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Processo nº 5215479-33.2022.8.21.0001
MANDADO DE SEGURANÇA
Contra decisão proferida pela MM. JUÍZO DO 5º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO FORO CENTRAL DA
COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS, nos autos do processo nº 5215479-33.2022.8.21.0001,
requerendo seja este mandado devidamente admitido e processado e, ao final, julgado
procedente, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
I – DO PRAZO DECADENCIAL
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de Maria Luiza.
Após a contadoria judicial atualizado o débito e essa ação perdurar 5 anos, tentado
bloqueio de valores em conta, após procura de veículos e nada encontrar, o Juízo determinou
a penhora de 30% da pensão da ré.
Após isso, a mesma que até então não havia se manifestado no processo, embargou
a execução.
Todavia, o Juízo acolheu parecer da juíza leiga a fim de dar procedência aos
embargos à execução opostos por MARIA LUIZA RODRIGUES SOARES DE OLIVEIRA,
determinando a liberação dos valores bloqueados/penhorados em favor da ora embargada.
Além disso, determinou ser encaminhado à contadoria para elaboração de cálculo do valor
efetivamente devido. Todavia, o autor não concorda com tal decisão, motivo pela qual ajuíza o
presente mandado.
III – DO DIREITO
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(Súmula n. 283/STF). 2. O STJ consolidou entendimento no sentido de que os
honorários advocatícios são considerados verba alimentar, inclusive para fins do
disposto no art. 833, §2º, do CPC/2015, sendo possível a penhora de verbas
remuneratórias para o seu pagamento. 3. Agravo interno a que se nega provimento.
Vejamos o entendimento:
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ADVOCATÍCIOS. NATUREZA ALIMENTAR DA VERBA. PENHORA DE PROVENTOS.
POSSIBILIDADE. LIMITAÇÃO. – Os honorários advocatícios têm natureza alimentar,
o que autoria a penhora de verbas remuneratórias para o seu pagamento, mediante
a aplicação do artigo 833, §2º, do Código de Processo Civil – A penhora de proventos
autorizada na execução de verba alimentar pode ficar limitada a 30% (trinta por
cento) da verba alimentar sujeita à execução, como forma de garantia de
subsistência do executado e seus familiares.
(TJ – MG – AGT: 10000084784065009 MG, Relator: Luiz Carlos Gomes da Mata, Data
de Julgamento: 30/11/2018, Data de Publicação: 14/12/2018)
Ocorre que em decisão o magistrado alegou não ser possível a penhora da pensão,
uma vez que é destinado à sobrevivência da impetrada. Todavia, dessa forma, o juízo a quo não
analisou a situação do ora impetrante, pois o valor que lhe é devido é destinado a sobrevivência
do mesmo.
Assim, como trata-se de valor destinado a sobrevivência do ora impetrante, é
autorizada a penhora da pensão da executada a fim de sanar com a obrigação devida. Nesse
sentido, é o entendimento:
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possuem natureza alimentar, motivo pelo qual mostra-se possível a penhora de
proventos para assegurar o pagamento.
Cabe destacar ainda que em outro despacho em processo idêntico do mesmo autor,
com os mesmos pedidos no Foro de Esteio/RS, sob o nº 9000902-34.2016.8.21.0014, o Juízo
entende que:
Ademais, a ré recebe uma pensão mensal de quase R$ 8.000,00, motivo pelo qual
pode arcar com suas dívidas quitá-las de forma que não prejudique o ora recorrente. Dessa
forma, amparado no artigo 5º, inciso LXIX, da Constituição Federal, é possível concessão do
mandado de segurança para proteger direito líquido e certo.
Salienta-se que se trata de direito líquido e certo, uma vez que é de direito do
impetrante o recebimento de seus honorários advocatícios. Nesse sentido, é cabível a penhora
da pensão da impetrada, a fim de que se tenha o pagamento dos honorários do impetrante.
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IV – DOS PEDIDOS
Vagner de Oliveira
OAB/RS 95.946
Assinado digitalmente.
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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
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