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Comarca de Piracicaba/SP.
Processo n. 0010372-47.2022.8.26.0451
DA TEMPESTIVIDADE
DA GRATUIDADE
O executado declara para todos os fins de direito e sob as penas da lei que
não possui condições de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuízo do seu
próprio sustento e de sua família, requerendo, portanto, os benefícios da gratuidade da justiça,
nos termos do art. 5º LXXIV da CF/88 c/c a Lei n. 1.060/50.
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DOS FATOS
Tem-se então que a presente ação é inepta, pois não preenche os requisitos
necessários estabelecidos no art. 319 do Código de Processo Civil, devendo ser indeferida.
Não obstante, caso a alegação supra não comporte acolhimento por Vossa
Excelência, o executado tem plena ciência da sua responsabilidade como pai e também sabe
dos custos relativos à criação do menor, tais como alimentos, fraldas, roupas, lazer, educação
etc.
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condições de quitar a quantia executada em sua integralidade, pois o valor pleiteado está fora
dos seus padrões financeiros.
DO DIREITO
Segundo art. 1.694 do Código Civil, o valor da pensão deve ser arbitrado
levando em consideração o binômio necessidade/possibilidade. Necessidade de quem os
recebe e possibilidade de quem deve prover.
Art. 1.694, §1º do Código Civil: “Os alimentos devem ser fixados na
proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa
obrigada.”
Assim também dispõe a nossa Carta Magna, em seu art. 5º, inciso LXVIII:
“Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.”
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Como asseverado alhures, a prisão civil decorrente de aplicação do rito do
art. 528 do Código de Processo Civil é medida extrema, que somente deve ser decretada
quando não esteja havendo qualquer pagamento, de forma a trazer prejuízo ao alimentando.
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ALIMENTOS. EXECUÇÃO. PRISÃO CIVIL DO EXECUTADO.
INADMISSIBILIDADE. PAGAMENTO PARCIAL DO DÉBITO
EXEQUENDO. COAÇÃO EXTREMA QUE DEVE
RESERVAR-SE AO COMPORTAMENTO OMISSO E
RENITENTE DO DEVEDOR DE ALIMENTOS. DECISÃO
AFASTADA. RECURSO PROVIDO. (TJSP; Agravo de
Instrumento 2244974-41.2022.8.26.0000; Relator (a): Vito
Guglielmi; Órgão Julgador: 6ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional IV - Lapa - 2ª Vara da Família e Sucessões; Data do
Julgamento: 29/11/2022; Data de Registro: 29/11/2022);
Nessas condições, a prisão perdeu seu sentido efetivo, pois não busca
socorrer filho que necessite do auxílio em caráter de urgência, mas tão somente constranger o
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genitor ao pagamento. Com isso, cabe à exequente exigir os valores em atraso por meio do
procedimento comum, previsto no §8 do art. 528 do Código de Processo Civil.
Esclarece, por fim, que no mesmo acordo firmado restou estabelecido que
a guarda seria exercida unilateralmente pela genitora, contudo, o genitor teria assegurado o
direito de visita à criança (fls. 12). Ocorre que, desde o final de 2022, o executado tem sido
impedido de visitar a criança, o que indica que a genitora, além de tentar constranger o
executado à prisão também tem dificultado a convivência da criança com o próprio pai, o que
é considerado ilegal segundo a Lei 1.2318/10 que trata da alienação parental.
DOS PEDIDOS
A) Seja a presente inicial declarada inepta, nos termos do art. 330, I, do CPC, com a
consequente extinção do feito sem julgamento do mérito, consoante art. 485, inciso I,
do mesmo diploma legal;
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B) Rejeitada a preliminar acima, requer seja a presente Justificativa acolhida e afastada a
prisão do executado, pois conforme demonstrado, o mesmo encontra-se desempregado
e não possui condições financeiras para adimplir a dívida cobrada em sua
integralidade;
C) Que seja acolhida a proposta de pagamento dos alimentos em execução em 10 (dez)
parcelas mensais de R$ 111,62 (cento e onze reais e sessenta e dois centavos), a partir
do mês de fevereiro de 2022 a ser depositada na conta bancária da genitora;
D) Que seja julgado improcedente o pedido de condenação do executado ao pagamento
de ônus sucumbenciais, bem como honorários advocatícios, por ser pessoa pobre nos
termos da Lei 1.060/50.
Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios em direito admitidos,
especialmente através de prova testemunhal.
Termos em que,
Pede e aguarda deferimento.