDF; memorial descritivo e
planilha de coordenadas (formato “.doc”);
• Anotação de Responsabilidade Técnica.
d) cadastro básico no Sistema de Acompanhamento de Empreendimentos Geradores de
Energia Elétrica (AEGE/EPE), quando existir;

e) protocolo de Intenções de Investimento firmado com o Estado da Bahia, através da


SDE;

f) comprovação de regularidade fiscal que consiste na apresentação de prova da


inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), prova de regularidade
para com as fazendas Federal e Estadual e prova de regularidade relativa à
Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS);

g) documentação pessoal do representante legal do empreendimento (comprovante de


endereço, RG, CPF, comprovação de vínculo/condição de representante);

Os limites que definem o perímetro da área de interesse tratada na alínea “c” deste item
terão o raio estabelecido pelo § 1º do art. 6º-A da Portaria 21/2008 do MME, apenas como
referência, não devendo obrigatoriamente coincidir com as áreas circulares. A recomendação é de
que, utilizando esta referência, e aproveitando os limites físicos naturais ou artificiais existentes
na localidade, a empresa interessada defina a área de intervenção, devendo-se
obrigatoriamente ter seus vértices georreferenciados com base na Norma Técnica de
Georreferenciamento de Imóveis Rurais atual.

A SDE verificará a regularidade da documentação apresentada e encaminhará o processo à


CDA para continuidade do procedimento.

3.3. Diagnóstico fundiário territorial.

Conforme previsto no item 4.2 desta Instrução Normativa, a empresa interessada será
notificada pela CDA para apresentação do Diagnóstico Fundiário Territorial, no prazo de até
30 dias a partir da recepção do processo.

Antes dos levantamentos de campo necessários à elaboração do referido diagnóstico, a


empresa interessada deverá realizar oficinas de divulgação nas localidades existentes na
área com potencial de geração de energia. Em caso de ocorrência de conflitos, deverá ser
solicitada a participação de servidores da SDE e/ou da CDA.

A mobilização para as oficinas deverá abranger todos os ocupantes, proprietários,


representantes de comunidades tradicionais inseridos na poligonal definida. Poderão ser
realizadas reuniões por cada grupo, associação ou entidade representativa, bem como por
agrupamento por proximidade geográfica.

As reuniões devem ser registradas com fotografias georreferenciadas, listas de presença


contendo CPF dos participantes, localidade a que pertence e o nome do imóvel, além de um
relatório contendo os principais pontos abordados e encaminhamentos.
Caso seja identificada a existência de conflitos envolvendo ocupantes e/ou proprietários de
terras, a CDA deverá ser previamente informada, devendo a empresa interessada,
apresentar um relatório sobre a situação, descrevendo e qualificando as partes envolvidas,
informações detalhadas sobre o objeto do conflito e sobre a existência de processos
administrativos e judiciais relacionados.

Caso seja identificada a existência de Povos e Comunidades Tradicionais, remanescente de


quilombos e/ou de Fundo e Fecho de Pasto, a CDA deverá ser acionada para que promova
em conjunto com a empresa interessada reuniões de mobilização para orientar os trabalhos
de cadastramento e levantamento topográfico georreferenciado.

O Diagnóstico Fundiário Territorial deve ser elaborado somente por empresas devidamente
cadastradas na CDA, em conformidade com o disposto na Portaria CDA nº 105/2014, ou
outra que venha a substituí-la, devendo obrigatoriamente conter:

i. Informações gerais (dados da empresa, dados da equipe responsável pelo


levantamento com as formações, respectivos registros no conselho de classe
e ART);
ii. Caracterização regional (aspectos econômicos, sociais e ambientais do
município e especificamente da localidade onde o parque será implantado) –
Além das informações com base em dados secundários, apresentar dados
sobre a localidade: aspectos sociais, demográficos, existência de comunidades
e povos tradicionais e suas características, estrutura viária, moradia,
quantidade e tipos de estruturas comunitárias, estruturas produtivas,
agroindústrias, atividade agropecuária predominante dentre outros aspectos
relevantes;
iii. Caracterização Fundiária;

ANEXOS

a) Mapa detalhado contendo os limites das ocupações e propriedades identificadas;


b) Banco de dados geográficos dos imóveis;
c) Ortomosaico da área de interesse;
d) Geocadastro e documentação comprobatória das ocupações e propriedades rurais;
e) Relatório das oficinas de mobilização e documentos comprobatórios (relatório
fotográfico, memoria de reunião e lista de presença com cpf).

3.3.1. Caracterização Fundiária

A caracterização fundiária compreende a descrição dos limites e identificação da natureza de


todas ocupações existentes no território em análise. Deve conter informações descritivas
sobre aspectos quantitativos e qualitativos do conjunto total de imóveis existentes na área
de interesse e outras informações relevantes.
Não obstante, é nesta etapa que também serão identificadas áreas de conflito de divisas e
outras situações atípicas que deverão ser caracterizadas (com descrições, fotografias, dados
e depoimentos de testemunhas locais, cujos relatos devem ser transcritos e levados a termo
de declaração).

