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Direito Civil_ Atividade Complementar

Flávia Cristina R Santos_ RGM 18918930_5º Semestre


Direitos Reais
1.Qual a estratégia deve ser adotada em nome de Luiz Faria e sua mulher a fim de
garantir a propriedade do bem se é que é cabível alguma modalidade de usucapião?
Explique e fundamente sua resposta.
Resposta – Tratando-se de posse precária, onde Luiz Faria e sua esposa adquiriram a
chácara de forma violenta, sendo que conforme se observa no caso concreto invadiram
derrubaram cercas e expulsaram o caseiro, sendo assim, por esses motivos não
cabimento de qualquer modalidade de usucapião, uma vez que os princípios
fundamentais para a aquisição da propriedade, conforme dispõe o artigo 1.239 e 1.208
do CC/2002, é a posse de boa-fé. Caberá a Luiz em contestação na ação de
Reintegração de Posse, que lhe move Pedro Gonçalves, apresentar no conjunto
probatório alegações que comprovem sua posse conforme prescreve os artigos 1.196 e
seguintes do CC/2002.
2.Nesta hipótese cabe alguma (ou mais de uma) modalidade de usucapião? Explique
e fundamente.
Resposta – Sim, é cabível a ação de Usucapião Especial Urbano ou ação de Usucapião
Familiar. Com base nos artigos 1.240, 1.240-A e seguintes do CC/2002, artigo 18 da
CF/1988 e artigo 9º do Estatuto da Cidade Lei 10.257/2001, Jair Menezes poderá
ajuizar ação de usucapião especial em face de José da Silva, uma vez que estão
presentes todos os requisitos para aquisição da posse através dessa modalidade de
usucapião. É certo que uma das características da posse neste caso é a metragem do
imóvel o qual não ultrapassa 250m², sem interrupção, sem a oposição por parte de
José da Silva, sendo que é sua única moradia. Neste caso, Jair Menezes tem o “animus
domini” sobre o imóvel, onde ali utilizou para sua moradia.
3.Se cabe a reintegração por liminar ou se ela perderá a propriedade em razão da
prescrição aquisitiva? E se ela terá que indenizar as benfeitorias implementadas por
Severino em seu imóvel. Explique e fundamente.
Resposta – Considerando que a posse de Severino se deu em 2010 e o retorno de Juma
para o Brasil aconteceu em 2020, Juma não poderá requerer por tutela em medida de
liminar, uma vez que a posse de Severino ultrapassa 1 ano e dia, conforme o Código de
Processo Civil de 2015 que manteve a ideia das ações de força nova (intentadas em
dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho) sendo que essas possam ser aviadas
sob o rito das possessórias. Portanto, a presente ação de reintegração de posse deverá
seguir o procedimento comum do CPC. Em relação as benfeitorias realizadas pelo
possuidor, conforme determina o artigo 1.220 do CC/2002, ao possuidor de má-fé
serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de
retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Juma não
perderá a propriedade em razão da prescrição aquisitiva, haja vista que o meio
utilizado por Severino para aquisição da propriedade foi de forma violenta e as
escondidas, sem o conhecimento da Juma.
4.Qual ação de usucapião cabível? Explique e fundamente.

SÃO SEBASTIÃO, 04 DE MAIO DE 2020.