O relatório de caracterização fundiária deve obrigatoriamente apresentar o seguinte


conteúdo:

- Descrição quantitativa de imóveis por categoria: número ocupações


individuais, ocupações coletivas de povos e comunidades tradicionais,
propriedades particulares e as respectivas áreas ocupadas por cada
categoria;

- Qualificação da confrontação externa da área de interesse (Tipo de limite,


denominação e dados de matrícula e cpf);

- Relação das ocupações individuais de terras devolutas contendo


denominação do imóvel, ocupante, CPF e RG, nome do cônjuge, além do seu
CPF e RG, código CCIR, ITR e CEFIR do imóvel, além da área medida e
perímetro;

- Relação dos proprietários de imóveis com matrícula contendo


denominação do imóvel, ocupante, CPF e RG, nome do cônjuge, além do seu
CPF e RG, código CCIR, ITR e CEFIR do imóvel, além da área medida e
perímetro;

- Descrição de possíveis conflitos, proprietários ou ocupantes que se


recusaram a prestar informações e/ou contribuir com o levantamento,
indicando a respectiva localização geográfica.

3.3.2. Mapa Detalhado e banco de dados contendo as ocupações, propriedades


identificadas na área de interesse

Anexo ao Diagnóstico Fundiário Territorial, deve ser apresentado um mapa plotado com a
malha fundiária da área de interesse em escala compatível, com a descrição das
confrontações externas do polígono geral, e a identificação/delimitação interna dos imóveis
que a conformam e o as imagens do aerolevantamento (ortomosaico).

A malha georreferenciada com as informações cadastrais também deve ser entregue em um


banco de dados geográficos especificado pela CDA. É importante salientar que a CDA
sistematicamente realizará capacitações técnicas para orientação sobre organização dos
dados a serem apresentados, bem como para instrução técnica sobre os procedimentos de
campo e elaboração dos materiais técnicos previstos neste manual. Todos os
procedimentos de georreferenciamento devem estar de acordo com a Norma Técnica de
Georreferenciamento de Imóveis Rurais do Incra, na sua versão mais recente.

3.3.3. Ortomosaico da área de interesse.


O ortomosaico que integrará o diagnóstico será produzido e entregue como anexo ao
diagnóstico conforme os seguintes critérios:
1) Ortofoto em formato "Geotiff", que será aberta em "software" específico
juntamente com articulação do vôo;
2) articulação do imageamento em formato ".shp" (vetorial polígono),
atributado com número (identificação), da ortofoto, data e hora da captura;
3) a identificação da cena na articulação, deverá corresponder ao nome do
arquivo em "Geotiff";
4) documento em formato PDF contendo metadado do imageamento em papel
timbrado, com assinatura e carimbo da empresa responsável pelo
imageamento. O referido documento deverá conter o relatório do
imageamento, e descrição da metodologia utilizada;
5) as Ortofotos precisam ter aplicabilidade a nível cadastral com alto nível de
detalhe, apresentando resolução de 0,50 metros, ou melhor e sobreposição
das faixas de no mínimo 60%;
3.3.4. Geocadastro das ocupações individuais, coletivas e das propriedades identificadas
na área de interesse

O geocadastro das ocupações/propriedades compreende a identificação, descrição e


georreferenciamento dos limites de cada imóvel particular e das ocupações de terras
(individuais e coletivas), bem como coleta da documentação e dos cadastros rurais
obrigatórios.

Para os imóveis particulares que possuírem matrícula, o geocadastro deve estar


acompanhado das respectivas certidões de cadeias sucessórias até a exaustão, obtidas junto
aos Cartórios Registro de Imóveis. No caso das ocupações existentes nas terras devolutas, os
trabalhos de campo também devem dar os subsídios necessários à regularização cadastral e
fundiária dos imóveis rurais. Portanto, caso não existam, é necessária inscrição dos imóveis e
respectivos ocupantes nos cadastros federais e estaduais como:

a) Cadastro Nacional de Imóveis Rurais CNIR cujo documento comprobatório é o


Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR,

b) Cadastro de Imóveis Rurais da Receita Federal – CAFIR;

c) Declaração de Imposto Territorial Rural – ITR;

d) Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais – CEFIR

Tais cadastros serão imprescindíveis no momento do registro dos títulos de domínio que
serão emitidos em favor dos ocupantes que preencherem os requisitos legais previstos na
legislação de terras estadual.
Além do georreferenciamento e da juntada dos cadastros acima citados o geocadastro será
do levantamento das benfeitorias das culturas efetivas, das declarações de concordância de
confrontação e outras informações relevantes apresentados na forma indicada pela CDA.

A seguir apresentamos lista da documentação e peças técnicas necessárias à Proposta de


Diagnóstico Fundiário Territorial:

Quadro 01 - Caracterização Fundiária - Lista de Documentos e Materiais Técnicos

Natureza do Imóvel Documentação Peças Técnicas


Ocupação individual - Declaração de Concordância - Croquis de campo referente a
dos limites do imóvel; cada poligonal com o esboço de
- Requerimento; cada imóvel;
-RG, CPF, Certidão de - Cartas de confrontação com a
Casamento, RG e CPF do qualificação e concordância dos
Cônjuge, Certidão de Óbito de confinantes;
for viúvo(a); - Laudo de vistoria do imóvel;
- Comprovação de Posse como, - Dados brutos do receptor
escrituras ou recibos de compra GNSS em formato rinex;
e venda, contas de consumo, - Dados processados em
declarações de Imposto formato rinex;
Territorial Rural, cartão de - Monografia contendo Dados
vacinação de animais emitidos detalhados da Base Local de
por órgãos públicos, apoio, modelo a ser fornecido
testemunhos assinados por pela CDA;
vizinhos; - Arquivos de coordenadas em
-CCIR, ITR e CEFIR. formato txt (x, y, z e σ);

Ocupação Coletiva (Fundo e - Requerimento de - Polígono do perímetro da área


Fecho de Pasto) regularização (modelo Fundo e coletiva em formato shapefile e
Fecho de pasto); kml;
- Certificação de - Cartas de confrontação com a
Reconhecimento pela SEPROMI; qualificação e concordância dos
- Estatuto social confinantes;
- ata de fundação - ART do profissional
- ata de eleição da última responsável;
diretoria da Associação - Dados brutos do receptor
representativa da comunidade; GNSS em formato rinex
- Cópia da cédula de identidade referentes às coordenadas dos
e do Cadastro de Pessoas Física vértices que conformam o
(CPF) do Representante Legal perímetro;
da Associação; - Dados processados em
- Certidões de regularidade formato rinex;
fiscal das Fazendas Públicas - Monografia contendo Dados
Federal, Municipal e Estadual; detalhados da Base Local de
- Certidões de regularidade apoio, modelo a ser fornecido
fiscal perante o INSS e o FGTS; pela CDA;
- Certificado de Cadastro de - Arquivos de coordenadas em
Imóvel Rural (CCIR); formato txt (x, y, z e σ);
- Comprovação de Imposto - Planta, Memorial Descritivo e
Territorial Rural; Planilha de Coordenadas
- CEFIR; assinadas, bem como os seus
- Relação das unidades respectivos arquivos digitais;
familiares que se constituem - Relatório Socioambiental;
como reais ocupantes da área -Laudo Técnico.
coletiva e membros da
associação (incluindo cônjuges),
com RG e CPF.
Territórios ocupados por - Requerimento; - Polígono do perímetro da área
comunidades remanescentes - estatuto social; coletiva em formato shapefile e
de quilombos (Toda - ata da assembléia de fundação kml;
documentação e peças técnicas da associação; - Cartas de confrontação com a
previstas na IN Conjunta nº - ata de eleição da atual qualificação e concordância dos
001/2018) diretoria da associação; confinantes;
- ata da assembléia
- ART do profissional
comprobatória de que os responsável;
integrantes da comunidade - Dados brutos do receptor
estão de acordo com o pedido GNSS em formato rinex
de regularização fundiária; referentes às coordenadas dos
- cópia da certidão de vértices que conformam o
autorreconhecimento emitida perímetro;
pela Fundação Cultural
- Dados processados em
Palmares; formato rinex;
- CNPJ atualizado da entidade; - Monografia contendo Dados
- documentos pessoais do (a) detalhados da Base Local de
representante legal da
apoio, modelo a ser fornecido
associação; pela CDA;
- relação das unidades
- Arquivos de coordenadas em
familiares quilombolas
formato txt (x, y, z e σ);
(incluindo cônjuges), com RG e - Planta, Memorial Descritivo e
CPF. Planilha de Coordenadas
assinadas, bem como os seus
respectivos arquivos digitais;
- Relatório Circunstanciado.
Propriedades Particulares - Declaração de Concordância Arquivo shapefile e kml
dos limites do imóvel; referente aos polígonos e
- Anuência dos confrontantes; vértices do imóvel, Planta,
- Certidão de Inteiro Teor com Memorial e Planilha de
cadeia dominial até a exaustão; Coordenadas em formato
- Certificado de Cadastro de digital
Imóvel Rural;
- Inscrição no CAFIR e ITR

Quanto às posses coletivas de comunidades de Fundo e Fecho de Pasto e Quilombolas, é


fundamental que previamente a Empresa Interessada acione a CDA, por meio da
Coordenação de Ação Fundiária para que haja o acompanhamento e orientação nas
reuniões, discussões e demarcação da área. Este processo ocorrerá de forma participativa,
envolvendo os membros das comunidades e obedecendo aos normativos específicos. Nestes
casos o trabalho da empresa de serviço técnico contratada pela empresa interessada se
restringirá à demarcação da área e cadastramento das famílias a partir da orientação da
CDA.
É importante frisar que a delimitação das áreas coletivas, em especial as de Fundo de Pasto,
deve ocorrer antes da demarcação das áreas individuais que confrontam com a mesma,
aspecto que deve ser observado previamente pela equipe responsável pelos levantamentos
fundiários. Portanto, é recomendável que o trabalho de caracterização fundiária ocorra
inicialmente através da identificação e delimitação das áreas coletivas.

A seguir destacamos o conteúdo mínimo dos relatórios circunstanciados e laudos indicados


no quadro 1, que se referem às peças técnicas que deverão ser entregues pelas interessadas.

• Relatório Circunstanciado (Áreas Coletivas Fundo e Fecho de Pasto):

I – Indicação e representação cartográfica da localização nos biomas caatinga e


cerrado, bem como nas transições caatinga/cerrado;

II – Caracterização do uso comunitário da terra, podendo estar aliado ao uso


individual para subsistência;

III – Caracterização com descrição e fotografias representativas georreferenciadas


relacionadas à produção animal, produção agrícola de base familiar, policultura
alimentar de subsistência, para consumo ou comercialização, ou extrativismo de
baixo impacto;

IV – Caracterização com descrição detalhada e fotografias representativas


relacionadas à cultura própria, parentesco, compadrio ou solidariedade comunitária
associada à preservação de tradições e práticas sociais;

V – Descrição sobre o uso adequado dos recursos naturais disponíveis e preservação


do meio ambiente, segundo práticas tradicionais;

• Laudo Técnico (Elaborado por Profissional habilitado pelo CREA)

I- Levantamento das características e condições do meio físico e biótico da área do


imóvel (Indicação dos recursos naturais existentes, uso da terra, conservação do solo,
vegetação predominante e seu estado de conservação);

II - Levantamento das benfeitorias (úteis, necessárias) existentes como reservatórios


de água, cercas, mata burro, quadra, casa sede da entidade representativa da
comunidade etc. (Indicação das dimensões, estado de conservação, detalhes sobre
materiais acompanhadas de fotografias georreferenciadas representativas de cada
benfeitoria);

III- Descrição das características de confrontação, dimensão aproximada e Indicação


sobre ocorrência de conflitos de divisas.