Resposta - Considerando que o terreno contém metragem de 240m² em área urbana,
sendo este proveniente de posse mansa e pacífica, sem qualquer oposição de terceiros
interessados e levando em conta o lapso temporal de 9 (nove) anos e meio, Norberto
detém todos os requisitos para ajuizar ação de Usucapião Especial Urbano, em face de
Cândido Gonçalves, nos termos do artigo 1.240 do CC/2002.
5.Tem João direito a constranger Maurício a lhe dar passagem forçada, de modo a
continuar a usar o caminho existente no terreno de Mauricio?
Resposta – Não, João não tem direito de constrangem Maurício, visto que, está
expressamente descrito no artigo 1.285 do CC/2002 que “o dono do prédio que não
tive acesso a via pública, nascente ou porto, pode, mediante pagamento de indenização
cabal, constranger o vizinho a lhe dar passagem (...), portanto, não é o caso em
questão, haja visto que o imóvel de João dispõe de acesso próprio à via pública, não
sendo encravado ao imóvel de Maurício.
Independentemente da resposta ao item anterior, pode João ingressar em juízo para
que seja reconhecida aquisição de direito real de servidão de passagem, por meio de
usucapião?
Resposta – Não obstante a isso, João não tem direito a ingressar com ação de
Usucapião, visto que, a suposta passagem não está sujeita a prescrição aquisitiva,
sendo assim, inadmissível o direito de João.
6.Cabe pedido de liminar? Fundamente.
Resposta – Não cabe pedido de liminar na ação de reintegração de posse ajuizada por
Matusalém visto que o lapso temporal da posse de Josué é de cerca de 2 (dois) anos,
sabendo-se que o interregno tempo é de ano e dia, segundo disciplina o artigo 523 do
CC/2002 combinado com artigo 924 do CPC/2015. Sendo assim, a possibilidade de
liminar torna-se inviável o deferimento considerando o prazo do esbulho.
Na contestação, Josué poderia requerer a indenização pelas benfeitorias realizadas?
Resposta – Considerando que a posse foi clandestina, precária e de má-fé, não há
indenização pelas
Qual seria o prazo necessário para que pudesse arguir a usucapião em seu favor e
qual a sua espécie?
Resposta – Usucapião Ordinária, prazo 10 anos de posse continua, conforme artigo
1.242CC/2002
7.Como advogado dos filhos do casal morto, o que você faria? Fundamente.
Resposta – No caso em questão, João e sua família não tinham mais a relação de
trabalho (emprego) com Maria e seu marido, portanto, após a demissão de João,
iniciou o período da prescrição aquisitiva da posse de João foi mais de 5 (cinco) anos,
João tem direito a ajuizar ação de Usucapião Rural ou pro labore, nos termos do
artigo 1.239 CC/2002.
8.Considerando a situação hipotética apresentada, analise se algum dos dois
fundamentos deduzidos por Caio em sua defesa são possíveis, empregando os
argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
Resposta – Conforme disposto no artigo 102 do Código Civil, o artigo 191, parágrafo
único, e o artigo 183, §3º, ambos da Constituição Federal de 1988, bem como, segundo
a Súmula 340 di Supremo Tribunal Federal, os bens públicos em geral jamais serão
objeto de usucapião, nem moveis, nem imóveis, sejam de uso comum do povo, de uso
especial ou dominicais. Nesta esteira, a anuência verbal do Poder Público no tocante à
ocupação do imóvel não repercute sobre a esfera jurídica do Poder Público, uma que
os contratos verbais com a Administração Pública são nulos e sem nenhum efeito, nos
termos do artigo 60, parágrafo único, da Lei 8.666/93. Todavia, importante ressaltar
que um dos atributos dos bens públicos, qual seja, a sua imprescritibilidade, de modo
que os bens públicos não se sujeitam à prescrição aquisitiva de direitos. Sendo assim, a
pretensão de usucapião de um bem público deve ser rejeitada, pelos fundamentos
supracitados. prescrição aquisitiva de direitos.
9.Que modalidade de usucapião seria esta (e que rito) fora adotado: Fundamente.
Resposta – Pedro deverá ajuizar ação de usucapião extraordinário, com fundamentos
no artigo 1.238 do CC/2002. O CPC/2015, passa a inserir a ação de usucapião para o
rito comum.
O que Nadir pode alegar na contestação em sua defesa? Fundamente.
Resposta – Nadir, poderá alegar em sua defesa que a posse de Pedro não foi de forma
ininterrupta, que havia sido feito oposição a ocupação do imóvel e que Pedro não tinha
animus de dano da residência.
10.Neste sentido a decisão do Juiz é correta? Explique e fundamente.
Resposta – A decisão do juiz não é correta, visto que o princípio da fungibilidade
poderá ser arguida neste caso, conforme preceitua o artigo 554 do CPC/2015, que diz:
“a propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz
conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados.
11. Neste caso pode os herdeiros de Luiz Carlos intentar ação de usucapião?
Explique.
Resposta – O registro do título translativo não transfere a propriedade quando tiver
por título um negócio jurídico nulo, com fundamentos no artigo 1.268, §2º do CC/2002.
Invalidade dos registros imobiliários das escrituras de venda e revenda com seus
correlatos cancelamentos. Adquirentes de boa-fé que não podem ser havidos como
donos do imóvel, conforme preceitua artigo 1.45, §2º do CC/2002. O negócio é nulo
quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam a sociedade. Assim, quando
o interesse público é lesado, a sociedade o repele, fulminando-o de nulidade, evitando
que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente. Portanto, se o negócio é nulo,
não torna efeito a posse dos herdeiros, não sendo possível intentar ação de usucapião.
12. Com base no que dispõe o atual Código Civil e Código de Processo Civil em vigor,
seria possível o uso de força para a legitima defesa da posse?
Resposta - Sim, com base no artigo 1.210, §1º do CC/2002, onde ressalta que o agente
possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se, ou restituir-se por sua própria
força, contanto que o faça logo. Os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além
do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. Nessa esteira, o CPC/2015 em
seu artigo 188, I, ressalta-se que não constituem atos ilícitos; I – os praticados em
legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido.

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