• Relatório Circunstanciado (Comunidades remanescentes de quilombolos):


I – Histórico: descrição do histórico da ocupação da área com base na memória do
grupo envolvido e depoimentos de eventuais atores externos identificados, bem
como contextualização do histórico regional e sua relação com a história da
comunidade e os impactos sofridos pela comunidade e as transformações ocorridas
ao longo de sua história;

II – social: levantamento das práticas tradicionais de caráter coletivo e sua relação


com a ocupação atual da área, identificando terras destinadas à moradia, espaços de
sociabilidade destinados às manifestações culturais, atividades de caráter social,
político e econômico, demonstrando as razões pelas quais são importantes para a
manutenção da memória e identidade do grupo e de outros aspectos coletivos
próprios da comunidade;

III – cultural: abordagem, a partir do percurso histórico vivido pelas gerações


anteriores, das manifestações de caráter religioso e festivo, atividades lúdico-
recreativas em sua relação com a terra utilizada, os recursos naturais, as atividades
produtivas e o seu calendário;

IV – agronômico e ambiental: evidenciando as unidades de paisagem disponíveis no


presente e no plano da memória do grupo, atividades produtivas desenvolvidas pela
comunidade e descrição das áreas imprescindíveis à preservação dos recursos
necessários ao bem estar da comunidade, bem como identificação das áreas
imprescindíveis à proteção dos recursos naturais tais como áreas de preservação
permanente, reserva legal e zonas de amortecimento das unidades de conservação.

3.4. Instauração do Processo Discriminatório Administrativo Rural ou de Arrecadação


Sumária.

Conforme especificado no item 6 desta Instrução Normativa, a CDA deverá instaurar


procedimento discriminatório rural ou arrecadação sumária nas áreas de interesse eólico. A
definição sobre qual caminho adotar dependerá das características da área de interesse em
especial quanto ao conhecimento prévio da dominialidade do imóvel.

O procedimento de arrecadação sumária será utilizado para áreas onde, após pesquisa no
registro de imóveis, seja constatada a inexistência de domínio particular. Estará relacionado
às situações onde se constatar menor complexidade fundiária em termos de quantitativo de
imóveis e ocupantes.

Por sua vez, o procedimento discriminatório, será utilizado para as áreas de maior extensão,
que englobem uma diversidade de ocupações individuais e/ou coletivas, podendo haver ou
não imóveis particulares previamente identificados com matrículas.

Portanto, recepcionado o processo, uma equipe designada pela Coordenação de Ação


Fundiária da CDA, realizará a análise do material técnico e demais documentos, sobrepondo
a base cartográfica disponível no órgão. A Coordenação de Ação Fundiária emitirá nota
técnica abordando as características de área, validando ou não o perímetro apresentado em
observância ao item 3.2 deste manual. A nota técnica que deve ser elaborada de forma
conjunta por um servidor do núcleo jurídico e do núcleo de operações técnicas deve indicar
à Coordenação de Ação Fundiária o procedimento mais adequado para cada caso, bem
como a necessidade ou não de alteração da delimitação da área. A Coordenação de Ação
Fundiária, por sua vez acolherá ou não a indicação e remeterá para apreciação da
Coordenação Executiva a quem compete a decisão final.

Caso haja alteração, a Coordenação Executiva informará à SDE e à empresa interessada para
que seja considerado o novo perímetro formado.

Considerando a possibilidade de dois procedimentos diferentes, os itens que serão tratados


abaixo descreverão cada rito específico, buscando de forma sintética abordar o
embasamento legal, as principais características, etapas envolvidas e as especificidades em
áreas de corredores de vento.

Tanto para Arrecadação Sumária como para o Processo Discriminatório, prevalecerão as


regras definidas nas Instruções Normativas Correspondentes. Entretanto, a seguir pretende-
se apenas apresentar maior detalhamento das etapas envolvidas de forma a orientar melhor
os atores envolvidos no processo.

3.4.1. Processo Administrativo Discriminatório Rural.

O Processo Administrativo Discriminatório deverá seguir o rito estabelecido na Lei Estadual


3.038/1972 e Decreto 23.401/1973, bem como Instrução Normativa editada pela SDR/PGE
que trata dos fluxos e procedimentos pertinentes ao referido processo.

3.4.1.1. Designação da Comissão Especial.

O processo administrativo será iniciado com a instauração de uma Comissão Especial, pela
Coordenação Executiva da Coordenação de Desenvolvimento Agrário do Estado da Bahia -
CDA, que deverá ser formada por no mínimo três membros, a saber: um(a) bacharel(a) em
direito do núcleo jurídico da CDA, que a presidirá; um membro do quadro técnico,
engenheiro(a) agrônomo(a), geografo(a) agrimensor(a) ou outro de formação similar e um(a)
outro(a) funcionário(a) que exercerá as funções de secretário(a).

A mesma portaria indicará que a presidência estará investida de poderes de representação


do Estado. A designação da Comissão ocorrerá mediante publicação de Portaria no Diário
Oficial do Estado.

Uma vez criada a comissão, o processo administrativo correspondente deverá ser


formalizado no âmbito da CDA, devendo na sua autuação constar:

• Nota técnica elaborada pela CAF que justificou a realização do procedimento;

• Representação cartográfica que indique a localização da área em relação ao Atlas


Eólico do Estado da Bahia;
• Representação cartográfica contendo a sobreposição da malha fundiária estadual e
federal em relação ao perímetro e demais elementos relevantes;

• O perímetro da área com suas características e confinância, certa ou aproximada,


apresentadas em conformidade com item 3.2 deste manual, constante no processo
encaminhado pela SDE, e se for o caso, o perímetro alterado por recomendação da
Coordenação de Ação Fundiária;

• Diagnóstico Fundiário Territorial (acrescido apenas do anexo indicado na alínea “a”


do item 3.3 deste Manual).

3.4.1.2. Reuniões de mobilização e cadastramento de ocupantes, confinantes e


proprietários.

A primeira visita em campo por parte de membros da comissão e de assessores que


eventualmente poderão apoiar as ações, objetivará:

a) Realização de reunião para esclarecer às comunidades, proprietários e demais


interessados sobre a natureza e atividades envolvidas no procedimento;

b) Vistorias para identificar, coletar e/ou complementar informações sobre os


ocupantes e proprietários da área;

c) Identificar elementos relevantes, promover a espacialização e caracterização das


ocupações da área afim de subsidiar a elaboração do esboço circunstanciado da
gleba;

d) Checar a validade e coerência dos documentos e materiais técnicos apresentados


pela empresa interessada;

e) Complementar a documentação sobre os registros de imóveis particulares


identificados dentro da área, realizando diligências em cartórios;

As reuniões de que tratam a alínea “a” devem ser precedidas de ampla divulgação junto às
comunidades inseridas na área e devem agregar o máximo de pessoas interessadas.

A comissão deve, a partir das informações do aerolevantamento, do diagnóstico fundiário e


das indicações obtidas nas reuniões, confirmar e/ou complementar os pontos de moradia e
ocupação para checar em reunião se todos os ocupantes apresentaram suas informações,
devendo percorrer a área para notificar, cadastrar e/ou confirmar as informações de todos
os ocupantes e proprietários.

Nesta etapa se inicia o procedimento de validação do diagnóstico fundiário territorial


apresentado pela empresa interessada. A validação transcorrerá durante todo o período do
procedimento discriminatório e posterior a ele, no bojo dos processos de regularização
fundiária.
A validação poderá envolver confirmação de informações junto aos Cartórios de Registros de
Imóveis, inspeções e levantamentos de campo para fins de conferência na identificação do
rol de ocupantes, além da análise cartográfica comparando a base de dados disponíveis no
órgão e oriundas do INCRA (imóveis públicos e privados certificados), bem como outras
áreas relevantes, (unidades de conservação, áreas de proteção integral, áreas quilombolas
certificadas, dentre outras). Serão realizados todos os procedimentos e atos previstos nos
normativos Federais e Estaduais em relação às especificações técnicas de
georreferenciamento e peças técnicas que irão compor os procedimentos de regularização.
É importante atentar que durante e/ou após a conclusão do processo discriminatório
administrativo, serão solicitadas dos responsáveis técnicos pelos levantamentos, as
adequações necessárias nas peças técnicas e demais documentos para a abertura de
matrícula em nome do Estado da Bahia, junto ao respectivo Cartório de Registro de Imóveis.
Caso haja necessidade de readequação da demarcação, ou questionamento sobre o material
apresentado no Diagnóstico Fundiário, a Comissão definirá, após instaurado o procedimento
discriminatório, com cada parte envolvida, dia e hora para realização dos levantamentos
geodésicos correspondentes.
Aos interessados que discordarem, em momento oportuno no rito do processo
discriminatório será permitido ao ocupante ou proprietário indicar um perito para colaborar
com técnico designado. A designação do perito deverá ser feita até a véspera do dia fixado
para início do levantamento geodésico e topográfico.
Após a atividade de campo e validação inicial do diagnóstico fundiário territorial a Comissão
deve instruir obrigatoriamente o processo com:

1) a indicação de registro da transcrição das propriedades inseridas na área;


2) atualização do rol das ocupações conhecidas;
3) atualização do esboço circunstanciado da área discriminada acompanhado do seu
levantamento aerofotogramétrico;
4) outras informações de interesse.

A comissão poderá utilizar informações, cadastros, certidões, geoinformações e outros


elementos apresentados pela empresa interessada no Diagnóstico Fundiário. Todos os
elementos apresentados devem ser apreciados pela comissão e corpo técnico da CDA e
validados em escritório com uso de geotecnologias disponíveis, contatos com cartório de
registro de imóveis, nas reuniões de mobilização e cadastro e demais diligências realizadas
na área discriminada.

3.4.1.3. Instauração do procedimento discriminatório.


Após realizados os levantamentos de campo e validação das informações do diagnóstico fundiário, a
comissão deverá solicitar à Coordenação de Ação Fundiária as providências necessárias junto à
Coordenação Executiva da CDA para instauração do procedimento discriminatório.
A portaria de instauração deve referenciar a portaria de nomeação da comissão, apresentar a
descrição dos limites da área a ser discriminada e indicar a sede na qual a comissão se instalará para
recepção da documentação e demais procedimentos locais inerentes ao procedimento.

3.4.1.4. Comunicação aos Cartórios de Registro de Imóveis.

A presidência da Comissão Especial deve comunicar a instauração do processo


discriminatório administrativo a todos os oficiais de registro de imóveis da jurisdição, os
quais não poderão abrir matrícula, efetuar registros, inscrições ou averbações estranhas à
discriminação, nos imóveis situados, total ou parcialmente, na área discriminada, sem que
deles tenham prévio conhecimento da Comissão.

A comunicação deverá ocorrer através de ofício com anuência da Coordenação Executiva,


cuja cópia com a comprovação de recebimento pelo cartório deve ser acostada aos autos.

3.4.1.5. Convocação de Interessados por meio de edital.

A presidência da Comissão Especial convocará no momento da instauração ou


posteriormente, os ocupantes, proprietários, confinantes e demais interessados para
apresentarem, no prazo máximo de 30 dias, seus títulos, documentos, informações de
interesse como localização, valor estimado da área, confrontações, benfeitorias, ônus
incidentes e, se for o caso, rol de testemunhas.

A convocação será feita por meio de edital, devendo conter a delimitação perimétrica da
área a ser discriminada, e será dirigido nominalmente a todos os interessados, proprietários,
ocupantes, confinantes certos e respectivos cônjuges, bem como aos demais interessados
incertos ou desconhecidos.

O edital deve ter a maior divulgação possível, podendo também ser afixado nas repartições
públicas municipais das esferas (executiva, legislativa e judicial), sindicatos, associações e
demais estabelecimentos de grande circulação de pessoas ligadas ao meio rural. Deve
permanecer durante todo o período de convocação, sendo publicado no Diário Oficial do
Estado e sítio eletrônico da CDA.

O edital deve indicar o local da sede da comissão e período máximo para entrega das
documentações e apresentação de interessados.

A afixação do edital deverá ser certificada pelos responsáveis das repartições.

O prazo indicado no edital será o limite máximo para entrega de qualquer elemento pela
empresa interessada, inclusive do Diagnóstico Fundiário, tratado no item anterior.

3.4.1.6. Autuação da documentação apresentada.

A Comissão Especial, com apoio de colaboradores da CDA, autuará e processará a


documentação do geocadastro e as demais recebidas por cada interessado durante o
período estabelecido pelo edital.
Para cada ocupação de terras devolutas a documentação correspondente ao geocadastro
deve ser convertida em procedimento de regularização fundiária. Já a documentação
correspondente a cada imóvel particular deve ser convertida em processos administrativo.
Quando se apresentarem dois ou mais interessados no mesmo imóvel, ou parte dele, a
Comissão Especial apensará os processos.
Serão tomadas por termo as declarações dos interessados e, se for o caso, os depoimentos
de testemunhas previamente arroladas.
3.4.1.7. Análise da documentação e lavratura de termos próprios.

Encerrado o prazo estabelecido no edital de convocação, a presidência da Comissão Especial,


dentro de 30 (trinta) dias improrrogáveis, deverá pronunciar-se sobre as alegações, títulos
de domínio, documentos dos interessados e boa-fé das ocupações, mandando lavrar os
respectivos termos.
Reconhecida a existência de dúvida sobre a legitimidade do título, a presidência da Comissão
Especial reduzirá a termo as irregularidades encontradas, encaminhando-o à Procuradoria
Geral do Estado, para propositura da ação judicial competente.
Encontradas ocupações passíveis de regularização, será dado prosseguimento à análise dos
processos de regularização fundiária individuais e coletivas.
Nos casos das ocupações não passíveis de regularização terão notificados, por ofício, os
interessados e seus cônjuges para, no prazo não inferior a 8 (oito) nem superior a 30 (trinta)
dias, a contar da juntada ao processo do recibo de notificação, celebrarem com o Estado os
termos cabíveis.
O não-atendimento ao edital de convocação ou à notificação (artigos 4º e 10 da Lei
6.383/1976) estabelece a presunção de discordância e acarretará imediata propositura da
ação judicial prevista no art. 19, II, da mesma lei.
3.4.1.8. Demarcação das Terras Devolutas.

Definidas todas situações pontuadas no processo discriminatório a CDA notificará a empresa


interessada para que acione a empresa responsável pelos levantamentos técnicos realize os
levantamentos de campo, caso necessário, das peças técnicas correspondente às extensões
de terras devolutas identificadas dentro da área. As peças técnicas serão entregues à
comissão ou lançadas em sistema específico criado para esta finalidade e somente após
cumprido este procedimento, será possível promover a arrecadação das terras pelo estado.
3.4.1.9. Elaboração do Termo de Encerramento.

Concluídos os trabalhos demarcatórios, o presidente da Comissão Especial mandará lavrar o


termo de encerramento da discriminação administrativa, do qual constarão,
obrigatoriamente:
a) o mapa detalhado da área discriminada;
b) o rol de terras devolutas apuradas, com suas respectivas confrontações;
c) a descrição dos acordos realizados;
d) a relação das áreas com titulação transcrita no Registro de Imóveis, cujos presumidos
proprietários ou ocupantes não atenderam ao edital de convocação ou à notificação
(artigos 4º e 10 desta Lei);
e) o rol das ocupações passíveis de regularização;
f) o rol das propriedades reconhecidas; e
g) a relação dos imóveis cujos títulos suscitaram dúvidas.
3.5. Arrecadação sumária.

Conforme critérios discutidos no item 3.4 deste manual, a regularização de que trata esta
Instrução Normativa poderá ocorrer através do rito de Arrecadação Sumária. Neste caso,
deverão ser obedecidos os procedimentos definidos na Instrução Normativa Conjunta
CDA/SDR/PGE/Nº 01/2019, aproveitando-se no que couber, mediante análise e validação
pela equipe da CDA e da Comissão Permanente de Arrecadação Sumária de Terras
Devolutas, o material apresentado no Diagnóstico Fundiário Territorial.

3.6. Abertura de matrícula das terras devolutas identificadas.

Em ambos os procedimentos, está previsto em sua etapa final a abertura de matrícula junto
ao Cartório de Registro de Imóveis, referente às terras devolutas apuradas e delimitadas
conforme item 3.4.1.8 deste manual.

Da matrícula aberta junto ao respectivo Cartório de Registro de imóveis se desdobrarão os


sucessivos desmembramentos em decorrência do registro dos títulos de domínio expedidos
pelo Estado a partir dos requerimentos de regularização fundiária, incluindo as áreas
coletivas ocupadas por comunidades Tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto. Neste Caso,
será averbado Contrato de Concessão de Direito Real de Uso, conforme previsto na
Constituição do Estado da Bahia e na Lei 12.910/2013.

Já para as áreas ocupadas coletivamente por comunidades Quilombolas serão emitidos


Títulos de Reconhecimento de Domínio, conforme os referidos normativos.

As terras identificadas como sem ocupação por posseiros, serão incorporadas ao patrimônio
público do Estado com vistas à destinação provisória de Concessão de Direito Real de Uso
para os empreendimentos eólicos.

Os trabalhos de regularização fundiária seu curso conforme fluxos e pré-requisitos legais


previstos para as alienações de terras (gratuitas e onerosas) na Lei Estadual nº 3.038/1972,
Lei Estadual nº 3.442/1975, Instrução Normativa Conjunta SEAGRI/PGE nº 01/2012,
Instrução Normativa Conjunta SDR/SEPROMI/Nº01/2018, Instrução Normativa Conjunta
SDR/CDA/PGE nº 01/2019 e/ou outros normativos que venham substituí-los.

Conforme autorizado por esta Instrução Normativa, as documentações pessoais, de


comprovação de posse, bem como os laudos, peças técnicas e outros documentos inerentes
aos processos de regularização fundiária previsto na legislação poderão ter datas anteriores
à abertura do processo, uma vez que foram oriundos de identificações prévias e terem sido
revisados e validados pela CDA, entretanto precisam ser apresentados no bojo do
Diagnóstico Fundiário Territorial, conforme item 3.3 deste manual.

Cada processo, neste caso, deve conter certidão emitida por servidores que compõem a
comissão de discriminatória, atestando que análise de toda documentação, o que garantirá
que foram atendidos em especial os critérios de ampla divulgação e verificadas e
confirmadas as confrontações.
3.7. Celebração de Termo de Compromisso.

O Estado da Bahia e os Empreendimentos Habilitados, conforme os requisitos estabelecidos


neste documento, celebrarão Termo de Compromisso com vistas à obtenção de autorização
de geração de energia junto ao Ministério de Minas e Energia e ANEEL.

Por meio deste instrumento administrativo ficará concedido, ao empreendedor, uso e


disponibilidade temporária da área objeto do termo e o acesso à área de interesse
denominada “corredor de vento”, para estudos e prospecções, levantamento topográfico,
ambiental e sondagem de solo, dentre outros.

O Termo de Compromisso deverá ser firmado somente como anuência de todos os


ocupantes identificados no procedimento discriminatório ou de arrecadação sumária, que
terão sua posse regularizada se atendidos os requisitos legais, conforme previsto no item 10
desta norma.

Caso haja contratos de arrendamentos ou instrumentos similares, a empresa interessada


poderá apresenta-los em substituição à anuência dos ocupantes de terras devolutas.

O termo de compromisso tem caráter oneroso. A empresa interessada deverá efetuar o


pagamento do valor previsto em Tabela instituída na forma do item 8 desta Instrução.

O seu prazo de vigência será de 30 (trinta) meses, podendo ser prorrogado por igual período,
mediante aditivo, sendo o mesmo extinto de pleno direito com o advento de seu termo final
ou com a conclusão das regularizações fundiárias previstas no item 10 desta Instrução,
exceto se existirem áreas remanescentes não ocupadas ou não passíveis de regularização.

A renovação do Termo de Compromisso, decorrente da prorrogação do prazo previsto no


item 8.3 desta Instrução, implicará na cobrança do valor correspondente a 25% (vinte e
cinco por cento) da remuneração recolhida conforme item 8.4 da Instrução Normativa.

O Cálculo dos valores do Termo de Compromisso será realizado pela Coordenação de Ação
Fundiária e Coordenação Administrativa e Financeira da CDA, conforme descrito no Anexo III
desta Instrução.

A CDA atualizará a Tabela de Preços para Uso e Disponibilidade Temporária de Terras


Devolutas bienalmente.

O pagamento de que trata o item 8.2 da Instrução Normativa será realizado por meio de
Documento de Arrecadação Estadual – DAE, cuja emissão deverá ser solicitada à CDA.

O Termo de Compromisso poderá ser transferido para outra empresa interessada por
aditivo, mediante justificativa do compromissário e autorização prévia do Estado da Bahia,
por meio da CDA, desde que não haja descumprimento contratual e pago o valor
equivalente a 25% (vinte e cinco porcento) do previsto no item 8 da Instrução Normativa.

A cobrança prevista não se aplica para transferência entre empresas do mesmo grupo
econômico, assim entendido quando 2 (duas) ou mais empresas estiverem sob a direção, o
controle ou a administração de uma delas, compondo grupo industrial, comercial ou de
qualquer outra atividade econômica.

3.8. Celebração do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso.

As áreas remanescentes sem ocupação e/ou não passíveis de regularização, conforme


conceituado no item 1.5 da Instrução Normativa e item 1.11 e 1.12 deste manual, poderão
ser outorgadas pelo Estado da Bahia à empresa que obtiver a autorização de geração de
energia elétrica emitida pela União Federal, mediante concessão de direito real de uso.
A concessão de direito real de uso possuirá caráter oneroso, cujos valores de remuneração
serão calculados da seguinte forma:
I – Para as áreas com aerogeradores instalados, um valor de 0,5 % por aerogerador
correspondente ao faturamento correspondente à produção de energia;
II – Para as áreas objeto de Servidão de Passagem referente às vias de acesso interno e
outras áreas indispensáveis à implantação e funcionamento do parque eólico, o valor
previsto na tabela que integra o anexo III desta Instrução Normativa.
O CCDRU terá como objeto, a área líquida das terras públicas sem ocupação que foram
arrecadadas após o procedimento discriminatório.
O contrato de concessão de direito real de uso deverá ser celebrado por período
correspondente ao prazo de outorga de autorização para geração de energia e poderá ser
transferido para outro autorizado por aditivo, mediante justificativa do concessionário e
autorização prévia da SDE, desde que não haja descumprimento contratual.
A transferência será solicitada à CDA e instruída com a documentação especificada nas
alíneas “e”, “f” e “g” do item 4 da Instrução Normativa e comprovante de pagamento
previsto, quando couber.
As áreas que apresentem qualquer tipo de contestação no bojo do procedimento
discriminatório ou de arrecadação sumária, cujo conflito não for passível de
equacionamento no bojo da execução desta modelagem, serão excluídas da área total a ser
arrecadada.
4. PRAZOS REFERENCIAIS

1. Análise documental 30 dias


2. Elaboração do Diagnóstico Fundiário Territorial Definido pela Interessada
3. Processo Discriminatório, Arrecadação Sumária e Validação da 120 dias
Proposta de Diagnóstico.
4. Celebração do Termo de Compromisso Até 30 dias após item 3 deste
cronograma
5. Celebração do Contrato de Concessão de Direito Real de Uso Após emissão de Outorga de
autorização pela Aneel
6. Emissão dos Títulos coletivos e Individuais e CCDRU dos Até 90 dias após item 4 deste
posseiros cronograma
*Os prazos poderão sofrer variações, caso ocorram fatos supervenientes que fujam da
governabilidade do Estado, a exemplo de erros ou pendências documentais ou técnicas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É importante reforçar que todos os procedimentos previstos nesta normatização prezam


pela segurança jurídica dos ocupantes, proprietários de terras, do Estado e dos investidores
do Setor Eólico que atuam ou pretendem atual na Bahia.

Além da segurança jurídica, está prevista a segurança e acurácia técnica, uma vez que os
trabalhos de georreferenciamento dos imóveis deverão obedecer a precisão posicional
estabelecida pela Norma Técnica de Georreferenciamento de Imóveis Rurais do INCRA
(Edição Atual) e inseridas nos novos sistemas de gestão fundiária criados pela CDA, por meio
dos quais a CDA realizará a análise técnica, jurídica e cartográfica de sobreposição com
outras áreas estaduais, federais, ambientais, e outras áreas relevantes que impliquem e
entraves ou impedimentos legais ao processo.

Ademais, os títulos de terra emitidos e processos de regularização fundiária em tramitação


constados dentro do perímetro da área de interesse serão identificados por meio de
consulta ao Sistema de Cadastro Fundiário, gerenciado pela CDA.

O procedimento de identificação, coleta de documentação pessoal, de comprovação de


posse, comprovação de morada e cultura efetiva e o respectivo georreferenciamento das
ocupações/posses deverão observar os modelos, pré-requisitos e procedimentos previstos
na IN Conjunta SEAGRI/PGE nº 01/2012 ou outra que venha substituí-la.

Portanto, no âmbito da regularização fundiária, a questão dos corredores de vento que,


justamente, se encontrem formado por áreas devolutas estaduais onde é possível conciliar a
atividade produtiva rural e demais formas de ocupação destes espaços pela população local,
com a atividade industrial de geração de energia, terão o reforço da renda resultante do
pagamento realizado através do arrendamento das áreas de instalação dos aerogeradores,
pelas empresas de energia eólica. Desta forma, além da segurança jurídica, vislumbra-se
uma excelente oportunidade de oxigenar o desenvolvimento socioeconômico de áreas do
semiárido, que apresentam altos índices de pobreza.

Destarte, o bom funcionamento desta nova modelagem que recebeu contribuição


significativa dos diversos setores que dela sofrem impacto, dependerá da união de esforços
de todas as partes envolvidas, inclusive da empresa interessada, que deverá cumprir as
diligências solicitadas pelos órgãos competentes e apresentar os documentos que se fizerem
necessários, atentando-se aos prazos.

Registra-se ainda que a proposição do presente procedimento foi objeto de inquérito civil
público pelo Ministério Público Estadual, o qual, após apuração e esclarecimentos
promovidos pelos agentes públicos envolvidos na sua formulação, compreendeu a
relevância e reforçou a importância e pertinência da sua criação. Razão pela qual acabou
contribuindo para o seu aprimoramento e promoveu o arquivamento do inquérito.

As premissas basilares para os procedimentos aqui previstos são o respeito aos direitos dos
agricultores, posseiros e populações rurais, incentivo aos investimentos de base sustentável,
desenvolvimento econômico do Estado e transparência nas ações promovidas pelo poder
executivo estadual, de forma a prevenir possíveis conflitos fundiários.

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